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História Between Coffees and Roses - O Final - Parte I


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


Meus amores do Kokoro, eu sei que tinha dito que esse seria o ultimo capitulo, e se forem pensar bem é sim.
Eu pensei em fazer tudo como um capitulo só, mas PQP eu não sei ser sucinta e durante a leitura vcs perceberão que varias coisas foram minimizadas em detalhes justamente pra evitar que essa caralha ficasse tão imensa, mas não deu.
O final será dividido em 3 partes, então se preparem, se segurem nas cadeiras e bora que BCR ta acabando <3
Amo vcs <3
KissKiss
~~Ashmedhai

Capítulo 35 - O Final - Parte I


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - O Final - Parte I

O Final - Parte I

 

Hoseok não fazia ideia de que horas eram, mas também não era como se tivesse importância. Quando sentiu o vento gelado o acordar, abriu os olhos, tremendo de frio, e percebeu que a única parte do seu corpo que estava aquecida era a lateral direita do seu tronco graças a Jimin que estava todo encolhido e agarrado a si como um coala, tão tremulo quanto a si mesmo. Temendo que pegassem um resfriado por estarem nus e separados da pedra gelada do chão da gruta apenas por alguns cobertores, notando a fogueira já apagada e percebendo pela luz que entrava pela fresta ao redor da rocha que tampava a entrada do local, que já havia amanhecido, decidiu que era hora de levantarem e se vestirem para irem para casa, mas não sem antes suspirar lembrando tudo o que vivera na noite anterior.

Quando o Jung abandonou o ruivo dormindo no leito quentinho na manhã daquela terça-feira, sua intenção era de preparar uma noite perfeita com a melhor atmosfera possível para oficializar o relacionamento deles e agora, quase 24 horas depois – provavelmente -, via que tinha conseguido, que havia atingido seu objetivo de firmar aquela data como uma data especial e inesquecível. Enlaçou o corpo do mais novo e puxou-o ainda mais para si, e ao sentir a derme macia do Park contra seu corpo todo, uma sensação de contento imenso lhe atingiu. Mais que contento, era felicidade pura que preenchia seu peito ao lembrar as ultimas palavras que trocaram antes de dormir. Se amavam, assumiram isso um para o outro e agora nada mais seria capaz de diminuir o que sentiam e junto a isso, ainda havia a promessa de que ficariam lado a lado para sempre.

O Investigador, apesar de estar ciente do risco ao qual estava pondo a saúde dos dois, relutou por alguns minutos sobre acordar o barista em definitivo. Mais uma vez se pegou velando seu sono tranquilo e chegou a rir de como isso estava se tornando um habito seu, de como era facilmente hipnotizado pela imagem sempre serena que o mais novo assumia enquanto dormia, mas dessa vez, com a certeza de que poderia velá-lo quantas vezes mais quisesse, optou por amputar sua satisfação e decidiu acordá-lo. Beijou sua cabeça, apertou seu ombro e nem sinal de vida do Park, então tirou-o de cima de si, acomodou-o no travesseiro abandonado ao lado e juntou as bocas num selar. Dessa vez pode observar o ruivo franzindo o cenho, mas ainda adormecido, então espalmou sua canhota sobre seu abdômen, apertou-o e em seguida, levou as mãos às costelas do menor, começando a fazer-lhe cócegas leves. Ouviu uma risada soprada e isso o fez notar que Jimin já estava acordando, estava apenas de olhos fechados e então intensificou os movimentos dos dedos contra os desenhos dos ossos e imediatamente sentiu seu braço sendo empurrado para longe e o rapaz se encolhendo em posição fetal, mandando-o parar.

- Bom dia, seu preguiçoso! – Falou em meio as risadinhas, cessando as pequenas torturas e vendo o namorado relaxar a postura e finalmente abrir os olhos para lhe encarar.

- Bom dia, seu chato! Não tinha jeito melhor pra me acordar não? – Ralhou divertidamente, sentando-se, e assim que o cobertor deixou de lhe tampar o torso, sentiu o vento frio e tremelicou. – Ah! Que ar gelado! – Resmungou abraçando o próprio corpo e logo observou Hoseok levantando-se e indo pegar a calça jeans, a camiseta e o casaco que estavam abandonados próximo a piscina termal.

- Vem, se veste e vamos embora antes que nós dois fiquemos doentes aqui. – respondeu o policial lhe entregando as roupas.

Assim que se vestiram, o casal recolheu os cobertores, almofadas e tudo o mais que Hoseok havia levado consigo e jogaram as coisas no banco traseiro do carro, assumiram suas posições nos devidos lugares no veiculo e logo se puseram a descer a montanha, rumo a casa em que estava hospedados.

Logo que chegaram, o Jung retirou tudo de dentro do automóvel e organizou, parte em um dos quartos de Hospedes, e outra parte na cozinha. Jimin terminava de guardar as coisas do namorado na mala dele, organizava a bagunça do quarto e já havia passado das onze horas quando escutou os sons dos passos do policial subindo a escada, e assim que Hoseok entrou no cômodo, foi diretamente ao encontro do corpo do mais novo, abraçou-o e acariciou a bochecha dele com o nariz, logo mordiscando levemente seu lóbulo e convidando-o para tomar um banho e se prepararem para partir.

Naquele chuveiro, se amaram pela segunda vez. Dessa vez, apesar de ainda haver bastante carinho e cuidado da parte do maior, tudo fora muito mais lascivo. No entanto, mesmo aquela transa sendo essencialmente mais carnal, ainda se sentiam amados um pelo outro, ainda havia entre eles a ligação sentimental exatamente igual a da noite pretérita. A única diferença mesmo era a forma luxuriosa que se tocavam e o foco maior no corpo do que no coração.

Passava do meio dia quando finalmente deixaram a casa das montanhas rumando a residência dos avós de Hoseok para devolver as chaves e ao chegar la, como sempre, foram recebidos pelo abraço caloroso da matriarca da Família Jung. Um convite para almoçarem ali se fez e foi prontamente negado sob alegação de não quererem pegar transito na volta para casa e tal desculpa foi engolida – mesmo que a contragosto – pela idosa. O Policial, notando que a senhora estava sozinha em casa, perguntou onde o avô havia ido e ouviu, em meio aos risos de HinShee, que o velho estava no Hospital visitando Jaebeom e antes que pedisse desculpas pelo estrago que havia feito ao primo, escutou-a dizendo que se fosse ela, teria matado-o e concluiu a fala pedindo desculpas a Jimin que mesmo sabendo ser a vitima daquilo tudo, ainda se sentia sutilmente culpado por ter sido o motivo de uma agressão tão violenta.

Não se demoraram mais ali. Após alguns poucos minutos de conversa e uma interminável serie de promessas de um retorno breve, finalmente Hoseok conseguiu dar adeus a avó, dirigiu-se ao carro em companhia do ruivo e assim que viram a porta da casa se fechando, o investigador se sentiu seguro para liberar todas as ondas de risadas oriundas da satisfação de saber que havia “ensinado uma boa lição” ao primo.

- Do que você ta rindo tanto? – Questionou o Park confuso pelos atos do maior.

- Ah Jimin, Fala serio! Vai dizer que você não ficou feliz de saber que o meu primo teve que ir pro hospital por conta da surra que eu dei nele?! – respondeu passando a manga do casaco no canto dos olhos para secar o liquido que saia dali por conta do seu riso excessivo.

- Hoseok, você poderia ter matado ele! Isso não te assusta? – Retrucou o mais novo, alarmado com a reação do namorado.

- Sinceramente? Não. O que ele fez foi desprezível! E se eu não tivesse conseguido entrar la? Já parou pra pensar no inferno que viraria a sua cabeça se tudo aquilo acontecesse de novo? – Percebeu os olhos do ruivo arregalando e notou-o engolindo em seco. – Amor, não o defenda. Posso ter exagerado um pouco, mas eu não me arrependo em absolutamente nada! As pancadas extras pode colocar na conta do “Amor irracional” Que eu sinto por você... – Concluiu com uma piscadela, notando as maçãs do rosto redondo do barista corando. Deu-lhe um beijo na bochecha e afagou seus cabelos, por fim dando partida no automóvel enquanto observava o sorriso contido do Park aparecendo.

Logo o carro ganhou as estradas e não demorou para perceberem o terreno plano se tornar uma sequencia boa de decidas íngremes e curvas fechadas, indicando o cenário serrano. Dessa vez, preferiram não parar para almoçar, então quando Hoseok percebeu o marcador de gasolina relativamente baixo, estacionaram num posto de combustível a beira da rodovia, abasteceram o veiculo e compraram uma infinidade de doces, salgadinhos e outras besteiras para comerem na estrada, seguindo viagem com um pouco de pressa, já que ambos queriam estar na capital até a hora do jantar.

No entanto, sorte não era a marca registrada do casal. Já era próximo as 17 horas, mal haviam passado a marca de metade do caminho quando um caminhão que ia a frente deles pareceu desprender algo de si, sem tempo de desviar e julgando não ser algo preocupante, Hoseok manteve-se estável, arrependendo-se logo em seguida, e foi com um alto e sonoro “Merda” vindo do motorista que ouviram um estouro e sentiram a frente do veiculo pendendo para a esquerda, logo reduzindo sozinho a velocidade em que estavam. Sentindo uma irritação acima do normal, o Jung estacionou no acostamento, tirou o cinto com raiva e desembarcou batendo a porta com força atrás de si, logo se agachando rente ao pneu dianteiro e fazendo o menor se assustar novamente consigo, mas a curiosidade foi maior, então com um pouco mais de calma que o namorado, Jimin também retirou o cinto e desembarcou, e ao caminhar até a frente do veiculo, soube o porque de tanto nervosismo por parte do mais velho.

Percebeu ao olhar para a borracha preta que o que havia se desprendido do caminhão era um parafuso grande. Provavelmente por conta da alta velocidade, tal objeto cravou-se entre os desenhos do pneu e o atrito com o asfalto forçou o material em demasia, fazendo com que o pneu praticamente se rasgasse em dois.

Não demorou para o dono do carro ir até o porta-malas, abri-lo e quase choramingando, começar a tirar toda a quantia imensa de bagagens guardadas no compartimento. Um Lado de Jimin queria rir da expressão chorosa do mais velho, mas como sabia que o mesmo já estava bastante irritado, apenas se pôs a ajuda-lo retirando as malas e depois o tampão que guardava o estepe.

A frustração de Hoseok era tanta que chegou a se atrapalhar com as correias que prendiam o pneu ao assoalho do porta-malas. Perdeu alguns minutos tentando soltar o assessório e quando finalmente conseguiu, levou-o até a frente do carro, logo pegando o caminho de volta com o intuito de pegar as ferramentas. Cabisbaixo por saber que tal fato atrasaria-os e ainda perdido em frustração, esbarrou com Jimin no meio do curto percurso, notando só ali a expressão ressabiada do garoto enquanto segurava a pequena maleta de chaves e tal visão o fez se sentir um imbecil por ter se irritado tanto com algo tão pequeno. Ponderou por fim que estava realmente exagerando. Não era como se uma troca de pneu fosse os atrasar tanto e se pensasse direito, nem precisaria julgar aquilo como um “atraso” afinal, Jimin só precisaria estar na capital na tarde seguinte então não havia motivo para tanta pressa.

- Desculpa... – Murmurou baixinho, retirando as ferramentas da mão do ruivo e depositando sobre o teto do carro, lhe abraçando em seguida e percebeu o ar pensativo assumir um quê confuso.

- Por? – Questionou o mais novo retribuindo o enlace.

- Por me irritar muito fácil. A gente não precisa ter pressa e eu to quase estragando a viagem por bobeira. – Riu de si mesmo e percebeu a aura do barista se tranquilizando também, enquanto sentia as costas sendo acariciadas pelas palmas do menor.

- Não tem problema. Eu entendo você. Não é como se não fosse pra se irritar ter que parar no meio da rodovia pra trocar pneu. – Concluiu rindo anasalado e em seguida sentiu os lábios de Hoseok contra os seus lhe beijando calidamente e quando a vontade de aprofundar o osculo começou a se manifestar, ambos foram assustados por uma buzina grave e alta o suficiente para fazer ambos pularem, logo se separando a tempo de ver uma carreta passando por eles, e tal situação fez ambos rirem de si mesmos, acabando de vez com qualquer resquício de tensão que pudesse haver até ali.

O Policial por fim pegou as ferramentas, colocou o macaco hidráulico sob o veiculo e o acionou, levantando levemente o mesmo. Hoseok já estava até contente ao retirar o terceiro parafuso e notar que estava tudo sendo bem mais fácil do que pensava quando encaixou a chave no quarto parafuso, levantou-se e empurrou-o com o pé, mas dessa vez a chave nem se moveu. Forçou mais uma, duas, dez vezes e nada, subiu sobre a chave, colocando todo o próprio peso ali e mais uma vez ela manteve-se imóvel, travada.

Outra vez a irritação voltou a cobrir o moreno que já havia jogado a chave com força no chão, chutado o pneu do carro e estava quase arrancando os cabelos, enquanto Jimin o observava sem muita reação apenas colocando a mente para funcionar atrás de uma solução para o problema adicional que tinham. Cansando de ver o descontrole do namorado, o ruivo empurrou-o para o lado, encaixou a chave o parafuso novamente e refez os atos do investigador que andava impacientemente de um lado para o outro, procurando alguma saída para aquele parafuso emperrado.

Olhar em volta  fez o Jung sentir uma ponta de desespero. Estava escurecendo rápido e não havia nem sinal de nenhum outro veiculo, a borracharia mais próxima ficava só após o fim da serra e sabia perfeitamente que seu carro não aguentaria rodar em um terreno tortuoso como aquele com o pneu naquele estado e foi quando Jimin caiu sentado, ofegante e com um ar quase tão desesperado quanto o seu que teve uma ideia e assim, abriu a porta do motorista, embrenhou a mão por baixo do painel e destravou o capô dianteiro, praticamente correu até a frente, abriu-o e puxou a agulha medidora do óleo lubrificante do motor e antes que conseguisse ver o nível do reservatório, sentiu Jimin perto de si.

- Se tiver óleo o suficiente, vou tirar um pouco para lubrificar o parafuso. Vai que numa dessa, ele não se solta?! – Explicou caminhando de volta até a porta do motorista e pegando a lanterna que estava no porta luvas. – MAS É O CARALHO MESMO! – Bufou irritado novamente e Jimin correu até si. – Mal tem o suficiente pra gente chegar na cidade. Puta que o pariu, tinha que ter revisado o carro por completo antes de sair! – choramingou já voltando a frente do veiculo para devolver o medidor ao seu lugar de origem, batendo o tampo do motor com uma força exagerada.

No entanto, aquela ideia de Hoseok, totalmente frustrada por descuido dele mesmo, fez Jimin ter outra ideia. O pensamento do Jung sobre lubrificar o parafuso com intuito de soltá-lo, remeteu a mente do Park a memória do seu amigo lhe zombando no banheiro de sua casa antes da viagem. Não sabia porque exatamente havia lembrado daquilo e chegou a rir de si, mas sabia que dentro da sua mala havia um vidro de lubrificante que tinha um propósito bem diferente do mecânico. Tentou afastar a ideia da cabeça afinal, o que Hoseok pensaria de si se soubesse que já havia partido de casa com aquele objeto? Acharia que ele era um pervertido que já estava viajando com segundas intenções, e naquele momento, preferiu engolir seus pensamentos e se concentrar em achar outra forma de resolver tal problema.

Porém a cada minuto que passava, mais aflito notava o moreno. A noite estava caindo cada vez mais rápido e quanto mais demoravam, pior a situação ficava, então o barista preferiu por fim deixar de lado sua timidez, vergonha e todas as coisas que sentia por tal situação e caminhou até a traseira do carro, abriu sua mala e em meio aos seus pertences, encontrou o frasco branco de tampa vermelha que procurava, fechou a bagagem novamente e colocou-a no chão, logo seguindo para onde o policial estava, esfregando o rosto e os cabelos com nítida irritação.

Jimin entregou o lubrificante para Hoseok que nem se deu ao trabalho de olhar o que era ou questionar nada após ouvir um “joga isso no parafuso”. Sem dizer uma palavra sequer, o investigador obedeceu-o prontamente despejando quase todo o conteúdo do vidro sobre o metal, encaixou a chave de boca e pisou-a novamente, dessa vez sorrindo ao ver tal peça se soltando sem nem ponderar sobre tal fato ser oriundo do liquido desconhecido que havia jogado ali ou se o parafuso havia só se soltado por conta das outras varias tentativas anteriores.

Com uma pressa que nunca havia expresso antes, o Jung imediatamente desencaixou o pneu estourado, colocou o estepe no lugar e reparafusou tudo, tirou o macaco hidráulico de baixo do veiculo e guardou as ferramentas e o pneu avariado no porta-malas e só quando estava guardando a bagagem novamente, em meio ao ato de tirar os cabelos dos olhos, que o mais velho notou um cheiro característico em sua mão direita, olhando para o frasco que Jimin lhe havia entregue e que ainda jazia no teto do carro, automaticamente um sorriso sutilmente debochado adornou sua face ao notar só ali do que se tratava tal produto.

- Morango? Se eu soubesse que você gostava de morango teria comprado esse pra gente, ontem. – Zombou e logo sentiu seu braço sendo agredido por diversos tapas isentos de força vindos do menor.

Após alguns segundos em meio as agressões e os pedidos para que o mais novo parasse, Hoseok percebeu que ele não o faria, então segurou ambos os pulsos do rapaz com certa força e levou-os até as costas dele, grudando um peito ao outro. Pode perceber o olhar surpreso e atônito do baixinho e antes que algum protesto se fizessem, atacou avidamente os lábios do ruivo.

Instintivamente, o policial foi guiando o corpo que tinha preso em mãos até senti-lo encurralado contra o capô traseiro do carro. A cada segundo em meio àquele beijo, mais ofegantes as respirações ficavam e não demorou nada para o investigador soltar os braços de Jimin e capturar sua cintura, apertando a carne com força, e quando achou que seria afastado, sentiu os dedos do Park se prendendo a gola da sua camisa e puxando-o mais para si. A excitação crescia gradativamente, nenhum deles pensava sobre estarem se amassando em meio a uma rodovia e logo as mãos dos dois deixaram de “se comportar” e passaram a apertar ainda mais a carne do outro, próximos demais de áreas não tão decentes de se apertar ao ar livre, e foi só quando a luz de um farol distante lhes atingiu, que caíram em si sobre o quão inapropriado era o que faziam.

Logo Hoseok libertou Jimin, mas não sem antes lhe sussurrar provocativamente um “Em casa a gente termina isso”, caminhando ligeiro para a frente do veiculo e assumindo a direção, notando um Park relativamente tímido – mas nada nem perto da timidez excessiva que o ruivo tinha dias atrás – e assim que o barista sentou-se em seu banco e fechou a porta, avançou contra o pescoço do moreno, mordiscou-o levemente e respondeu a provocação com os lábios carnudos roçando em sua orelha.

“Eu vou cobrar, viu?!”

O Jung teve que se controlar muito para não retirar novamente o próprio cinto de segurança e investir contra o menor. Assim que viu o mais novo se afastando, contemplou o olhar nada casto do rapaz, sustentando-se no seu com firmeza enquanto mordia o próprio lábio inferior e tal imagem fez o policial se amaldiçoar sobre ter provocado o namorado daquela forma. Sacudiu a cabeça tentando tirar todo o desejo da mente e se focou em manter a concentração na estrada, pisando fundo para chegarem logo em casa.

Ao contrario da viagem de ida, naquela volta o barista não conseguiu pregar o olho. Quando terminaram de consertar o carro já passava das 20 horas e sabiam que ainda tinham pelo menos mais quatro horas até chegarem a capital e Jimin, a cada minuto que passava e a cada quilometro mais perto de casa que se via, pior se sentia. Era como se, gradativamente, visse seu mundo de conto de fadas ruindo, como se realmente tivesse sonhado durante os dias que ficara no interior e agora estivesse sendo obrigado a acordar. Ao olhar a paisagem se tornando mais urbana e moderna, sentia seu peito apertando ao lembrar que novamente estava ao alcance das garras do Jeon e apesar da lembrança do ex colega de escola lhe parecer algo longínquo demais naquele momento, sabia que o perigo que corria era real e palpável, ainda mais estando na capital novamente. Por diversas vezes o Park quis pedir para Hoseok lhe levar de volta para a casa das montanhas, ou que só não saísse de perto de si por nenhum segundo sequer. Em varias vezes se pegou quase implorando para que o protegesse e não saísse do seu lado no sentido mais literal possível, mas com medo de ser julgado como um bebê chorão e medroso, se calava, tentando se concentrar na conversa fiada que trocava com o namorado e se esforçando ao Maximo para mascarar seu desespero.

Já era em torno da meia noite quando finalmente avistaram a placa que dava boas vindas à capital, indicando que já estavam na cidade-destino deles, e Jimin ainda tentava esconder todo seu desconforto, mas a imagem de tal placa lhe arrancou um suspiro sôfrego que não passou despercebido pelo moreno.

Hoseok, no entanto, nem precisava perguntar o porque do incomodo contido, muito mal mascarado, presente no Park. Ele sabia muito bem todo o medo que o mais novo sentiria, afinal, foram apenas alguns dias de paz e tranquilidade para agora tudo voltar a ser como era antes diferindo apenas do adicional da ameaça feita no dia que decidiram viajar, que só servia para deixar tudo pior. Porém o policial havia prometido proteger seu amado não importasse o que acontecesse, e cumpriria isso independente do que lhe custasse. Tentando passar um pouco mais de tranquilidade e calma para o ruivo aflito ao seu lado, o Jung levou sua destra até a canhota dele e entrelaçou os dedos enquanto pensava sobre o que poderia fazer para diminuir o pesar escondido no olhar de chocolate do namorado. Por fim, não era como se tivesse muito o que fazer, então optou pelas medidas mais emergenciais e propôs ao barista que dormisse no seu apartamento naquela madrugada com o intuito de adiar um pouco mais a “volta completa para o mundo real” que Jimin teria que fazer e foi suspirando um pouco mais aliviado que ouviu-o concordando prontamente.

Com isso, Hoseok nem se deu ao trabalho de passar na cafeteria. Dirigiu diretamente até seu condomínio, estacionou na sua vaga de sempre e com a ajuda do mais novo, carregou a própria bagagem até seu apartamento. Ao entrar na moradia, o menor sentiu mais uma vez o quê de familiaridade ali, já que tudo tinha exatamente a cara do policial. O Park chegou a rir do pensamento de que se por um acaso fosse decorar um espaço pensando nos gostos e no que conhecia do investigador, o resultado seria exatamente aquele que via a frente e ainda estava perdido em seus pensamentos quando ouviu o mais velho lhe chamando para tomarem um banho e dormirem, afinal, Jimin teria um dia e tanto assim que acordasse, e por mais tentado que estivesse a fazer o namorado cumprir a provocação que fizera à beira da rodovia, o ruivo sentia-se cansado e tenso demais para qualquer coisa que não fosse repousar.

Já na manhã seguinte quando Hoseok despertou, viu-se sozinho no quarto e logo ouviu uma cantoria animada vindo do cômodo ao lado. Apressou-se em levantar, se lavar rapidamente e se vestir para ver o que seu ruivo aprontava e quando chegou a cozinha, pode observar uma cena que com certeza sonharia ver se repetindo para sempre.

O radio da cozinha estava ligado em uma estação qualquer e tocava uma musica que o anfitrião julgou animada demais para aquela hora da manhã. Jimin estava de costas para si, manuseando contra a pia, algo que não conseguia ver o que era. Trajava as calças de moletom cinza que havia lhe emprestado para dormir e seu tronco estava desnudo, mas Hoseok pode notar pelo laço amarrado à nuca que o cozinheiro tapa seu torso com um avental vermelho que havia ganhado de sua mãe mas que nunca usava. Sorriu como um idiota observando-o cantar junto a musica e dançar timidamente enquanto cozinhava, totalmente perdido dentro do seu próprio mundo de panelas, e o Jung fez a nota mental de deixa-lo levantar antes que si mais vezes, só para ter aquela visão tão adorável e poder acordar com aquela alegria toda expressa pela voz gostosa do mais novo.

No entanto, com o passar dos minutos e das notas musicais, percebeu-o se empolgando e logo sua dança tímida virou uma sequencia de reboladinhas desajeitadas. Percebeu ali que o ruivo realmente não o havia notado ainda e a empolgação dele só aumentava conforme a musica progredia no radio, ficando ainda mais animada conforme o refrão reverberava pelo cômodo e foi quando ruivo pegou a colher de pau fingindo ser um microfone, imitando o tom excessivamente agudo da cantora que o riso se desprendeu da garganta do policial e tal fato fez o mais novo se assustar e largar a colher no chão em um pulo, e se a dancinha estranha juntamente a cantoria já não fosse algo cômico o suficiente, tal reação exagerada, acompanhada de um gritinho nada másculo do menor, guiou o mais velho às literais gargalhadas com direito a tronco curvado e mãos apoiadas na barriga.

O Jung ainda ria como um demente enquanto Jimin se tocava de que havia extrapolado na empolgação da sua “performance”, e tentando disfarçar a vergonha de ter sido pego em flagrante no meio do seu Show, caminhou a passos rápidos até o mais velho e desferiu sem dó algum, dois tapas fortes contra o dorso dele fazendo-o se levantar choramingando e fingindo mais dor do que sentia de fato. Logo o ruivo abandonou a postura repressora e riram juntos, se abraçando, desejando mutuamente um bom dia alegre e trocando beijinhos leves e outros mais fortes até decidirem comer de uma vez para que Hoseok fosse até a delegacia e Jimin pudesse finalmente reencontrar o melhor amigo e coloca-lo em dia com os últimos acontecimentos. Fato esse, que o Jung julgava ser o motivo de tanta animação por parte do barista logo naquela manhã.

Ambos aproveitaram ao Maximo aquele café da manhã juntos. Alem da refeição deliciosa que deixava ainda mais evidente o talento de Jimin para a cozinha, também curtiram aqueles minutos com conversas leves e pequenos planos para o que fariam nos dias seguintes. O moreno verbalizou sua vontade de ainda não assumir por completo suas atividades na delegacia afim de ter pelo menos o período vespertino livre para dedicar aos cuidados com o namorado, contou que queria leva-lo para conhecer seus pais e Jimin, alem de concordar, disse que queria fazer o mesmo e ria juntamente ao policial sobre a imaginação de como seria a reação dos progenitores de ambos, já que os dois casais haviam expresso em outras ocasiões a desesperança de verem seus rebentos em um relacionamento serio.

Já era perto das nove horas quando finalmente deixaram o apartamento indo em direção a delegacia. Ao contrario do seu costume, Hoseok não estacionou na calçada da jurisdição, deixando o carro em frente a entrada da cafeteria para facilitar o trabalho de ambos em retirar a bagagem do mais novo. Já estava abrindo o porta-malas enquanto conversava sobre qualquer bobagem com o menor quando ouviu, do outro lado a rua, a voz grave de Namjoon lhe chamando e gritando a plenos pulmões para que fosse até sua sala imediatamente e recebendo um olhar compreensivo do mais novo, deixou-o sozinho, com as chaves do seu carro - e uma sequencia de três “Eu te amo” espaçados por selares -, para que ele concluísse a atividade de “voltar para casa”.

Jimin ria internamente do ar irritado que o delegado tinha. Poderia até ser assustador um homem como o Kim com tal humor, mas para o Park dentro do seu próprio estranho bom humor, aquilo lhe soou cômico e chegou até pensar em alguma piadinha para despejar sobre o Jung quando o visse novamente. Observou o moreno atravessando a rua e chegou a choramingar sobre não ter tido tempo para retribuir cada uma daquelas singelas declarações de amor, mas logo pensou que o veria em breve e então poderia lhe reforçar o quanto o amava e que oportunidades para dizer isso e lhe provar o que sentia, não faltaria, então capturou suas duas malas, jogou sua mochila contra o ombro esquerdo, fechou o capô do carro, guardando as chaves de Hoseok no bolso interno do seu casaco e caminhou até a porta metálica da garagem de casa.

Àquela hora, o ruivo imaginou que seu melhor amigo estivesse em seu curso. Ver a cafeteria fechada reforçou tal ideia em sua mente e sem nem pensar muito, enfiou a mão em um dos compartimentos externos da mochila e retirou seu próprio molho de chaves, acionou o botão do controle que destravada o portão e ao ouvir um único clique, sentiu-se confuso. Foi até a abertura metálica, forçou-a e percebeu que seu comando contra o eletrônico havia travado-o e não destravado como deveria. Mentalmente xingou o descuido de Taehyung, imaginando que o rapaz havia saído de casa atrasado e esquecido de trancar o portão, então acionou novamente o controle, ouviu dois cliques e ao forçar novamente viu a estrutura de metal se abrir.

Se Jimin já estava se sentindo confuso por saber que o Kim havia esquecido algo que nunca esquecia, ver o carro dos dois estacionado, as luzes internas dele ainda ligadas e a porta do motorista aberta, fizeram o coração do Park acelerar. Com certeza havia algo de muito errado naquilo. Sabia que o mais novo não era a pessoa mais atenta e cuidadosa do mundo, mas sua tendência a distração jamais chegaria a tanto. Caminhou a passos ressabiados até a entrada do condutor do veiculo e ao olhar para o chão de cerâmica clara, pode notar claramente dois pontinhos vermelhos. Abaixou-se receoso, passou o dedo sobre os resquícios líquidos e ao cheirar teve certeza de que estava certo quanto a sua primeira suspeita sobre o que aquilo era. Sangue.

Pensando que talvez o mais novo pudesse ter se ferido com algo e se apressado em entrar em casa, já que tudo indicava que algo não estava nos conformes, Jimin empurrou a porta do carro para ter espaço para passar entre o veiculo e o muro, caminhou até a entrada da casa, sustentando o olhar alerta sobre tudo a sua volta, ajeitou a mochila nos ombros e posicionou as duas malas ao lado da porta de entrada, ainda no exterior da residência, forçou a maçaneta e a porta se abriu.

Pé ante pé, o barista adentrou o espaço. As cortinas fechadas não permitiam que o sol invadisse o cômodo, tornando sua visão limitada naquela sala, e o silencio catatônico captado por seus ouvidos, deixava-o a cada minuto mais tenso. Fechou a porta atrás de si e chamou pelo nome do amigo, mas teve o mesmo silencio como resposta e então, respirando fundo, tentando se acalmar, levou a mão ao interruptor e acendeu a luz, girou o corpo no meio da sala enquanto clamava novamente pelo Kim, procurando qualquer explicação para todas aquelas coisas fora do comum e por fim, seu olhar estacionou na televisão que continha um pedaço de papel preso a ela por uma fita adesiva.

Sentido o suor se formar em sua testa por conta da tensão, capturou a folha e o ato de cair de Joelhos foi automático quando terminou de ler.

“Jimin-ah, Meu amor.

Eu sei que pode parecer confuso te procurar agora, mas realmente temos uma conversinha pendente. Quero mais uma vez te lembrar da promessa que você me fez há alguns anos e dizer que estou cobrando-a. Hoje é o dia que você vai me perdoar.

Porém, você já começou o dia dificultando minha vida...

Por que faz isso, meu amor?

Enfim, eu fui até aí te encontrar mas você não estava em casa, e como sei que você nem sempre é obediente, trouxe seu amiguinho comigo. Vamos chamar esse “Passeio” que ofereci a Taehyung como um Incentivo a você para vir nos encontrar.

Estaremos te esperando no nosso lugar preferido para nos amar exatamente como cinco anos atrás.

Com amor, Seu Jungkookie.

 

~~

 

Na noite da segunda-feira, Taehyung conseguiu conter a curiosidade e a preocupação acerca do comportamento do namorado que se mantinha cabisbaixo e monossílabo demais. Questionou os motivos e notando o mais novo inquieto, YoonGi tratou de lhe assegurar que não era nada que os envolvesse, que seus pensamentos estavam tomados pelo trabalho e por fim, o Kim engoliu aquela historia.

Foi com muita relutância por parte do mais velho e muita insistência por parte do Kim, que YoonGi lhe contou, na manhã daquela terça-feira, tudo o que estava acontecendo quanto ao retorno prematuro de Jimin e Hoseok e sobre uma colega ter praticamente sofrido um atentado. Naquela hora, o mais novo teve um pressentimento ruim. Lembrou-se da sua conversa com Hoseok na noite anterior a partida deles e recordar da ameaça de Jungkook contra Jimin o fez temer enormemente pela segurança do ruivo e ao verbaliza-la, ouviu o Min lhe tranquilizando, dizendo que o Park estava muito bem vigiado ao lado do Jung, e que quando voltasse, iriam providenciar medidas extras de segurança para o rapaz, e só após todas aquelas promessas que o castanho se sentiu mais tranquilo.

Por fim, o legista seguiu para seu trabalho, logo após o café da manhã preparado pelo anfitrião e posteriormente o garoto também rumou ao curso. Passariam aquela manhã toda longe um do outro e tal pensamento cobria o peito do acobreado de pesar. Mesmo não admitindo, o mais velho se via a cada minuto mais dependente da presença do dono da cafeteria para sorrir e chegava a se irritar consigo mesmo por estar se tornando o tipo de cara que sempre detestou. Grudento e manhoso.

Antes de partirem, os dois combinaram que naquela noite de terça-feira sairiam para um encontro ao estilo do menor e Taehyung fez a ressalva de que só iria ao tal encontro se tivesse a oportunidade de escolher o passeio do dia seguinte e após alguns minutos de tensão causados pelo medo do que o Kim poderia propor, YoonGi concordou com ele e logo seguiu para o outro lado da rua. Durante todo aquele dia, nada de novo aconteceu. Tiveram noticias de que HunBee mantinha-se estável, de que os exames feitos nela poderiam ter os resultados liberados a qualquer momento, mas ela ainda estava desacordada. Também foram informados de que Mark foi liberado do hospital ao meio dia e no fim da tarde já estava em casa descansando para o depoimento da quinta-feira. Quando o expediente se encerrou, pensando no plano que havia traçado para aquela noite, o legista foi ate a sala do delegado e pediu para o mesmo lhe emprestar a caminhonete robusta que era sua propriedade e questionando o subordinado sobre o que ele tramava, recebeu como resposta um “Segredo! Se der certo te conto amanhã” E por fim, combinaram que YoonGi iria para a própria casa em seu carro, SeokJin iria segui-lo em uma viatura, Namjoon iria com a caminhonete e deixaria na recepção do prédio e depois iria para casa no carro oficial com o namorado e para o Min tudo pareceu perfeito, então assim fizeram.

Logo que o casal de colegas partiu, o investigador subiu ao seu apartamento e la pegou todos os cobertores e almofadas que conseguia carregar, embrenhou-se no elevador, aguardou parar no seu destino, e com grande dificuldade, caminhou até o utilitário e jogou de qualquer jeito as coisas no banco traseiro da 4X4, para logo assumir a boleia e ir abastecer, já que não tinha muita certeza do destino deles para àquela noite.

Outra vez o Min se questionou sobre o que estava dando em si para agir daquela forma. Quando estacionou a caminhonete em um posto de combustível, riu de si mesmo pelo esforço que fazia em recriar uma cena que havia visto na televisão em algum programa que sequer se lembrava, mas que sempre pensava em ser algo de fato romântico. Desembarcou, foi até a parte traseira e enrolou a lona que cobria o compartimento de carga, estendeu os cobertores por todo o assoalho, arrumou as almofadas, entrou na conveniência do posto e comprou algumas bobagens para petiscarem, e quando achou que tudo estava nos conformes, desenrolou novamente a lona, escondendo o pequeno ninho que havia criado e dirigiu até a cafeteria, buzinou e observou o moreno caminhando até si com a expressão mais confusa que aquele rosto já havia mostrado para o Min, deixando nítida a estranheza quanto àquele veiculo imenso.

Não demorou para pegarem a estrada sem muita conversa e com o quê confuso de Taehyung só aumentando a cada quilometro rodado. Logo, se viram no fim da orla da praia, onde já não haviam os enormes prédios dos conglomerados hoteleiros e assim, YoonGi pode estacionar na areia, bem próximo ao mar, deixando a parte traseira do veiculo voltada para a água. Desceu da caminhonete, deu a volta nela e abriu a porta do namorado, auxiliando-o no desembarque, segurou sua mão e o puxou até ficar de frente para a cama improvisada que havia ficado escondida sob o tampão. Com muita calma, o policial observava a impaciência e curiosidade excessiva do Kim enquanto ia soltando uma a uma as correias que prendiam a lona, depois enrolou-a sem qualquer resquício de pressa e por fim, abriu o capô traseiro, logo puxando o mais novo para lhe acompanhar enquanto subia no espaço.

Num primeiro momento, Taehyung se limitou a ficar sentado olhando as ondas calmas vindo quebrar aos pneus do utilitário, totalmente perdido em seus pensamentos aleatórios sobre a vida, enquanto o acobreado, sentado ao fundo da caçamba, se pôs a observar o rapaz a sua frente e a cada segundo sentia seu peito se aquecendo mais. Era quase uma paisagem adicional a forma como o Kim estava. A cabeça jogada para trás, voltada para o céu noturno estrelado, deixando seu perfil perfeitamente alinhado à visão do legista, os desenhos do seu pescoço e do seu pomo-de-adão evidenciados pela posição em que o crânio se encontrava com relação ao tronco, as pernas cruzadas a frente do corpo e as mãos com os dedos entrelaçados sobre o colo enquanto o vento soprava e desorganizava da forma mais bela possível os cabelos escuros dele e os olhos, tão bonitos, fechados, além da sombra de um sorriso daqueles que não mostravam os dentes mas estampavam uma tranquilidade tão profunda, que fazia o mais velho achar que o namorado havia sido um monge budista em outra vida. Aquilo tudo provocava um sorriso imenso no rosto do próprio Min que se sentia o cara mais feliz e imbecil do mundo ao mesmo tempo. Feliz porque tinha Kim Taehyung ao seu lado e imbecil por ter quase deixado-o por conta de um assassino desalmado.

Ficaram daquela forma, o mais velho contemplando o moreno e o moreno contemplando o céu e o mar, por um tempo que nenhum saberia dizer, mas como sempre acontecia quando estava próximos, a quantia de horas não importava. Apenas permaneceram como estavam e quando se sentiram insatisfeitos, se reaproximaram, se beijaram, abraçaram e tocaram-se conforme suas próprias vontades e sentimentos, e quando a madrugada começou a se aproximar e o frio passou a ser incomodo, deitaram-se entre as almofadas e se cobriram com uma manta adjacente. Toda a atmosfera em volta dos dois os faziam querer ficar até o fim da vida ali. Pensavam que finalmente haviam encontrado a felicidade plena e o Kim sentia em seu peito que não mais poderia viver em uma realidade em que não tivesse o acobreado ao seu lado e foi pensando sobre tal possibilidade que o dono da cafeteria se viu curioso sobre os pensamentos e sentimentos do parceiro.

- YoonGi... – Chamou e ouviu um murmúrio como resposta. – Como você se sentiria se um dia não me tivesse mais contigo? – Questionou levantando o olhar até a face do mais velho e notou as sobrancelhas juntas como se não entendesse direito o que tal pergunta significava.

- Isso não vai acontecer, Tae. A gente não vai se separar. – respondeu convicto, ajeitando a postura e o mais novo se sentiu um pouquinho frustrado por de fato não ter sido compreendido no que realmente queria saber.

- Não to falando de separação. O que eu quero saber é como você se sentiria se um dia, sei la, acontecesse algo comigo. – O Min ainda estava confuso, então preferiu perguntar para não correr o risco de responder algo desagradável ao moreno.

- “Algo” tipo... – Pausou girando o pulso no ar, indicando que o mais novo exemplificasse.

- Tipo... Sei la, se eu morresse, por exemplo. Como você se sentiria se eu morresse, do nada? – Dessa vez, completamente ciente do que o Kim perguntava, YoonGi fechou os olhos por um momento tentando achar a resposta do mais novo. Tentou criar em sua cabeça um mundo onde não o acharia na cafeteria, onde ele não atendesse mais seus telefonemas e não pudesse mais o ver. Tentou não ilustrar tais pensamentos com formas ou motivos para uma fictícia morte de Taehyung, mas só o pensamento de não vê-lo nunca mais, não ouvir sua voz grave, não sentir sua pele e seu cheiro, não tê-lo por perto para dar e receber carinho ou só conversar, só de pensar naquelas possibilidades, sentiu suas mãos gelando e o peito acelerando e por pouco não marejou, mas o nó em sua garganta obrigou-o a engolir em seco.

- Francamente?! Eu não consigo imaginar um mundo onde você não existe mais, e mesmo assim, eu consiga sorrir. – Encarou o namorado e percebeu-o com os olhos brilhando. YoonGi levou a destra até a face do rapaz e acariciou-a com o polegar e notou tal afago lhe fazendo relaxar. – Eu não consigo mais imaginar meus dias sem os seus sorrisos, TaeTae! Você tem sido o único motivo pelo qual eu mesmo tenho sorrido, e não quero nem pensar na possibilidade de mudar isso se não for para melhor.

Um suspiro apaixonado escapou dos lábios do moreno enquanto se aproximava para beijar o Min e naquele beijo, YoonGi teve certeza que não mentira em absolutamente nada sobre o que falara. Realmente era dependente de Taehyung para se sentir bem e pensar em perde-lo – alem de lhe soar descabido e utópico – era desnecessariamente dolorido.

A vontade de ambos era de adormecerem e ficarem ali na praia até o dia seguinte, no entanto, os dois teriam suas rotinas lhes esperando na quarta-feira pela manhã, então pouco depois da declaração do legista, os dois optaram por voltar para casa e assim rumaram até o apartamento do mais velho onde pernoitaram com tranquilidade, já com o pensamento de que no dia seguinte, eles fariam um programa a escolha do mais novo e isso cobria ambos de ansiedade. Um pela curiosidade acerca do que o moreno tramava, e o outro pelo temor que surgia sobre agradar ou não o namorado.

Na quarta-feira, ambos foram até a delegacia na caminhonete do delegado, deixando o carro do Min no estacionamento do condomínio, exatamente onde estava. Combinaram que ao fim do dia, o legista tomaria um taxi para casa, se arrumaria e o Kim iria lhe buscar para o tal programa deles e assim fizeram.

Durante todo aquele dia, o mais velho espionava a cafeteria sempre que tinha a oportunidade para ver se encontrava algo diferente que denunciasse o que fariam a noite mas não notou nada, e quando o período vespertino se findou, passou no trabalho do castanho apenas para vê-lo lhe mandando embora logo, alegando que já estava fechando a cafeteria e assim poderiam se arrumar, fazendo a nota de que o Min deveria caprichar porque aquela noite seria totalmente diferente das que já haviam dividido e assim o policial obedeceu-o pegando o taxi que havia pedido minutos antes e finalmente chegando em casa.

A curiosidade exalava dos poros do legista. Eram momentos como aqueles que o fazia pensar que realmente ainda não conhecia Taehyung o suficiente por sequer fazer a mínima ideia do que poderia estar se passando na cabeça do moreno àquela hora, então tentou deixar o pequeno nervosismo de lado, tomou um banho longo e relaxante e foi escolher que roupa usaria lembrando da observação do namorado sobre vestir algo casual e assim optou por um jeans escuro rasgado nos joelhos, uma camisa azul clara e uma jaqueta de couro, completando o visual com um boné preto e botas da mesma cor e sentou-se à sala aguardando que o mais novo lhe telefonasse para ir encontra-lo na portaria, enquanto ainda mexia no celular para se distrair.

Quando finalmente recebeu a chamada esperada, deixou o apartamento praticamente correndo. Entrou no elevador, desceu no térreo e caminhou a passos rápidos até a rua, logo encontrando o carro escuro do maior e sem hesitar, entrou no veiculo, sentou-se no banco do passageiro e logo teve o pescoço agarrado pelo Kim para lhe beijar. Assim que o osculo se findou, parou para observar o mais novo e chegou a rir de como estavam semelhantes mesmo sem terem combinado nada. Taehyung também trajava calças escuras, botas e jaqueta de couro, diferenciando apenas a camisa que o dono da cafeteria escolhera por um vermelho claro.

Logo o Min questionou sobre onde iriam e foi surpreendido pela resposta imediata, já que achava que o moreno faria algum tipo de suspense.

- Hoje nós vamos a uma balada que eu gosto muito. Uma vez você disse que gostava de assistir batalhas de Rap, então vamos ver uma. – respondeu sorridente, vendo a arcada do mais velho se exibir também.

Apesar de YoonGi preferir o cenário mais underground quando se tratava de musica, não pode deixar de apreciar a casa noturna, que mesmo julgando ser requintada demais para as letras sujas e as batidas graves do Hip-hop, ainda assim tinha bebida barata, fazendo com que aquele lugar entrasse na lista de “melhores lugares para se divertir” do Min. Ainda não eram nem 22 horas e a pista de dança já estava quase cheia. Taehyung lhe puxou em direção ao bar e la pegaram duas doses de vodka e procuraram uma mesa mais próxima ao palco que já tinha movimentação da equipe de staffs, sinalizando que o evento principal da noite começaria em breve.

Logo o dialogo, sutilmente elevado devido a poluição sonora do local, se instalou entre o casal. YoonGi questionou sobre o que teria despertado interesse em rap no mais novo e o mesmo respondeu que havia um colega de curso seu que se apresentaria e que gostaria de assistir. O legista se sentiu levemente irritado pois na sua cabeça, imaginava que o interesse no moreno deveria ser oriundo do seu próprio interesse. Tal sentimento era causado por aquela característica necessidade de se aproximar mais do outro quando se está em um relacionamento, e se não bastasse tal frustração, ainda havia a menção desse tal amigo, que nem conhecia e já não ia com a cara. Chegou a bufar fraco pensando que estava sendo levado em um encontro para assistir outra pessoa no palco enquanto poderiam estar fazendo qualquer coisa idiota só eles dois e todos esses pensamentos fizeram o policial ter que se conter para não pedir para irem para casa.

Mas logo a tensão diminuiu consideravelmente. Faziam poucos minutos que o silencio havia dominado o espaço entre os namorados quando fora substituído pela voz do locutor da noite, anunciando que as batalhas começariam. Foi com os olhos brilhando que o Min assistiu cada uma das apresentações e la pela quarta ou quinta sessão, notou o próprio namorado empolgado demais para o seu gosto, acabando ali mesmo com a pequena reanimação que havia tido.

Decidindo se afastar para evitar que discutissem, YoonGi falou ao mais novo que iria pegar algumas bebidas e teve vontade de enfiar um soco no meio daquele sorriso quadrado maldito, que não saia do rosto do rapaz enquanto gritava um nome ininteligível, e Taehyung apenas acenou positivamente, fazendo o Min se sentir completamente ignorado.

O Acobreado acomodou-se confortavelmente na banqueta alta do bar, pediu um whisky duplo e bebeu-o quase que de um único gole, pediu que o garçom completasse novamente o recipiente que tinha em mãos e assim que foi obedecido, repetiu o ato de exagero e só depois do quarto copo consumido daquela forma que foi reduzir o ritmo, sentindo o corpo deliciosamente amortecido e a raiva que sentia, se esvaindo, não por ter se acalmado, mas sim porque seu corpo já não assimilava muita coisa a sua volta por conta da embriaguez.

No entanto, quando já estava quase dormindo no balcão, ouviu a voz excessivamente grave e animada do namorado, abriu os olhos e viu-o bem a sua frente com aquele sorriso quadrado que, naquele momento, lhe pareceu irritante demais. Sentindo uma ponta de esperança nascendo em seu peito a respeito da sua vontade de voltar para casa, YoonGi corrigiu a postura no banco e foi só quando se pôs com a coluna perfeitamente ereta que notou a mão do Kim entrelaçada a outra mão, levantou o olhar ao acompanhante do moreno e viu um rapaz de cabelos descoloridos, com expressões firmes e reconheceu-o como o rapper que havia feito seu namorado “gritar como uma garotinha” enquanto performava.

- Amor, vem aqui! Deixa eu te apresentar o meu amigo! – Falou o moreno puxando o Min pela mão, ato esse que foi julgado como invasivo demais pelo legista que apenas puxou o braço e volta, se acomodando novamente na banqueta.

- Olha Tae, eu não quero incomodar, sabe? Seu namoradinho não me parece muito bem. Outra hora você me apresenta ele. – YoonGi ouviu a voz mais grave ainda, aveludada, atrás do moreno e ter sido chamado de “Namoradinho” fez seu sangue ferver, tirando-o do seu estado de quietude.

-“Namoradinho”?! – Questionou se levantando, com o cenho franzido e a raiva transbordando sua aura, alternando o olhar entre os dois rapazes a sua frente. – “Namoradinho”, Taehyung? Quem esse imbecil pensa que é pra vir até aqui falando merda desse jeito? – disse ao mais novo enquanto encarava firmemente o loiro.

- Namoradinho sim! Olha teu tamanho cara! Tu não pensa que vou levar desaforo seu pra casa só porque ta bêbado não! – Respondeu o rapper com o mesmo ar irritado que o legista e logo voltou-se ao Kim – Sinceramente Tae, o cara te larga sozinho na mesa no meio de um encontro, enche a cara e ainda desrespeita seus amigos... Realmente esse tampinha faz jus ao diminutivo que usei. Tu merece coisa melhor. – Concluiu se aproximando perigosamente do mais novo e Taehyung deu um passo para trás tentando “não atiçar a onça” mais do que já havia atiçado.

- Olha Yongguk, eu realmente quero que você respeite meu namorado. – O moreno pausou a fala quando notou que o Min estava pronto para pular no pescoço do colega de curso e tentando evitar que uma briga acontecesse ali, decidiu dar fim naquela situação. – Bom, vou acatar sua dica de apresentar-lhes decentemente em outra oportunidade. Vem, YoonGi! – Falou novamente enlaçando o pulso do mais velho e ao puxa-lo, notou-o travado, fuzilando o amigo com o olhar.

- Tudo bem. Tenham uma boa noite. – respondeu Yongguk e quando o Min finalmente aliviou a postura e fez menção a seguir o Kim para fora da casa noturna, o ultimo deboche reverberou. – Alias, Se por acaso seu namoradinho não der conta do serviço por ser um pinguço fedorento e você quiser terminar melhor a noite, lembre-se que tem meu numero, TaeTae.

Uma bufada irritada.

Um cerrar de punhos.

Uma mesa voando.

Dois homens rolando no chão em meio a socos e pontapés.

O Desespero do Kim era visível há quilômetros de distancia. Sua vontade era de pegar os dois pelos colarinhos e soca-los, mas nem se fosse demente iria se enfiar numa briga onde havia um Yongguk forte e musculoso de um lado e um YoonGi ágil e ligeiro do outro. Desistindo de agir sozinho, chamou os seguranças e sorriu aliviado quando assistiu os quatro homens imensos aparecerem e pegarem o amigo e o namorado e arremessarem contra a calçada da casa noturna.

Antes que pudessem retornar a pancadaria, Taehyung capturou o acobreado pela cintura e praticamente jogou-o ao seu ombro, caminhou até o próprio carro, abriu a porta do passageiro com certa dificuldade, arremessou-o contra o banco e bateu a porta com força. O Kim estava completamente bravo com o namorado, primeiro por ter sido realmente largado no meio da pista da casa só para ir beber, depois pelo desaforo e falta de educação para com o seu amigo, e quando achou que poderia vê-lo se redimindo por conta da falta de respeito do colega de curso, crendo piamente que tal provocação fosse ser respondida com classe e algum comentário, acido como o Min sempre fazia, acabou vendo o baixinho atacando o loiro deliberadamente. Aquilo era demais para a paciência do moreno que guiava com pressa em direção ao apartamento do Mais velho e no meio do caminho, ouviu-o nauseando, abaixou o vidro da porta do mais velho o mais rápido que pode, e assim que a primeira brisa noturna invadiu o veiculo, notou o legista esticando-se pela abertura e vomitando horrores pela porta do carro.

Tal situação fez o dono da cafeteria querer chorar. Uma das coisas que havia feito naquele dia era ter levado seu carro para lavar justamente porque sabia que Jimin chegaria na manhã seguinte, e se encontrasse o veiculo sujo, iria brigar consigo até a próxima vida, e ver pelo retrovisor a lataria toda vomitada, juntamente ao estofado interno da porta, parte do banco e do tapete igualmente sujos, teve certeza que não poderia simplesmente ir para casa naquele estado.

Mas a causa da sujeira ainda estava ali do seu lado, lhe incomodando entre uma náusea e outra sobre o que o Kim tinha com o tal loiro, perguntando insistentemente se não era algum ex-namorado e toda aquela inconveniência do legista, fez Taehyung decidir sem nem consulta-lo sobre o que fariam dali pra frente até o fim da madrugada.

O Moreno estacionou em uma vaga livre dentro do condomínio do policial, auxiliou-o a levantar do banco, coberto de vomito, entrou no elevador consigo e encaminhou-se até o apartamento dele. Entraram, e sem nem tirar os sapatos, o mais novo levou o investigador até o banheiro do quarto e enfiou-o debaixo do chuveiro, ligou o registro ouvindo-o gritar pelo contato gelado da água contra a pele, e antes que o Min fizesse menção a levantar-se, fechou o Box, saiu do quarto e foi até a cozinha. A cada minuto passado, mais baixos ficavam os reclames do acobreado. Quando o café amargo que preparava para ajudar o namorado com o porre ficou pronto, o apartamento já era tomado pelo silencio e isso fez o moreno supor que o policial havia adormecido embaixo da água.

Tentando se acalmar, o mais novo colocou o liquido em uma caneca grande e subiu as escadas, já se preparando mentalmente para tirar o menor à força debaixo da água, mas quando entrou no quarto, viu-o se secando. YoonGi falou rapidamente que já estava um pouco melhor e que ter vomitado havia ajudado-o a tirar um pouco do álcool do organismo e assim, já se sentia sóbrio, apesar da dor de cabeça. As únicas palavras proferidas pelo maior foram as que ordenaram o Min a tomar o café e já estava deixando o cômodo quando sentiu o pulso sendo segurado pelo investigador, encarou-o e notou seu olhar pedinte enquanto murmurava um pedido de desculpas que fora respondido apenas com um aceno simples de cabeça e a alegação de que iria para casa porque teria que limpar o carro antes de Jimin chegar.  

O acobreado protestou de imediato. YoonGi sabia que havia se excedido e se em algum momento tivera razão em sua irritação, jogou-a fora no exato instante em que cedeu as provocações de Yongguk e agrediu-o. Sua insegurança e medo de perder o Kim, somado ao excesso de álcool no organismo, o fizera se descontrolar e o Min sabia perfeitamente que o mais novo estava chateado, por isso pediu que ficasse consigo aquela noite, mais por carência do que por temer ficar sozinho bêbado, como havia alegado, e foi sentindo o peito dolorido e uma vontade enorme de chorar que viu a porta se fechando e o moreno indo embora com a promessa vaga de um “amanhã a gente se fala”.

Taehyung se negava admitir, mas havia sim um lado seu que até estava feliz. Em todo o tempo que conhecia o legista, nunca havia imaginado vê-lo com ciúmes e isso o fazia se sentir realmente importante, mas quando já dirigia o carro pelas avenidas da cidade procurando um lugar para que pudesse limpar a sujeira que o namorado bêbado havia feito, percebeu que havia partido sem se despedir decentemente do menor e isso lhe doeu.

Por fim, achou um posto de combustível com uma borracharia anexa aberta. Haviam dois funcionários jogando cartas na frente do prédio e assim que estacionou, eles vieram ao seu encontro, então pediu emprestado um pano e um balde e mais que ser atendido em seus pedidos, teve a ajuda dos próprios rapazes para limpar toda a sujeira feita pelo mais velho.

Já era perto das cinco horas da manhã quando terminou a limpeza, agradeceu aos desconhecidos e voltou a dirigir com rumo a sua residência, rezando mentalmente para Jimin ainda não ter chego e assim poder dormir antes de colocar a conversa em dia com o ruivo. Como de costume, acionou o botão do portão eletrônico na metade do quarteirão anterior e até chegou estranhar a van escura que estava estacionada próximo a sua entrada, mas como sabia que, as vezes, os veículos apreendidos pela delegacia pernoitavam na calçada, deduziu que fosse esse o caso, então ignorou qualquer coisa a sua volta enquanto entrava com o carro na garagem. Após parar, tirou o cinto de segurança, abriu a porta e se esticou para pegar suas chaves que estava pousadas no painel do lado do caroneiro. Deu uma ultima olhada nas manchas úmidas que denunciavam o descuido do namorado e lembrar dele o fez sorrir porque apesar de tudo o que o menor aprontara naquele dia, não podia apagar da cabeça as coisas boas que estavam vivendo juntos.

 “Eu não consigo mais imaginar meus dias sem os seus sorrisos, TaeTae!”

Lembrou da voz dele lhe dizendo aquelas palavras na noite anterior e por fim, resolveu se apressar em entrar em casa, logo desembarcando do veiculo, já com o pensamento de que, assim que tivesse tempo, o procuraria para se acertarem, afinal, terminar seu namoro por conta de uma discussão boba como aquela, não era uma possibilidade para si.

Quando levou a mão ao controle da chave para fechar o portão, ainda imerso nos pensamentos sobre o Min, Ouviu passos atrás de si e quando fez menção a se virar para ver do que se tratava, não teve tempo. Apenas sentiu uma dor aguda em sua nuca e tudo se escureceu, apagando de imediato, tendo como ultimo pensamento, o rosto sorridente de YoonGi na cabeça. 


Notas Finais


OkOkOk
Não vou me alongar aqui porque o capitulo 36 será postado dentro de algumas horas.
Se preparem que até o 37(ultimo) ainda tem muita água pra rolar <3
KissKiss
~~Ashmedhai


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