O Final.
Na manhã daquela quinta-feira, quando o despertador de YoonGi tocou, o acobreado teve a impressão de que seu crânio se abriria em dois por conta do som excessivamente estridente que reverberava pelo quarto. Levantou-se gemendo de dor, e exatamente como fazia em todas as suas manhãs da sua passada fase de bebedeiras, naquela também prometeu que nunca mais colocaria uma única gota de álcool na boca. Praticamente se rastejando, com o rosto contorcendo-se involuntariamente em caretas que deixariam nítidas pra qualquer um, a sua ressaca, foi até o banheiro, tomou um banho quente e escovou os dentes por mais tempo que o costumeiro, tentando tirar o gosto de vomito que ainda tinha em seu paladar misto ao de biles oriundo de seu fígado maltratado, e quando saiu do banheiro já se sentia menos mal, mas seu breve reconforto foi pelo ralo quando olhou para sua mesa de cabeceira e nela, viu uma caneca.
Lembrou-se de como o recipiente havia parado ali, lembrou-se do passeio frustrado que tivera com o namorado, da bebedeira, da briga e o pior: De Taehyung simplesmente indo embora e lhe deixando sozinho para curar sua ressaca. Em qualquer outra situação ficaria extremamente bravo com o Kim, lhe “daria um gelo” não lhe procurando por dias, mas naquelas circunstancias, a única coisa que sentia era vergonha. Vergonha por ter agido como um adolescente imaturo e insensato que acha que vai encontrar na violência, a solução para todos os problemas. Vergonha por ter sido um idiota, ciumento e egoísta por ter largado o Kim em meio a uma apresentação de um amigo seu, só pelo fato de não aguentar vê-lo sorrindo para algo que não fosse a si mesmo. Vergonha por ter perdido a oportunidade de simplesmente ignorar as provocações do tal amigo e ter feito exatamente o que ele queria: Brigado.
O Min se sentia o pior dos babacas e ainda antes de sair de casa, já ansiava pelo fim do dia para que pudesse encontrar o rapaz de sorriso quadrado e conversar com ele. Não pretendia explicar nada, afinal, não haviam explicações para seus erros, mas queria sinceramente pedir perdão a ele, dizer que sentia muito e que sabia que havia feito uma grande cagada, mas que se arrependeria e não faria tais coisas novamente, e já com um pequeno dialogo pronto na cabeça, deixou o apartamento em direção à delegacia e enquanto dirigia, tentava pensar sobre o trabalho.
Foi lembrando-se do que lhe aguardava naquela quinta-feira, que a pequena ansiedade começou a lhe invadir. Aquele era o fatídico dia do depoimento de Mark e de Jimin, e YoonGi tinha sinceras esperanças de que conseguisse nos depoimentos dos homens, achar algo que pudesse usar diretamente contra o Jeon.
Quando chegou a delegacia, encontrou SeokJin analisando os Dossiês do professor e do Barista. Conversaram sobre o que perguntariam ao mais velho e tentaram traçar uma estratégia através dos questionamentos a respeito da vida escolar do ruivo, de forma que guiassem as respostas até chegar a época do ensino médio dele e foi em meio àquele dialogo que Namjoon telefonou-lhes avisando que o senhor já havia chego e aguardava-os em sua sala.
No inicio do interrogatório, Mark se mostrou relativamente receoso, na defensiva, e ali, os dois colegas tentaram acalmar o velho lhe dizendo que suspeita alguma caia sobre si. Foram questionados se havia algum suspeito e imediatamente responderam que havia uma pessoa em mente, mas que não era alguém com quem o mestre deveria se preocupar. Logo as questões passaram a girar em torno do seu relacionamento com o Park. Mesmo sabendo as respostas de quase tudo o que falavam, fizeram questão de perguntar onde haviam se conhecido, se eram muito próximos, e com o decorrer dos questionamentos, o assunto foi se aproximando ainda mais do objetivo da dupla de investigadores.
- Então o senhor não sabe exatamente em que colégio Park Jimin estudou? – Perguntou YoonGi e percebendo que o velho morderia sua isca, encarou Seokjin que já tinha o dossiê do ruivo em mãos.
- Ele falou alguma coisa sobre ser um colégio na região central da cidade, mas não me recordo o nome. – Respondeu sutilmente confuso sobre o porquê daquelas questões, mas logo tratou de sanar sua duvida. – Olha, com todo respeito doutor, mas eu não estou entendendo muito bem o porque dessas perguntas sobre a vida escolar do Jiminie. Ele era um aluno exemplar na faculdade e duvido muito que tenha sido diferente quando mais novo. – YoonGi pegou os papeis das mãos do colega, caminhou até a frente do senhor e pousou-os à mesa, juntamente com algumas fotografias e relatórios do crime de Wang Jaesang, indicando que ele olhasse.
- Na verdade, o que está nos levando à vida escolar de Park Jimin são essas circunstancias aqui. – Disse o acobreado apontando os papeis. – Temos esse crime, que aconteceu nessa data e nessa hora, nessa escola aqui. – Continuou colocando o dedo sobre os dados impressos nos laudos. – E aqui, podemos ver que o Senhor Park foi aluno dessa instituição. Esse crime está diretamente ligado ao homicídio que ocorreu em sua propriedade devido a ação do criminoso e, coincidência ou não, os dois locais de morte são de conhecimento do seu ex-aluno. Obviamente ele tem alguma relação com isso. – Concluiu o Min indicando tais dados nos documentos que continham a vida do barista e imediatamente percebeu o professor protestando veemente com a cabeça.
- Impossível ele ter matado alguém nesse dia e nessa hora. Ele estava comigo na madrugada de sexta-feira para sábado. Ele foi a um bar, teve problemas la, me ligou e pediu para me ver, nós fomos à minha chácara e bebemos até o inicio da manhã. Depois disso eu o deixei na casa de seus pais, como sempre faço. Na hora que esse crime ocorreu Jimin estava comigo, doutor. Com certeza não foi ele. – Respondeu o velho, resoluto de tudo o que dizia e os investigadores não duvidaram em nada, tamanha era a certeza expressa nas palavras de Mark.
- E o senhor tem como provar o que está dizendo? – Questionou SeokJin, apenas para cumprir o protocolo de exigir um álibi e observou o cenho do homem se franzindo por um tempo, sua boca se mexendo sem deixar que palavras saíssem e assumindo todo um ar de quem tentava puxar algo da memória, até que por fim viram-no levando sua destra até o bolso traseiro da calça e retirando a carteira, logo procurando algo nela.
- Eu não sei se serve como prova, mas eu sempre fico com o carro dele para devolve-lo depois, quando vamos à chácara. – Falou ainda em meio a busca que fazia nos papeis de dentro do acessório, até que tirou um ticket amarelo e pequeno dela, logo entregando para YoonGi que sentou-se na cadeira de NamJoon para ler o papel. – Nesse dia do crime eu abasteci o carro dele, olha! Aqui tem o numero da placa do veiculo, a data e a hora. Isso foi no fim da manhã, quando eu já ia em direção a cafeteria para entregar o carro. – Um suspiro feliz escapou dos lábios dos dois policiais por realmente terem uma prova concreta da inocência do Park, afinal, se o velho havia abastecido seu carro, era prova de que a historia de ter passado a madrugada na companhia do barista era verdade.
- Ok. Mas ainda temos a coincidência de que alguém que conhece a sua propriedade, também conhece a escola que Jimin estudou. Você conhece algum outro colega dele? Teve algum aluno que levou até sua propriedade e que também estudou nesse colégio? – Questionou o mais velho da equipe e a resposta veio em forma de um “Que eu saiba, não, Doutor.” E logo SeokJin pegou outra folha, a que continha a lista de colegas de classe do barista, e entregou ao interrogado. – Senhor Mark, aqui temos a lista de alunos do Colégio Bom Jesus. Por enquanto, é apenas a turma de Park Jimin, mas caso não ache nada, trataremos de providenciar as demais. Reconhece algum nome nessa lista? – O professor segurou o ensalamento em mãos e passou a observar atentamente, nome por nome escrito ali até que o ar de surpresa lhe atingiu.
- Olha só que feliz coincidência! – Falou o senhor apontando para o papel e olhando para os policiais. – Eu conheço esse garoto! Jeon Jungkook, eu conheço ele. – Continuou o Lee inocentemente, sem nem se tocar de onde poderia levar os investigadores com tal afirmação e para o Kim e o Min, foi extremamente difícil segurar o sorriso vitorioso que teimava em queimar-lhes a face enquanto olhavam para o escrivão, que digitava cada palavra proferida na sala apenas para confirmar de que o rapaz havia captado tal informação.
- Jeon Jungkook? – Questionou YoonGi fingindo casualidade. – E o senhor pode nos contar como o conheceu? – emendou a questão e viu o senhor assumindo um quê triste no olhar.
- Infelizmente não foram em circunstancias tão boas quanto as que eu conheci Jimin. Há alguns anos eu fui hospitalizado por um acidente de trabalho e conheci o garoto enquanto me recuperava. Ele havia sido quase morto pelo próprio pai e dividimos o quarto durante nossa estadia. – Respondeu ainda com o olhar baixo e dessa vez nenhum dos dois policiais esconderam os sorrisos.
- E esse rapaz sabe da existência dessa sua chácara? – Questionou o Min levantando-se novamente, e percebeu Mark relativamente receoso quanto a informação que daria, mas sabendo que não deveria mentir por estar em um interrogatório oficial, respirou fundo, olhou para o escrivão também, já tendo ciência de que suas próximas palavras poderiam colocar seu outro filho postiço em apuros.
- Bom... Na época que eu sofri o tal acidente, eu ainda não era professor da universidade. Eu tinha um restaurante e usava a chácara para abater os animais que servia la, e lembro de ter convidado meu colega de quarto e sua madrasta para visitar-me na chácara quando ele tivesse alta. Eu lhe dei meu telefone e os endereços da minha residência e do abatedouro, mas ele nunca foi la comigo. Nos primeiros meses depois que ele saiu do hospital nos falamos diariamente por um tempo, ele tentava se recuperar do trauma que havia sofrido pela agressão, e depois que a madrasta dele foi embora do país, nos falamos poucas vezes. Em um aniversario dele eu até o dei um jogo de facas, que me era de grande estima, afim de tentar nos aproximar mais, mas ele sumia sempre, e reaparecia quando eu menos esperava. No entanto faziam meses que eu não tinha noticias do garoto até semana passada, quando ele foi me ver no hospital novamente. – Contou de uma vez só, mantendo o olhar baixo e logo seus pensamentos acerca das memórias do Jeon foram interrompidas por um suspiro vindo do legista.
- Ok. – Disse YoonGi lentamente e logo encarou SeokJin que lhe deu um aceno afirmativo de cabeça, lhe indicando que haviam conseguido o que precisavam. – Senhor Lee, quero lhe agradecer pelos esclarecimentos e dizer que o senhor foi de grande ajuda para nós. O senhor pode aguardar aqui mesmo enquanto o escrivão termina de confeccionar a ata do seu depoimento e após assinar, está liberado. – Concluiu lhe estendendo a mão, ato seguido pelo colega de equipe e logo ambos deixaram a sala, rumando a recepção para tomarem um café e logo encontrando o delegado no caminho.
- E então? Como foi o depoimento? – Questionou NamJoon e Jin apressou-se em lhe abraçar sorridente.
- Melhor, impossível! – respondeu o namorado do chefe da jurisdição, logo lhe selando rapidamente. – Conseguimos fazer o Mark relacionar Jungkook com o caso através da ligação entre ele, Jimin, a escola e o abatedouro onde os crimes aconteceram. – Concluiu e logo viu o olhar admirado do namorado sobre si e o legista.
- Como conseguiram isso? – Perguntou curioso e logo YoonGi colocou as mãos no bolso do Jaleco e sustentou o ar soberbo que sempre carregava quando sabia ter feito algo acima das expectativas.
- Falamos que o Jimin havia estudado na escola onde Jaesang foi morto e assim, respaldamos o pedido para que ele olhasse a lista de colegas de classe da época do Park. Ele reconheceu o nome de Jungkook, contou-nos sua historia, e assim, o Jeon foi adicionado a nossa lista de suspeitos por também ter ciência do abatedouro. – Namjoon acenou afirmativamente com a cabeça, aprovando a estratégia e logo SeokJin tomou a palavra.
- Agora você tem o que precisa para pedir a quebra de sigilo daquele filho da puta. – Falou o mais velho e dessa vez viu o sorriso sabido do Kim mais novo surgindo na face.
- Na verdade esse pedido já foi feito. Ontem no fim da tarde foi comprovado que HunBee sofreu um atentado. Ela foi intoxicada com ricina e, obviamente, esse tipo de envenenamento sempre é intencional. Entrei em contato com o Juiz da jurisdição, alegando que ela havia chegado na cidade há poucos dias e que não poderia ter sofrido tal atentado aqui na delegacia por ter passado mal logo na segunda-feira e ter ficado o fim de semana todo em casa, consequentemente, o primeiro suspeito do envenenamento seria o próprio filho. – NamJoon fez questão da pausa dramática, e ao perceber os dois ansiosos, prosseguiu. – O Juiz liberou a quebra e a essa altura, o pessoal da inteligência já está varrendo a vida de Jungkook enquanto aguardamos o fórum emitir o mandato de busca e apreensão na residência deles. – Falou animado e observou os dois colegas de trabalho baterem as palmas das mãos, comemorando aquela vitória. – Mas vocês dois ainda tem trabalho a fazer. A tarde teremos o depoimento de Jimin para tomar. Nem adianta reclamar porque faz parte do protocolo, vocês sabem disso. Hoseok chegou faz algum tempo e já está na sala dele preparando as coisas para o interrogatório do namoradinho, e como vocês também sabem que ele não pode mais se envolver nas perguntas por questões de ética, é melhor se apressarem para ajuda-lo.
Logo, os dois se despediram do chefe e subiram as escadarias, animadíssimos por já verem o caso solucionado. Assim que entraram na sala, deram de cara com um Jung ainda mais sorridente que eles dois, e as piadinhas e zombarias foram automáticas ao notarem a bela aliança sustentada em seu anelar direito.
Sentindo-se confortáveis pelo fato de o mais novo já ter arrumado tudo o que precisavam para interrogar Jimin, aproveitaram aqueles minutos de pausa antes do almoço para conversarem sobre as novidades dos últimos dias. YoonGi lhe contou sobre o atentado a HunBee e sobre a recente noticia da liberação de quebra de sigilo de Jungkook e concluiu contando sobre seu namoro com Taehyung ter finalmente se firmado. SeokJin zombou os dois dizendo que deveriam marcar um encontro triplo e logo os planos passaram a se fazer entre eles, enquanto o Min se sentia sutilmente triste por conta da sua briga com seu par, mas tentava não transparecer aquilo e dizia para si mesmo que logo o veria e se acertariam.
Quando finalmente o relógio marcou o fim do período matutino, os três colegas desceram as escadarias ainda em meio a conversa descontraída e as risadas que mantinham desde a sala. Quando chegaram na recepção, encontraram Namjoon, que logo pediu a Jin que não fosse almoçar e fizesse companhia a si pois não poderia deixar a delegacia, devido à equipe de inteligência estar trabalhando no caso de Jungkook, e isso lhe exigia toda a atenção. O mais velho, mesmo a contragosto, aceitou o pedido do namorado e se despediu dos dois colegas que já estavam saindo do prédio com rumo a cafeteria.
Ainda dentro do pátio da delegacia, assim que NamJoon e SeokJin saíram de suas vistas, YoonGi parou Hoseok sentindo em si um certo nervosismo. Quando questionado sobre o porque de terem parado, o Min respirou fundo e engoliu seu orgulho, contando o que havia acontecido na noite anterior e pedindo algum conselho sobre como deveria agir, e antes de ouvir a resposta, o acobreado tomou um tapa na nuca e ouviu o amigo lhe dizendo para se manter calmo e tentar conversar da forma mais natural possível e concluiu com a dica de que deveria demonstrar claramente ao Kim o que sentia, deveria lhe dizer o quanto era importante para si e o quanto se arrependia por tê-lo magoado, e aceitando aqueles conselhos simples, por fim resolveram atravessar a rua.
Assim que se viram na calçada, um evitou o olhar do outro tentando não se assustarem com o que viam. Na cabeça do Min e de Hoseok, a cafeteria deveria estar aberta, já que tanto Taehyung quanto Jimin estariam em casa e os dois policiais sabiam bem o quanto seus namorados prezavam pelo trabalho deles. Tentando não imaginar besteiras, os dois preferiram pensar consigo mesmos que talvez os amigos tivessem preferido tirar aquele dia de folga para matarem as saudades e colocarem o papo em dia, e assim, atravessaram a rua, ambos cabisbaixos e perdidos em seus próprios pensamentos, e ao ver a porta metálica da garagem aberta, o olhar confuso de ambos não fora escondido dessa vez. Tanto o legista como o moreno sabiam perfeitamente o quanto seus parceiros eram atentos com os cuidados da residência deles. Ver aquele portão escancarado, imediatamente fez o coração deles solavancar e automaticamente apressaram os passos em direção a entrada.
À primeira vista, não havia muita coisa fora do normal. Estranharam as malas de Jimin ainda estarem para o lado de fora da casa e logo Hoseok caminhou até elas, tentando observar se não via nada de estranho alem daquele fato em si. Já YoonGi, percebeu que o carro que estava estacionado na garagem, não tinha sua porta do motorista fechada corretamente e assim, foi até a lateral do veiculo para reparar tal descuido e foi quando se viu paralelo ao automóvel, com o olhar ainda cabisbaixo, que sentiu seu coração gelar e falhar algumas batidas novamente. O Legista chamou seu amigo, que não demorou a parar do seu lado, e quando se encararam, perceberam que o pequeno desespero que sentiam, era mutuo.
Apenas para ter certeza, o mais velho se abaixou, levou o dedo a mancha vermelha que pintava fracamente o chão e nem precisou cheirar, pois a textura por si só já evidenciava que era sangue, e sentindo o ar lhe faltar, empurrou o Jung para o lado e correu até a porta de entrada da casa, logo sendo seguido pelo investigador.
O Pânico nublava a visão do Min. Sua cabeça borbulhava sobre algo ruim ter acontecido com seu namorado ou com o ruivo e o remorso praticamente lhe comia vivo por não ter sequer tido tempo de conversar com o mais novo naquele dia. A dificuldade para abrir a porta - que nem trancada, estava - era nitidamente oriunda do seu tremor e assim que puderam passar pelo batente, deram de cara com a sala vazia, a luz acesa mesmo sendo manhã alta, e automaticamente o olhar de Jung se puxou para a estante de fotografias, percebendo-as desorganizada, e aquele quadro que tanto amava, na frente de todos, totalmente fora do lugar que sempre ficava. Ainda antes de sair de frente do móvel, percebeu o Min correndo escada acima, subindo os degraus de dois em dois e logo o seguiu. Quando chegaram no andar superior, o acobreado correu até o quarto do moreno, entrou no cômodo e, não encontrando o namorado, voltou ao corredor e logo foi abrindo as outras portas chamando pelo nome do Kim e sendo seguido de perto pelo Jung que fazia o mesmo, chamando pelo barista.
A cada segundo que passava na busca dos dois rapazes, mais desesperados ambos ficavam. Não encontra-los em nenhum cômodo da casa os fazia temer o que poderia estar acontecendo e era impossível para eles não pensarem no pior. Quanto mais raciocinava, mais pânico o legista sentia, pois lembrava constantemente do desespero nítido nas ações de Jungkook quanto ao atentado à sua madrasta, e foi automático para ele associar o sumiço dos donos da cafeteria ao ex colega de escola. Sua única duvida era o que Taehyung poderia ter a ver com isso mas foi quando Hoseok lhe chamou, na sala novamente, que suas duvidas foram sanadas.
- YoonGi, olha isso! – Disse o Jung entregando uma folha amassada que havia encontrado no chão do cômodo, com as mãos tremulas e os olhos marejados. – Foi o Jungkook, YoonGi! O Jungkook levou o Tae! – Concluiu com a voz embargada e ao ler a carta que o Jeon havia deixado para o Park, seu peito se apertou ainda mais e o ato de chorar foi instintivo.
O fato era que ambos sabiam perfeitamente bem a mente perturbada com a qual estavam lidando. Saber que o Garçom estava em poder dos dois garotos, remeteu-os automaticamente a memória dos crimes que investigavam, e a possibilidade de encontrarem seus amados da mesma forma que encontraram os outros três cadáveres, fez com que ambos tremessem, nauseassem e gritassem com o peito tomado pela dor. YoonGi se desesperou por completo, mais que medo, o ódio por Jeon estar descontando suas pendências contra o rapaz de sorriso quadrado, era quase palpável, e nem percebeu quando seu braço varreu a estante, jogando tudo no chão na tentativa vã de descontar o que sentia.
Logo Hoseok tomou a folha que o Min ainda segurava com a canhota e capturou seu pulso, puxando-o para fora de casa. Enquanto atravessava a garagem, cogitou voltar para dentro da residência e procurar as chaves do seu carro que havia deixado com o ruivo, mas ao olhar para a calçada da rua e não ver o veiculo estacionado la, bufou frustrado, sem saber o que poderia ter acontecido com o automóvel. Levou novamente a carta às vistas e ao reler com mais atenção, se tocou de que Jimin teria chegado à casa depois do Jeon ter levado Taehyung e isso o fez presumir que o próprio ruivo havia saído dirigindo-o para resgatar o amigo, caindo naquela armadilha nítida para que fosse encontrar o assassino, e Hoseok ainda estava perdido em tais pensamentos quando sentiu dessa vez o seu pulso sendo segurado e puxado para atravessar a rua.
- Vamos pedir o rastreamento do seu carro. Se o Jimin foi encontrar o Tae e o Jeon nele, saberemos onde é o cativeiro. – Disse o Min, afobado, enquanto corria em direção ao seu local de trabalho.
Ao chegarem do outro lado da rua, foram diretamente a sala do setor de inteligência. Sem nem se preocuparem com bons modos, os dois colegas invadiram o espaço e correram em direção a SeokJin e NamJoon, que estavam sentados a frente de um computador e liam atentamente algo mostrado na tela. Sem hesitar, Hoseok colocou a carta de Jungkook praticamente na cara do delegado, respirou fundo e fez um esforço sobre-humano para não chorar ainda mais enquanto falava.
- Nam, O Jungkook levou o Tae e o Jimin! – falou afobado, mostrando a carta que segurava e logo notou os dois colegas arregalando os olhos. - Eu preciso imediatamente que você rastreie meu carro e o telefone do meu Jiminie. – Falou engolindo o soluço que lhe subia a garganta e logo notou o chefe e o mais velho da equipe lhe encarando.
- Hoseok, você sabe que essas informações demoram um pouco para carregar no sistema... – Respondeu o Kim mais novo com um ar frustrado e logo SeokJin tomou a carta da mão do namorado.
- Aqui diz “Nosso lugar preferido para nos amar exatamente como cinco anos atrás” – Leu o mais velho e logo a atenção dos três se voltaram para ele. – Você, por um acaso, sabe onde foi que Jimin e Jungkook ficaram juntos na vez que fizeram o vídeo expondo ele? – Questionou o moreno sentindo o peito dolorido pela aflição dos dois amigos e logo o Jung suspirou antes de responder.
- O que eu sei é que foi num parque perto da escola, mas não sei onde fica. – Disse fungando e tentando se acalmar para pensar melhor e logo viu o delegado trabalhando rapidamente com os dedos o teclado e lhe chamando em seguida.
- Aqui no mapa, diz que tem dois parques próximos ao colégio Bom Jesus. Um é praticamente só um jardim, acho pouco provável que tenham ido para la. E o outro é esse maior que até praça de alimentação tem. – Ao olhar para a tela do computador, Hoseok pegou um papel qualquer que estava jogado na mesa, tomou a caneta que SeokJin segurava e anotou o endereço rapidamente. – Vão até esse endereço, tentem observar melhor a área e chamem reforços se acharem necessário. Eu vou providenciar os rastreamentos. – Os investigadores assentiram e já estavam deixando a sala quando o policial de ombros largos os chamou.
- YoonGi, você fica aqui com o Nam. Eu vou dirigindo e Hoseok vai comigo. Nenhum de vocês dois estão com estado emocional hábil a dirigir e não queremos mais tragédias. Assim que conseguirem transmitir os dados do rastreamento para o meu celular, você vem com o Nam nos encontrar, Ok? – Concluiu falando com o Min e mesmo percebendo seu desgosto, ignorou-o por completo.
Imediatamente, Hoseok e SeokJin foram ao departamento bélico. Pegaram armas de longo alcance, trajaram os coletes a prova de balas e deixaram o prédio com o mais velho assumindo o volante da caminhonete do delegado.
Enquanto dirigiam pelas ruas da capital, a mente de Hoseok era tomada pela imagem de Jimin. Se lembrava com pesar imenso da forma sucinta com a qual se despediram naquela manhã. Lembrou-se de como havia sido breve demais com ele, e também se arrependeu de não ter cumprido com a promessa obscena que o havia feito na estrada na noite anterior. Não era como se só pensasse em sexo, mas foi inevitável não sentir o peito doer com a ciência de que, se realmente algo acontecesse com Jimin, teria desperdiçado a ultima chance que tivera de lhe mostrar que o amava, que o desejava, que ele era a pessoa mais importante do mundo para si. Lembrou-se da noite que passaram na caverna e de como tudo havia sido perfeito e suspirava pensando que talvez aqueles momentos tão belos tivessem acontecido justamente como uma forma divina de fazê-los se despedir. O Jung chorava alto e desesperado e tais sons só serviam para deixar o Kim ainda mais aflito do que já estava. O mais velho não precisou andar mais que algumas quadras para se amaldiçoar quanto a opção de não pegar um carro oficial pois o transito intenso não podia ser ultrapassado sem as sirenes, e foi a primeira vez em tantos anos de policia que sentia falta daquele barulho ensurdecedor. O motorista tentava manter a calma pois precisava se concentrar em achar atalhos que desviassem dos congestionamentos costumeiros do horário de almoço e a cada semáforo em que eram obrigados a parar, mais choroso via o colega.
Na delegacia, YoonGi não conseguia se controlar. Andava de um lado para o outro, brigava com NamJoon a cada dez segundos pela demora dele e o delegado tentava ignorar o baixinho irritante, justificando para si mesmo que era compreensível vê-lo naquele estado.
- YoonGi, da pra você parar de me encher o saco? – Soltou em forma de suspiro, após achar já estar chegando no limite de sua paciência. - Nós dependemos de um sistema de computador aqui, não é como se a demora fosse culpa minha! Se acalme! – Falou pausadamente e a reação do amigo fora a coisa mais assustadora que vira em todos os anos que se conheciam.
- VOCÊ TA ME PEDINDO PRA MANTER A CALMA? – Falou o acobreado assim que segurou o colarinho da camisa do chefe, fazendo-o se levantar e aproximando as faces de forma que o Kim conseguia sentir a respiração do mais velho contra o seu rosto. Os olhos arregalados do legista, olhando diretamente para dentro dos seus, fizeram um arrepio lhe percorrer a espinha e pela primeira vez em anos, sentiu medo do rapaz. – JUSTO VOCÊ QUE SEMPRE JOGAVA NA MINHA CARA O MEU DESINTERESSE PELAS PESSOAS, ME PEDE CALMA QUANDO O ÚNICO SER VIVO QUE REALMENTE IMPORTA PRA MIM, ESTÁ NAS MÃOS DE UM PSICOPATA, PRESTES A SER MORTO DA PIOR FORMA POSSÍVEL?! – O Min falava com a mandíbula cerrada e os dentes travados, evidenciando ainda mais seu nervosismo, fazendo NamJoon engolir em seco enquanto era chacoalhado a cada verbete proferido, tentando desviar do olhar fulminante que era lançado sobre si. – PARE POR UM SEGUNDO! TENTE SE IMAGINAR NO MEU LUGAR E PENSE QUE O SEQUESTRADO POR JUNGKOOK, FOI SEOKJIN. LEMBRE QUE AQUELE DESGRAÇADO ESQUARTEJA AS VITIMAS DELE, É UM NECRÓFILO FILHO DA PUTA, O SER MAIS DESPREZÍVEL QUE JÁ PISOU NESSE PLANETA. PENSE EM TUDO ISSO SUBSTITUINDO O MEU NAMORADO PELO SEU. SE VOCÊ CONSEGUIR SE ACALMAR AINDA ASSIM, EU NÃO ABRO MINHA BOCA ATÉ O FIM DOS DIAS. – Concluiu arremessando o delegado com força contra a cadeira e logo levando as mãos aos cabelos, esfregando-os na tentativa vã de clarear a sua mente.
No entanto, aquelas palavras pegaram o Kim em cheio. Realmente era tudo mais fácil quando não se estava no “meio do olho do furação” e ao ponderar sobre o que o acobreado falara, cobriu-lhe de razão. Tentando não piorar as coisas e ajuda-lo, NamJoon ordenou a um subordinado que continuasse as buscas no seu lugar, orientando que procurasse-o no canal de radio privado da jurisdição e lhe informasse de cada novo detalhe que encontrasse e após ouvir um assentimento por parte do rapaz, vendo-o sentar-se na cadeira que ocupava antes, capturou o Min pelo braço e saiu da sala com destino ao estacionamento da delegacia. Logo, ambos se viram dentro de uma viatura com o delegado conduzindo-a, e o Min só conseguia rezar ao que quer que existisse de metafísico para que encontrasse seu moreno de sorriso quadrado, bem.
No carro oficial, o único som que se ouvia era a estática oriunda dos dois aparelhos de comunicação interna da policia. Ainda antes de partir, Namjoon colocou um dos aparelhos na estação de radio privada e um na estação geral e vez ou outra, esse ultimo emitia as vozes dos policiais de diferenciadas jurisdições e departamentos repassando como estava o andamento do dia, exatamente como o protocolo mandava. Já estavam quase entrando em desespero pelo primeiro radio manter-se em silencio quando finalmente houve o chamado ao delegado que apressou-se em pegar o pequeno captador de som, logo apertando seu botão lateral para liberar sua fala.
- Delegado Kim, na escuta. – Disse quase que no automático enquanto buzinava com a mão livre, fazendo tal som evidenciar a pressa que já era expressa pelas sirenes ligadas e observando os carros tentarem manobrar a sua frente para lhe abrir passagem.
“- Conforme o senhor pediu, carregamos as informações a respeito do telefone e do veiculo que o senhor solicitou rastreamento. Devo enviar para quem?” – Questionou a voz robótica do outro lado e imediatamente fora respondido.
- Envie uma copia do Link para mim e outra para o Investigador Kim SeokJin. Faça isso o mais rápido possível! Mais alguma informação acerca do Senhor Jeon? Conseguiram verificar suas ultimas ações? – Perguntou novamente o chefe da jurisdição e ouviu a estática tomando o carro. – Está na escuta?
“- Sim senhor, perdão pela demora, Doutor. Na verdade os únicos dados que o sistema carregou até agora são de que Jeon Jungkook encerrou nessa semana sua conta bancaria e há alguns dias a companhia de transito registrou a compra de um veiculo em seu nome. Uma van, senhor.” – Tal informação tirou o Min completamente do seu estado inerte, fazendo-o se levantar no banco e tomar o captador de som das mãos do delegado.
- O sistema da companhia de transito carrega imagens do veiculo? Como consta a descrição dessa van? – Como se finalmente tivesse um norte, o olhar do acobreado se iluminou e antes de sorrir percebeu o olhar reprovador do chefe contra si, tomando-o o microfone novamente.
“- Só um momento, vou verificar.” – O som de teclas trabalhando fora ouvido sobre o som elétrico do radio e logo a voz voltou a reverberar. “- Carrega sim. Estou enviando para os dois contatos que o Delegado Kim pediu, juntamente aos links de rastreamento. Essas são todas as informações que temos até o momento.”
- Muito obrigado pela ajuda! Mantenha-nos informados, por favor. Cambio, desligo. – Concluiu Namjoon devolvendo o microfone ao seu apoio no painel, logo levando a mão ao bolso, retirando o celular e atirando no colo do Min. – Me avisa assim que o email chegar.
YoonGi assentiu com a cabeça e logo deslizou os dedos pela tela, desbloqueando-a. Naquele momento, à frente deles, mais um semáforo estava fechado. Outra vez o motorista buzinou repetidamente e enquanto abria passagem, avistou sua caminhoneta parada na via, abaixou o vidro e fez sinal à SeokJin que o seguisse, logo pisando apressadamente no acelerador, vendo o veiculo robusto atrás de si pelo retrovisor.
Assim que o email chegou, tanto em um carro como no outro, o bufar frustrado foi automático. O veiculo de Hoseok estava de fato próximo à tal praça e já desembarcavam dos respectivos veículos, se encontrando em frente ao automóvel abandonado do investigador e o Jung sentiu o peito apertar por vê-lo com a porta entrecostada e os vidros abertos, evidenciando que Jimin havia largado de qualquer jeito, provavelmente motivado pela pressa de encontrar o amigo. Logo, tanto o legista como o investigador mais velho, chiaram ao tentar abrir o Link de rastreamento do celular do Park e o mesmo constar como atualizado as seis da manhã, ainda no endereço do policial e enquanto Namjoon retomava seu aparelho e ligava a central para pedir informação sobre como atualizar tal dado, YoonGi, SeokJin e Hoseok passaram a caminhar pela praça, notando nos canteiros, rastros de pneus largos, e imediatamente o acobreado lhes deixou cientes a respeito da ultima aquisição do Jeon.
Seguindo às tais trilhas, perceberam-nas terminando na calçada que dava caminho até uma construção barulhenta. Esgueiraram-se pela parede, com armas em punhos e suor escorrendo pelas faces oriundo do nervosismo, e quando já estavam próximos a porta seus ouvidos captaram outros sons além do barulho do maquinário. O Jung e o legista se encararam e viram no olhar do outro, o espelho dos próprios sentimentos. Desespero e panico puro. De dentro daquela construção, emergiam pedidos de socorro sôfregos e gemidos de dor nítida, e apesar de não reconhecerem diretamente aquela voz, o peito dos dois doeu mais uma vez pelo medo de que aquela terceira vitima desconhecida fosse o único sobrevivente.
Tentando não se deixar levar pela tensão dos mais novos, SeokJin, agachou-se e caminhou com dificuldade, ate estar rente a porta entreaberta. Esticou o pescoço com cuidado para olhar para dentro, e a pouca visão que tinha não era muito clara, via apenas um espaço vazio e um pé descalço, não ouvia passos ou qualquer outra movimentação alem dos sussurros que clamavam por ajuda e assim, virou-se para os colegas e fez sinal para que o seguisse. Assim que YoonGi e Hoseok já estavam em seu encalço, SeokJin levantou-se, respirou fundo, contou até três de olhos fechados, e quando abriu-os, chutou a porta com a sola do pé, fazendo-a se escancarar e o som do baque ecoar por todo o espaço.
A visão que tinha a sua frente fez o Min cair de joelhos automaticamente. Ao fundo percebeu Jackson caído com os pulsos amarrados e um ferimento no abdômen, mas naquele momento, nem se passou pela cabeça a estranheza de ver o ex paciente ali. Sua mente era tomada pela imagem do seu amado deitado em uma poça de sangue, os cabelos melados por tal liquido e o corpo deitado de lado, enrolado em si mesmo, escondendo o rosto contra os joelhos e os braços amparados entre as coxas erguidas e o abdômen. Sem nem perceber o que fazia, o acobreado soltou sua arma no chão imediatamente, e correu até onde Taehyung estava, jogando-se de joelhos ao seu lado, e quando foi levar as mãos até sua pele, a ideia de feri-lo ainda mais lhe atingiu, travando brevemente seus movimentos. Após alguns segundos de relutância sobre toca-lo ou não, o Min cedeu, levando os dedos até o seu cabelo e depois passando-os para a curva do seu pescoço, pousando com delicadeza em seus ombros contraídos e puxando-o para si, a fim de desfazer aquele “bolinho” em que o Kim havia se tornado e poder olhar seu rosto.
- Tae! Tae, Acorda! Olha pra mim! Amor, sou eu, YoonGi! Olha pra mim amor, por favor, não me deixa TaeTae! Por favor amor, não faz isso comigo! Você não pode me deixar agora, me perdoa meu amor, por favor ,Tae! Acorda! – Chorava suplicante o mais velho estapeando sem força a face dele. O pânico e a dor lhe tomando com tanta força que sentia como se não existisse mais nada a sua volta. A cada segundo que passava e a cada pedido que fazia, sem resposta, maior era a dor em seu peito e quando menos percebeu, Já tinha o corpo do namorado em seu colo, abraçando-o e embalando-o para frente e para traz como se estivesse ninando um bebe gigante em seus braços. As lagrimas vertiam grossas pela face e seus ouvidos mal captaram Hoseok conversando com Jackson exatamente ao seu lado, e Seokjin ligando para o serviço de saúde pedindo uma ambulância, e quando sentiu uma mão apertando seu ombro e uma voz dizendo para ele se manter calmo, sentiu como se seus pulmões fossem explodir. – AQUELE FILHO DA PUTA MATOU O MEU TAETAE E VOCÊS QUEREM QUE EU FIQUE CALMO? SUMAM DA MINHA FRENTE! VÃO FAZER ALGO DE UTIL E PÔR AS MÃOS NAQUELE DESGRAÇADO! EU NÃO VOU SAIR DAQUI, EU VOU FICAR COM O TAE ATÉ ELE ACORDAR! – Vociferou fuzilando os colegas a sua frente e percebeu o olhar piedoso de Jin em sua direção.
- YoonGi, ninguém aqui quer apagar sua dor, mas você precisa ser racional. Taehyung ter morrido é uma tragédia, obviamente, mas ainda temos outra vitima para resgatar. A gente precisa de você, Min... – Respondeu o mais velho de forma pausada e baixa, tentando tranquilizar o rapaz que ainda murmurava coisas ininteligíveis enquanto balançava o corpo do namorado em meio a poça de sangue e lhe beijava os cabelos sujos e logo notou o namorado entrando na casa de maquinas.
- Jin, vá você e Hoseok na frente. O pessoal da inteligência disse que vocês só precisam ligar para o celular do Jimin para atualizar a rede e assim, os dados de rastreamento serem corrigidos. Entrem em contato com o posto de policia rodoviária federal, passem os dados do utilitário do Jungkook e peçam que façam alguma espécie de bloqueio. Ele com certeza vai tentar deixar a cidade, então se pegar a rodovia, estará nas nossas mãos. Eu ficarei aqui com o YoonGi e providenciarei a entrada do Jackson ao hospital. – Orientou o delegado de uma só vez e observou seus subordinados assentindo. SeokJin se apressou em lhe abraçar com força, lhe deu um beijo forte e apaixonado e ambos fizeram questão de se olharem nos olhos e reforçarem um para o outro o quanto se amavam, cientes da situação perigosa em que estavam se enfiando e necessitados de explicitar o que sentiam para se caso o pior viesse a acontecer, não partirem com duvidas quanto ao que carregavam em seus corações. – Por tudo o que for sagrado, sejam cuidadosos! Vocês tem que ter em mente o tempo todo que Jungkook é doente, ele é completamente louco e não tem nada a perder alem do fato de provavelmente ter Jimin consigo, então qualquer paço em falso de vocês pode colocar a vida tanto do rapaz quanto a de vocês mesmos, em risco. Mantenham-me informado e boa sorte, rapazes. – Mais um beijo no namorado e logo viu Hoseok e SeokJin saindo daquela casa de maquinas correndo e assim, se aproximou do Min, viu-o fungando e achou que aquela não era a melhor hora para conversarem. Disse que o esperaria do lado de fora e que a ambulância já estava chegando e assim saiu também de dentro do espaço com o intuito de deixar o amigo se despedir do rapaz de sorriso quadrado.
YoonGi, ao se notar sem nenhum dos colegas por perto, olhou para a sua direita e viu Jackson com os olhos fechados, mas ainda respirando, fazendo-o supor que o rapaz havia desmaiado. Sentiu a pequena dormência em seus braços por estar se esforçando em demasia para manter o corpo pesado de Taehyung mais perto de si e quando soltou-o, voltou a derramar as lagrimas pesadas, mas dessa vez não era desespero.
Quando pousou novamente o Kim contra o piso frio, percebeu-o tremendo, provavelmente pelo contato gélido. Tal fato fez YoonGi se tocar de que toda a “morte de Taehyung” havia sido suposição sua por vê-lo desacordado, e só ali se tocou de checar seus sinais vitais. Levou a mão que estava embrenhada nos cabelos castanhos até o pescoço e procurou pela sua veia Jugular, não encontrando-a, pegou seu pulso e tateou-o com dificuldade pelo fato de suas mãos estarem muito tremulas e só então sentiu a pulsação fraca do amado, o fazendo suspirar aliviado em seguida. Logo passou a avaliar o estado do garoto. Só depois de saber que Taehyung estava vivo que conseguiu raciocinar minimamente e observar o corpo do rapaz. Outra vez chorou alto ao ver seu tronco todo ferido, as queimaduras estavam horrorosas e todos os cortes finos vertiam sangue, mas foi dois orifícios, um no ombro e outro pouco abaixo de seu umbigo que vertiam o liquido escarlate em maior densidade.
O Legista já estava se preparando para rasgar um pedaço da roupa do namorado para ajudar a estancar o ferimento quando ouviu sirenes de ambulâncias do lado de fora. Pensando em ajudar o trabalho dos colegas de profissão, o medico capturou o moreno no colo e correu para a área externa do parque e assim que se viu no meio da ciclovia que passava ali, pode avistar a UTI móvel se aproximando e correu ao seu encontro. De imediato, o motorista estacionou e uma equipe de paramédicos saiu da parte traseira. Logo Taehyung foi colocado em uma maca e enquanto ajeitavam os equipamentos sobre a derme suja dele, o Min viu seu chefe vindo ao seu encontro.
- YoonGi, vá ao hospital com o Tae e o Jackson. SeokJin me ligou dizendo que rastrearam a van do Jungkook e eu estou indo encontrar eles para dar suporte. Fique calmo, cara! Vai dar tudo certo! – Disse o loiro com um ar confiante e incentivador, logo sendo acatado pelo amigo, abraçando-se em seguida, e logo se separando.
- Você vai ficar bem, amor! Vai dar tudo certo! – Falava o Min beijando a mão gelada do amado enquanto o medico fechava a porta da ambulância atrás de si, e logo sentiu o veiculo se movendo a toda velocidade.
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Se não tivesse uma arma na mão de Jungkook, Jimin com certeza já teria pulado daquela van. Desde que saíram do parque, o garçom não parava de falar. Contou-lhe sobre as coisas que seu pai fez consigo nos mínimos detalhes, lhe falou sobre o professor Mark e de como fora sua recuperação. Era visível no olhar do moreno a vontade de fazer-lhe ciente de tudo o que acontecera na sua vida nos últimos cinco anos e do ponto de vista do barista, a cada palavra, mais louco o Jeon parecia.
Em um momento em que o Park teve a impressão de não ter nada a perder e o desespero o fez avançar contra o motorista para desarma-lo, viu-o atirando contra a vidraça da porta do passageiro, desferir-lhe um soco no rosto e logo ouviu a afirmativa de que se não parasse, iria fazer consigo exatamente o mesmo que havia feito com Taehyung e dessa vez, o ruivo optou por ficar quieto.
Ainda estavam dentro do perímetro urbano da grande capital quando a insolência de Jimin irritou o colega de escola e tentando enfatizar ao mais velho o risco que ele corria por agir assim, Jungkook decidiu ilustrar o quão cruel poderia ser lhe contando sobre seus crimes. Contou sobre um dia qualquer de chuva forte em que havia ido à pé até uma farmácia próximo ao bar e para não se molhar e ficar ainda mais doente, se abrigou em um ponto de ônibus para aguardar o aguaceiro diminuir, e qual foi a surpresa quando viu um garoto gordinho de óculos e sorriso doce na mesma situação em que estava. Frisou o quanto aquele rapaz lembrava o Park e que foi inevitável se aproximarem mas quando soube que o rapaz alem de ser gay, nutria sentimentos por si, foi automático ver seu atual refém na imagem do adolescente e assim o matou. Posterior a isso contou as formas como torturava cada vitima antes de mata-las, contou o desespero que lhe atingiu quando vira Jimin e Hoseok se Beijando no bar e a cada palavra que ouvia, mais nojo o ruivo sentia, o asco e desprezo por Jungkook só se ampliava a cada segundo e se amaldiçoava por ser covarde demais e não conseguir tirar a própria vida.
Mas quando parava para pensar melhor, Jimin ponderava que não era por covardia que não se matava, era por esperança. Por um motivo que desconhecia, lembrou-se da viagem às montanhas que fizera com o namorado. Era como se sua mente tentasse maquiar todo o filme de terror que estava vivendo, lhe remetendo mentalmente ao conto de fadas vivenciado por si dias atrás. Lembrou-se com certa graça do apelido de Hoseok, aquele trocadilho idiota entre o nome do policial e “cavalo” em inglês e imediatamente pensou que se fosse para aquele homem ter um apelido oriundo daquele idioma, mantendo grafia semelhante ao seu nome, deveria ser tal alcunha designada como “Hope” ou algo do gênero, já que até nas situações mais desesperadoras, ele ainda era sua esperança, era na memória dele que o Park se refugiava e tentava se acalmar pensando que ao fim de tudo, estaria em seus braços novamente.
Àquela altura, já chegando próximo a rodovia, Jimin percebeu o olhar de seu algoz nublando enquanto ele contava algo sobre seu ultimo crime, palavras essas que já nem eram mais assimiladas por si, e um arrepio lhe cortou o corpo todo quando viu a mão do Jeon que não segurava a arma, apertando levemente o conteúdo da própria cueca e um suspiro escapando dos lábios dele. Antes que qualquer um deles falasse algo, o celular de Jimin começou a tocar no bolso e tal som atraiu imediatamente a atenção do garçom, que prontamente apontou o cano da pistola para a testa do amado enquanto pedia para ele passar o aparelho, e novamente temendo a própria vida, o barista retirou o telefone do bolso com dificuldade e correu rapidamente os olhos pela tela, vendo o nome do policial escrito e indicando que recebia uma chamada do mesmo. Tão rápido como o olhar que lançara sobre a telefone, o Park sentiu seu celular sendo usurpado de si e atirado de qualquer jeito no compartimento de carga da van, como que em uma resposta automática para aquilo, o ruivo fez menção a ir recolhe-lo e só desistiu da ideia justamente por ver mais uma vez o cano da arma encostando no seu rosto.
- Acho que você entendeu bem que não existe a opção de me desobedecer, não é? – Questionou o moreno com os olhos bem abertos, fixando-se nos do mais velho, fazendo engolir em seco e sentar-se novamente no banco único do veiculo. – Era Hoseok, não era? – A resposta não veio e assim o garçom continuou. – Ele ligando só agora quer dizer que demorou demais para sentir sua falta... Viu como ele não te ama?! – Uma gargalhada vitoriosa reverberou, e logo Jimin percebeu-o tirando o pé do acelerador, reduzindo a velocidade com a qual a van percorria a avenida e logo estalando os ombros, em sinal de relaxamento. – Se ele só deu sua falta agora, até saber que você esta comigo, isso SE ele imaginar tal fato, pode demorar dias. Não há porque ter pressa. – Jeon respirou fundo e olhou para o ruivo que se segurava fortemente para não chorar mais, o bico projetado naqueles lábios carnudos fizeram o sequestrador querer beija-lo, e assim o fez.
No entanto, ao contrario do outro beijo, dessa vez o moreno não tentou aprofundar nada. Jungkook apenas juntou rapidamente os lábios aos do Park e acariciou sua bochecha com o polegar, e o agredido só conseguia manter os olhos fechados enquanto se concentrava na tarefa cada vez mais difícil de não vomitar. Por fim, sentiu uma mordiscada dolorosa em meu maxilar, arrancando uma arfada sôfrega de si, e quando abriu os olhos pode ver a luxuria pura expressa no olhar do motorista, mordendo o próprio lábio inferior, e outra vez observou quando a mão livre dele foi até o zíper da sua calça e apertou o conteúdo dela.
O Park sentia seu sangue gelar sob o olhar do outro e engolia em seco tentando não pensar no quão doentio Jungkook era para estar excitado com tudo o que estava acontecendo. Já estavam próximos ao trevo que transformava a avenida principal da capital em rodovia, quando percebeu a ereção incomoda nas calças do garçom, e tal imagem fez o Park se endireitar no banco, mantendo os joelhos sobre o mesmo, focalizando a estrada à frente e rezando a todos os anjos e santos para que aquele demente não tivesse a ideia de ser tocado por si. Enquanto tentava não olhar para o moreno, o barista se concentrava em pensar em Hoseok, em algo que lhe acalmasse, e foi só quando sentiu a necessidade de visualizar sua aliança, que se tocou que mantinha-se com os pulsos presos e imediatamente passou a pôr a cabeça para funcionar, tentando achar uma maneira de se livrar daquelas cordas.
Para Jungkook, finalmente ter Jimin em seus braços era a realização de um sonho. Mesmo vendo-o relutante quanto a aceitá-lo de vez e admitir que o amava, o Jeon se esforçava para entende-lo, afinal, haviam ficado cinco anos sem se ver e era natural que todo o amor que sentiram no passado, se esfriasse. Tentava forçar sua mente a compreende-lo, respeita-lo, mesmo sabendo que naquele momento o ruivo estava em seu carro a contragosto, mas as saudades que sentia do corpo do Park, juntamente aos sons de suspiros sôfregos que ele dava a cada segundo, nublavam sua mente e a cada nova lufada de ar vindo do companheiro de viagem, mais se lembrava da tarde que passara com ele na casa de maquinas no passado, e automaticamente, se sentia excitado com tais memórias. Era difícil se controlar para não fazer nada que pudesse lhe atrapalhar a direção, mas só a presença de Jimin ao seu lado já fazia seu corpo se aquecer e era impossível travar os pensamentos obscenos que sua mente criava e a imaginação excitante de como poderia ser delicioso ser tocado enquanto fugiam para a vida nova.
Quando o celular do ruivo tocou, até pensou em atender e debochar do “policial chifrudo” que ligava, mas vê-lo se contorcendo e tirando o aparelho do bolso, seu olhar parou diretamente na mão direita do rapaz e visualizar a aliança grande que ele sustentava o irritou por completo e assim, decidiu apenas se livrar do aparelho.
No entanto, o incomodo em sua calça ainda era crescente. Jungkook percebeu quando Jimin observou-o ao se tocar e logo tentou desfocar a atenção de si e tal imagem o fez cogitar a possibilidade do ruivo estar tão excitado quanto a si mesmo, por conta da adrenalina da fuga. Tentou observar melhor se havia alguma reação física no baixo ventre do mais velho, mas como ele estava com os joelhos dobrados sobre o banco, não pode ver nada e por fim, tentou novamente se concentrar na estrada, mas seus planos de espantar a sua excitação fora imediatamente travada pela voz do barista.
Já Jimin, depois de um bom tempo observando a estrada e a paisagem rural que se fazia pela janela da van, tentando bolar em sua mente algum plano para, pelo menos, se soltar, acabou esbarrando seu olhar no retrovisor e a imagem que viu no espelho fez seu peito falhar algumas batidas.
Alguns bons metros atrás de si, notou quando uma caminhonete robusta avançava em grande velocidade. A forma como o veiculo ziguezagueava pela via como se buscasse ver algo alem da van, lhe chamou a atenção de imediato e em um momento em que o carro foi demais para o lado direito da estrada, reconheceu o motorista como sendo SeokJin e forçando um pouco mais a visão, percebeu Hoseok segurando algo que não conseguia discernir enquanto colocava a cabeça para o lado de fora da janela. Um suspiro aliviado escapou automaticamente de si e por pouco não comemorou. Ele havia vindo lhe resgatar, era só isso que pensava. Seu amado estava atrás de si, não havia desistido e nem lhe procurado tardiamente e com tal pensamento, mais um suspiro feliz lhe escapou e ao olhar para o motorista da van, percebeu-o novamente apertando seu membro teso e tal imagem lhe deu uma boa ideia.
Já na caminhonete do delegado, Assim que partiram do parque, Hoseok tentou contato com o telefone do barista. Não tinha a real intenção de falar com ele e realmente esperava que fosse ignorado, mas não precisava que a ligação se completasse, só precisava que o celular do ruivo recebesse a chamada para atualizar a rede e assim que desligou o próprio telefone, pegou o aparelho de SeokJin e reabriu o link de rastreio, vendo o aplicativo carregar, e logo mostrando que tal objeto estava em movimento, rumo a saída principal da cidade. Sentindo-se mais confiante, o Jung mostrou a tela para o motorista que pisou com força no acelerador, guiando o utilitário com um destino certo dessa vez, e após alguns minutos percorrendo a avenida da cidade, pode avistar ao longe uma van. Para ter certeza de que aquela van era mesmo a do Jeon, abriu o link da companhia de transito e pode ver pelas fotos tiradas na pericia de transferência de proprietário, aquela mesma logomarca de floricultura. Tendo certeza de que era naquele automóvel que o amado estava, passou a se preparar para abater o veiculo quando ouviu a advertência do colega lhe dizendo que ainda estavam em perímetro urbano, pedindo-lhe que tivesse paciência e assim, decidiram deixar com que o Jeon seguisse bem a frente, no limite Maximo que suas vistas alcançassem apenas para que ele não sumisse, e logo o investigador mais novo passou a rezar para que nada desse errado e que de fato Jungkook não fizesse nada de mal para o Park assim que se visse em apuros.
Dentro da van, Jimin se amaldiçoava por ter cursado culinária e não teatro, porque se o tivesse feito, estaria rico naquele momento. Quando percebeu mais uma vez o garçom apertando a ereção, por mais nojo que sentisse e relutante que estivesse, decidiu que usaria aquilo ao seu favor. Pediu mentalmente milhares de perdão a Hoseok pela traição que estaria prestes a cometer, engoliu seu orgulho e tentou imaginar que era o namorado que estava ao seu lado antes de finalmente criar coragem para pôr seu plano em pratica.
- Jungkookiiee... – Chamou, forçando sua voz a soar o mais manhoso possível e percebeu que havia tido êxito quando os olhos do Jeon se fecharam com força e ele suspirou profundamente antes de soltar um “hum” como resposta. – Eu acho que você esta com um probleminha aí, não está? – falou deslizando pelo banco e parando próximo demais ao ouvido do moreno. Jimin achava que não chorar estava sendo a tarefa mais difícil naquele momento, mas preferiu pensar novamente em Hoseok e imaginar que quem estava ali do seu lado, prestes a ser tocado por si, era o cara que amava e pensar em tais coisas facilitou sutilmente sua empreitada.
Para o Jeon, aquela ação do Park lhe pareceu uma obra do divino. Quando escutou-o chamando com aquele tom manhoso que tanto amava, seu peito chegou falhar algumas batidas e já conseguia sentir o suor se formando em suas têmporas, tamanha era a expectativa e curiosidade lhe tomando quanto ao o que o ruivo queria, e quando sentiu a respiração dele se chocando contra a sua pele do pescoço, seu corpo todo se arrepiou e pequenos espasmos lhe atingiram, fazendo mais uma vez seu membro pulsar dentro da cueca. A ideia de ser tocado pelo Park novamente era a realização de um sonho adicional, e ver ele praticamente pedindo por isso, foi o estopim da sua sanidade.
- Se você quiser, posso te ajudar com esse probleminha, Jungkookie! – Disse o ruivo mordiscando o lóbulo da orelha do motorista e tal ato do rapaz tirou-lhe completamente qualquer resquício mínimo de consciência.
Outra vez o estomago do barista voltou a embrulhar quando viu o algoz abrindo o zíper da sua calça com avidez, logo empurrando a cueca para baixo e puxando seu membro para fora, travando os tecidos no seu períneo com o auxilio dos testículos. Jimin tentava não pensar em nada que não fosse a execução do seu plano quando olhou a face do garçom e viu-o mordendo o próprio lábio inferior enquanto massageava sutilmente o seu pênis, e respirando fundo para criar coragem, Jimin beijou novamente seu rosto e se ajeitou no banco de forma que ficasse com o corpo em direção à porta do passageiro e assim tivesse como alcançar o membro teso do sequestrador com a boca e não hesitou em começar a chupa-lo, mesmo que tivesse a ponto de vomitar a qualquer momento.
Para Jungkook, aquilo era literalmente o paraíso. O garçom já se sentia admirado consigo mesmo por conseguir dirigir estando tão excitado quanto estava, mas conseguir manter os olhos abertos enquanto sentia seu pênis sendo sugado pelo ruivo, era uma tarefa que considerava quase sobre-humana. A boca do rapaz era exatamente como havia imaginado ser durante todos aqueles anos. Quente, macia, forte. As sucções que o amado empregava em si tinham tanto vigor que o assassino chegava achar que aqueles atos eram verdadeiros e literais chamados ao seu orgasmo e estava realmente difícil se conter para apreciar melhor aquele momento.
No entanto, Jimin ainda tinha a segunda parte do plano para se fazer cumprir, e assim, parou seus movimentos ouvindo o bufar frustrado vindo de cima de si, e logo tratou de colocar sua expressão mais pidona possível na voz.
- Amor, fica complicado cuidar de você direito com as minhas mãos presas aqui. Me solta pra eu poder te tratar melhor... – falou com a cabeça ainda baixa, fazendo questão de apenas tocar levemente os lábios na glande inchada do moreno e sorriu satisfeito quando notou a arma indo para mão esquerda do motorista e a direita trabalhando apressadamente contra a corda em seus pulsos.
Enquanto era solto, Jimin levantou brevemente a cabeça e pode ver, pelo retrovisor do lado do condutor, que a caminhonete que trazia seu amado e o colega dele estava literalmente ha poucos metros de si e dessa vez o sorriso fora automático. O ruivo pensou em voltar a chupar seu agressor para distraí-lo até que os policiais que os seguiam pudesse agir, mesmo que sua vontade fosse a de investir diretamente contra o moreno e lhe tomar a arma à força, mas ao ver Jungkook ainda sustentando-a ainda com firmeza, temeu mais uma vez pela própria vida então voltou a envolver o pênis do Jeon com os lábios e agora massageava os testículos com a destra, e quando achava que os gemidos do garçom já eram nojentos por si só, ainda teve que aturar a voz insuportável dele.
- Hum... Isso Jimin-ah, assim! – Falou levantando levemente o quadril, fazendo o ruivo praticamente se engasgar. – Me passou uma coisa aqui pela cabeça... – Resmungou o garçom atraindo a atenção do Park que se concentrava no que fazia e murmurou um “diga” apenas porque tinha certeza que se fosse forçado a falar mais, vomitaria certamente. – Você, por um acaso, chupa o Hoseok com essa vontade toda? Você engole ele por inteiro igual você esta fazendo agora, exatamente como uma vadiazinha gulosa? – Disse sôfrego, com a voz relativamente rouca por conta do prazer que sentia e logo aproveitou para desferir um tapa sonoro contra a bunda do Park usando sua mão direita. – Tantos caras nesse mundo e você foi namorar justo aquele retardado? Aposto que ele é do tipinho nojento que leva flores e chama pra jantar a luz de velas pra depois passar mais tempo te masturbando do que te fodendo de verdade. – A bufada, que era por completa irritação, obviamente foi mal interpretada, e o Jeon viu naquele ato, a coisa mais excitante do mundo e assim passou a usar sua destra para tentar retribuir os toques contra o corpo do mais velho. – Sabe Jimin, você pode falar o que quiser, pensar o que quiser, o mundo pode achar o que melhor lhe convir, mas tanto eu quanto você sabemos que ninguém vai foder essa sua bunda melhor que o Jeon Jungkook aqui, pode ter certeza disso!
Mais uma vez Jimin rezou aos céus para que tudo o que estava passando fosse apenas um pesadelo. Se já era horrível ter que tocar Jungkook para se livrar dele, senti-lo tocando-o -mesmo que sobre a roupa- era algo tão repulsivo que não conseguia sequer se mover e naquele momento, só pedia para o que quer que Hoseok e SeokJin pensassem em fazer, fizessem logo, e como se eles tivessem escutado suas preces, o barista e o garçom sentiram algo ricocheteando na lataria do veiculo e o susto de tal som, fez o motorista quase perder o controle, forçando o volante de um lado para o outro, fazendo o veiculo ziguezaguear na pista e tais movimentos, excessivamente bruscos, fizeram com que os dentes de Jimin machucassem doloridamente o pênis do garçom.
Algo que o mais velho jamais admitiria era que aquela mordida fora mais proposital do que pelo sacolejo do carro, mas o mais importante era que seu objetivo principal havia sido atingido. Com a dor causada por sua arcada contra a genitália do agressor, instintivamente o moreno deixou sua arma cair e antes que pudesse recobrar a consciência completa e entender tudo o que estava acontecendo, Jimin esticou o braço e capturou a coronha da pistola que havia caído em meio as pernas de Jungkook, se levantou de sobressalto e quem apontava a arma para a cabeça de alguém ali, agora era o Park, e chegou ser engraçada a troca de papeis naquela van. Naquele momento, quem tinha o desespero e o pânico presentes no rosto era o motorista, que tremia visivelmente enquanto implorava para o parceiro manter a calma e respirar fundo, dizendo que não era assim que as coisas funcionavam e foi automático para o ruivo rir do seu algoz, vendo o quão fraco ele era sem aquele pedaço de metal entre os dedos, e o ato de gargalhar do mais velho irritou profundamente Jungkook, que já não tinha mais nada a perder ou controle algum sobre o que dizia.
- Ok! Você não quer abaixar essa arma, certo? Tudo bem! Pode atirar, Jimin. Pode explodir os meus miolos agora mesmo. Pode fingir que nada aqui aconteceu, que você não traiu seu namoradinho enquanto me engolia, há menos de um minuto. Pode acabar com a minha vida e voltar pra sua própria vidinha de merda naquela cafeteria fedorenta que só existe porque EU tomei café com você! Pode voltar pra sua casinha de bonecas que você só construiu com aquele imbecil do Taehyung porque você não conseguia ME esquecer onde morava e precisou fugir pra longe. Pode voltar pras suas amizades falsas, pode voltar pro Hoseok, mas saiba que toda vez que você enfiar um pau até a garganta vai ser de mim que você vai lembrar! Toda vez que alguém tocar seu corpo, vai ser as minhas mãos que você vai querer. Sabe porque, Park Jimin? POR QUE SOU EU QUE AMO VOCÊ E NÃO O HOSEOK QUE SÓ QUER TE COMER E TE USAR EXATAMENTE COMO A PUTA DE ESQUINA QUE VOCÊ É!
De dentro da caminhoneta, Hoseok e SeokJin perceberam quando o veiculo ziguezagueou por conta do primeiro tiro acertado na lataria e ambos estranharam a expressão de dor que se mostrou na face do garçom pelo espelho do retrovisor. O motorista do 4X4 tentava observar cada uma das ações do sequestrador e percebeu perfeitamente quando ele passou a demonstrar medo e tal ciência motivou o mais velho a orientar o parceiro a se manter à postos, pois assim que percebessem novamente a guarda baixa por parte do criminoso, voltariam a atirar no veiculo, focando-se nos pneus, até que ele parasse.
No veiculo que ia à frente, o Jeon respirava com dificuldade, o nervosismo lhe nublava completamente os pensamentos de tal forma que nem havia se tocado que tinha uma caminhoneta lhe seguindo. Ignorou completamente o que quer que tenha quase lhe tirado o controle da van e voltou a pisar fundo, mas foi quando a placa indicando que faltavam apenas dois quilômetros para o posto policial, apareceu na rodovia, que deu de fato importância a tudo o que ocorria. Ainda olhava em direção ao acostamento quando seus olhos passaram pelo retrovisor do lado de Jimin e ali, viu um tronco para fora da janela do carro que aparentemente os seguia. Tudo aconteceu em uma fração de segundos. Assim que viu tal homem, empunhando uma arma, logo sentiu sua van sendo atingida no pneu traseiro do lado direito, fazendo sua van rodar no sentido horário e devido ao tamanho do utilitário, não demorou para a inércia fazer com que se desestabilizasse por conta da alta velocidade em que estava e assim, se viu capotando ribanceira abaixo, dando duas voltas no próprio eixo e parando – por sorte - com as rodas no chão.
Assim que percebeu o veiculo finalmente parado, Jimin levantou-se com dificuldade, sentindo o sangue escorrendo pela testa e a dor aguda na região das costelas e só então notou o seu sequestrador se levantando também, olhou a sua volta e viu a arma jogada ao lado, se esticou todo para pega-la, logo pulando para o compartimento de carga, passando por cima do banco.
O Park realmente achava que Jungkook entenderia que aquele era o fim da linha, mas percebeu que estava completamente enganado quando percebeu-o pulando atrás de si e logo avançando diretamente contra a sua mão, empregando todas as forças que tinha para desarma-lo e a cada minuto que passava, mais o barista rezava para que o namorado viesse de uma vez ao seu encontro.
Quando Hoseok percebeu pelo reflexo do espelho que Jungkook o havia notado, não hesitou em atirar de uma vez contra os pneus na tentativa de por um fim naquilo antes que o Jeon atirasse no seu ruivo. Sua mente escureceu e seus olhos se embaçaram com as lagrimas assim que viu a van capotando e naquele momento passou a se odiar, porque se Jimin se ferisse por conta do acidente, a culpa seria toda sua.
Assim que se viram paralelos ao veiculo acidentado, SeokJin estacionou no acostamento e antes que pudesse falar qualquer coisa, viu seu colega desembarcando com a arma em punhos, se embrenhando na relva de tamanho relativamente alto, seguindo o rastro fraco que o carro do garçom havia deixado quando capotou. O Kim se apressou em segui-lo, imitando seu ato de empunhar a arma e se esgueirando da forma mais silenciosa que conseguia. A tensão era palpável no ar entre eles e a impressão que tinham era que qualquer que fosse o paço em falso que dessem, poderiam encontrar o cadáver do Park ali, e só de pensar nisso os dois sentiam o peito sangrando.
Logo eles puderam notar a suspensão da van sendo forçada e a mesma balançando. Isso fez Hoseok deduzir que tanto Jungkook quanto Jimin poderiam estar vivos e ao ouvir os gritos do garçom, o Jung resolveu se travar.
Dentro do compartimento de carga, o garçom sentia o terror de tudo estar dando errado, lhe estufando. Avançou varias vezes na tentativa de desarmar Jimin e infelizmente para si, o baixinho escapara em todas elas, fazendo-o se irritar ainda mais. No entanto, o Jeon reparou em um detalhe: Se Jimin tinha a arma em punho, carregada e engatilhada, por que não havia atirado em si ainda?
Com isso, percebeu que o barista não pretendia lhe ferir, mas àquela hora o mais novo já se via conformado sobre não poder mais ter o ruivo consigo e ao visualizar seu taco de beisebol em um canto, tentou manter a calma e a passos cuidadosos caminhou até o fundo da van e se sentou no assoalho, já decidido a fazer com o Park, tudo o que havia pensado na primeira vez que o vira em seu bar. Mata-lo de uma vez. Pensou que a ira do mais velho ainda não era coisa a contestar, e então passou a tentar mexer com seu emocional lhe lembrando da época em que eram amigos da escola, dos dias que almoçavam juntos e conversavam de forma leve e tranquila. Falou de como sua mãe sempre quis conhecê-lo e de como durante todos aqueles anos sempre quis lhe reencontrar, pelo menos para serem amigos de verdade e concluiu pedindo perdão, enquanto contraditoriamente as suas palavras, segurava o taco de madeira rente as suas costas e percebeu o Park chorando.
A guarda dele estava baixa como realmente esperava daquele “bebê chorão fracote” e ao se aproximar com cautela, frisou que morreria se não pudessem ficar juntos e que se fosse preciso matar mais alguém alem de Taehyung para isso, o faria, mas queria ter a chance de provar que o amava e quando levantou o taco no ar, pensando que o ruivo estava distraído demais em seus pensamentos, logo viu o artigo esportivo se esfarelando.
- O que você não entende Jungkook, é que você não me ama! O que você sente é uma obsessão doentia que só me fez mal! Eu não amo você e você nunca me amou! Para de falar essas coisas! – Outro tiro, dessa vez acertando o teto da van, e assim o Jeon perdeu a paciência e voltou a investir contra o Park, ainda nitidamente fragilizado com o que ouvira.
Do lado de fora, o som dos dois tiros fizeram o sangue do Jung congelar nas veias. O investigador mais velho correu apressadamente até si e ambos ouviram vozes vindas de dentro da van, e novamente notaram que havia luta corporal acontecendo la, pela forma como os amortecedores do carro se moviam. Desistindo de se manter na defensiva, Hoseok fez sinal para Seokjin enquanto tentava decifrar as palavras proferidas la dentro e foi quando ouviu a voz do garçom gritando “Você vai morrer agora, Park Jimin” e uma sequencia de quatro disparos, que resolveu jogar tudo pro ar e vencer a distancia de aproximadamente 30 metros que o separava do ruivo.
Quando finalmente abriu a porta da van, ainda com a arma em punho, Hoseok caiu de joelhos, chorando copiosamente e gritando pelo Park. Tudo o que o Jung sentia era o cheiro de pólvora lhe entupindo as narinas e os olhos, cheios de lagrimas, mal focalizaram o corpo de Jimin deitado contra o assoalho e o de Jungkook sobre si com uma poça de sangue imensa se formando com rapidez. Sem nem conseguir se mover, o mais novo viu quando SeokJin invadiu o compartimento de carga, caminhou até os rapazes e ao tirar o corpo do garçom de cima do ruivo, imediatamente viu o rapaz baixinho se levantando e indo rapidamente até o namorado, que àquela hora tinha ambas as mãos na face. Assim que os olhares deles se encontraram, imediatamente o choro se fez alto, os braços de Hoseok foram diretamente a cintura de Jimin, lhe abraçando e sustentando-o no ar, carregando-o para fora daquele veiculo e girando-o enquanto sentia a respiração sôfrega e entrecortada por soluços do barista contra seu pescoço.
O Kim desceu da van ha tempo de ouvir a sirene da policia. Logo viu Namjoon descendo do carro oficial e correndo até eles e tentando não quebrar o clima do casal que se abraçava, se tocava e se beijava em meio a relva na tentativa afoita de ter certeza de que não estavam sonhando e sim próximos novamente, SeokJin foi até o delegado, lhe abraçou forte e lhe beijou também.
- Trago boas noticias! Kim Taehyung está vivo. Ferido, mas vivo. YoonGi está com ele no hospital e pelo que me informou, não há nada que o coloque em risco mais. – NamJoon deixou mais um selinho nos lábios do moreno e logo viu-o sorrir.
- Jimin também esta seguro agora. Jungkook está morto. – Disse o Kim mais velho apontando para o interior da van - Pelo que vi, ele tomou três tiros. Tem um taco de beisebol estourado no chão e um furo no teto da van. Eu tenho certeza que ouvimos seis disparos, então pode ser que o Jeon tenha tomado um quarto tiro que eu não vi. – E logo após concluir, o Kim mais novo apontou em direção ao Park, fazendo com que os olhos do moreno arregalassem.
- Ou o sexto tiro foi no próprio Jimin, olha! - A voz do delegado despertou o casal do transe em que estavam, fazendo finalmente o ruivo sentir que havia algo de errado com seu punho e antes que falasse qualquer coisa, Hoseok rasgou a barra da própria camisa e enrolou no braço do mais novo.
- Eu vou leva-lo para o hospital. Vejo vocês mais tarde. – Disse o Jung já saindo em direção a pista novamente, passando por Namjoon para pegar a chave da viatura e assim que tocou-a percebeu o chefe segurando um pouco mais o metal e lhe encarando no olhar.
- Leve-o até o Hospital da região portuária. – Falou alto o suficiente para que o Park também lhe ouvisse. – Eu acho que Kim Taehyung poderá se curar mais fácil se você estiver por perto. – Disse o delegado sorrindo amplo e notou os olhos do mais novo dali, brilhando forte.
- O Tae não morreu? – Perguntou o barista, olhando incrédulo para Hoseok e depois voltando-se para o delegado. – Doutor, mas como é possível? Ele tomou dois tiros! Como pode estar vivo? – Viu o Kim sinalizando que não sabia com os ombros contraídos e as palmas voltadas para do céu, e logo direcionou-se novamente ao namorado - Hope, eu quero vê-lo!
O investigador assentiu e logo os dois foram para a viatura, deixando o casal Kim para trás. Ambos suspiraram, NamJoon fez os contatos necessários para a retirada do cadáver de Jungkook até o Instituto Medico Legal e colocou-se como testemunha do caso. Assim que terminou as chamadas telefônicas, voltou a rodovia, abaixou a tampa da traseira da caminhonete e sentou-se ali, sendo acompanhado pelo Kim mais velho. Notou-o sutilmente pensativo, as vezes soltava risadinhas e tal fato faz o loiro questionar no que o namorado pensava.
- Hope? Hope? Serio mesmo, que raios de apelido é esse? – Questionou Seokjin lembrando o casal de amigos, que haviam partido menos de uma hora atrás, tão sorridentes que nem parecia que estavam prestes a serem destruídos ainda naquele mesmo dia.
- Não sei, nunca vi ninguém chamando ele assim, mas tenho um palpite. – Sussurrou Namjoon envolvendo o mais velho que estava sentado ao seu lado pelos ombros e lhe beijando a bochecha. – Pensa comigo: Olha tudo o que o Jimin passou, lembra tudo o que ele sofreu, e quando ele desistiu de tudo e achou que não ia viver mais nada alem da sua vida monótona na cafeteria e na estufa dele, o Hoseok apareceu na sua vida. Provavelmente hoje o Park só aguentou tudo o que aguentou por contra de saber que agora, no final, encontraria o Jung. – Pausou e viu os olhos cor de avelã do moreno olhando no fundo dos seus. – Hope significa esperança. Hoseok é para o Jimin, mais que uma promessa, é a esperança de poder recomeçar uma vida nova, longe das dores, longe dos medos. Apenas eles dois, a vida que eles escolherem seguir juntos e o amor que um sente pelo outro.
- Exatamente como você é pra mim? – Questionou o mais velho e viu o olhar dele se iluminando enquanto levava as duas mãos às suas bochechas.
- Talvez... Mas eu ainda acho que ninguém vai amar alguém como eu amo você!
Após a sessão de risadas que se fez, ambos se abraçaram olhando o céu que começara ter o sol mais fraco, ansiando muito para os peritos chegarem logo e assim poderem ir até o hospital encontrar com seus amigos.
Já o casal mais novo, assim que chegou à clinica, foram diretamente a recepção. Apesar do policial ralhar contigo constantemente sobre dever procurar atendimento para si primeiro, o ruivo ignorou-o por completo enquanto pedia a cada funcionário que passava sobre o paradeiro de Taehyung e foi só quando YoonGi apareceu no fim do corredor que conseguiu suspirar aliviado.
O Acobreado ficou feliz por vê-lo a salvo. Pensou que talvez devesse ficar triste com a morte de Jungkook mas foi orientando por Hoseok a não tocar no assunto. Naquela troca muda de olhares os dois policiais entenderam que Jimin ainda não havia se tocado de que havia cometido um assassinato e os dois sabiam perfeitamente bem que mesmo tendo sido em legitima defesa, o barista se abalaria e muito quando sua mente, visivelmente perturbada e fora da realidade naquele momento, o fizesse notar que tinha tirado a vida de alguém. Por fim o legista informou o Park sobre o moreno ter feito uma cirurgia simples para retirada dos projéteis e que por sorte, nenhum órgão havia sido atingido. O mais novo queria a todo custo ver Taehyung, mas a equipe medica deixou bem claro que ninguém poderia vê-lo, e assim, o ruivo se deu por vencido, deixando-se guiar até a enfermaria onde fizeram os pontos necessários no corte da sua sobrancelha e no seu pulso, onde uma bala havia passado de raspão.
Com muita relutância e contragosto, Já era noite quando finalmente Hoseok conseguiu enfiar o Park dentro da viatura para irem até o seu apartamento. Naquela noite o Jung preferiu não deixa-lo em sua morada afim de não mexer ainda mais com sua cabecinha que já estava tão fragilizada e por fim, optaram por comer qualquer bobeira enquanto se enrolavam um nos braços do outro. O policial ainda tinha sua mente tomada por um sentimento ruim que julgava ser resquício do medo intenso que sentiu de perder seu amado. Sabia que, agora que Jungkook estava morto, tanto os medos do Park estavam dissolvidos quanto seu caso solucionado, mas era automático se sentir mal.
- Posso saber no que você tanto pensa? – Questionou o mais novo girando em seus braços e logo lhe encarando e o olhar tranquilo do rapaz deixou claro para o Jung que de fato, ele ainda não estava completamente em si.
- Em como foi horrível quase te perder hoje de novo. As vezes eu tenho a impressão que se você sair da minha vida, eu vou definhar até virar pó e sumir, sabia? – Disse dando um selinho na ponta do nariz do mais novo e observou quando ele se levantou e segurou seu rosto, olhando nos seus olhos com tanta profundidade que Hoseok sentia sua própria alma sendo tocada. A voz do Park atingiu os seus ouvidos e por mais que aquele canto não fosse o mais afinado do mundo, as palavras naquele poema, desenhavam perfeitamente o que havia acontecido e o que sentiam.
"Te usarei como um sinal de alerta
E se você está falando que não faz sentido, então você terá perdido sua cabeça
Te usarei como ponto de foco
Assim, eu não perco a direção que eu quero seguir
E eu seguirei em frente, por que eu pensei que eu poderia,
Te usarei como um sinal de alerta
E se você está falando que não faz sentido, então você terá perdido sua cabeça
Te usarei como um indicador
De quanto ceder, quanto a tomar
Te usarei como um sinal de alerta
E se você está falando que não faz sentido, então você terá perdido sua cabeça
Ah, e eu encontrei o amor onde eu não deveria encontrar
Bem na minha frente, faça isso fazer sentido
E eu encontrei o amor onde eu não deveria encontrar
Bem na minha frente, do outro lado da rua.
Eles sabiam. Os dois sabiam que não importava o que aconteceu ou o que aconteceria. Não tinha importância se Hoseok perdesse o emprego por conta dos excessos cometidos para por as mãos em Jungkook ou se Jimin tivesse novos pesadelos assim que sua cabeça tomasse ciência real de tudo que acontecera consigo naquele dia. O que importava para o Park e o Jung ali, era que finalmente estavam juntos. Finalmente estariam em paz sem ninguém cometendo chacinas em nome de uma obsessão pelo seu ruivo, sem o medo de a qualquer momento ver o barista em risco novamente. Hoseok suspirava feliz em meio ao beijo intenso que trocavam porque sabia que não importava o que viesse, aquela boca sempre seria sua, assim como a sua sempre seria dele e que viessem semanas, meses, anos e quantos outros planos ou dificuldades mais. Jimin seria o seu sinal de alerta, assim como ele seria eternamente o ponto de foco de Jimin.
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