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História Between Coffees and Roses - O Trauma


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


OiOi gentennn
Peço que deem uma olhada na atualização da fic e as Shippers e biaseds que não me matem!
Mais uma vez quero lembrar que a parte em Italico é relativamente forte, MAS de suma importancia pra historia toda. Boa parte do enredo esta preso a essa parte em especifico então plz, façam um esforcinho e leiam, é meio que um flashback.
mimimis a parte, bora pro cap o/
Vejo vcs nas notas finais ;*

Capítulo 3 - O Trauma


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - O Trauma

Uma Parte do Trauma

Entediado, Taehyung olhou para o relógio constatando que ainda eram 17h. Bufou ao perceber que teria que manter a cafeteria aberta mais quatro horas, no entanto não passava ninguém pela porta desde as 15h, quando o ultimo cliente que havia atendido, saiu. Resolveu chamar Jimin para lhe fazer companhia, talvez jogassem cartas atrás do balcão, até dar o horário para fechar e com esse pensamento adentrou a casa e encontrou-a em completo breu. Subiu rapidamente até o quarto do mais velho e não o encontrou la, sabendo assim que o mesmo ainda se encontrava no seu jardim particular.

Quando chegou a porta da estufa, seu coração se apertou ao ouvir as fungadas do ruivo já sabendo que o amigo chorava. Sem interrompe-lo, foi até o trabalho novamente, trancou a porta e virou a placa que ficava pendurada nela, deixando a palavra “closed” exposta para o lado de fora e novamente caminhou até onde Jimin se encontrava. Sem dizer uma palavra sequer, Taehyung se aproximou e abraçou o ruivo pelas costas, envolvendo a cintura dele e apoiou o queixo no seu ombro.

- Vem Jiminie, vamos entrar. Daqui a pouco vai escurecer e vai ficar frio aqui fora. Eu te faço um chocolate quente.

Sem responder nada, Jimin se soltou do abraço delicadamente e segurou a mão de Taehyung, puxando-o para dentro de casa. Ao entrarem, o moreno foi direto para a cozinha fazer a bebida de ambos e preparou uma bacia de pipocas também, enquanto o mais velho foi ao quarto e pegou um cobertor, ligou a televisão e procurou um filme para se distrair. Assim que Tae voltou ao cômodo, se sentou no canto do sofá e Jimin se sentou entre suas pernas apoiando a cabeça no peito do outro, puxou a coberta para cobri-los e colocou a bacia de pipoca no colo. Percebendo que o amigo não queria falar nada naquele momento, o mais Novo se limitou a afagar-lhe os cabelos enquanto olhava desinteressadamente para a tela brilhante a frente deles.

Depois de mais de uma hora ali, Jimin levantou-se de sobressalto questionando sobre a cafeteria e Taehyung lhe disse que faziam mais de duas horas que não entrava ninguém la e completou dizendo que achava que os clientes ainda não deveriam ter retornado a cidade das viagens do feriado. O Mais novo puxou o outro pela barra da blusa o fazendo voltar a posição inicial dizendo que depois que o filme terminasse ele iria desligar as maquinas para poderem dormir e Jimin assentiu e deitou-se novamente.

Taehyung estava tão concentrado na televisão que não percebeu em que momento o mais velho havia adormecido, no entanto conhecia-o bem o suficiente para saber como funcionava o seu sono. Ficou quieto e voltou a afagar os cabelos vermelhos e viu-o se agitar. Mais um pesadelo acontecia naquela amada cabecinha traumatizada.

~~

“-Vem Jimin-ah! Você não confia em mim?”

Era obvio que confiava. Jimin amava aquele garoto desde o primeiro dia que o havia visto. Seu receio não vinha da desconfiança. Vinha do medo de estar sonhando, de não ser real.

“-Que lugar é esse?” – Perguntou olhando o belo jardim de inverno que havia a sua volta. Um cenário digno de contos de fadas.

Havia uma fonte desativada, provavelmente por conta do frio intenso que havia feito a água congelar na tubulação. As arvores todas estavam branquinhas de neve e o chão era revestido com uma grossa camada da mesma cor. Era o sábado mais bonito que se lembrava de ter vivido.

“-Aqui é só um parque pra maioria das pessoas, mas pra mim é um lugar especial! Eu venho aqui sempre que quero pensar em coisas boas, sabe. Nunca trouxe ninguém aqui comigo por isso.”

Foi impossível não se sentir especial também de alguma forma. Era a primeira vez que percebia um ato de carinho tão profundo partindo daquele garoto de olhos negros e Jimin só queria que fosse verdade o que começava a suspeitar. Que a sensação de ter os sentimentos correspondidos não fosse mera ilusão do seu coração apaixonado.

Entrelaçando os dedos nos seus, O garoto puxou Jimin até uma lanchonete no meio do parque e lá, pediu dois cafés expressos puros, o mais quente possível. Disse que precisariam se manter aquecidos naquele fim de tarde e mais uma vez o garoto gordinho de óculos sorriu timidamente pensando no quão bom era ter o menino que amava por perto. Aquela cena era algo que com certeza guardaria. Ele e seu amado tomando café juntos. Sentia que nunca mais desvincularia a imagem da bebida ao garoto que lhe arrancava suspiros com tanta facilidade.

Após saírem, andaram por todo o local. Sorrindo um para o outro e Jimin se sentia ainda mais perdido nos próprios batimentos acelerados a cada olhar que trocava com aquele menino.

Quando começou a nevar um pouco mais forte, o Rapaz de sorriso infantil puxou Jimin para dentro da casa de maquinas do parque para se protegerem da nevasca que aparentava se formar do lado de fora.

Ambos se sentaram no chão, tremendo de frio, e a tremedeira de Jimin só se intensificou ainda mais quando sentiu os braços do amado em torno de si. Ele não sabia como reagir e naquele momento um pensamento até cruel passou pela própria cabeça.

“Por que ele está agindo assim comigo? Por que justo comigo? Ele pode ter o garoto ou a garota que ele quiser! É lindo, inteligente, divertido... Magro... Por que está se aproximando de um gordinho de óculos tão sem graça, como eu?” Mas seus pensamentos foram afastados por um sussurro que julgou perto demais do seu ouvido.

“-Jimin-ah, no que você pensa tanto?”

“-N-n-nada demais...” – Gaguejou ao tentar disfarçar o nervosismo. Pigarreou e continuou. “-Só estava pensando em como é bom ter você como amigo, sabe? Eu me sentia muito sozinho desde que o Tae começou a namorar e você tem me ajudado bastante com isso. Não gosto de me sentir só.” – Concluiu e mais uma vez sentiu seu corpo todo paralisar quando o outro garoto se aproximou ainda mais, quase deitando sobre si.

“Você gosta da minha amizade?” – Perguntou novamente sussurrando perto demais dele e sem conseguir pronunciar uma única palavra, Jimin acenou com a cabeça para cima e para baixo, freneticamente, de forma afirmativa. – “E da companhia?” – Mais uma vez o garoto gordinho repetiu seu ato. – “Só disso?”

Jimin não entendia muito bem o que o outro garoto estava insinuando e ficou de frente para ele para poder ver melhor seu rosto e tentar entender o significado daquelas palavras. Percebeu o outro se aproximando, chegando muito perto, tão perto que as respirações de ambos, entrecortadas e falhas, se chocavam com a tez do rosto de cada um, transformando as duas respirações em uma só. O menino gordinho ficou hipnotizado com o olhar que seu amado lançava sobre si de tal forma que nem percebeu quando as testas se encontraram e logo em seguida toda a linha do nariz. Apenas alguns milímetros separavam as bocas de ambos e antes que os lábios se chocassem no tão sonhado Beijo, o menino lhe freou brevemente.

“-Não importa o que aconteça daqui pra frente, só quero que prometa que você me perdoara se acontecer algo que não está nos seus sonhos. Você promete?” – Jimin ficou confuso ao ouvir aquilo, mas percebeu que o moreno aguardava uma resposta e, naquela época, achava que aquele menino que agora estava deitado sobre seu corpo jamais seria capaz de machuca-lo. “-Promete que se eu te magoar um dia, você vai me perdoar, não importa o que?” – Questionou mais uma vez.

“-Eu prometo! Eu sei que você não vai fazer isso.” Disse por fim com um sorriso confiante e teve a impressão de que o sorriso do menino diminuiu por um instante, mas logo voltou ao todo seu resplendor costumeiro e naquele momento sim, seu lábios criaram o ósculo. Aquele beijo que Jimin Havia sonhado por meses. Aqueles toques que, por mais que o deixassem com medo e nervoso, o faziam ansiar por mais. Enquanto sentia o corpo esquentar, o tesão e o desejo aumentar, Jimin até ouviu uns estalos estranhos. Pareciam barulhos de flashs de maquinas, mas ao questionar sobre aquilo foi imediatamente calado com um beijo e respondido com um “É só o barulho dos motores! Relaxa, não tem mais ninguém aqui.”
Foi a primeira vez naquela semana que negou aos próprios instintos e isso foi o começo de um total de 5 dias de chacota. Cinco dias no inferno.

Se pudesse voltar no tempo, com certeza esse era um erro que não cometeria. Se pudesse voltar no tempo, não transaria na casa de maquinas do parque com o garoto que seu coração guardava pelo simples fato de que não estavam só eles ali e as consequências daquilo lhe marcariam para sempre.

~~

Os múrmuros ficaram mais altos e Taehyung percebeu que logo Jimin começaria a se debater. De tanto presenciar aqueles pesadelos, o moreno já sabia até com qual parte do trauma ele estava sonhando e sentiu seu coração apertar ao lembrar tudo o que o amigo havia sofrido no passado e que ele tinha visto tão de perto, de mãos atadas, sem poder defende-lo. Nunca conseguiu entender qual era a graça de  espalhar fotos tão intimas de alguém por toda a escola como aqueles garotos haviam feito com o ruivo. Nunca entendeu porque o simples fato de, na época, Jimin estar acima do peso era motivo para as pessoas acharem que ele não tinha sentimentos ou não fosse se importar em ser usado como um brinquedo para diversão alheia.

No começo do ultimo ano do colégio, já fazendo seis meses de namoro com o colega de sala do ano anterior, Taehyung percebeu que Jimin não era o mesmo logo depois do aluno novo ter chegado. O mais novo observava como, no começo, aquele menino ignorava completamente as tentativas de aproximação do seu amigo e as vezes até tentava afasta-lo e lhe doía isso tudo porque sabia que Jimin estava apaixonado pelo novato e isso já fez, logo de cara, Taehyung odiar aquele garoto que sequer dava importância para o sentimento do amigo. No entanto, próximo ao fim do ano, viu o rapaz começar a mudar suas atitudes. Ele ainda mantinha o mesmo circulo de amigos que se resumia aos “machistinhas do time de basquete da escola” mas quando não via nenhum deles por perto, procurava Jimin. “Talvez ele tenha percebido a pessoa fantástica que meu amigo é” Pensou consigo, mas na penúltima semana do ano letivo mudou completamente de ideia quando soube que ele havia transado com seu amigo, fotografado todo o ato e depois espalhado pela escola toda. Teve ainda mais nojo do garoto quando viu que fez questão de que não aparecesse a sua imagem nas fotos e quando Jimin o procurou para tirar satisfação sobre aquilo, na segunda-feira em que as imagens haviam sido expostas, se fez de desentendido, como se não fizesse ideia do que o menino gordinho falava.

Taehyung lembrava das palavras do garoto com tanta dor, que achava que, se tivessem sido para si, doeriam menos.

“Jimin, você realmente achou que eu era gay? Todo mundo aqui sabe que não sou!”

“E se eu fosse, o que te leva a crer que eu olharia pra você?”

“Nem o viado mais desesperado do mundo olharia para um gordinho de óculos ridículo como você, Park Jimin!”

Lembrar do som das risadas zombeteiras dos amigos do novato, que estavam assistindo a tudo, lhe nauseava.

Na quarta-feira daquela mesma semana, enquanto iam para casa, um dos amigos do garoto chamou Jimin para conversar e Tae sentiu gritar dentro de si uma voz falando para não deixar, para arrastar o amigo para casa, mas viu os olhos do menino banhados de esperança de que o amado se desculpasse e admitisse o erro. Jimin o mandou seguir e foi de encontro a quem lhe chamava. Taehyung chegou em casa e nem se deu ao trabalho de entrar. Sentou-se no quintal em frente a moradia e esperou, queria conversar com o amigo e saber o que aqueles garotos queriam consigo. Se passaram uma hora, duas horas e nada de Jimin aparecer. Largou a mochila de qualquer jeito na varanda da casa e fez o caminho de volta até a escola e ao passar pelo beco que havia atrás da quadra de esportes, encontrou o menino com os óculos quebrados, Tentando se manter de pé, com o rosto coberto de hematomas e sangue por todo o corpo. Principalmente nas calças que estavam mal fechadas e com parte do cós rasgado. Uma ideia terrível passou pela cabeça de Tae e ele só rezou baixinho para estar errado. Pra que eles não tivessem estuprado seu amigo. Era maldade demais aquilo acontecer com alguém tão bom e puro como Jimin.

Colocou o braço dele sobre os ombros e caminharam com dificuldade até a casa do mais novo. O silencio se manteve durante todo o trajeto e ao entrar no quarto de Taehyung, Finalmente as lagrimas do mais velho desabaram pelo rosto. O Anfitrião foi ao banheiro do próprio quarto, colocou a banheira pra encher e voltou ao cômodo para ajudar o amigo. Ao entrarem no banheiro, Jimin se manteve imóvel, parado no lugar, sem mover um músculo sequer. Poderia ser confundido com uma estatua de cera facilmente. Respirando fundo, tentando engolir o próprio choro, o mais magro foi despindo o amigo com cuidado para não machuca-lo ainda mais. Ele tinha a impressão que qualquer movimento mais brusco seu, pudesse quebrar o mais velho, e após vê-lo completamente despido, a imagem fez seu estomago revirar e um arrepio assustador percorrer-lhe o corpo todo. Sua barriga era coberta por praticamente um hematoma só, havia escoriações por todo tronco e sangue escorria pelas pernas do menino. Taehyung queria saber o que havia acontecido, mas sabia que perguntar não era o melhor a se fazer naquela hora então somente ajudou Jimin a entrar na banheira e logo a água foi se tingindo em um tom alaranjado de sangue diluído.

- Por que eles fizeram isso comigo Tae? Só por que sou gordo? Ou por que não gosto de meninas? Ou por que gosto de um menino que não gosta de mim? Por que ele fez isso comigo? Por que ele deixou os amigos dele me machucarem assim? – Ele falava baixo, quase um sussurro. A voz carregada de dor e de magoa e Taehyung tinha vontade de achar um por um daqueles garotos da escola e mata-los com as próprias mãos.

Sua cabeça se inundava com as mesmas perguntas que o menino gordinho de feição inocente, fazia para si. Ele não sabia. Ele não entendia, mesmo que pensasse muito, como que alguém teria a coragem, o estomago para conseguir fazer algo tão cruel e mau com uma pessoa tão pura e tão doce como Park Jimin era. Taehyung sabia também que aquele dia nunca sairia da memória do mais velho e seu coração se partia ao imaginar o quanto o garoto sofreria com tudo aquilo na cabeça.

- Eu não sei, meu anjo. Eu realmente gostaria de ter uma resposta e confortar você, mas eu também não entendo como pode existir tanta gente má no mundo. Mas eu quero que você saiba de uma coisa. – Pausou a fala e se sentou na borda da banheira e viu o amigo erguer o olhar para si. – Nada dessas coisas que eles ou até você mesmo julga serem defeitos seus, são defeitos mesmo ou são coisas que você precisa carregar pra sempre. Você ser homossexual não é um defeito. Nem escolha nossa é! Nem eu nem você pedimos isso. Você também não pediu pra ser gordinho, só teve o azar de nascer com uma genética que facilita isso, mas você pode emagrecer, Jimin. Nenhum estado físico nosso é eterno e mesmo assim gordinho, você é lindo! Você tem o sorriso mais lindo que eu já vi também. Quanto a gostar daquele filho da puta... – Taehyung ponderou sobre sua vontade, e conhecendo a bondade excessiva daquele coração mole a sua frente, acabou soltando, achando que não o afetaria. – Sei la, um dia você pode se vingar dele. – Concluiu já aguardando uma negativa do mais velho.

Porém quando  Jimin voltou a lhe encarar, Um arrepio ainda maior que o anterior lhe percorreu a espinha. Nunca, em 17 anos, havia visto aquelas orbes demonstrarem um olhar tão frio. Eles brilhavam em ódio puro e o mais novo, imediatamente, se arrependeu da ideia que havia dado questionando a si próprio até que ponto ainda conhecia aquele menino amável a sua frente.

- Exatamente Tae! Eu posso me vingar dele. Uma semana até o fim das aulas e quem vai estar chorando arrependido, achando a palavra “inferno” doce demais pra tudo o que vai estar vivendo, vai ser ele. Há cinco dias eu confiei meu corpo e minha alma a alguém que não merecia, e ele vai perceber que brincou com a pessoa errada da pior forma possível. – Concluiu com um tom rouco que assustava Taehyung, mas o mais novo não ousou contestar ou tentar acalmar o amigo. Se Jimin planejava fazer algo, ele não impediria. Aquele menino merecia mesmo sofrer por tudo que havia feito seu irmão do coração passar.

~~~~

Quando estacionaram o carro em frente ao endereço passado por YoonGi, Hoseok e Jin se agradaram bastante da aparência externa do bar em que haviam marcado e escorado na porta, havia um homem branquinho com um cigarro aceso  entre os dedos, baforando a fumaça no ar.

- Achei que as princesas não viriam... – Falou jogando a bituca no chão e pisando encima e logo tomou um empurrão leve no braço, vindo de Hoseok. – E eu não te dei permissão para me tocar! – Falou rindo e devolvendo o ato.

- Gostei daqui. É realmente calmo como você disse? – Perguntou Jin erguendo os olhos, observando a fachada.

- Até demais. Tem dias que ficamos só eu e o JungKook conversando aqui por não aparecer mais ninguém. Movimento mesmo só no fim de semana. Sábados a noite principalmente. Esse lugar se torna irreconhecível nesses dias. – Concluiu Yoongi, já abrindo a porta que dava acesso ao interior da casa.

Hoseok perdeu alguns segundos observando o ambiente. Tinha a iluminação a meia luz em tons alaranjados, varias mesas espalhadas por um salão e ao fundo, um palco. À esquerda da porta havia um longo balcão que atravessava todo o local e atrás do balcão, uma parede coberta por garrafas de inúmeras bebidas diferentes. Andando calmamente por ali, havia um rapaz e assim que pousou os olhos sobre ele, YoonGi o chamou para se aproximar do bar, já pedindo três cervejas para o funcionário da casa.

- Bom, esse é o lugar onde estudo todos os meus casos. Como vocês trabalharão nesse comigo, virão muito aqui então acho de bom tom conhecerem o dono do bar. – Falou e apontou para o rapaz.- JungKook, esses são SeokJin e Hoseok. Eles virão comigo aqui nos próximos dias e se eles pegarem o mesmo habito de pensar bebendo, podem vir sem mim, então tudo o que consumirem pode por na minha conta. – SeokJin fez menção a negar o favor mas foi interrompido imediatamente. – Jin, Hoseok, Esse é JungKook. Esse cara pode até ser um mero garçom aos olhos de vocês, mas é um gênio! Já me ajudou em vários casos. Ele tem ideias brilhantes! – Falou rindo e SeokJin se perguntou mentalmente se YoonGi já não estaria alcoolizado por afirmar tão abertamente que compartilhava dados sigilosos com um desconhecido. Ou talvez só estivesse tentando “fazer moral” com o garçom.

Hoseok, enquanto ouvia toda a falação do acobreado, se pôs a observar o funcionário da casa. Os ombros largos, os braços visivelmente fortes e o tórax perfeitamente bem definido, marcado pela camisa social branca lhe davam um ar adulto. No entanto seu rosto era extremamente fofo e o maxilar pouco marcado lhe dava um ar completamente infantil. A face fazia Hoseok pensar que o garoto deveria ter seus dezessete anos, dezoito no Maximo, mas seu corpo lhe denunciava a real idade próximo aos vinte e um ou vinte e dois anos. Era realmente uma imagem bem bonita a do rapaz a sua frente.

Após pegarem varias garrafas de cerveja, um balde com gelo e copos, os três se dirigiram para uma das mesas próximas ao palco. Como era segunda-feira não teriam apresentações ali e com isso, ninguém iria se sentar próximo aonde eles estavam. Logo após se acomodarem, o Legista foi direto ao assunto.

- E então? O que a família disse? – Perguntou o rapaz de pele mais clara enquanto derramava a cerveja em seu copo e nos dos colegas.

- Bom, a primeira interrogada foi a mãe. Ela comentou que fazia relativamente pouco tempo que haviam se mudado para aquele bairro onde moram. O filho havia sofrido bulling por ser gordinho na escola anterior e isso motivou a mudança no começo desse ano, mas na escola nova ele havia feito amigos e aparentava ser bem aceito. Ela também falou que ele parecia feliz nos últimos dias e que até tinha feito amizade com pessoas da vizinhança, algo que não acontecia no bairro antigo. Usava óculos desde os seis anos, sempre foi acima do peso, desde bebe. Tem uma irmã mais velha com o mesmo perfil físico que ele, mas que nunca teve problemas sociais por isso. Sem inimigos, pelo menos do conhecimento da família. Ou seja, não disse muita coisa que possa nos levar a algum autor. – Falou SeokJin de forma entediada e até frustrada ao lembrar que tudo aquilo o havia levado a lugar algum.

- Um momento! – Falou YoonGi erguendo a mão e franzindo as sobrancelhas. – Ele foi vitima de bulling em outra escola, que escola era essa? – questionou curioso.

- Ele veio transferido do Colégio Bom Jesus, uma escola católica de classe alta que fica na região central da cidade. Atualmente estava estudando em um colégio de classe média, do bairro mesmo, chamado Colégio Albert Einstein.

- Ele sofria bulling no Colégio católico?  - Questionou levando o copo à boca tentando suprimir a risada que lhe emergia devido a ironia dos fatos. – Nem os filhos do bom deus escapam, heim? – concluiu rindo.

- Acho que isso está mais ligado a questão social do que a religiosa. O Colégio que ele frequentava é voltado a filhos de famílias ricas. Mas sinceramente, YoonGi, o que isso pode ter a ver com o assassino? – Questionou SeokJin, quase irritado por não entender o que aquela mente complexa do Legista formulava.

- Não podemos afirmar nada sem provas, vocês sabem disso. Mas há a possibilidade do agressor ser uma das pessoas que praticavam bulling com Shindong. Pode ter ficado puto por não ter mais seu brinquedo em mãos e vindo atrás de se livrar do garoto de vez ou temer que ele revelasse o que sofria la. – Explicou observando a borda do próprio copo. O silencio se manteve por mais alguns minutos e Hoseok bufou, frustrado.

- Qual a idade desses garotos no ultimo ano do colégio? Dezesseis? Dezessete anos?  - Questionou de cenho franzido e SeokJin confirmou a segunda opção. – Cara, sejamos racionais! O moleque pesava malditos cento e quatro quilos. Como um garoto dessa idade ia ter força para erguer tudo isso? Sei la, pra mim parece bem obvio que a vitima não chegou acordada no local do crime. Quem ia entrar num galpão abandonado, cheio de materiais cortantes arrumados como se fosse uma sala de cirurgia, se deixar perfurar por ganchos... Pra mim ele foi carregado e preso nas correntes ainda desmaiado. Ou seja: O assassino é alguém bem forte e musculoso. Não querendo descartar a hipótese, mas não acho que seja um adolescente de dezessete anos. – Contestou Hoseok, mais uma vez se sentindo frustrado por ver a única hipótese que tinham em mãos, se esvair.

- Faz sentido... – Ponderou YoonGi. – Mas e quanto a essas amizades que ele fez no bairro novo? Alguém mais velho? Alguém que se enquadre no perfil de “marombeiro de academia”? – Questionou fazendo aspas com os dedos.

- Nada... O Pai comentou que ele havia conhecido um rapaz que ele sabia morar próximo a delegacia até, mas não sabia quem era e nem onde morava exatamente. Também disse que ficou preocupado pensando que seu filho fosse homossexual, de tanto que conversava com esse tal amigo novo por telefone, mas que não se encontravam pessoalmente. Pelo que ele sabia haviam se conhecido num ponto de ônibus num dia chuvoso em que o garoto não havia levado guarda chuva para a escola, trocaram telefones e desde então se falavam quase todo dia no meio da tarde e o pai observou que isso deixava o filho feliz. Estranhei muito o menino ter uma “amizade” próxima assim de alguém que a família desconhece... – Falou SeokJin receoso.

- Espera! O menino tinha um amigo que conheceu do nada e a família não sabe quem ou como a pessoa é? – Questionou YoonGi como se tivesse a maior ideia da sua vida e Ambos os investigadores afirmaram com acenos de cabeça. – E cadê o celular desse garoto?

- Não foi localizado. Ao tentar ligar pra ele, da como desativado. O assassino deve ter destruído. – respondeu Hoseok.

- Entrem em contato com a equipe de tecnologia e peçam o rastreamento de todas as chamadas do aparelho. Assim que a operadora liberar os dados convoquem os donos de todos os números de telefone que fizeram contato com ele para depoimento. Algo me diz que esse “amigo misterioso” tem a ver com o caso todo. – Falou YoonGi como se tivesse achando o pote de ouro do fim do arco Iris.

Eles voltaram a beber para se distrair e, teoricamente, comemorar já que, ao que tudo indicava, o caso estava perto do fim, mesmo tendo começado no mesmo dia.

Por um lado, Hoseok se sentia frustrado. Se realmente o tal amigo fosse o assassino, ou esse amigo lhes levasse ao culpado, o caso que achava ser o melhor de toda a sua carreira, não passaria de mais um homicídio idiota e sem sentido que só havia servido para lhe embrulhar o estomago e deixa-lo por alguns dias sem comer direito, já que ia ter nojo de carne por semanas depois da cena que havia visto naquela manhã. Mas também havia o lado pelo qual havia entrado na Policia. Uma família poderia até ir dormir de luto, mas a sensação de impunidade não os incomodaria.

Do outro lado do balcão, JungKook observava seu cliente mais assíduo sorrindo e entornando copos e mais copos da bebida. Com certa ansiedade, aguardava a hora que os outros dois policiais partissem para, finalmente, poder conversar com o acobreado da forma que mais gostava. A sós.

Apesar de jamais admitir, aquele homem branquinho o tinha a seus pés e somente ele o fazia esquecer de tudo o que havia feito e vivido no seu passado nojento. Aquele homem de cabelo acobreado era o cara que havia feito admitir, mais para si mesmo do que para o mundo, o que realmente ele gostava, o que realmente lhe atraia mesmo tendo lutado a vida toda contra aquilo.

Min YoonGi o fazia esquecer dos seus fantasmas e demônios e, todas as noites, quando fechava o bar e subia para seu apartamento, acompanhado do legista, JungKook sentia que finalmente poderia dormir em paz, sem pesadelos, sem dores, sem arrependimentos ou vergonha. Coisas essas que ocupavam sua mente a cada segundo do dia desde os seus dezessete anos. Todos dos dias há cinco anos.


Notas Finais


*-----*
Gente desculpa não ter postado ontem a noite, eu realmente não tive como mas prometo postar o proximo no sabado, sem falta.
Não vou comentar nada sobre o capitulo pq pra mim ele ja fala tudo por si só, só tenho que pedir desculpa as biaseds e as JiKook shippers novamente, não amigas, vcs não verão nada bom desse ship aqui =)
Me sigam la no TT que eu sigo vcs de volta e assim a gente pode fazer os Make Love fora do SS
Até logo amoressss e muito obrigada por tudoooo *-*
KissKiss
~~Ashmedhai


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