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História Between Coffees and Roses - Rendimento


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


CONSEGUIIIIII
Como prometido / não prometido, cá estou eu nessa bela quarta-feira linda!
Eu não vou enrolar não, bora curtir as pira e talz o/
Até la embaixo
KissKiss
~~Ashmedhai

Capítulo 28 - Rendimento


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - Rendimento

Rendimento

 

Ao voltar da sua hora de almoço, HunBee e SeokJin encontraram um YoonGi sorridente girando na cadeira de Hoseok enquanto brincava de jogar dardos contra uma letra “J” carinhosamente pendurada na lousa branca do dono da sala. Ao perceber os dois colegas entrando e vendo a psicóloga encaminhando-se diretamente para a outra mesa do recinto, - a que ocupava desde o fim da manhã, horário ao que chegou na delegacia -, o Min chamou o mais velho indicando que o seguisse e dando a desculpa de que iriam buscar café na recepção e foram respondidos apenas um acenar afirmativo da senhora, com isso retiraram-se da sala encaminhando-se para o térreo do prédio.

- Jackson disse que vai passar aqui daqui a uma hora para conversarmos melhor pegar o endereço do bar. – Disse YoonGi em um sussurro para que apenas SeokJin o ouvisse.

- Eu ainda quero saber como ele fará para instalar câmeras na casa e no bar do Jungkook sem ele perceber. – Rebateu e viu o acobreado dando de ombros.

- Isso é problema dele. Parece que ele tem uma vã com decalques de uma operadora de TV a cabo e provavelmente usará isso como desculpa para adentrar a casa do Jeon. O que me preocupa é HunBee e a possibilidade de sermos descobertos... – Já um pouco mais apreensivo, esfregava uma mão a outra e logo ouviu um suspiro pesado de SeokJin.

- Você sabe que se formos pegos, seremos exonerados, ele pode ter a pena abrandada ou até ser inocentado e quem vai apodrecer na cadeia somos nós, não sabe? – Questionou estacando no meio do corredor e com isso YoonGi abaixou a cabeça, encarou seus pés e ponderou sobre tal decisão. – Não deveríamos fazer isso da forma correta, YoonGi? – Perguntou e viu o outro chutando o ar.

- Não tem como, Jin. Mais da metade do que sabemos e do que a gente juntou aos fatos dos crimes são baseados em relatos pessoais de gente que, por coincidência, é próxima a nós. Qualquer um de fora pode ver isso com um monte de suposições e nenhum Juiz vai aceitar liberar uma quebra de sigilo baseado nisso! – bufou frustrado e quando já se preparava para servir seu café na recepção, lembrou-se de um café em especial.

YoonGi abandonou o copo descartável sobre a bancada e caminhou lentamente até o lado de fora da delegacia. Avistou a fachada da cafeteria e viu através da vidraça uma cabeleira castanha caminhando pelo balcão do lado de dentro. Algo que não sabia explicar lhe aqueceu o peito e o fez lembrar do rapaz falante de sorriso quadrado e teve até a impressão que havia ouvido sua gargalhada grave e a saudade lhe tomou.

- Por que não vai visita-lo hoje, depois do expediente? – Escutou a voz de SeokJin e olhou em sua direção. Viu-o com o copo de café em mãos e o olhar perdido também em direção ao estabelecimento de Taehyung. – Sabe, as vezes a gente não tem tanto tempo assim pra ficar perdendo em meio a indecisões e auto-julgamento sobre o certo e o errado. – O Acobreado o encarou com as sobrancelhas juntas, confuso com o significado daquelas palavras e antes que questionasse, o moreno prosseguiu. – Provavelmente Taehyung ficara sozinho nos próximos dias, já que Jimin está fora. Se eu fosse você, me ofereceria para fazer-lhe companhia. – Disse dando de ombros e o Min bufou frustrado com aquilo.

- Eu não posso, Jin. Enquanto não prendermos o Jungkook, não tem como eu me afastar dele. Consequentemente, não é certo me reaproximar do Tae assim. Isso pode magoa-lo. – Rebateu com um tom triste na voz que só confirmou as suspeitas do mais velho sobre Hoseok não ser o único pelo menos minimamente apaixonado naquela delegacia.

- Você tem a opção de lhe deixar a par do mais importante a cerca do caso e lhe explicar sua relação com o filho da HunBee... – Falou em tom casual e viu o legista lhe encarando pensativo, como se avaliasse aquelas possibilidades. – Não se esqueça o que eu disse sobre desperdiçar um tempo que você não sabe se tem ou não em ponderamentos fúteis sobre certo e errado... – Concluiu deixando a ideia no ar ao apertar sutilmente seu ombro, já voltando para a sua sala.

YoonGi olhou novamente para a cafeteria e viu Taehyung arrumando um cartaz, ja do lado de fora da casa. Logo uma pessoa que passava pela via o cumprimentou, e o Min pode contemplar a beleza que o sorriso do mais novo guardava e um suspiro fugiu da sua garganta.

“Que mal há em uma simples visita de amigos, não é?”

 

~~

Naquela manhã, Jungkook foi acordado pelo som irritante do despertador da madrasta que tocava no quarto ao lado. Estranhou a demora do aparelho em ser desligado e isso o tirou da cama mesmo contra a vontade, o fazendo andar até tal cômodo e se espantou ao ver tal espaço vazio, a cama arrumada e nem sinal de bolsas e chaves da senhora. Aquilo não lhe cheirara bem, mas não era como se tivesse o que fazer a respeito, então apenas aproveitou que já havia saído da cama mesmo, para já começar seu dia. Voltou ao seu quarto, pegou roupas e foi ao seu banheiro tomar um banho e assim que concluiu sua higiene, rumou a cozinha com planos de tomar um belo e reforçado café da manhã, até que se lembrou de um lugar que vendia café. Lugar esse que lhe apetecia muito visitar e sondar alguma informação nova e pensando nisso se lembrou de que deveria ligar para Bambam o quanto antes e assim ignorou sua fome, desceu ao bar e rapidamente discou o numero do velho amigo.

“-Alo” – Jeon ouviu a voz sonolenta do outro lado e riu soprado do seu amigo sempre dorminhoco.

- Bom dia bela adormecida! Como está a mais linda princesa da Disney essa manhã? – falou debochado, sentindo seu humor melhorar rapidamente só por ter sido atendido. Isso lhe indicava que o rapaz já não estava mais preso – obviamente – então com certeza poderia lhe ajudar.

“- Bela adormecida?” – Questionou confuso e logo o falsário se lembrou da única pessoa que o chamava assim quando tinha o habito de dormir de bêbado escorado em um balcão de bar. – “Ora, Ora! Será que é meu amado Jeon Jungkook, meu garçom favorito que está me dando a honra da ligação? Sua peste! Senti sua falta!”

- Sentiu minha falta, mas saiu da cadeia e nem veio me visitar! – Repreendeu e ambos riram. – Mas conte-me! Como andam as coisas? O que tem feito? – E com isso, um falatório enorme se instalou.

Uma coisa que nunca fora segredo para ninguém era o quanto Jungkook sempre foi muito fechado, extremamente reservado e de pouca conversa. Isso acontecia porque sempre as pessoas gostavam de saber do passado das outras e o seu nunca lhe agradara, gostavam de perguntar e Jeon não era bom mentiroso e o fato era que ninguém francamente queria ouvir verdades. Historias reais eram monótonas ou tristes demais para se apreciar em um agradável happy hour e assim todo mundo mentia sobre passados fantásticos, experiências únicas e felicidades de todos os âmbitos, era o que o garçom pensava.

E talvez por isso tivesse um verdadeiro apresso pelo bandido. Bambam nunca se fez de rogado em contar todos os horrores que vivera na adolescência quando morava num reformatório, nunca escondeu os gostos, os medos e os traumas. Era transparente. E acima disso: Não perguntava. Jungkook adorava o quanto o magricelo falava pelos cotovelos e fazia até a pior das tragédias das suas memórias parecerem uma piada de comedia chanchada americana e mesmo quando fazia-se o silencio, Bambam mantinha-o. Não cortava-o com questionamentos ou curiosidades e foi por tudo isso que o Jeon apreciava-o.

Em meio àquele dialogo todo, o assassino soube que o motivo de não ter sido visitado pelo seu adorado cliente fora por ele ter arrumado um namorado na prisão. Quando foi preso, Bambam recebeu uma condena relativamente branda por seu crime ser “tranquilo”. Falsificação de dinheiro e documentos não era considerado grave. E la conheceu um cracker. Fez questão de mencionar o quanto era apaixonado pelo loiro que ganhava a vida derrubando sites de pornografia, roubando os arquivos e revendendo logo em seguida, alem de outras “gambiarras” como venda de planos de TV a cabo que só funcionavam por um dia, mas como recebia no ato da instalação, o problema acabava não sendo dele, apenas os lucros eram. E nisso de “instalar TV’s” Por um tempo instalava câmeras também e com isso havia conseguido montar o próprio site de pornografia amadora só com o que suas filmadoras instaladas escondidas capturavam e foi exatamente isso que o levou a prisão, há mais de três anos, mas estava livre haviam alguns meses.

Jungkook ouvia aquilo tudo fascinado. Imaginava quão excitante poderia ser a vida que aquele casal levava e já sonhava propor algo no sentido para Jimin quando fugissem. Talvez pudessem contrabandear bebidas ou vender drogas ou até serem assaltantes alá Bonnie & Clyde* e foi ao pensar no ruivo que se recordou o real motivo da ligação.

- Eu sei que é arriscado pra você, principalmente por ainda estar no Semi-aberto, mas se tu não conseguir, por favor me indica alguém, cara. Eu realmente to precisando desses documentos novos. – Disse de uma vez só, tentando não soar tão suplicante quanto realmente estava.

“- Eu posso conseguir, sim. Mas tem uma condição...” – O sangue do Jeon gelou ao ouvir aquilo e para não evidenciar seus temores na voz, indicou com um “hum” que o amigo prosseguisse – “Tu vai ter que me contar o que tu ta planejando pra ta querendo sumir do mapa assim tão de repente.” – Um pequeno alivio se instalou em Jungkook, afinal não precisaria mentir sobre aquilo para o falsário.

- Eu vou fugir da cidade com um cara aí. Ele tem uma historia complicada e tudo o mais, então vamos recomeçar em outro lugar e precisamos de identidades novas para não sermos descobertos. – Disse de uma vez só e ouviu um resmungar pensativo do outro lado.

“- Jeon Jungkook e seu amado contra o mundo..." - Disse por fim, sutilmente admirado. "- Eu faço sim. Mais tarde passo aí no bar pra pegar os dados e tudo o mais, a gente acerta um preço e ainda vou te dar um presentinho!” – Disse gargalhando e fazendo o garçom sorrir. – “Vocês vão precisar do presente pra fugir desse tal mundo, acredite em mim.”

E após atiçar bastante a curiosidade do rapaz sobre o que seria o tal presente, a ligação se findou. Jungkook apoiou as mãos sobre o balcão e suspirou imaginando as milhares de coisas que ele e Jimin poderiam fazer, a vida que poderiam levar ou onde poderiam morar e toda vez que sua cabeça lhe lembrava da possibilidade de ser rejeitado, afastava-a de imediato. Jimin não faria isso consigo, não podia fazer isso depois de tantos anos sofrendo um longe do outro. Demoraram tanto pra se reencontrar que agora teriam que ficar juntos e o contrario disso não era uma opção.

Ainda estava sutilmente sonhador quanto ao seu futuro próximo quando ergueu o olhar em direção a rua. O movimento naquela manhã estava calmo até, o semáforo não retinha muitos carros ao fechar e o fluxo de pessoas pelas calçadas era até baixo e foi em meio a isso que reparou algo que o deixou curioso.

O carro que dera para a madrasta estava estacionado do outro lado da rua, exatamente como havia deixado.

Tinha certeza que a mulher não estava em casa. Não havia achado o molho de chaves dela – que tinham todas as chaves da casa e do automóvel, exceto a do porão por razões obvias – o que indicava que ela demoraria para voltar. Pelo horário, a mulher deveria estar na delegacia, mas como foi até la se o carro ainda estava ali?

De qualquer forma, optou por acreditar que ela havia tomado um taxi ou pego carona com algum dos três patetas e resolveu deixar para sonda-la a noite, quando ela voltasse, e assim fechou o bar novamente e caminhou a passos lentos até o tal porão para verificar o que levaria consigo daquele mar subterrâneo cheio de pequenas lembranças daqueles últimos meses.

 

~~

- Tem certeza que esse é o nome do cara? Jeon Jungkook? – Questionou Jackson com o cenho franzido, fazendo SeokJin estranhar completamente a reação do bandido de cabelos loiros.

- Sim cara. Olha, o que eu preciso é que você instale as câmeras na entrada do bar dele, na entrada do apartamento no segundo andar e, se possível, no beco. Dentro do apartamento eu sei que não tem nada. – Disse Min YoonGi ignorando o pequeno desconforto que nascia no semblante do rapaz com que negociava.

- Ok. – Suspirou soltando o papel que tinha em mãos contendo o nome do garçom e seu endereço. – Mas quero que você esteja ciente que isso pode levar alguns dias. Não é como se eu tivesse todo o equipamento necessário assim, a pronta entrega. Fora que tenho que cuidar com o pessoal da inteligência e os tiras dos crimes cibernéticos. To no semi-aberto, velho, não posso dar mancada agora. – Disse com um ar pesado, mas mais pesado por saber quem era aquele dono do bar do que pela missão em si. No entanto não podia revelar nada.

Jackson, apesar de não se arrepender exatamente, sabia que o que havia feito no tempo do colégio era inesquecível, imperdoável, impossível de engolir, e saber que reencontraria o “namoradinho” do gorducho que havia estuprado, o cara que obrigou a assisti-lo enquanto violava seu amado, o fazia temer, principalmente pelas circunstancias atuais.

A situação não era-lhe nada favorável. Ao que tudo indicava, Jungkook havia se tornado um empresário, pelo pouco que se lembrava, Seu bar era bem frequentado nos fins de semana e o que ele mesmo havia se tornado? Um viciado em pornografia que usava isso como fonte de renda alem de ter como passatempo favorito, outros crimes virtuais que lhe renderam bons meses na cadeia. Pensou sobre o que poderia ter acontecido ao garçom e ao gordinho naqueles cinco anos e não pode deixar de cogitar a possibilidade de talvez ainda estarem juntos, de lhe reconhecer e pelo que sabia, se quisessem, ainda poderiam lhe denunciar. Pelas suas contas o seu estupro ainda não havia prescrito então poderia até ser que não desse em nada concreto por terem demorado muito para procurar a policia, mas com certeza sua progressão de regime regrediria e ele teria que voltar para a cadeia enquanto averiguassem aquela situação.

“Maldito seja o dia que resolvi comer tua bunda, Park Jimin!”

No entanto, Jackson sabia que devia uma para YoonGi. Se não fosse pelo legista, que na época em que foi preso, estava alocado na penitenciaria apenas cobrindo as férias de outro medico, ele estaria morto, seu namorado estaria morto e ele não teria sequer conhecido e se apaixonado pelo falsário magrinho que lhe ganhara de primeira, quando ainda queimavam de febre e cuspiam sangue dos pulmões graças a epidemia de tuberculose que tinha tomado a instituição. Jackson sabia que se o medico titular do cargo estivesse la, teria deixado todos os detentos minguarem e morrerem, mas isso não ocorreu simplesmente porque quem estava cuidando da saúde dos internos era um legista branquelo de cabelo acobreado e de mal humor irrevogável, mas que fazia amizade fácil demais por conta do humor acido, tão comum dentro das celas das cadeias.

Lhe devia a vida, e se tinha uma qualidade que o loiro gostava de ostentar, era “ser um homem grato e de palavra”.

- Você tem o tempo que achar que precisa. Eu só necessito muito vigiar esse rapaz de perto o Maximo de tempo possível e to confiando em você pra isso. –Ditou o Min, já estendendo a mão para selar o trato e vê-lo deixando a delegacia.

Quando Jackson entrou no carro, viu o namorado falando ao celular com um tom serio. Percebeu que ele tratava de negócios com um subordinado e ouviu-o falando algo sobre urgência em providenciar documentos novos para alguém e uma pistola nove milímetros para dar de presente.

- Esse seu amiguinho deve ser muito importante para receber uma arma dessa como gracejo. – Disse o loiro de forma nitidamente ciumenta e debochada. Logo teve o queixo segurado com força, recebendo um beijo firme em seguida.

- Ele é um cara que conheço há muito tempo, coisa de três ou quatro anos. Antes de ser preso era no bar dele que eu afogava minhas magoas. – Ouviu um “sei” e logo tratou de continuar. – Mas sabe... agora eu tenho você, então não preciso mais afogar nada. – Ainda levemente incrédulo da explicação do namorado, Jackson questionou.

- E o que um cara que você não vê ha tanto tempo pode estar querendo com uma arma agora? Bambam, tu não mente pra mim que você sabe que eu não hesitaria em partir tua cara ao meio! – Falou raivoso e viu um revirar de olhos no magrinho.

- Ele nem sabe da arma! E você engole seu ciúme que o cara ta fugindo da cidade com o namorado dele! Foi por isso que ele me procurou. Agora para de fogo nesse cu e vamos pra casa que eu ainda tenho que verificar o pessoal do cartão de credito pra emitir um no nome novo do meu amigo. – E mais do que imediatamente, o Loiro deu partida e arrancou fazendo os pneus cantarem contra o asfalto.

 

~~

 

Apesar de tentar não pensar sobre, por fim YoonGi concordou com SeokJin sobre haver algo estranho no comportamento de Jackson. Foi inevitável para ambos notar o nervosismo do criminoso ao ver o nome de Jungkook no papel e o legista se perguntou por diversas vezes se, por um acaso do destino, o loiro o conhecesse, mas afastou a ideia pois pelo que sabia, não fazia muito tempo que ele havia deixado a prisão, havia ficado muito tempo preso, e não conseguia imaginar o loiro tendo uma adolescência tão certinha e regrada como o Jeon tivera. Com tais ponderamentos se tocou de que de fato não sabia nada da vida pretérita do cracker à prisão, e tampouco se era verdade sobre o garçom ter tido uma pré-juventude dentro do normal, mas como já era fim de expediente, estava cansado do trabalho e sem Hoseok ali, ele e Jin estavam sobrecarregados quanto a analises e relatórios, decidiu por abandonar suas ideias e ir para casa.

Como sempre fazia, entrou no carro, dirigiu com calma até o condomínio, entrou em seu apartamento, tomou seu banho e já pensava sobre o que jantar quando se lembrou do que o colega investigador havia lhe dito naquele dia.

“Sabe, as vezes a gente não tem tanto tempo assim pra ficar perdendo em meio a indecisões e auto-julgamento sobre o certo e o errado.”

Pensou que talvez o mais velho pudesse estar certo. Talvez o destino não lhe desse tempo de resolver aquele caso antes de por outra pessoa na vida de Taehyung e a ideia de imaginar o castanho nos braços de outro cara lhe incomodou um bocado. Não que fosse do tipo possessivo ou ciumento ou que se sentisse no direito de exigir algo do mais novo, mas a sensação que tinha era de que conhecia muito pouco dele comparado a tudo que queria conhecer. Sabia muito pouco do Kim perto do que queria saber de fato, do que queria desvendar dele e apreciar porque se tinha algo que pensava sobre o garoto, era sobre o quanto era surpreendente e encantador.

Riu soprado de si mesmo ao pensar a respeito de como havia lhe ganhado fácil, lhe atiçado a curiosidade, mesmo não fazendo nada demais, mesmo só o levando em um passeio bobo por um parque abandonado ou lhe contando o passado seu e de seu amigo num porto sem graça que tinha o céu como único atrativo.

Amaldiçoou-se por ter permitido que o Kim lhe invadisse na simplicidade pois sabia que era isso que amarrava alguém. Se apaixonar pelo extraordinário era fácil, atiçava paixão e emergia tesão do nada, mas o problema era justamente porque Taehyung não era assim. Taehyung lhe cativara nas coisas bobas do cotidiano como uma risada exagerada ou uma conversa franca e YoonGi sabia perfeitamente que eram essas coisas bobas que não enjoavam nunca, que ganhavam mais brilho a cada vez que se repetiam e tais constatações o fazia temer pois sabia o rumo que tais situações levavam. Aquelas situações eram as que criavam relacionamentos firmes e duradouros, aqueles que fadavam as pessoas a envelhecerem juntas e o Min tinha para si como regra de vida não viver aquilo. Não queria um relacionamento serio e duradouro, não queria ninguém ocupando seu espaço com o passar do tempo ou uma companhia até o fim da vida.

Outro questionamento sobre o que estava acontecendo consigo emergiu na mente do legista que xingou a si mesmo enquanto repetia como um mantra que não, não teria um relacionamento serio, não se apaixonaria por ninguém nunca. Era sexo. Apenas sexo que seu corpo pediria do Kim e não lhe daria nada mais que isso. Mas se era só sexo, então por que o simples sorriso quadrado dele lhe arrancava suspiros e fazia seu estomago revirar mais do que revirara na sua primeira vez em uma montanha russa? Se era só sexo, por que só o tom grave da voz do outro já lhe acalmava?

Cansado de tentar achar sozinho respostas para aquele monte de perguntas, decidiu por seguir o conselho do amigo. Vendo já ser quase 21 horas, vestiu-se com um casaco grosso e rumou imediatamente ate a cafeteria. Em sua mente já pensava em arrastar o castanho escada acima em sua casa, foder-lhe até não ter mais forças e depois lhe encarar com a mesma sensação que sempre tinha após uma transa. A sensação de que era só aquilo, de que seu corpo, depois de satisfeito, não precisava de mais nada. A sensação de que seu peito continuava congelado como sempre fora e nada conseguiria mudar tal temperatura.

E todas aquelas ideias sobre o que fazer ruíram e foram ao chão assim que passou pela porta de vidro do local. Taehyung estava com os cotovelos apoiados no balcão, o queixo apoiado em ambas as palmas, fazendo suas bochechas se comprimirem mais que o normal, lhe projetando um bico na boca e a fofura de tal imagem fez mais uma vez YoonGi se odiar. Um sinal vermelho se acendeu em sua cabeça lhe dizendo que estava apreciando algo que não aquecia unicamente as suas calças e isso lhe deixava desconfortável, mas havia ido a cafeteria com um propósito. O de transar com o Kim e depois não sentir nada. Sabia que já estava começando errado ao suspirar vendo o moreno daquele jeito, mas não tinha como voltar atrás, principalmente depois de ser flagrado parado no meio do salão da cafeteria, encarando o proprietário.

- YoonGi?! – Disse o mais novo assim que parou os olhos nele, surpreso ao encontra-lo já em tão tardia hora. – Não esperava que viesse hoje. – Concluiu já endireitando a postura e escancarando seu sorriso geométrico que de imediato arrancou um suspiro do legista que tentando disfarçar seu constrangimento em ser notado, mesmo sabendo que era obvio que aconteceria, sorriu amarelo e acenou com a cabeça, indo em direção a mesa de sempre.

Logo que sentou-se e acomodou-se, o moreno saiu de trás do balcão com o bloco de pedidos em mãos, caminhou até ele em passos medidos. O semblante do Min lhe soava confuso, como se estivesse preocupado com algo e, tentando lhe deixar mais confortável, preferiu não trata-lo exclusivamente como cliente. Não havia porque ser estritamente profissional ali, já que a cafeteria estava completamente vazia exceto por eles dois e assim, sentou-se de frente ao acobreado que mantinha os olhos baixos, segurou sua mão sobre a mesa e assim que foi encarado, apertou-a mais firmemente entre os dígitos.

- Ta tudo bem? – Questionou olhando-o nos olhos e percebeu quando o mais velho tentou fugir de tal contato.

Aquilo lhe soou como um tiro no meio peito. A vontade de YoonGi foi de empurrar Taehyung pra longe, manda-lo se afastar, xingar-lhe de tantos nomes que nem conseguiria contar pelo simples fato de que o moreno o desestruturava de uma forma que não era acostumado. Quem havia dado permissão a Taehyung de lhe encarar tão profundamente? De lhe dragar a alma com um olhar? De lhe ler tão bem como se o conhecesse ha eras? Quem foi que deixou aquele garoto ser assim, tão apaixonante dentro daquela simplicidade imensa, comparável a ridícula conta de 1+1? E a resposta era tão simples quanto aquele cálculo.

Seu peito queria. Era por isso que o Kim conseguia lhe causar todas aquelas sensações. Seu peito se rendera e pedia para aquele simplório “1+1” Virar “2” de uma vez. Eles dois e mais ninguém. Somente YoonGi e Taehyung, sem Jungkook para lhe prender, sem Jimin para atrapalhar, sem Hoseok e SeokJin para lhe zombar. Única e exclusivamente como estavam naquela cafeteria, Apenas ele e o Kim. Era isso que seu peito pedia, era isso que seu coração queria e ansiava e ao sentir o toque gelado dos dedos do rapaz sobre sua bochecha, pedindo novamente o contato visual por si quebrado e ali, teve certeza que estava perdido. Estava fodido e não tinha volta. Maldito seja aquele caso que o obrigou a trocar de horário e conhecer aquele rapaz, maldito seja Jimin por ter beijado aquela bochecha, agora corada, e lhe despertado a curiosidade quanto ao garoto, malditas fossem cada uma daquelas doses de álcool que o embriagou e o fez beija-lo no bar, maldito passeio no parque, maldita madrugada dentro do seu corpo, maldito fosse ele mesmo por ter descumprido sua auto-promessa de nunca acreditar em sentimentos. Maldito fosse Kim Taehyung por existir e lhe desmoronar, lhe fazer ruir, lhe por de joelhos, mesmo sem fazer nada alem de sorrir. Maldito sorriso esse também! Que sempre o hipnotizava e o fazia achar um retângulo, a forma geométrica mais adorável do universo todo. E mais uma vez a palavra “Maldição” lhe veio a mente quando aquela palma que estava em seu rosto, lhe puxou. YoonGi mal teve tempo de reagir quando sentiu os lábios do castanho contra os seus e antes que sua mente voltasse a xingar um mundo e meio, resolver jogar tudo pro ar. Já que estava fodido, que mal havia em se enterrar um pouco mais?

E com isso se rendeu de vez. Ainda sem quebrar o beijo, YoonGi se levantou, ainda curvado sobre a mesa, levou sua mão até a nuca do Kim para evitar quebrar tal contato e ele fez o mesmo. Os olhos fechados se faziam desnecessários já que parecia conhecer aquela pele tão bem, aquela face tão perfeitamente desenhada. Não precisava ver para saber quão belo era, quão único ficava ao enrubescer como estava exatamente agora e também não precisava do sentido da visão para saber disso.

O que era uma simples junção de lábios, logo ganhou movimentos. As línguas se tocavam, os estalos eram ouvidos por ambos e toda a movimentação das duas bocas pareciam uma dança tão perfeitamente executada e sincronizada que lhes lembravam o Ballet de Bolshoi**. A diferença era que não precisavam de ensaios, não lhes era permitido só assistir. O frio na barriga era real e neles, vivido em seus próprios âmagos e não nos de dançarinos sobre um palco. Eles eram os dançarinos ali e sabiam que trapézio nenhum no mundo lhes reviraria tanto as entranhas como a sensação de ter o contato um do outro.

Mas não durou muito. Logo o mais novo findou o beijo, ofegante e surpreso por ter sido tão pronta e ardentemente correspondido e ali, Taehyung decidiu que não precisava curtir a liberdade da ausência do amigo sozinho. Deixou mais um selinho nos lábios do acobreado e pediu se tinha planos para aquela noite e enrubesceu profundamente com o sorriso ladino estampado na cara do legista. Ponderou sobre aceitar ou não tal proposta muda, sobre leva-lo para casa ou só marcar de saírem outro dia, e por fim, escolheu o que seu peito queria também. Min YoonGi perto de si, pelo menos enquanto pudesse apreciar, porque sim, tinha a impressão de que não seria muito, tinha a impressão de que havia algo errado com o policial desde o dia que foram conversar no terraço do prédio do porto e não o viu tentando nada. Desde aquele dia em que estava brigado com o ruivo e pediu socorro para YoonGi, sentia-o distante, diferente, como se o evitasse e se naquela noite o mais velho havia mudado de ideia, aproveitaria a oportunidade, pelo menos para conhecê-lo um pouco mais, aprecia-lo um pouco mais, tê-lo dentro de si, nem que fosse uma ultima vez, e assim apressou-se em fechar a cafeteria e lhe sugerir inocentemente que assistissem um filme, sob pretexto de estar sozinho e não gostar disso.

Mais uma vez o legista chamou o outro de “maldito” mentalmente. Maldito mentiroso dissimulado que lhe beijara e agora fingia não querer nada alem de companhia para um filme. Deliciosamente maldito fosse Taehyung, lhe enlaçando os dedos e puxando para dentro de casa, praticamente lhe arremessando no sofá enquanto sumia pelas escadarias alegando ir pegar um cobertor. Maldito fosse o olhar matreiro que o castanho trazia na face enquanto andava de volta até si e maldita fosse sua sede de tomar-lhe nos braços e fazer-lhe seu só por conta da forma como lhe olhava. Mais maldito ainda fosse seu estomago que roncara alto, fazendo o Kim notar sua fome e se afastar de si, maldito fosse o entregador de pizzas que chegara justamente quando o mais novo começara a se soltar mais e lhe acariciar o abdômen sob a camisa e acima de tudo, maldito fosse o calor que lhe tomara quando o moreno se sentou sobre seu colo, entrelaçou suas pernas em suas costas e lhe atacou com uma fome de quem não comia a dias, mordiscando-lhe, lambendo-lhe, beijando-lhe e fazendo-o se arrepiar em cada milímetro do corpo, mesmo ainda estando completamente vestido.

Amaldiçoado fosse Kim Taehyung com aquele ar nada inocente, mordendo o lábio inferior enquanto fazia as camisas de ambos os corpos, voarem pela sala, desgraçado fosse aquele pirralho de mãos habilidosas lhe desabotoando as calças e arrancando do corpo com uma agilidade digna de um atleta. Maldito filho da puta era o moreno, que em meio a toda a obscenidade e pornografia  presente naquele constante chocar de corpos, fazia seu coração se esquentar, seu peito se agitar como nenhum outro filho da puta havia feito e quando por fim preencheu-o com seu liquido, não sem antes ter visto seu abdomen sendo sujo com o orgasmo do outro, YoonGi direcionou aquele monte de “maldito seja”, “amaldiçoado fosse” e “filho de uma puta” para si mesmo porque havia fracassado.

Havia falhado miseravelmente, errado grotescamente na sua missão de “Foder-lhe até não poder mais e depois não ver nada alem de sexo”. Se sentia fraco, idiota, um perfeito babaca porque não foi só sexo. Olhar Taehyung desabado naquele sofá, totalmente suado, ofegante, corado e marcado em cada centímetro do corpo, não o fez sentir seu peito congelado como sempre fora. Muito pelo contrario, o sentiu queimando, vivo, eufórico como nunca esteve e apesar do clima erótico presente naquele cômodo, sua vontade não foi de voltar a transar com o Kim, não foi possuir seu corpo em um segundo Round. Sua vontade foi de toma-lo nos braços, beija-lo ternamente, demonstrar-lhe que o apreciava, que gostava de si e da sua companhia, lhe dizer que seu sorriso, mesmo avistado do outro lado da rua, iluminava o seu dia e a vontade de não sair mais de perto daquele garoto era quase maior que si.

E como se percebesse os pensamentos do outro, Taehyung se levantou, pegou a coberta abandonada no chão, passou pelos ombros de YoonGi e puxou-o para si, enrolando o tecido grosso contra ambos os corpos quentes e nus, criando ali uma espécie de casulo, onde finalmente poderiam descansar, esquecer tudo que havia fora daquela sala, esquecer o que quer que fosse que atormentava o acobreado quando ele chegou, para poderem apenas um curtir o carinho do outro, o enlace do outro, o calor presente em ambos, muito alem do sexual.

Ao se ver enrolado naquele cobertor, enlaçado nos braços do Kim, YoonGi percebeu que não tinha mais volta, não tinha mais escolha. Aquele “desgraçado filho da puta amaldiçoado do Kim Taehyung” havia realmente lhe laçado e fugir agora não era uma opção plausível, não depois de sentir toda a geleira do seu peito derreter e sumir. O que faria quanto a Jeon Jungkook depois daquilo, já não era algo que o preocuparia. Ele tinha o Kim em seus braços ali e se preciso fosse abrir mão do caso para poder ficar com o garoto, abriria. O que queria agora era acima de tudo se livrar de qualquer coisa que lhe lembrasse do garçom, para poder estar perto do dono da cafeteria de uma vez por todas. E ainda dentro do amplexo do mais novo, pensou sobre como faria para lhe contar sobre o Jeon, pois se realmente fosse ser “O idiota apaixonado da vez”, queria fazer o certo desde o começo.

“Agora, me resta saber se você também está disposto a engolir os meus erros recentes pra ficarmos juntos...”  


Notas Finais


Pra quem não sabe, aqui tem um resuminho sobre quem foram "Bonnie e Clyde"
http://jornalggn.com.br/noticia/a-historia-de-bonnie-e-clyde
Parece-me que ha um filme contando a historia deles. Eles são muito conhecidos como um casal criminoso, simbolo da junção de amor e vilania.
Ballet de Bolshoi é uma companhia de ballet que ja foi nominada inumeras vezes como a melhor do mundo e que tem em seu cast os artistas mais habilidosos do meio.
Só achei o link em ingles, sorry gente
https://en.wikipedia.org/wiki/Bolshoi_Ballet

Agora: Vamos ao cap o/

AI MEU CORAÇÃO TAEGI HARD SHIPPER!!
Mas calma as ppk ae que ainda tem essa questão alii
Sera que nosso TaeTae vai ser tão compreensivo qnto o YoonGi foi quanto a sua "traição"?
Não sabemos o/
Mas logo saberemos!
E esse Jackson todo bandido namorando o falsário amigo do nosso JK?
Preparem-se pra altas treta e talz o/
Então gente, próximo cap pretendo postar sábado, mas novamente não garanto. Ele ja esta iniciado e a principio será Full JiHope, mas não tenho certeza sobre isso.
Mais uma vez quero agradecer o carinho e amor de vocês!
Gente, serio, tenho vontade de chorar quando vejo vcs me apoiando, interagindo comigo aqui e no twt, elogiando ou só dizendo que leu mesmo. FICO SHOROSA FORTE.
Eu sei que ando negligente, que não dou a atenção que vcs merecem e isso só me faz amar vcs ainda mais pq mesmo eu sendo esse pau no cu ambulante, vcs ainda me amam e demonstram apresso por mim e pela fic!
SERIO CARAS, VCS SÃO DEMAIS!!!!
Vamo deixar o sentimentalismo de lado antes que eu chore mais ainda e não se esqueçam de seguir a tia Ash no TWT.
Saibam que sou aberta a perguntas e responderei tudo com o maximo de carinho que tenho em mim sempre!
DM tbm ta aberta pra perguntas caso queiram saber algo que pode spoilar pra outros leitores e não quiserem isso.
https://twitter.com/Ashmedhai
Enfim amores, por hoje é isso mesmo e mais uma vez muito obrigada e mil perdões pelos vacilos
Tia Ash ama vcs o/
KissKiss
~~Ashmedhai


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