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História Between Coffees and Roses - A Terceira Noite e o Primeiro Dia.


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


OiOiOieeee <3
Advinha quem foi a louca que passou a madrugada escrevendo pq o sono não vinha?
AEEEEEEEEEEE \o/
Então gente, ja vou adiantar que esse não é um daqueles capítulos que não andam muito na linha temporal da fic ta.
É intencional isso, eu quis fazer algo assim mesmo. É encher linguiça? NÃO.
Eu precisava curtir mais um pouco do OTP junto gente pfv, não me julguem não AOSKAOSKOASKOASKOA
ENFIM, vamo para o mimimi e bora pro cap, a gente se vê la embaixo.

Capítulo 21 - A Terceira Noite e o Primeiro Dia.


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - A Terceira Noite e o Primeiro Dia.

A Terceira Noite e o Primeiro Dia.

 

- Vem, ta ficando frio aqui fora. - Foi só isso que Jimin conseguiu falar após o fim do beijo, coberto de timidez, já entrelaçando seus dedos aos de Hoseok e puxando-o para o exterior da estufa.

O Policial sabia que não deveria, que o certo era ir para casa e dormir as poucas horas que faltavam até seu despertador tocar para ir ao trabalho novamente, mas não conseguia deixa-lo. O simples toque da palma suave e sutilmente úmida do barista contra a sua, o prendiam tanto que chegava até se assustar, mas não podia deixar de apreciar. Era perfeito. O encaixe das mãos era perfeito, sua temperatura, sua calma ao guia-lo pelo jardim. Era tudo tão belo e único que não conseguiria simplesmente dizer que precisava ir embora e dormir. Sequer queria dormir. O Que queria mesmo era que toda aquela agitação gostosa no peito nunca fosse interrompida e ele, por um milagre divino, nunca mais precisasse sair de perto de Jimin. Queria mesmo era que a sensação de incêndio que tinha em si, que toda aquela intensidade imensa de sentimentos fosse eterna e que ele pudesse estar ali pra sempre, ao lado do ruivo que lhe ganhara com tão pouco.

O Park não se sentia diferente. Não que fosse a primeira vez sentindo seu peito solavancando a cada respiração, ou a impressão de que seu estomago deixara de existir de tão frio e apertado que senti-o, mas dessa vez era diferente da outra. A primeira vez que sentira aquilo, tudo havia acabado em dor e mesmo antes de acabar, não se sentia seguro, nunca havia se sentido de um todo protegido. A palma fria do Jung contra a sua lhe dava exatamente aquela impressão: A de que estava a salvo, de que nada poderia lhe fazer mal ou afetar aquela gama gigante de sentimentos bons que seu peito estava criando e ainda antes de adentrar ao seu quarto, passou a admitir para si mesmo que sim, estava apaixonado de verdade e decidiu, ainda na estufa, que viveria aquilo, que se deixaria levar pela primeira vez em anos e que não importava o que acontecesse dali pra frente, queria Jung Hoseok ao seu lado. Precisava sentir a segurança que aquele sorriso lhe passava, precisava do olhar protetor do maior sobre si. Precisava, ansiava por mais calores em seu âmago e sensação de choque que sua pele sentia quando lhe tocava. Precisava amar e ser amado por ele, mesmo que talvez não fosse na mesma proporção.

No entanto, apesar de não ser a primeira vez dentro daquele cômodo, foi inevitável o pequeno nervosismo que cresceu nas entranhas do investigador assim que chegaram ao quarto do menor. Era a primeira vez que estava naquele espaço com completa consciência de tudo e sem preocupação alguma lhe nublando a cabeça. Dessa vez, nem ele e nem Jimin precisavam de cuidados. Era por vontade própria e não por força do acaso que dividiriam aquele leito e mesmo receoso e nervoso com aquilo, se sentindo como um adolescente dormindo na casa da namorada pela primeira vez, sem saber direito como agir, ainda apreciava muito a ideia de poder terminar a noite com seu adorado ruivo nos braços.

Assim que soltou a mão do Jung, Jimin foi ao armário pegar uma roupa mais confortável para se deitar e ao questionar, ouviu o outro lhe dizendo que ele estava bem como estava e ainda com a cara enfiada dentro do móvel, se sentiu levemente constrangido pela primeira vez naquela madrugada por só ali ter lembrado que nunca havia dormido - por vontade própria - com outra pessoa que não fosse Taehyung, e acabou se sentindo nervoso quanto àquela novidade, mas logo tratou de não pensar sobre isso. Rumou ao banheiro em seguida, tomou um banho rápido e ao voltar para o quarto, encontrou Hoseok sentado a beira da cama mexendo em seu celular.

- Uma mensagem do YoonGi. – Disse mostrando o aparelho assim que o ruivo entrou em seu campo de visão, Ja sanando a curiosidade inexpressada verbalmente, mas bem clara e viva no olhar do mais novo. – Estranho me mandar algo assim, dizendo que quer falar comigo a essa hora da noite, sendo que nos veremos de manhã. Que Idiota! Pediu pra eu encontrar ele as 8h, mas nosso expediente começa as 7:30h – Completou com o cenho franzido e logo sentiu a cama abaixando e viu Jimin se sentando rente às suas costas.

- Talvez ele tenha tido alguma ideia dos crimes que vocês estão estudando e preferiu mandar uma mensagem agora pra não esquecer mais tarde. – Disse dando de ombros e com isso, o mais velho programou o despertador do aparelho e depositou-o sobre a mesa de cabeceira e logo se sentiu puxado pela gola da blusa para se deitar e tal ato do mais novo fez-lhe um leve arrepio percorrer seu corpo, mas mesmo assim o obedeceu imediatamente.

Assim que Hoseok se deitou por completo, ajeitando o travesseiro cheiroso sob a cabeça, Jimin virou-se para si e aquele único segundo que antecedeu o novo beijo lhe pareceu grande o suficiente para guardar na memória para sempre. Era como se estivesse voando, sonhando, e mal podia acreditar que aquele garoto que era apenas o dono da cafeteria algumas semanas atras, que havia conhecido somente por conta de uma banal mudança de turno, estava agora em seus braços, tocando a pele do seu rosto com suavidade e fazendo a língua dançar com a sua. Ainda durante o beijo doce e calmo que trocavam, a mente de Hoseok se pôs a pensar em como o destino trabalhava de forma até engraçada. Faziam dois anos que frequentava aquele lugar diariamente, as vezes até mais de uma vez por dia e havia demorado tanto para conhecer o Park. Fazia pouco mais de um mês que havia tido interesse no ruivo pela primeira vez e chegou a se lembrar de quando repreendeu SeokJin no dia que o mesmo se ofereceu para pegar o telefone do mais baixo.

“Se tivesse deixado SeokJin pegar o telefone dele naquele dia, a essa hora esse quarto estaria cheio de coisas minhas, assim como ele provavelmente já teria uma copia da chave do meu apartamento.” Pensou e logo o osculo se findou e com isso, viu Jimin se aninhando em seu peito, o abraçando pela cintura e escondendo o rosto na sua clavícula e o calor das bochechas dele lhe deixou evidente a timidez e a vergonha do ruivo por ter lhe beijado e isso arrancou um riso soprado de Hoseok, admirado sobre o quão sem limites parecia ser a fofura e doçura daquele garoto deitado sobre si. Em seguida levou um braço aos ombros dele e o forçou um pouco para cima, aumentando a proximidade entre eles e lhe beijou a cabeça com o Maximo de carinho e cuidado que poderia explicitar naquele ato, tentando deixar-lhe claro com aquele simples gesto que o cuidaria com o mesmo –ou até mais – esmero do que uma mãe cuida de um filho, mas que o amaria de forma que nem o mais hábil dos poetas conseguiria expressar, e com a mão livre, passou a desenhar delicadamente cada traço daquele rosto que tanto gostava de olhar, se deixando hipnotizar pela beleza que Jimin continha, desde o tom da sua pele, agora sutilmente avermelhado, até o desenho bonito do nariz e das maçãs do rosto, que com aquele sorrisinho tímido, faziam os olhos sumirem.

E foi quando o sorriso do Park diminuiu um pouco e o barista voltou seu rosto para si que mais uma vez o moreno achou graça em como as linhas do destino eram traçadas. Aquele olhar de chocolate, agora bem menos frio e escuro do que nos dias passados, lhe lembrou que se tivesse acontecido diferente do que aconteceu, provavelmente não conheceria daquele garoto doce nem um terço do que conhecia agora. Não saberia parte do que o ruivo havia vivido e nem entenderia o tal contraste que tanto lhe cativara desde o primeiro dia. Suspirou e agradeceu mentalmente a esse mesmo destino. As coisas acontecem como tem que acontecer e a sua pequena historia com Jimin já se mostrava assim, como se estivessem destinados a ficar juntos desde o começo.

Já o Mais novo deixou-se se perder. Poderia e sabia que mais cedo ou mais tarde teria que conversar com o moreno sobre seu passado, explicar melhor como funcionavam seus remédios, contar com mais detalhes tudo o que lhe aconteceu e todas aquelas coisas nada confortáveis mas que o envolveriam diretamente a partir dali, porém naquele instante se limitou a sentir. Fechou os olhos e deixou sua pele absorver cada movimento dos dedos finos do policial. Sentia com precisão todo o carinho que o maior tinha consigo, todo o cuidado e a quase devoção que aqueles olhos castanhos dedicavam a si e aquela atmosfera toda o fazia achar que não podia ser real, que ele estava sonhando e, pelos Deuses, não queria acordar jamais. Deixou sua mente viajar para um lugar perfeito onde existiam apenas eles dois e as caricias singelas e puras que trocavam, o carinho intrínseco dentro delas e a forma como serviam de combustível para aumentar ainda mais todo aquele calor que sentia no peito, todo aquele frisson imenso que lhe tomava por completo e chegava a lhe atordoar, mas que o fazia querer mais, querer muito, querer pelo máximo de tempo que a vida humana pudesse aguentar nesse planeta.

Foi automático a sensação de crescimento daqueles sentimentos todos junto a uma admiração ainda maior pelo moreno. Por um instante se passou pela cabeça do ruivo ideias sobre como casais recém formados passavam a primeira noite juntos e com isso se corrigiu. “Terceira. É a terceira noite que dormiremos juntos” E isso só reforçou a sua crescente admiração, pois foi inevitável imaginar que sexo fazia parte daquilo. Admirou justamente por estar sendo respeitado e por não ver Hoseok avançando sinal algum sobre si. Já era a terceira noite juntos e tudo o que o Jung lhe dedicava era carinho, atenção, doçura em cada movimento e nada de libidinoso ou carnal os envolvia ali. Era coração, alma, afeto e naquele instante, por mais que já havia se pensado em tais situações, não havia espaço para respirações ofegantes e gemidos. O que sentiam ali estava acima do prazer do orgasmo e tudo isso o fazia sorrir ainda mais por dentro e por fora por constatar que sim, o outro lhe entendia e compreendia perfeitamente que olhares valiam mais do que suor para o ruivo, e foi envolto naquele misto de sensações maravilhosos que ambas as respirações se acalentaram ainda mais, o cansaço os cobriu e logo adormeceram como haviam feito nas outras duas noites, com os cabelos ruivos de Jimin cobrindo o peito aquecido e contente de Hoseok.

 

~~

 

Depois da discussão que havia tido com o Park, Foi inevitável para Taehyung sentir o peito pesar e uma espécie de arrependimento lhe acometer sentindo assim todo o peso das próprias palavras, e uma angustia enorme lhe atingiu por inteiro e seus olhos marejarem. Sabia que o mais velho precisava ouvir o que ouviu mesmo sabendo que havia exagerado um pouco quando afirmou que poderia deixa-lo um dia porque sabia que isso nunca aconteceria, mas precisava ilustrar para o ruivo o quanto cada um deles sentia necessidade de seguir a própria vida, mesmo nunca saindo de perto um do outro.

Ao fechar a porta do quarto, apesar de coberto de cansaço pelo dia movimentado na cafeteria, as preocupações não o deixaram sentir vontade de dormir. Ao olhar para o relógio e ver que mal havia passado das 22 horas, retribuiu a insônia ao fato de ser cedo e de ter se habituado a dormir tarde mas sabia que não era verdade. Taehyung sabia que a ausência do seu sono se devia à briga com o amigo e tentando afastar todo aquele aperto do peito, tomou um longo banho, secou os cabelos com calma e se deitou em sua cama, mas não adiantava tentar não pensar naquela conversa que possivelmente lhe doía mais do que doeu em seu ouvinte e ali ficou rolando por horas esperando o cansaço vencer mas isso parecia que não iria acontecer nunca.

Já passava da meia noite quando alem de cansado, se sentia frustrado e tentando se distrair um pouco, pegou seu celular com o intuito de olhar suas redes sociais e fazer o tempo passar mais rápido, mas assim que teve o aparelho em mãos, uma voz relativamente doce e um pouco esganiçada pelo uso continuo do tabaco, lhe invadiu os ouvidos em forma de lembrança.

“- Eu não sei exatamente o que você tem pra estar assim tão mal, mas se precisar conversar ou precisar de qualquer outra coisa, lembre que você tem meu numero. Me ligue e eu virei na mesma hora.”

Taehyung sabia que o “Na mesma hora” era uma força de expressão e achava que mesmo que ligasse, talvez nem fosse atendido, mas mesmo assim precisava conversar com alguém, precisava desabafar um pouco sobre tudo o que sentia e com toda essa necessidade de ter outra pessoa para falar, lembrou-se da noite que havia passado no parque abandonado em companhia do legista de cabelos acobreados com sorriso doce e infantil e de como havia sido boa a sensação de que poderia sempre contar com ele e imediatamente procurou seu contato na agenda do aparelho, ligando-o assim que achou.

Já YoonGi, havia chegado em casa se sentindo muito bem. Toda a conversa que havia tido com o garçom em seu bar, o deixou com uma sensação de poder muito grande, o ego inflado por ter feito ele revelar mais do que queria - mesmo que indiretamente - E sabia que até Jungkook cometer algum deslize a partir de agora, era questão de tempo.

Assim que entrou em seu apartamento, YoonGi rumou diretamente ao próprio quarto e tomou um banho longo e relaxante, deixando a água levar consigo todo o cansaço e tensão do dia fora de casa e logo se vestiu com uma calça de tecido leve e uma camiseta branca simples, já pensando sobre o que iria pedir para jantar e por fim, vencido pela preguiça em não querer ter que lavar louça depois, optou por sair para comer.

O Acobreado já estava com as chaves em mãos e a carteira no bolso, rumando à porta quando percebeu que estava esquecendo o celular e ao olhar para o aparador onde sempre o deixava, não o encontrando, imaginou que havia perdido-o no meio da pequena bagunça que se fazia no seu quarto e bufando irritado consigo mesmo, se pôs a procura-lo, jogando descuidadamente para o alto, cada uma das suas camisetas que estavam jogadas pelo comodo, até que o ouviu tocar baixinho e assim lembrou-se que o mesmo havia ficado esquecido no bolso da calça que havia usado durante o dia, dentro do cesto de roupas sujas. Foi inevitável se sentir irritado novamente ao pegar o aparelho e ver que a chamada que recebia havia sido encerrada, provavelmente pela demora em achar o telefone, e ao olhar o registro de ligações perdidas, seu sorriso gengival se abriu.

“TaeTae ♥”

Imediatamente retornou a ligação, foi atendido no primeiro toque e só de ouvir a voz grave do dono da cafeteria, sentiu seu corpo se aquecer e um pequeno arrepio lhe cobrir e tal fato lhe fez ter a constatação de que estava sentindo mais falta do moreno do que realmente planejara, afinal, não podia engana-lo e nem ficar com ele, pelo menos não por enquanto e perceber que estava começando a se apegar ao mais novo o assustava. Não que não quisesse ou que o fato de estar se possivelmente apaixonando fosse algo novo para si, mas aquela não era a melhor hora da sua vida para viver mais um dos seus amores, no entanto a voz sôfrega e melancólica do outro lado, o fez fraquejar e se lembrou que havia prometido ajudar o moreno caso ele precisasse, algo que com aquela ligação deixou bem claro que sim, Taehyung precisava.

O Min rumou ao estacionamento do prédio e logo deixou o condomínio a caminho da cafeteria. Assim que chegou ao seu destino, sentindo o estomago roncar alto, ligou novamente para Taehyung que menos de cinco minutos depois apareceu pela porta que dava acesso a garagem da casa, logo em seguida entrando em seu carro e quando era o momento de cumprimentar o Kim, não soube exatamente como o deveria fazê-lo.

Lhe dar um selinho, um beijo ou qualquer coisa no sentido - por mais que fosse sua real vontade - lhe parecia extremamente errado já que, por mais que fosse a contragosto, ainda estava envolvido em alguma espécie de relacionamento com o Jeon e só de lembrar daquele rosto sentiu o estomago revirando e não foi de fome. No entanto um simples, “Oi” ou um cumprimento mais formal também lhe soava errado, vago, já que até transar com o rapaz,havia transado.

Mas por fim agradeceu quando o viu choramingando, fungando de leve e assim soube que o que o moreno precisava era de um abraço. Um simples e singelo enlace de braços sobre seus ombros e um afagar nos cabelos, e assim o fez.

Imediatamente ao sentir-se acolhido no tórax do Min, o Peito do Kim se aqueceu e toda a dor e pesar que carregava consigo, quase se dissipou por completo. Retribuiu o gesto de carinho lhe abraçando de volta, pela cintura e afundou o nariz na curva do seu pescoço e se permitiu embriagar com a fragrância suave com um toque de nicotina que só o legista tinha e foi enquanto o abraçava que ouviu seu estomago roncar  fazendo-o soltar um riso fraco.

- Bom, como você pode perceber, eu estou faminto! – Disse YoonGi se soltando do enlace mas ainda se mantendo próximo e rindo de si mesmo e só de ver o sorriso amplo que aquele rosto de criança lhe mostrou, já se sentiu bem mais tranquilo sobre o que poderia ter acontecido a Taehyung.

- Você não acha melhor entramos então? A gente pode comer algo na cafeteria mesmo. – Ainda antes de terminar o convite o viu negando com a cabeça.

- Acho melhor não. Você comentou que havia discutido com Jimin, então acho melhor conversarmos em outro lugar. – O Ato do mais novo de se soltar por completo e puxar o cinto de segurança lhe respondeu mudamente de que concordava, e assim deu partida no veiculo.

Não demorou muito para acharem uma pizzaria aberta, mas por conta do horário, os funcionários da casa se negaram a servir-lhes na mesa, dando como única opção levarem a pizza com eles para o carro. Mais alguns minutos rodando e estavam no cais do porto da cidade e assim que estacionou, ambos desembarcaram portando a caixa da comida e a garrafa de refrigerantes que haviam comprado e Taehyung se pôs a seguir YoonGi que aparentava conhecer bem o lugar.

- Logo que me formei na academia de policia, aconteceu um homicídio aqui e desde aquela época, sempre achei que esse seria um lugar legal pra conversar porque achei a vista la de cima linda. – Disse subindo um vão de escadas metálicas laterais a um prédio e pelo que o mais novo podia perceber, supôs que ela daria para o teto da dita construção e acompanhou o mais velho, lhe ouvindo atentamente. – Faz mais de três anos isso e acredita que mesmo achando aqui um lugar legal, nunca havia voltado? E pelo visto não mudou nada. – Concluiu olhando o moreno sobre os ombros, sorrindo, e recebeu outro sorriso doce como resposta.

Assim que chegaram ao telhado, ambos se encararam estupefatos com a beleza da vista. Dava para ver as docas com as pequenas embarcações pesqueiras ali, o mar a frente pontilhado pelo brilho das estrelas em reflexo na água calma e do outro lado, o teto de todos os armazéns do porto. Um misto de urbano e praiano muito agradável aos olhos e por um bom tempo os dois se limitaram a olhar a paisagem e admirar a bela imagem a frente deles.

No entanto, o estomago do legista voltou a roncar alto arrancando mais risos dos dois novamente que se lembraram só ali da pizza e do refrigerante e com isso, ambos se sentaram no chão de forma descontraída e relaxada para comer a refeição improvisada e logo que acabaram, YoonGi questionou de imediato o que havia acontecido com Taehyung e percebeu aos poucos, a espressão de relaxamento do moreno se esvair.

- Olha, eu sei que vai ser bem chato pra você ouvir isso e eu realmente creio que você não falará mais comigo, mas eu preciso ser sincero sobre tudo o que aconteceu... – Viu o Min voltar totalmente a atenção para si e continuou. – Vou começar desde o começo pra você entender bem, Ok? É uma historia bem longa! – Disse deixando um riso soprado fraco lhe sair e viu-o assentir positivamente com a cabeça. – Bom... Acho que você sabe que eu e Jimin crescemos juntos, desde bebês, literalmente. – Outro aceno positivo do policial. – Então... Essa confusão começou no fim do terceiro ano do colégio. O Jimin se apaixonou por um cara e esse cara fez muito mal pra ele... – Suspirou tentando não se deixar cobrir pelas lembranças e procurando um jeito de não explicitar ou expor demais o ruivo. – Foi muito mal mesmo! Ele humilhou o Jimin, estuprou ele, sabe... Coisas realmente terríveis e tudo o que aconteceu traumatizou demais meu amigo e desde então eu vivo em função de cuidar dele sabe, proteger ele. Quando falo “cuidar dele” é no sentido literal da palavra mesmo, desde as refeições até os remédios que ele tem que tomar por causa desses traumas e tudo o mais. – Mais um suspiro, e assim levantou o olhar para o acobreado e viu-o atento. O Cenho franzido indicava que ele ainda não estava entendendo direito o que aquela conversa lhe diria, e assim Taehyung se apressou em continuar. – Ok, o que acontece, ou acontecia, é que esses remédios têm uns... Efeitos colaterais estranhos... – Disse receoso, sem saber que termos usar e dessa vez, e ali viu que alem de atenção, havia curiosidade no olhar de YoonGi e tentando sanar isso, respondeu a pergunta não dita dele. – Esses efeitos colaterais são, mais diretamente falando, disfunções sexuais. Tem dias que ele simplesmente não sentem nada. Você pode ficar nu na frente dele, chupar ele, fazer o que quiser que ele simplesmente não vai sentir nada, e esses são a maioria dos dias... – Outra vez sentindo o receio lhe cobrir por estar se aproximando da parte do assunto que lhe envolvia, engoliu em seco e continuou. – Mas... tem dias que acontece justamente o oposto. Ele fica duro por qualquer coisa e dói, ele mal consegue sair do quarto, e nem se vestir ele consegue direito quando isso acontece... – Fez outra pausa para reorganizar os pensamentos e então ouviu a voz do legista completando.

-  E quando isso acontece, só para de doer e passa o efeito se ele transar? – Questionou e Taehyung respondeu afirmativamente com um aceno. – E é aí que você entra de novo na historia como “cuidador”? – Questionou o Min, tentando ler as expressões de Taehyung, vendo-o alternar entre constrangido e receoso e com isso girou o pulso em um pedido silencioso para que o Kim desse continuidade.

- É, mais ou menos isso. Mas mesmo assim, mesmo a gente... Transando... – Disse em um pigarreio desconfortável. – Nós somos, sempre fomos e sempre seremos apenas amigos. Nunca vai passar disso, entende?

- Sou médico, Taehyung. Obvio que entendo a diferença entre sexo por necessidade biológica e sexo por necessidade sentimental. Mas ainda não entendi que parte disso te deixou mal... – Questionou o cientista e percebeu a tez do moreno se avermelhando e o olhar dele fugindo do seu, e ali soube que algo no que machucara o Kim, também envolvia a si mesmo de alguma forma.

- Bom, o que aconteceu foi que naquele dia que você viu o Hoseok na cafeteria, ele estava cuidando do Jimin porque a anta do meu amigo teve uma sobredose dos remédios dele. A gente saiu... Enfim, você sabe o que fizemos. – Um riso nervoso escapou do lábios de Taehyung e YoonGi ergueu as sobrancelhas aguardando a continuação e assim o mais novo o fez após mais um suspiro. – Aquele dia, depois que você foi pra casa, Jimin acordou com esses efeitos “doloridos” do remédio e a gente transou... – O moreno pausou a fala aguardando alguma reação do Acobreado, mas nada veio e uma pequena sensação de alivio lhe cobriu, afinal, a pior parte para si era contar aquilo. – O Problema começou ali. Eu acabei mordendo ele e ficou marcado. Depois, durante a tarde, o garoto que havia maltratado o Jimin, apareceu do nada na cafeteria e ele ficou muito triste, mexido sabe, com medo, e eu abracei ele pra acalma-lo e bem na hora que a gente tava abraçado no balcão o Hoseok chegou, viu a gente junto e viu a marca também. Ele não falou nada, só saiu da cafeteria visivelmente bravo e o Jimin ficou malzão. De noite, eu conversei com o Hoseok e expliquei pra ele o que tinha acontecido e ele pareceu entender, mas o Jimin ficou puto comigo porque eu me intrometi. Ele não quer que ninguém saiba da história dele, por vergonha, eu acho. E por causa disso a gente brigou feio hoje de tarde e agora a pouco novamente.

Um silencio até pesado havia se instalado entre os dois. YoonGi tentava controlar o peito e ser racional a ponto de não demonstrar o ciúme que havia sentido corroer seu amago ao saber que Taehyung havia transado com Jimin e ao mesmo tempo em que se controlava para não aumentar o desconforto do mais novo, se repreendia também.

Quem é você para julgar ele? O Tae ainda ta sendo honesto e te contando e você transou com o Jungkook num estacionamento de shopping e nem sequer coragem de falar pra ele, você tem. Vamos melhorar aí né YoonGi” – Era o que pensava consigo mesmo.

E foi nesse silencio que Taehyung lembrou de mais um detalhe.

- Alias... – Levantou o olhar até o legista e passou a mão pelo queixo. – O Hoseok foi na cafeteria justamente conversar com esse cara que fez mal pro Jimin. – O Min ergueu os olhos arregalados e já engolindo em seco. – Hoseok disse que Você tava esperando ele...

- Como é o nome desse cara? – Perguntou mais a titulo de confirmação do que duvida.

- Jeon Jungkook. Esse é o nome do filho da puta que quase acabou com a vida do meu amigo. – Respondeu espumando de raiva só de lembrar daquele garoto. – Você conhece ele? – Perguntou e afiou o olhar tentando saber o que YoonGi poderia querer com aquele cara.

O Min se sentiu em uma verdadeira saia justa. Se viu dividido entre contar ou não a verdade, mas ponderou que se o fizesse, teria que contar sobre o caso também e alem de não ter a mínima vontade de falar sobre seu relacionamento com o Jeon, também não podia expor informações sigilosas sobre o seu trabalho – incluindo ali, sua certeza de que o assassino que procurava era o garçom - E assim optou por mentir, mesmo que sua consciência pesasse depois.

- Na verdade a gente se conhece do bar que eu frequento. Ele é dono de la. – Viu o olhar de Taehyung se abrandar e sorriu docemente de volta para acalma-lo de vez e se aproximou do corpo do mais novo. – Alias, foi aquele bar que a gente ficou, Lembra? – As bochechas vermelhas indicavam que sim, o Kim havia lembrado, e para matar de vez aquele assunto, concluiu. – Ele só foi na delegacia porque ia viajar e precisava receber minha divida mensal. – disse já enlaçando os ombros do moreno, puxando-o para um abraço.

Depois daquele desabafo, Taehyung sentia seu peito infinitas vezes mais leve e tranquilo. Havia conseguido contar sobre a “traição” dele e de Jimin para com YoonGi e Hoseok e por mais que uma parte sua temesse não ver o acobreado novamente, sua consciência estava tranquila. Havia sido honesto afinal, e para si, era o que importava. Caso o Min se afastasse, seria uma consequência negativa disso, algo que não poderia controlar, mas por um lado confiava no discernimento e compreensão do mais velho para consigo, ainda mais por ele ser um médico e saber perfeitamente bem como as drogas que o amigo usavam, agiam no seu organismo.

Ambos se permitiram ficar bastante tempo admirando a vista, envolvidos um nos braços do outro, Os dedos finos do legista percorrendo com calma os cabelos castanhos do mais novo, vez ou outra lhe acariciando a nuca e por mais que quisesse beija-lo, por mais que sentisse uma falta imensa do gosto dele, não o fez. Já se sentia um mentiroso, um falso por estar ali com o moreno mesmo com seu outro relacionamento ainda existindo e não podia piorar as coisas pra sua cabeça. Já o Kim apesar de se sentir leve, não queria forçar uma situação possivelmente constrangedora. Mesmo não tendo visto ciúme algum expresso pelo mais velho, ele poderia ainda estar “digerindo” toda aquela historia da sua transa com o amigo e imaginou que se tentasse beija-lo, talvez fosse rejeitado e por isso limitou-se a apreciar o calor do corpo do Min contra o seu, o aconchego gostoso dos seus braços e o aroma gostoso que amava dele e que só havia sentido naquela pele leitosa que já sentia tanta falta de tocar.

Quando o frio e o sereno do inicio da madrugada começou a incomodar, Taehyung chamou YoonGi para voltarem. Prontamente eles se levantaram, recolheram seus lixos e desceram a escadaria em um silencio gostoso, um aparando-se no enlace de dedos do outro. O silencio permaneceu no caminho até em casa. Era uma quietude gostosa até, cada um perdido nos próprios pensamentos sobre sua vida diária e nada de desconfortável lhes passava.

Assim que estacionaram em frente a cafeteria, o Kim se viu tentado a convida-lo para entrar mas pelo mesmo motivo que não o havia beijado, se reprimiu e sentindo um pequeno constrangimento lhe surgir sobre não saber como se despedir, viu o Min lhe chamando a atenção, apontando para um carro parado na entrada da garagem da própria casa.

- Aquele ali não é o carro do Hoseok? – Questionou e o mais novo estreitou os olhos para forçar a visão e logo constatou que o acobreado estava certo.

- É sim! Ele deve ter vindo conversar com o Jimin. – Disse escancarando o sorriso mais feliz que seu rosto expressara naquele dia e ao observar o policial, viu-o franzindo a testa.

- Será que não é melhor você dormir la em casa então? Pra deixar os dois mais a vontade para conversarem, sei la... – Tae ouviu o policial falando mas percebeu que o mesmo estava relativamente perturbado com a própria ideia e supôs que ele ainda não se sentia confortável por completo por ficar a sós consigo e assim tratou de tranquiliza-lo.

- Não precisa se preocupar não. Eu entro e vou direto pro quarto. Eles nem vão perceber que eu cheguei. – Falou de uma vez só, dando de ombros e viu um sorriso simples surgir no rosto branco do outro. – Bom, eu tenho que entrar. Já ta muito tarde e amanhã eu tenho curso e você tem que trabalhar. – completou se voltando novamente para o mais velho e com isso os olhares deles se encontraram.

A vontade de YoonGi ao encarar os lábios bem desenhados de Taehyung, foi de beija-lo até não ter mais oxigênio em si. Sentia uma falta inexplicável da boca dele, dos toques dele por mais que não fizesse tanto tempo assim que o havia tocado daquela forma pela ultima vez e ao perceber os olhos do mais novo se cerrando, não conseguiu se controlar e juntou as faces em um selar. Era um simples encostar de dermes, mas novamente a sensação de corrente elétrica lhe percorrendo o corpo, o fez arrepiar e foi com muito esforço que se afastou depois, soltando um “Boa noite” quase sussurrado, enquanto o moreno desembarcava e rumava para dentro de casa e foi ali no carro que se pôs a pensar sobre tudo o que ouvira, já desfocando do lado sentimental da noite.

“Então quer dizer que você ser um crápula maldito, cruel e dissimulado, não é uma coisa recente, Jeon... A cada coisa nova que descubro de você mais nojo eu tenho e mais vontade de te ver apodrecendo vivo, eu sinto. Agora preciso saber se a pessoa que você personifica nas suas vitimas é o coitado do Jimin mesmo, seu doente!”

 Já Taehyung, entrou em casa com o sorriso aberto nos lábios e cuidando o máximo que podia para não fazer barulho. Durante o caminho que fazia, percebeu que eles não estavam na garagem, a estufa estava fechada e com as luzes apagadas e não havia sinal deles no jardim e com isso supôs que eles estavam no interior da residência. Abriu a porta dos fundos com uma cautela acima da costumeira, esgueirou-se sorrateiramente pelo hall e ao pôr a cara em direção a sala, viu-a vazia também e as luzes da cozinha apagadas e assim se sentiu seguro para subir as escadas e foi só quando chegou no corredor que levava ao seu quarto que seu coração se aquiesceu de vez. Viu a porta do quarto do amigo fechada e de la vinham sons de risadas leves, vozes tranquilas conversavam em um tom ameno e foi inevitável suspirar. Finalmente Jimin e Hoseok haviam se acertado e se pegou rezando aos céus pra que aquilo durasse o suficiente para curar seu amigo de vez.

“Você merece toda a felicidade do mundo, Meu Jiminie amado...” – E com esse pensamento, finalmente adormeceu tranquilo e leve, como não adormecia há dias.

 

~~

 

Quando a pequena réstia de Sol que passava pela cortina começou a lhe incomodar o sono, Jimin se viu confuso. Sentou-se na cama e olhou ao redor do quarto e percebeu com uma certa dor no peito que estava sozinho. A frustração lhe corroeu, sem saber direito se havia sonhado com ter dormido nos braços do Hoseok, ou se ele o havia deixado antes do Sol nascer. No fim, ficou triste de qualquer forma. Esperava mesmo que se ele tivesse de fato dormido ali, lhe esperasse acordar ou até mesmo lhe despertasse, mas no entanto, não aconteceu. Já sentindo um grande desconforto, olhou para o radio-relógio ao lado da cama e viu que estava quinze minutos atrasado. Estranhou não ter ouvido o aparelho apitar e tentando afastar toda a gama de coisas ruins que já sentia tão cedo, decidiu se levantar de uma vez e assim que pôs os pés nos chão, ouviu passos de alguém correndo atrás de si, vindos do banheiro e o peso que afundou o colchão lhe fez suspirar feliz enquanto era arrastado novamente para debaixo das cobertas.

- Droga! Não acredito que acordei você! Me desculpa, meu anjo, não queria te acordar... – Foi o que ouviu de Hoseok enquanto sentia os braços magros e fortes dele lhe enlaçando, a respiração gostosa e calma do policial contra sua pele e o olhar doce, cuidadoso e atento a si, lhe cobrindo.

- Você não me acordou. A culpa foi do Sol... – Disse tentando desviar o olhar por sentir-se constrangido a respeito dos pensamentos injustos que havia criado minutos antes sobre estar sozinho no cômodo.

Logo Hoseok voltou a lhe acarinhar, apertava seus braços, roçava um nariz no outro e lhe selava constantemente. O sorriso do investigador estava diferente naquela manhã e Jimin não pode deixar de reparar sobre como parecia ainda mais iluminado e iluminador do que em qualquer outra circunstancia em que o havia visto e ali, observando a face longa de traços finos do moreno, sentia seu peito incendiando mais e mais, tinha medo da palavra, mas toda vez que questionava seu coração sobre o que era aquela gama imensa de coisas que o Jung lhe causava, a única coisa que ouvia era “inicio de um amor, Jimin. Você está vivendo o inicio de um amor.” E àquela altura, não negaria mais. Que fosse o que os seres celestiais quisessem de si e se pudesse desfrutar daquele sorriso lindo que estava sobre seu rosto naquele momento, o faria, o máximo que pudesse por quanto tempo o destino permitisse.

Já o mais velho, logo que saiu do banheiro e o viu o ruivo sentado na cama, com os ombros caídos, supôs que o menor havia pensado que tinha sido abandonado. Jurou para si mesmo que jamais faria aquilo novamente, jamais levantaria do leito e o deixaria dormindo porque aquele quê triste no semblante do Park lhe doeu bastante e com a intenção de deixar o ar mais leve, de diverti-lo um pouco e aproveitar os escassos minutos que teriam antes de começarem a rotina do dia, correu rapidamente e se jogou no colchão, logo enlaçando a cintura do ruivo e puxando-o para si.  O Sorriso enorme que o garoto lhe mostrou o fez ter a sensação de que valia a pena. Valia a pena ter engolido o próprio orgulho, valia a pena ter lhe procurado e esclarecido tudo. Valia a pena por ser Jimin. E foi inevitável querer beija-lo mais, tocar-lhe mais, mesmo que de forma inocente, sentir seu cheiro e olhar seus olhos. Aqueles olhos de cor de chocolate lhe ganhou desde a primeira vez que vira e continuava tendo o mesmo efeito – senão cada vez mais forte – sobre si. Aquele efeito de quase hipnose que lhe dava a impressão que o mundo todo havia parado de girar apenas pra ele poder apreciar aquele mar amarronzado que o dragava tão profundamente.

No entanto o som de passos pelo assoalho da casa os trouxe novamente a realidade e logo trataram de se levantar em definitivo. Jimin tentava escovar os dentes e seguir sua rotina de higiene matinal, mas tudo parecia dificultado por um moreno alto que insistia em lhe abraçar o tempo todo, lhe beijar e apertar contra o peito como se quisesse ter certeza de que era real, de que o Park estava mesmo ali consigo e de que não estava sonhando e o mais novo não podia agir diferente de sorrir, escancarar os lábios com tal exagero que seus olhos sumiam por completo entre as bochechas. Hoseok percebeu só ali, no banheiro da casa, que era aquele sorriso. Esse era o sorriso real de Jimin, aquele da foto antiga escondida atrás das outras na estante. Era assim que queria vê-lo sorrir sempre.

Assim que conseguiu terminar suas atividades iniciais e se vestir para trabalhar – com muito custo, pois o Jung não parecia querer deixa-lo sozinho nem pelos dois minutos necessários para trocar de roupa. – Ambos desceram a escadaria de mãos dadas, suspirando a cada troca de olhares e quando chegaram a cozinha, foi que se tocaram da real imagem que tinham quando um moreno de sorriso quadrado estava escorado na bancada com um olhar travesso sobre o casal que se enrubesceu imediatamente.

No entanto o pequeno desconforto inicial passou rápido. Logo os três estavam entretidos e um  dialogo leve sobre assuntos banais do dia a dia enquanto apreciavam o desjejum  e não tardou para cara um seguir seu rumo. Taehyung saiu para seu curso, Hoseok foi até seu apartamento se trocar para trabalhar mesmo sabendo que já estava atrasado e Jimin rumou a cafeteria, sorridente e bem disposto como não se lembrava de sentir-se há muito tempo.

 

~~

 

Já passava das 8:30 da manhã quando, pela milésima vez, YoonGi bufou irritado, batendo impacientemente com a caneta sobre a mesa. Apesar de fazer isso com frequência, o Min odiava quando o deixavam esperando, principalmente por meia hora de atraso.

Toda a conversa que havia tido com Taehyung, ao contrario do que o moreno provavelmente pensava, não o afetou por conta da suposta traição. O que o afetou mesmo na hora que colocou sua cabeça no travesseiro, foi saber que Jungkook conhecia Taehyung e Jimin, provavelmente há muito tempo. Foi saber que o Jeon havia feito mal para aqueles garotos e se viu muito curioso sobre como havia sido aquela historia exatamente. Tentava puxar da memória cada virgula proferida pelo dono da cafeteria mas não conseguia pegar detalhes de nada. Realmente Taehyung visou preservar ao máximo a imagem de Jimin, mas isso só fez com que escondesse ainda mais a realidade sobre quem exatamente era Jeon Jungkook, e essas eram informações que precisava a todo custo angariar e mesmo se sentindo um traidor interesseiro novamente, já pensava em como iria sondar Hoseok sobre o assunto pois imaginava que como o colega estava em alguma espécie de relacionamento com o ruivo, talvez soubesse algo do passado dele e sentia dentro de si que esse “algo” era uma peça importante para entender o garçom e assim se aproximar da prisão dele.

Quando a porta se abriu a sua frente e viu finalmente o mais novo entrando, uma bufada seguida de um “até que enfim” escapou dos lábios do acobreado. Hoseok praticamente o arrancou a força da própria cadeira chamando-o de folgado e antes que pudessem começar uma discussão fútil sobre “quem era o mais folgado ali”, o Min resolveu começar seu mini-interrogatório que havia formulado na cabeça durante todo o atraso do investigador.

- Hoseok, me tira uma duvida... – Disse se jogando na outra cadeira, em frente a mesa e viu o ar entendiado dele seguido de um “hum” indicando que desse prosseguimento. – Você, por um acaso, sabia que o Jimin e o Tae conhecem o Jungkook? Você sabe que tipo de vinculo ou ligação eles tem?

Realmente não era o tipo de questão que esperava ter que responder àquela hora do dia. Mal havia iniciado o expediente e já se via observado demais por um legista baixinho de ar marrento e antes que pudesse formular uma resposta decente para o colega, já pensando sobre tudo que iria expor do ruivo, foram interrompidos por um SeokJin ofegante, com sorriso bobo no rosto e pescoço marcado. Enquanto YoonGi o observava com o olhar relativamente estupefato e julgador, Hoseok dava de ombros.

“SeokJin nesse estado não significa nada de novo sob o Sol”

 Quando o cientista voltou a encarar Hoseok, como se esperasse a resposta dele, o mesmo sinalizou com a cabeça e fez um gesto discreto com um indicador girando em torno do eixo do outro indicando que depois falaria, enquanto o mais velho de todos pendurava seu colete atrás da porta.

- Bom, temos uma surpresa boa hoje! – Disse SeokJin imitando o ato de se jogar na cadeira, esfregando uma palma da mão na outra.

- Ui Ui! “Eu dormi com o delegado e to por dentro dos babados fortes da policia” – Disse o acobreado simulando o tom excessivamente feminino, debochando deliberadamente do investigador que se limitou a mostrar a língua.

- Não, querido, não é porque o belo corpo do chefinho me pertence que eu tenho privilégios de informações. Mas com certeza ter chegado aqui na hora combinada para o expediente me ajudou. – Disse com tom acido, lembrando os dois colegas que ambos haviam se atrasado já que o horário combinado para aquela semana era de entrar as 7:30h e não as 8h como de costume, e ouviu um murmurar do mais baixo em um “Foda-se, caguei pra esse horário idiota” – Bom, o psicólogo do caso começou hoje.

- Serio? Que bom! Que horas que ele vem? – Questionou Hoseok de imediato, tentando não deixar o Min se pronunciar novamente pois sabia que aquele era um dia que seria difícil no sentido de aturar as provocações dos dois.

- Duas respostas: Já está aqui na delegacia. O Nam levou-o para conhecer o prédio. E não é ele. É ELA! – Deu uma certa ênfase na voz e ambos ficaram boquiabertos.

Não que fossem machistas ou duvidassem da capacidade feminina em geral, mas não podiam negar que muito raramente mulheres se interessavam por trabalhos como o de Psicologia criminal da Interpol – que era o cargo que sabiam que o tal psicólogo ocupava antes da transferência.

Foram poucos os minutos que os três se puseram a conversar sobre assuntos banais no geral, enquanto tiravam das pastas os documentos dos três homicídios que haviam ocorrido. Ainda não haviam se quer feito uma acareação decente entre o primeiro e o segundo crime e já tinham um terceiro para ligar os pontos, e os policiais já soltavam palavrões irritadiços e raivosos sobre a demora que a policia cientifica teria em entregar os relatórios desse ultimo caso. Ninguém culpava o YoonGi ou o Instituto Médico Legal por isso, todos eles sabia – e haviam visto bem – que a reconstrução daquele cadáver em si seria bem trabalhoso, mas era impossível não se incomodar de qualquer forma.

Já estavam os três irritados, bravos, cansadíssimos e sem humor algum para continuar andando em círculos quando uma batida leve na madeira da porta os chamou a atenção. Logo que a mesma se abriu, NamJoon pediu licença educadamente e entrou seguido de uma senhora de cabelos escuros, muito bonita pra idade que sabiam que ela deveria ter.

- Bom HunBee, essa é a ultima sala a te apresentar hoje e é nela que você ficará maior parte do seu tempo rodeada por esses dois paspalhos e pelo Jin. – Disse à mulher com um sorriso simpático enquanto se aproximava sutilmente do namorado e lhe deixava um selinho casto na testa. – Esses são Jung Hoseok, investigador do caso e parceiro do Jin que você já conheceu mais cedo. E Esse é Min YoonGi, médico legista e chefe da policia cientifica.

E foi com aquelas falas de NamJoon que o acobreado sentiu seu sangue ferver. Era muito azar para um único caso ter como psicóloga responsável, a mãe do assassino.

- Muito prazer em Revê-la, Dona HunBee. – Disse o Min com o olhar atento a expressão visivelmente feliz da senhora que notoriamente o reconheceu.

- YoonGi, querido! Que surpresa agradável trabalhar com você! – O sorriso dela se amplificou e logo viram NamJoon deixar a sala.

- Vocês se conhecem?  - Perguntou Hoseok já lendo a expressão facial não tão amistosa quanto a voz do legista.

- Ela é Mãe do Jeon Jungkook. – E aquele sorriso de lado que o Min dirigiu ao investigador, o fez pensar que havia muito mais coisas na cabeça de YoonGi do que a sua boca expressava, como sempre.


Notas Finais


OkOk <3
Esse capitulo foi 90% amorzinho do OTP e TaeGi se reaproximando/conversando, não levem a mal ou me xinguem por isso, eu tinha necessidade de escrever mais sobre o OTP lindo e cheiroso.
HunBee agora faz parte da equipe oficialmente e vamos aguardar para ver como essa querida vai se dar com os meninos.
Gente, tenho muito o que falar não AOSKOAKSOASKOAKSOAK
O próximo cap terá uma boa participação da HunBee e nele vcs a conhecerão um pouco mais e tenham ciência que a cada postagem nova, mais perto estamos de pegar o Jeonzinho e mais perto do fim também estamos e eu acredito que BCR não chegue ao 30 capitulo, então aproveitem bem esse devaneio gigantesco meu.
Quero pedir desculpas a vcs todos por estar sendo meio filho da puta.
Gente, eu juro que leio o comentário de vcs na hora que vcs comentam, mas geralmente isso acontece pelo celular em horários que estou fora de casa, aí quando chego em casa, meu foco acaba indo pra escrita e por fim, acabo adiando as respostas, mas não se preocupem que irei responder TODOS VOCÊS, comentário por comentário individualmente, dando-lhes a atenção exclusiva merecida. Na verdade eu acho que vcs mereciam muito mais atenção, mas eu realmente não sei como amar-lhes mais OAKSOAKSOAKSOA
Hoje eu gostaria MUITO de deixar um agradecimento MUITO ESPECIAL a três leitoras:
A ~Hieut, a ~MilenaSantos199 e a ~LadyFox (é esse teu nick aqui no SS né @Ot7trash? PERDOA A FALTA DE MEMORIA DA AUTORAAOSKASOASKAO)
Eu tive um probleminha, que não vem ao caso agora, durante o fim dessa semana e só YoonGi sabe o quanto elas me ajudaram abrindo meus olhos pra algo que eu realmente não havia percebido/enxergado antes. Acreditem manas, se vocês estão lendo esse capitulo hoje, agradeçam unica e integralmente a elas que fizeram a Taehyung Line e esfregaram a verdade na minha cara.
Enfim, eu quero mesmo agradecer vocês todos de qualquer forma. É imensurável a felicidade que sinto com as interações de vcs aqui no SS e no Twt e caras... Nunca achei que chegaria a números tão cavalares como essa fic chegou...
Vcs não fazem ideia de como é olhar o perfil da fic e ver la 6822 views, 275 favs, 194 coments e mais o monte de retweet eu fico D=
Cara isso é muito! E eu realmente espero continuar fazendo jus a esses números, mas principalmente ao apoio, carinho, amor e surtos que vcs tem por mim e pela fic. AMO VCS CARAS! VCS SÃO FODA!
Btw, por hoje é só e novamente não lhes prometo comeback AOSKAOSKAOSKAOSKOAK
Mas tenham ciência de que tentarei atualizar o mais rápido que minha rotina permitir novamente e logo logo vcs terão ainda mais coisas pra ler.
PS: SEMANA QUE VEM TEM FERIADÃO PROLONGADO E ADVINHA QUEM VAI SE INTERNAR NA FRENTE DO PC??
ISSO MESMO, A DONA ASHMEDHAI O/
Enfim, tenham uma boa - ótima e curta - semana.
Se cuidem o/
KissKiss
~~Ashmedhai


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