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História Between Coffees and Roses - Dividindo Teorias


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


QUEM QUASE MORREU ESSA SEMANA COM YOUNG FOREVER E RELEASE DAS FOTOS POE O DEDO AQUIII O/
Gente, serio preciso comentar isso:
Eu estava linda e bela fazendo meus aluninhos dormirem depois do almoço qndo o celular apitou 3x seguidas em menos de 10 segundos. Puta curiosa que sou fui Olhar
"Atualização de @bts_bighit"
"@bts_twt retweetou @bts_bighit"
"Bighit adicionou um novo video ao seu canal do youtube"
Pensei: aa deve ter saido teaser do comeback *clica*
PUTA QUE O PARIU VIDEO DE MAIS DE 3 MINUTOS
É UM MV VIADO
PQP NÃO POSSO GRITAR SE NÃO ACORDO AS CRIANÇAS
*cries in kid's teacher language*
enfim, era só pra contar como ser professora com esse fuso horario é sofrido ç.ç
MAS VOLTANDO A BCR
BigHit me deu medo sobre como o photoshoot acertou bonitinho os couples da fic slc! OASKAOSKOAKSOAKSAOK
Se eu sequer imaginar que eles aprenderam portugues e existe a remota possibilidade de eles virem até esse belo site e ler fanfics, se preparem que BCR sera excluida ok? OAKSOAKOAKSOAKSOAKSOAKSOAKOSKAOS
Ok, zueras e devaneios a parte, vamos a esse cap, que ao contrario do comeback, ta meio sem salzinho, mas é importante demais pro desenvolvimento da estoria <3
Amo vcs e até as notas finais o/
KissKiss
~~Ashmedhai

Capítulo 22 - Dividindo Teorias


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - Dividindo Teorias

Dividindo Teorias

 

SeokJin Até reparou aquela troca de olhares bem estranha entre os dois colegas, mas com a jovem senhora presente, preferiu não começar seu monologo dramático sobre como os amigos insistiam em lhe excluir das piadinhas internas da policia e com isso, voltou-se totalmente a HunBee, ignorando completamente a presença dos outros dois e assim que se viu assistida, a psicóloga pediu ajuda para o mais velho sobre como faria para voltar sala que sabia ser destinada apenas a si, já que o prédio da delegacia era demasiado grande e ela temia se perder e precisava ir até la para guardar suas coisas e só então iniciar o expediente realmente.

Aquela foi a Brecha que YoonGi queria. Assim que viu os dois mais velhos fazendo menção a se retirar, agarrou o pulso de Hoseok já comunicando aos outros que eles iriam até o instituto cientifico, que ficava há quatro quarteirões do prédio em que estavam, e quando questionado por Jin sobre a necessidade de levar o Jung consigo, respondeu de forma debochada, novamente imitando uma garota, dizendo que não queria sair sozinho “Pelas ruas perigosas da cidade assustadora que havia la fora” e vendo o moreno de ombros largos bufando, saíram rumo a uma viatura com YoonGi assumindo o volante e Hoseok se sentando no banco de passageiros.

- Tudo isso é preguiça? Cara, são quarto quadras, dava pra ir a pé! – Disse o mais novo puxando o cinto de segurança.

- A gente não vai no instituto cientifico. – Respondeu simples e já manobrava o carro para coloca-lo na via entre os demais que circulavam em grande volume àquele horário.

Hoseok tentava muito, mas realmente não conseguia reconhecer o lugar por onde YoonGi guiava. Ainda estavam próximos a delegacia, mas não conhecia aquela área que aparentava ser um pouco mais luxuosa do que o restante da jurisdição e naqueles instantes em que se via sendo arrastado pela cidade, o silencio ali dentro o fez repensar na pergunta que havia ouvido.

“Você, por um acaso, sabia que o Jimin e o Tae conhecem o Jungkook? Você sabe que tipo de vinculo ou ligação eles tem?”

Sabia que o Min não tinha o habito de cuidar da vida alheia e tampouco se interessava por fofocas ou “babados quentes” que não o envolvessem e assim concluiu que sua questão não era motivada por alguma espécie de ciúmes do garçom ou coisa semelhante. Ponderou sobre o que poderia estar escondido por trás daquela questão e nesse instante se recordou do que havia acontecido menos de uma hora atrás em sua sala.

Foi visível para si que o legista não ficara contente com a psicóloga, era possível que esse suposto, tenha algo a ver com o fato de ela ser mãe de Jeon Jungkook e aí se questionou então sobre o porque de tal desconforto por parte do acobreado. O certo não seria ele estar feliz? Seria. A não ser que ele visse nela alguma espécie de empecilho para o caso. Mas que empecilho seria esse? E com tais questões foi como se uma luz se acendesse em sua cabeça e seu sorriso escandaloso fez morada no meio da sua face.

Ainda dentro dos seus pensamentos, percebeu o mais velho guiando o carro para dentro do subsolo de um condomínio de alta classe e logo estacionando e desembarcando. Hoseok o seguiu para fora do veiculo e ambos andaram, ainda em silencio ate o elevador, percebeu-o apertando o botão da cobertura e logo mexendo nos bolsos, retirando um molho de chaves de la. Assim que a caixa metálica se abriu, o Min andou apressado até a única porta existente no corredor, abriu-a rapidamente e deu passagem ao Jung que entrou se sentindo intimidado pelo luxo que o duplex expunha.

- Mi casa es su casa, Hermano! – Disse já fechando a porta novamente e dirigindo-se até o sofá da sala, indicando que o outro se sentasse também, e assim que ambos estavam acomodados confortavelmente, prosseguiu. – Antes que você pense que eu quero assediar você, eu te trouxe aqui porque é o único lugar que confio 100% sobre não sermos ouvidos, então vou repetir minha pergunta e você não vai mentir pra mim. – Falou encarando com firmeza o mais novo que se sentia cada vez mais acuado. – O que você sabe sobre a ligação que existe entre Jungkook, Taehyung e Jimin?

Ele sabia que era coisa demais para ponderar sobre como responder e o olhar afiado do acobreado sobre si lhe deixava claro que não tinha tanto tempo assim para formular meias respostas ou omitir coisas que não julgava conveniente dizer. Aquele olhar serio lhe fez ter a impressão de que o Min também sabia de algo, também desconfiava de algum ponto daquilo tudo ter a ver com os crimes e imediatamente se lembrou de NamJoon lhe dizendo que o legista era inteligente e esperto e provavelmente já tivesse percebido que o assassino estava ligado a si por conta do exame de datilograma ter suas digitais e naquele mesmo segundo lhe passou pela cabeça a ideia de que talvez o colega também desconfiasse de Jimin, assim como ele mesmo havia feito, e toda essa serie de ponderações o fez ter coragem para continuar e depositar um voto de confiança no homem baixinho que estava sentado a sua frente, na esperança de que, caso ele realmente tivesse o Park em mente, retribuísse o tal voto de confiança.

- Olha YoonGi... Eu sei bastante coisa sobre eles. Mais propriamente sobre Jimin e Jungkook. Espero que você não tenha a intenção de voltar para a delegacia antes do almoço, se realmente quer ouvir a historia toda. – Disse dando um riso soprado e percebeu-o endireitando a postura no sofá, apoiando os cotovelos sobre os joelhos. – Bom, o que eu sei é que eles estudaram juntos no ultimo ano do ensino médio. O Jimin era apaixonado pelo Jungkook e pelo que eu entendi, o garçom não tinha saído do armário ainda. Nos últimos dias de aula ele chamou o Jimin pra sair. Eles passaram uma tarde toda juntos, trocaram presentinhos de casal sabe... – Disse sentindo o estomago revirar de ciúme e percebeu o olhar do legista tomando um quê questionador.

- Que tipo de presentinhos? – Perguntou de imediato e viu o desconforto tomando o colega. – “Desculpa se você não gosta de lembrar do passado do seu namoradinho cara, mas é pra uma boa causa, vamos, responde!” – Pensou.  

- Aparentemente não foi nada de mais. Ele deu uma rosa branca do jardim do parque em que foram mesmo e tomaram café juntos, coisas assim. – Disse tentando soar casual por dois motivos. Primeiro porque não queria assumir externamente o desagrado que sentia em pensar no seu barista sorrindo pra outro cara e segundo porque não queria explicitar suas suspeitas de ligação entre aqueles símbolos e os crimes que ambos investigavam já que ainda não sabia que posicionamento que o outro tomaria perante aquela historia toda. – Depois disso, eles transaram, e pelo que eu soube, alguém filmou tudo, fotografou, sei la, e espalhou as imagens pela escola na segunda feira seguinte. – Ele soltou um suspiro pesado e YoonGi percebia nitidamente o desconforto crescente a cada palavra do policial que tentava esconder seus reais sentimentos e por um instante se questionou se Hoseok realmente não via ligação alguma entre aquela historia toda e os casos que tinham pra resolver. Para o Min, só aquele relato já fechava quase todas as lacunas que tinha na cabeça, mas seria muito bom ter mais alguém ciente das suas suspeitas para lhe ajudar em sua vigília e assim decidiu que faria Hoseok perceber todo o desfecho sobre quem era o homicida que procuravam. – Se não bastasse isso, Jimin foi estuprado. Se foi o próprio Jeon que fez isso ou se foi alguém a mando dele, eu não sei. Só sei que a partir dali o Jimin nunca mais foi o mesmo. Já o que aconteceu com Jungkook depois disso, eu não faço ideia. Nem mesmo o Taehyung e o meu ruivo aparentam saber disso.

“Meu ruivo... Ta de quatro mesmo, heim Hoseok...” – Pensou rindo por dentro.

- Huum... Hoseok, não sei se você percebeu, Mas coincidentemente o assassino que a gente procura deixa rosas e café nas cenas do crime... – Disse tentando induzir o pensamento do mais novo a alguma conclusão e viu-o arregalando os olhos.

- S-S-Sim cara, eu p-percebi – Gaguejou nervoso. Seu medo de ver alguém desconfiar do ruivo estava se materializando a sua frente e ele não sabia como reagir.

- Por acaso você sabe se há alguma semelhança física entre as vitimas ou como um dos dois eram nessa época? – Questionou meio confuso sobre a reação nervosa do colega e viu-o soltar uma arfada antes de lhe responder em um quase sussurro.

- O Jimin é baixinho, você já deve ter percebido isso. Ele usava óculos no colégio também e era gordinho. – concluiu cabisbaixo, ciente de como aquelas informações todas poderia fazer alguém pensar errado sobre o real culpado e viu o acobreado se levantar em um pulo.

- BINGO! É ele mesmo cara não tem como não ser! Tudo ta explicado agora! – Disse juntando as palmas em frente a boca escondendo parcialmente um sorriso enorme e satisfeito enquanto andava de um lado para o outro na frente do sofá e com aquelas palavras de Yoongi, o terror cobriu o moreno.

- Não cara! Não é o Jimin! É serio! Ele nunca faria uma coisa assim, YoonGi! Você não faz ideia do quão frágil ele é e de como ele é amedrontado em tudo! Você ta errado! – Falou exasperado e observou a expressão alegre do legista tomando um pequeno ar confuso expresso pelas sobrancelhas que se juntaram antes relaxar novamente e explodir em uma sessão de gargalhadas acompanhadas de palmas exageradas e curvaturas de tronco, como se realmente rir daquele jeito estivesse fazendo o corpo do Min doer e para Hoseok que não entendia a reação dele aquela cena pareceu uma eternidade.

- Que tipo de retardo você tem, Heim Hoseok? Você tem alguma demência? – Outra sessão de riso um pouco mais branda veio, até que finalmente o acobreado respirou fundo e se sentou no sofá, limpando as lagrimas com a manga da blusa e só aí percebendo toda a confusão expressa no rosto do mais novo. – Não cara! Nunca me passou o Jimin pela cabeça! Ta maluco? – Percebeu o moreno relaxando e suspirou, tentando não rir novamente para poder continuar. – É o Jeon! O Jungkook é o assassino! Pensa comigo. – Disse se sentando mais a beira do sofá e se curvando para frente tentando recobrar a seriedade que aquele dialogo exigia e deixando de lado a forma como a inocência de Hoseok chegava parecer burrice. – A gente sabe que o assassino tem uma forte ligação com café e rosas. Isso deve ser por causa desse tal dia. Sei la o que se passa na cabeça desse doente, mas de alguma forma pode ser que esse dia tenha marcado ele também. As vitimas são baixinhas e gordinhas como o Jimin era. O que leva a pensar que ele tem raiva do Jimin por algum motivo que a gente ainda não sabe e por isso ele mata caras assim. – Falou e viu o outro concordando.

- Foi exatamente isso que eu pensei. Também tem o fato da segunda vitima ter sido morta no ginásio da escola que eles estudavam, então pode ter acontecido algo la que a gente não sabe, mas que pode estar ligado a essa raiva que o Jeon tem. – Explicou e logo o cenho do Legista se franziu.

- Esse detalhe eu não sabia. Como você sabe que eles estudaram no tal colégio católico la? – Perguntou e viu a pele de Hoseok avermelhando. A questão do Min trouxe à memória do investigador, a imagem do quadro de formatura e o dia que Jimin havia desmaiado e com isso seu peito se aqueceu só de lembrar da imagem pura e meiga do ruivo desacordado.

- Eles tem um quadro de formatura na sala. Foi assim que eu descobri toda essa historia do Jimin. O Taehyung me contou. – YoonGi ponderou alguns segundos sobre, mas como não viu nada de importante naquilo, prosseguiu.

- Enfim, tem outros detalhes. – Disse novamente encarando o moreno que lhe olhava ansioso por ouvir. – A sexta-feira que fomos no bar. – Hoseok indicou que lembrava e fez sinal que continuasse. – Naquele dia, depois que vocês foram embora, ao contrario do que sempre acontecia,  ele não quis que eu ficasse la com ele...

- E no sábado de manhã Jaesang foi achado morto. – Completou e viu um pequeno ar irritado no acobreado e assim se lembrou da raiva que o mais baixo tinha de interrupções.

- Exato! E o que aconteceu a mais nessa sexta-feira? – perguntou e novamente viu a tez do colega ganhando o tom escarlate.

- Eu e Jimin nos beijamos. – E novamente como se uma luz se acendesse na sua cabeça, falou entusiasmado – Cara! Na hora que a gente se beijou no bar ele entregou uma flor de papel branca pro Jimin falando que “desejava felicidades pro novo casal”  - Hoseok se irrompeu em riso e assim que se recuperou, continuou. – Nossa YoonGi, como eu fui burro! Eu achei que ele estava sendo simpático porque sempre me via com você la. Pelo jeito ele só tava debochando do Jimin. – Disse ja não vendo mais graça naquela situação toda e sentindo o peito apertar ao imaginar tudo o que havia se passado na cabeça do ruivo naquele momento e só aí entendeu porque mesmo com tudo parecendo tão bem, Jimin ainda sim quis ir embora.

- Você consegue perceber o quão doente esse cara é? Ele expõe o garoto daquela forma, estupra ele, acaba com o psicológico do menino e ainda se acha no direito de zombar? – Disse sentindo o estomago revirar e quase vomitou ao lembrar do garçom. – Das duas uma: Ou o Jimin revidou de uma forma tão grotesca quanto e a gente não sabe, e isso é algo que eu muito duvido. Ou ele é louco mesmo, totalmente fora da noção de realidade desse mundo. -  O Jung concordou com o aceno de cabeça.

- Ok, parece que tudo ta resolvido agora, mas ainda tem algo me incomodando... – YoonGi acenou para que prosseguisse e assim o fez. – Não faz sentido ele “só ser louco mesmo” Entende? Eu tenho a impressão de que tem algum fato que a gente não sabe que pode ser meio que o gatilho disso tudo.

- Também tenho essa impressão. Sei la, por ele expressar tanto ódio contra as vitimas, parece que realmente aconteceu algo a mais que faz ele ter raiva do Jimin. Mas cara, se o Taehyung não sabe de nada alem do que ele te contou, como a gente vai descobrir o que aconteceu? – Um sorriso malicioso nasceu nos lábios do investigador e imediatamente YoonGi percebeu o que se passara na cabeça dele.

- HunBee! – Disseram em uníssono.

- Acho que já não to mais tão irritado por ter ela no caso... – Disse o Min com um sorriso imenso no rosto e logo o cenho de Hoseok se franziu.

- Cara mas a gente ainda tem outro problema: Como vamos conseguir provas contra ele? Nós temos uma caralhada de indícios, mas nada prova concretamente que foi ele que fez essas merdas todas. – Disse arrancando a tranquilidade do legista.

- O Jeito é vigiar ele e esperar algum deslize... – Disse frustrado e vendo sua frustração refletida no mais novo, ouviu-o dizendo.

- E pelos deuses, que esse deslize venha logo!

 

~~

 

Enquanto YoonGi e Hoseok não voltavam, SeokJin se ocupou em por HunBee a par de todos os fatos ocorridos nos casos. Contou-lhe sobre Shindong e Jaesang, mostrou as fotos das cenas dos crimes, relatórios da pericia e laudos do IML e lhe explicou cada detalhe que sabiam. Era impossível para o rapaz não admirar com olhos brilhantes a força daquela mulher. Ela olhava detalhadamente cada uma das fotos com uma atenção digna de olhos de águia, vez ou outra fazia anotações em sua agenda e em momento algum demonstrou fraqueza olhando as imagens grotescas a sua frente e por um segundo, o mais novo achou que estava lidando com um robô pelo simples fato de não ver menção alguma a desconforto ou coisa parecida.

Já HunBee, não se sentia tão confortável com tudo que era posto a sua frente como realmente demonstrava. As duas primeiras mortes já lhe deixavam claro que se tratava de um assassino em serie mesmo que o protocolo não o classificasse assim pelo numero diminuto de crimes, mas a ação do assassino deixava bem evidente pra si que se tratava de um doente mental. Até a segunda morte, que não aparentava ter sido tão planejada como a primeira, ainda carregava fortes marcas de premeditação. As ações do criminoso em sua essência eram exatamente as mesmas. A forma como havia suspendido os corpos, cortado-os quase que como um mesmo ritual, as assinaturas, tudo deixava bem claro pra ela que se tratava de uma mente perturbada por um passado provavelmente terrível que ficara preso em uma sequencia ruim de memórias visivelmente perturbadoras, e aqueles crimes eram a forma que o criminoso havia achado de exteriorizar aquilo tudo e tal ciência acabava por perturba-la sempre, afinal, se cada pessoa que sofresse por algo, descontasse em terceiros, onde o mundo pararia?

Mas não era só isso que a incomodava. Foi inevitável para a psicóloga lembrar do próprio terror, não vivido na sua carne mas sim na carne do seu amado filho. Recordava do inferno que havia presenciado quase cinco anos atrás e só de pensar que aquele ser nojento com quem havia se casado estava prestes a ser livre novamente, sentia seu peito apertar ainda mais de medo. Quem olhasse de fora – como SeokJin fazia – via uma profissional competente e concentrada estudando um trabalho novo, mas por dentro ela só via aquela madrugada de sábado se repetindo. Hunbee só conseguia ouvir o barulho das correntes balançando no porão da sua casa, os gritos daquele garoto que amava como se ela mesma tivesse gerado e sua garganta doía como se ainda estivesse gritando enquanto esmurrava a porta pedindo pelo amor de tudo que fosse sagrado nessa vida que seu esposo parasse, que ele não matasse seu filho, que o garoto não tinha culpa de amar alguém que não devia e de amaldiçoar eternamente o maldito colega gordinho que havia aparecido horas mais cedo entregando aquele filme amaldiçoado.

Eram tantas coisas naquele caso que lhes lembrava do passado que chegou a pensar em desistir dele. Seria doloroso demais, sofrido demais ter que conviver com todos aqueles indícios e o seu lado maternal até já apontava para um suspeito. O tal gordinho do colégio.

Seu pensamento sobre ter algum deles envolvido veio justamente quando soube o local de morte de Jaesang. Ela sabia bem que memórias as paredes daquele ginásio do colégio central guardavam porque depois que seu inferno se findou, depois que seu esposo foi preso, ela mesma decidiu que se vingaria daquele colega de escola que havia provocado a quase morte do seu rebento. Já fazia quatro anos que havia descoberto toda a historia e já não via mais o filho como um completo inocente, como uma vitima perfeita de toda a situação.

Jungkook já estava em casa, conseguia cuidar do bar que ela havia lhe dado de presente, vivia uma vida relativamente normal e tranquila e quase não necessitava mais de remédios para se manter bem quando HunBee decidiu que precisava entender aquilo tudo. Precisava saber o que havia motivado o colega dele a entregar aquele DVD para o senhor Jeon e assim procurou a escola. Não foi difícil saber quem havia sido o tal garoto e ainda na instituição de ensino, já era tomada pela decepção que era saber que seu próprio filho havia praticado bulling com o colega. As fotos impressas que foram apreendidas pela direção da escola no dia que foram espalhadas entre os alunos lhe deixava bem claro que o corpo que estava sobre o menino gordo era de Jeon, mesmo que seu rosto não aparecesse, era mãe afinal, conhecia bem o seu enteado, havia visto-o crescer desde os três anos de idade e não duvidava em nada do que aparentava aquilo tudo.

Mas a situação piorou ainda mais quando finalmente conseguiu o endereço do menino e decidiu que faria uma visita a sua família e, munida do DVD e das fotos, seguiu até a grande casa que ficava há poucas quadras do colégio. Ao tocar a campainha, foi recebida por uma mulher aparentemente da sua mesma idade, o sorriso grande que escondia os olhos dela deixavam nítida a semelhança com o sorriso daquele garoto no vídeo e nem precisava ouvir para saber que aquela mulher era a mãe do tal gordinho.

HunBee pediu para falar com o garoto que havia descoberto se chamar Jimin e ouviu a senhora Park lhe informando que o mesmo estava na faculdade naquele momento e expressando toda a boa educação que uma família de alta classe deveria ter, convidou-a para entrar e assim o fez. Após estar confortavelmente acomodada, na medida do possível, ponderou sobre esperar Jimin ou sobre conversar com sua progenitora, e sentindo seu peito queimar sutilmente sobre a possibilidade de poder pagar na mesma moeda o que o menino havia feito com Jungkook. resolveu falar tudo o que tinha entalado na garganta para a mulher sorridente a sua frente mesmo.

Não foi espanto algum ver o sorriso sumir daquele rosto assim que pronunciou o nome do seu filho. A mulher mordeu ambos os lábios simultaneamente como se quisesse trancar suas palavras dentro da boca e antes que qualquer outro verbo fosse dito por elas, a anfitriã pediu um minuto e subiu a escadaria, voltando logo depois com uma caixa de madeira escura.

- Você é a mãe do menino Jeon, certo? – Disse a senhora Park sentando-se calmamente, ao lado de HunBee e alisando a superfície de madeira e ouviu uma confirmação muda. – Eu realmente não sei porque está me procurando, mas se não for pra se desculpar, por favor, apenas retire-se daqui e não fale mais nada.

Desculpar? Aquilo chegou parecer uma piada para a psicóloga mas mesmo assim a curiosidade quanto ao o que aquele artefato guardava, a fez ficar em silencio e logo viu a caixa sendo aberta. Um pilha enorme de fotos, cartas, um copo de isopor e uma flor seca que aparentava ser uma rosa eram guardados ali.

- Eu já tenho ciência a respeito do meu filho ter entregue ao seu esposo um vídeo relativamente... constrangedor – Disse em um pigarreio. – Mas já que você me procurou, quero mesmo que você saiba o outro lado da historia. – concluiu e retirou a pilha de imagens de dentro da caixa, entregando para Hunbee.

A cada fotografia que passava, mais difícil ficava conter as lagrimas. As imagens deixavam claro o quanto aquele corpo retratado ali havia sofrido. Uma quantidade infindável de hematomas, cortes, escoriações e varias outras lesões que nem saberia nominar, lençóis tingidos de sangue e o que lhe chamava a atenção é que o corpo estava limpo de outros resíduos e isso lhe fazia pensar que era uma espécie de hemorragia. Que o corpo havia sido agredido, limpo, mas continuava sangrando. Havia fotos de roupas também. Uma camiseta do uniforme escolar do colégio católico, completamente suja de terra e sangue, rasgada, e uma calça em condições ainda piores.

- Eu sei que pra você ter vindo me procurar, esse tipo de possibilidade nem chegava a passar pela sua cabeça, mas reconsidere sobre a inocência do seu filho. Não digo que o meu agiu certo porque eu realmente não aprovo o que ele fez e só quando vi o caso da prisão do seu esposo na televisão que realmente entendi a dimensão do erro de Jimin e não me orgulho em nada disso, me envergonho e muito inclusive, mas não veja a ação de Jimin como uma Ação propriamente dita. O que meu filho fez foi uma REAÇÃO a agressão e estupro que o SEU filho praticou contra ele.

Foi a primeira vez em mais de catorze anos convivendo com Jungkook que teve a impressão que não o conhecia, no entanto sabia que não seria a ultima.

Mas apesar de todas aquelas imagens agora postas a sua frente, ainda nas primeiras quatro horas do seu emprego novo, HunBee sabia que não podia se deixar levar pelas emoções. Os anos de experiência na profissão a lembravam que nem tudo era o que parecia e seria loucura da sua parte, prepotência até, achar que seu filho ou Jimin teriam algo a ver com aquilo tudo e ainda envolta naquele véu turvo que era o novo caso, ouviu SeokJin lhe lembrando que estava na hora de irem almoçar.

A psicóloga rumou a sua sala, pegou sua bolsa e dirigiu-se para a rua, onde havia deixado o carro do filho estacionado. Havia prometido almoçar em casa e juntamente a isso havia o fato de que também não sabia se o garoto precisaria do próprio veiculo no período da tarde e já pensava em como faria para voltar no turno vespertino, sentindo-se levemente irritada pela sua personalidade viciada em trabalho não ter lhe dado um dia extra de folga antes de assumir o cargo e com esse tempo, providenciar um veiculo próprio, já que o seu havia sido deixado no Japão para vender.

Assim que chegou em frente ao bar, deu de cara com um grande furgão estacionado na sua vaga e o logo da floricultura estampado ao lado a fez questionar se haveria alguma visita inesperada para a refeição e com isso se sentiu contente. Não havia tido tempo suficiente para conversar com o filho sobre amizades ou vínculos sociais dele e com isso uma felicidade gostosa lhe tomou. Não era comum Jungkook ter proximidade com muita gente, sempre foi de pouquíssimos – ou nenhum  - amigo, e em menos de 24h já era a segunda pessoa que imaginava ter contato com o rapaz e sentindo-se ansiosa sobre conhecer tal amigo, subiu a escadaria metálica, entrou no apartamento e deu de cara do Jeon sentado preguiçosamente no sofá da sala, assistindo televisão, sozinho.

O garoto lhe direcionou o olhar, brindou-a com um sorriso amistoso e de imediato disse que não esperava que ela viesse tão cedo. Hunbee retribuiu o sorriso, abandonando a bolsa no sofá e passando para o outro lado da bancada, já pensando no cardápio quando resolveu perguntar sobre o furgão.

- Bom, eu imaginei que você não fosse ter tempo de providenciar um carro pra você. Eu realmente preciso de um que seja um pouco maior que um carro popular por causa do bar. As vezes tenho que buscar bebidas nos fornecedores, carregar mesas e esse tipo de coisas, aí pensei “por que já não arrumo um carro grande de uma vez?” Aí vi o anuncio no jornal e comprei. Pode ficar com o carro pra você agora. – Disse simplista e a mulher concordou com um aceno de cabeça, sentindo o orgulho pela inteligência que seu filho tinha.

A psicóloga logo se pôs a atividade de cozinhar, vez ou outra olhava para a televisão que ainda estava ligada a sua frente e para seu filho com o semblante tranquilo, assistindo o noticiário do meio dia e foi com uma ponta de surpresa que uma determinada matéria chamou-lhe a atenção.

A tela exibia uma repórter trajada em um terno escuro, microfone com o logo da emissora em mãos, falando do meio de um campo coberto por capim alto tendo o que parecia uma casa abandonada ao fundo. Ouviu-a falando sobre um homicídio que parecia ser da mesma autoria de outros dois casos e assim soube que era uma matéria sobre o cadáver que havia sido encontrado esquartejado num abatedouro do interior. O Ultimo caso anexado no processo em que trabalhava. Deu uma breve pausa na atividade de cozinhar e munida de um pano de pratos, sentou-se no braço do sofá ao lado do filho.

- A carnificina dessa cidade não me impressiona mais. – Ouviu o garoto falando e com o controle em punho, pronto para trocar de canal e só não o fez devido ao seu  pedido mudo, expresso com um segurar sutil de braço.

- Mark? Jungkook, Olha ali! Aquele não é o cozinheiro? – Ela disse observando atentamente na tela enquanto a imagem mostrava um senhor sendo encaminhado a uma ambulância.

Já para Jungkook, só de ver sua terceira morte exposta daquele jeito na grande mídia, seu estomago revirava. Se arrependeu de ter deixado a curiosidade lhe corromper na frente da mãe e pensava que deveria ter trocado de canal assim que viu a repórter no meio do sitio que conhecia bem, mas mesmo assim não o fez e quando viu HunBee reconhecendo o seu amado amigo, seu sangue gelou ainda mais. Mil coisas se passaram pela sua cabeça sobre ela poder de alguma forma ligar sua amizade ao crime mas a única coisa que ouviu foi sua voz gentil lhe dizendo que o senhor deveria estar muito mal, provavelmente ainda hospitalizado, e pediu-o com o tom mais doce que ela tinha que o garoto fosse visitá-lo.

O Jeon não sabia precisar por quanto tempo ponderou sobre a proposta da senhora, mas no fim concluiu que era perca de tempo pensar. Ele teria que ir de qualquer forma. Jungkook sabia bem que sua mãe achava que eles eram muito próximos e realmente haviam sido no passado, mas na verdade nem se lembrava quando fora a ultima vez que havia conversado com o Senhor Mark. No entanto se ele negasse, ela estranharia com certeza então suspirando vencido, afirmou que iria naquela tarde mesmo até o hospital que a reportagem afirmava ter o homem como paciente e não pode deixar de apreciar o sorriso orgulhoso que HunBee lhe dirigiu dizendo para ele comer logo antes que esfriasse e assim que ela fosse voltar ao trabalho, ele iria à casa de saúde.

A refeição seguiu tranquila com Jungkook evitando falar do que haviam visto na televisão e HunBee evitando falar sobre o emprego novo. A única coisa que o filho sabia da profissão da mãe, era que ela havia se formado em psicologia no ano que conhecera seu pai, trabalhava em algo relacionado a isso, mas não tinha certeza exatamente sobre o que se consistiam suas atribuições e viu ali naquele começo de tarde, uma brecha para sanar a curiosidade.

Quando já estava na hora da psicóloga voltar ao trabalho, o Garoto afirmou que o furgão ainda estava sem combustível, e completou dizendo que não havia posto de combustível no caminho para o hospital, prontamente sugerindo que fossem ambos no carro que havia dado para a mãe, ele a deixaria no trabalho e logo depois rumaria acasa de saúde e no fim da tarde, voltava buscá-la. HunBee não ficou nada contente com a ideia do rebento, mas não havia muito o que fazer e por fim acabou cedendo, pensando no que responderia caso o filho lhe questionasse sobre seu local de trabalho e realmente não se impressionou quando viu a curiosidade cobrindo as palavras do mais novo.

- É serio que você ta trabalhando aqui na delegacia? – O Garoto questionava olhando o prédio, e vestindo sua tão bem treinada “Cara de Poker”, a senhora respondeu.

- Aham! Estou trabalhando na assistência psicológica dos detentos temporários antes de eles serem encaminhados para a penitenciaria. – Respondeu expressando indiferença na voz e observou pelo olhar do filho que sua historia havia sido engolida prontamente e passou a observar mais atentamente o garoto que por alguns segundos deixou seus olhos nublarem e ela sabia por aquele sinal, que ele não havia se lembrado de algo muito bom.

- Você lembra do YoonGi? Aquele rapaz que estava conversando comigo no bar ontem? – Viu um aceno de cabeça da mulher que simulou uma dificuldade em se recordar antes da confirmação completa. – Então, Ele é medico legista. Trabalha nessa delegacia. – Novamente suas habilidades de atuação entraram em cena quando HunBee expressou seu olhar surpreso. – Pode ser que vocês se esbarrem por aí. Ele que ta cuidando daquele caso que a gente viu na TV. – Outra vez o olhar do garoto nublou e aquilo fez ela desconfiar que havia algo errado entre seu filho e o tal legista.

- Acho difícil, meu anjo. Eu não tenho contato algum com o pessoal da investigadoria. – Concluiu fazendo um cafuné gostoso no cabelo do garoto e reparando um certo alivio no seu semblante, ainda antes do carinho físico. – Meu trabalho se remete a atender os bandidos la nos confins da cadeia publica. – Um sorriso amplo abriu no rosto do garoto e após um breve selo na bochecha do rapaz, HunBee desceu do carro e entrou na delegacia, enquanto o Jeon manobrava o carro e voltava as vias.

Para Jungkook, foi impossível não tremer por dentro quando viu o endereço que a mulher lhe havia dado como sendo o seu oficio. A possibilidade de ela – que sabia sua historia toda – estar trabalhando naquelas mortes, para si, era um atestado direto para a prisão. O Garçom sabia como ninguém o quão inteligente sua mãe era, astuta, perspicaz e sabia que ela estava um nível acima da sapiência dos “três patetas”, mas quando ela disse que trabalhava em assistência a saúde mental dos detentos da casa, seu peito se aquiesceu ao observar bem o semblante de HunBee e não encontrar indicio algum de mentira. O que lhe restava agora, era rezar para que ela e YoonGi não se aproximassem, sequer se vissem naqueles corredores e com tal pensamento, rumou ao hospital para visitar o seu amigo e até se sentia mal por tê-lo atingido de alguma forma, afinal, tinha ciência que o estado de choque no qual Mark se encontrava, era devido à imagem que ele presenciara no abatedouro.

“Nem todo mundo tem o dom necessário para saber apreciar uma verdadeira obra de arte, não é mesmo?”


Notas Finais


AS CARTAS FORAM POSTAS A MESA!
Menino Jeon, vc esta realmente enrascadinho AOSKAOSKAOSKOAKSA
Capitulo sem make love, pq como disse la encima, esse aqui é mais a titulo de esclarecimento do que de enaltecimento dos OTPs, mas relaxem que tem mais por aí o/
Cap 23 ja ta metade escrito, mas isso não significa que será postado assim que ficar pronto.
MAS PQ ASH SUA LOCA?
Seguinte: Terei 4 dias para escrever *joga confete*
Isso significa que sim, ha a possibilidade de BCR terminar de ser "parida" por mim até a segunda-feira (coisa que imagino em torno de 6 ou 7 capítulos) Mas manterei o ritmo de postagem inicial (2 caps por semana).
Eu sei que dói e acreditem, ta doendo mais em mim que em vcs esse termino e nunca haverão palavras suficientes para descrever tudo o que essa fanfic me trouxe de bom para a vida e espero mesmo carregar pra sempre todas as amizades que fiz através dela (JiHope Squad owns <3)
De qualquer forma, quero desde ja agradecer cada um de vcs. Caras, tem sido louco como tem gente querida vindo a mim e tenho realmente amado conhecer cada um de vcs, desde os leitores novos que passaram a comentar recentemente ate os que me acompanham desde "A Marca dos 7" e que me apoiam aqui tbm. Vcs são fantásticos, fodas mesmo!
Fora que PQP... 7.4k é MUITA COISA! vcs quase me enlouquecem assim <3
Enfim amores, provável que domingo eu poste o 23 e se tudo correr bem, 24 na quarta, 25 no sábado e assim sucessivamente. Preparem vossos corações pois pelo que eu vi nos comentários, vcs não estão nada certos sobre o desfecho de BCR <3
Não esqueçam do Make Love Off SS https://twitter.com/Ashmedhai
Tenham um ótimo feriadão e espero que todos vcs sobrevivam a esse comeback que vai ser destruidor de rabas *-*
KissKiss
~~Ashmedhai


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