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História Between Coffees and Roses - A Academia


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


OiOiOi
Eu seeeei, eu sei que prometi postar só sabado mas to de muito bom humor pelos 52 favs e 285 views e principalmente: POR TODOS OS COMENTARIOOOOSSSS
Gente amo qndo vcs comentam <3 Faço questão de responder todos!
Bom, esse capitulo é meio que uma especie de pomada pelos tiros doloridos do anterior. Ele tem um quê comico em algumas partes mas não se acostumem. Isso só acontecerá qndo o senhor Kim SeokJin aparecer pq aqui ele é farofa mesmo!
BTW, bora pro cap <3
Vejo vcs la em baixo *----*
Kisskiss
~~Ashmedhai

Capítulo 4 - A Academia


Fanfic / Fanfiction Between Coffees and Roses - A Academia

A Academia

O relógio de parede marcava 20:34h quando Jimin acordou de sobressalto e olhou ao redor, vendo a televisão ligada e seu amigo babando, em um sono profundo, estirado no sofá e passou as mãos pelo rosto tentando afastar as lembranças do pesadelo que acabara de ter. Realmente queria entender porque eles haviam voltado depois dos dias de paz. Isso lhe parecia um mal pressentimento.

Se levantou com cuidado para não acordar o mais novo, foi a cafeteria, desligou as maquinas e limpou a mobília superficialmente. Deixaria a faxina diária para a manhã do dia seguinte já que havia percebido que naquele horário o estabelecimento era calmo demais e seria bom ter com o que se ocupar durante a ausência do amigo e de clientes. Voltou para dentro da moradia e foi diretamente para o banheiro do seu quarto, La abriu o armário do espelho e retirou os três frascos com seus antidepressivos e seu remédio para dormir. Encarou os recipientes pensando em como aquele ultimo não lhe ajudava em nada já que os pesadelos continuavam a atormenta-lo, mas sabia que sem ele, nem pegar no sono conseguiria.

Engoliu as três drágeas de uma vez só, fechou o espelho e encarou a própria imagem que por um segundo se distorceu e ele tinha a impressão de ver aquele corpo gordinho de anos atrás. Praguejou sua desatenção com uma das coisas que mais julgava prioridade nos seus dias atuais e olhou para o relógio no pulso. 21:03h. Dava tempo de ir a academia antes de dormir.

Voltou ao quarto e tirou o uniforme que ainda usava, vestiu uma calça Jeans e uma camiseta básica, colocou um moletom confortável e uma regata para exercícios dentro da mochila, pegou a chave do carro sobre o criado mudo e desceu as escadas. Parou em frente ao sofá e viu Taehyung dormindo. Preferiu deixa-lo La e fez uma nota mental de trazer a janta pronta da rua quando voltasse para o mais novo comer. Jimin não jantava já que acreditava que devido a sua facilidade em ganhar peso, fazer a tal refeição não o ajudaria a manter o físico que havia lutado tanto pra conseguir e agora sustentava com esforço e orgulho.

Deu um selar leve na testa do moreno e saiu, apagando as luzes e fechando a porta. Foi até o carro, manobrou e, ao parar na calçada, esperando uma brecha entre os veiculos que passavam, observou a delegacia. Lembrou-se dos três policiais e soltou um leve sorriso. Amanhã os veria de novo.

~~~

- Cara, para de ser obcecado assim! Olha a hora! NamJoon vai te matar por chegar tão tarde em casa. – Ralhou Hoseok quando SeokJin pediu que ele o deixasse na academia do bairro.

- Ele não vai falar nada! Nammie ama meus ombros largos! E ele sabe que se eu não cuidar do meu corpinho, o prejuízo vai ser dele. – Falou rindo e Hoseok acenou negativamente com a cabeça. – Alias, você sim que deveria fazer algum exercício! Ta virado em pele e osso, Credo! – Falou cutucando o braço do mais novo enquanto estacionavam em frente a academia.

Os dois ficaram conversando, ainda dentro do veiculo, sobre o jeito engraçado que o tal JungKook olhava para YoonGi e ambos faziam apostas sobre que tipo de relacionamento o legista e o garçom mantinham até que SeokJin parou de falar em súbito e apontou do outro lado do estacionamento um carro parando e de dentro dele descendo um rapaz já conhecido por ambos, de cabelos vermelhos.

- Eu não acredito que vou ter a oportunidade de ver aqueles bíceps trabalhando de pertinho! – Falou o mais velho juntando as palmas das mãos em frente a boca e logo tomou um tapa na nuca do mais novo.

- E Eu não acredito que você vai arrastar asa pra outro cara com um homem como Kim Namjoon te esperando em casa! Jin, as vezes eu acho que você é uma bela de uma vadia! – Falou Hoseok gargalhando enquanto SeokJin o fuzilava com o olhar reprovador.

- Faça o favor de cuidar bem quem você chama de vadia! Eu não trai meu namorado até hoje e não pretendo fazer isso nunca! Na verdade quem deveria arrumar alguém é você, já que tem tanto tempo livre pra cuidar da minha vida. – O Investigador saiu do carro furioso, bateu a porta com força e Hoseok se sentiu mal. Não tinha a intenção de magoar o amigo então, mais que depressa, desceu do carro também e correu em direção ao estabelecimento para se desculpar.

Assim que passou pela porta, viu que o mais alto havia entrado em um corredor com uma placa escrito “vestiário masculino” pendurada ao teto e correu direto para La. O problema foi que Hoseok não imaginava que existiam tantas pessoas que gostassem de se exercitar aquela hora da noite e ao chegar no acesso ao local, viu um belo corredor onde vários homens andavam de um lado pro outro, percebeu que havia perdido o amigo de vista. Respirou fundo passando a mão pelos cabelos e engoliu seco sabendo que teria que passar por todos aqueles caras musculosos e rezou internamente para todos eles serem Heterossexuais ou só não perceberem o homem fardado que caminhava entre eles.

Ao, finalmente, entrar no vestiário, olhou em volta se surpreendeu por encontrar o recinto todo vazio, as portas das cabines estavam todas abertas, exceto por uma, e já imaginando que era La que SeokJin estava, rumou reto àquela porta e, sem bater, a empurrou e a mesma se abriu.

Hoseok congelou com a imagem que se fez a sua frente.

O Barista, dono da cafeteria de frente a delegacia, trajando apenas uma cueca Box branca, segurando uma calça de moletom, deixando exposto todo seu tórax bem desenhado e seu abdômen que parecia esculpido de tão perfeito. As coxas grossas foram percebidas também pelo policial e só depois de notar que estava literalmente babando, que se tocou que havia cometido um grande erro.

- O que você ta fazendo aqui, Hoseok? – Ouviu a voz do seu amigo atrás de si e despertou do transe que o corpo daquele rapaz o havia colocado.

- E-E-Eu T-T-Ta-tava te procurando.. – virou-se de frente para onde a voz vinha e viu SeokJin com a mão na cintura. Jimin permaneceu sem fazer menção alguma de se esconder ou demonstrando algum tipo de irritação pela invasão, mas mesmo assim Hoseok preferiu ser educado. – Mi-Mil perdões, eu achei que era Jin que estava aí. – Se desculpou curvando-se e puxou a porta para fecha-la novamente. Respirou fundo e ao olhar para o amigo percebeu que ele estava se segurando para não rir. – O Que é que foi? – Questionou irritado, serrando os dentes, indo para bem perto do rosto do mais velho.

- Posso viver mais mil anos que nunca vou esquecer da sua cara olhando o corpo do ruivinho! – Falou em um sussurro e logo gargalhou alto. – Ainda da tempo de reconsiderar minha proposta e começar a malhar aqui também. – Falou debochado e Hoseok bufou irritado, já desistindo da sua intenção anterior de se desculpar. O Mais novo estava se preparando para responder quando a porta do trocador se abriu novamente e de lá, saiu o ruivo vestido a calça de moletom de cor clara, uma regata branca e a mochila no ombro e Jin fez um sinal de apontamento e mordeu o lábio inferior assim que Jimin saiu do local.

- Fala serio Hoseok, você viu o tamanho daquele volume? E não me venha com essa que você gosta de mulher que eu te conheço há cinco anos, cara! Você tem que ficar com ele, vai! Por mim, nem que seja só pra me contar como que é! – Falou de uma vez com um tom quase suplicante na voz e o semblante incrédulo do amigo o fez gargalhar novamente.

- Não vou dizer que não me atrai porque você tem razão. O baixinho é o paraíso na terra mesmo, mas já passou pela sua cabeça que ele pode simplesmente não estar atrás de alguém? Ou talvez já ter um namorado ou uma namorada, sei la! – Falou Hoseok tentando tirar a ideia de se jogar pra cima do barista, mais da própria cabeça do que da do amigo.

- Mais um motivo para você começar a vir aqui. Pelo que você falou, agora ele cuida da cafeteria de manhã, então é provável que ele venha sempre a essa hora daqui pra frente. – Disse cutucando o ombro de Hoseok com o cotovelo.

- Você é inacreditável! – Bufou acenando negativamente com a cabeça, já saindo de dentro do vestiário. Se despediu do amigo e rumou diretamente pra casa tentando com todas as forças não pensar na imagem que havia visto de Park Jimin.

~~

Depois que Hoseok e SeokJin disseram que teriam que partir, YoonGi fingiu que não queria que eles fossem, mas na verdade estava ansioso para ser deixado sozinho naquele bar.

Assim que eles passaram pela porta, o Legista foi direto para traz do balcão onde JungKook lavava alguns copos e o abraçou pela cintura.

- Senti sua falta... – Falou o mais baixo cheirando o pescoço do garçom. – Você sumiu desde quarta-feira, achei que tinha me abandonado.

- Você sabia que eu tinha algumas coisas pra resolver, eu tinha te dito. – Respondeu o maior se virando e logo em seguida deu um selinho nos lábios de YoonGi. – Mas isso não tem importância agora. Eu estou aqui, você esta aqui e se você quiser, podemos ficar juntos la encima... – Falou apontando com o queixo para as escadas que levavam ao apartamento do dono do bar.

- Você também sabe que meu horário mudou agora, não sabe? Tenho que levantar cedo amanhã, não sei se é uma boa ideia dormir aqui com você. – Falou olhando-o de soslaio e logo deixou um sorriso safado surgir no canto dos lábios. – Principalmente porque se eu ficar aqui o que menos faremos será dormir! – O olhar ladino e o sorriso de lado lhe foi rapidamente correspondido e YoonGi observou JungKook se soltar de si e ir até a porta de entrada do bar e tranca-la, voltou até onde estava e o puxou escada acima.

- Você pode descansar depois do expediente, amanhã.

 

~~~

 

Taehyung acordou com a claridade lhe ferindo os olhos e, assustado, pulou da cama. Olhou para o rádio-relogio em sua cabeceira e suspirou aliviado. Ainda faltavam quinze minutos para seu horário habitual de levantar, mas mesmo assim preferiu ir para o banheiro tomar um banho quente e começar seu dia.

Enquanto escovava os dentes, com a toalha enrolada na cintura e os cabelos molhados, pingando água pelo corpo, tentava se lembrar como havia vindo parar na cama, já que sua ultima lembrança era de ter assistido um filme qualquer com Jimin deitado em seu colo. Lembrou que seu amigo havia tido pesadelos e se amaldiçoou por ter dormido antes de despertá-lo dos sonhos ruins. Sempre se sentia mal quando não podia livrar o ruivo de algo que lhe atormentava, e aquilo havia acontecido naquela noite.

Ainda estava perdido em seus pensamentos quando ouviu um risinho baixo vindo da porta do cômodo em que estava e ao olhar em direção ao som, viu Jimin escorado no batente, com um sorriso nos lábios.

- Se eu não considerasse isso um incesto, juro que te agarraria agora. Como você consegue ficar tão sexy assim, todo despenteado e com essa cara de sono? – Falou em meio ao riso e Taehyung corou com a observação nada convencional dirigida a si.

- Aiishh! Sai daqui logo, deixa eu me vestir, seu pervertido! – Falou empurrando o mais velho e se dirigindo ao seu armário.

- O Café já está servido, não esquece de comer antes de sair, ta! – falou o menor caminhando até a porta. – Vou abrir a cafeteria mais cedo hoje. Acordei disposto! – completou gargalhando e isso aquiesceu o coração do moreno. Era sinal de que ao contrario do que pensava, naquela noite o amigo havia dormido bem.

Realmente era um fato. Depois de ter ouvido a conversa dos policiais na academia, Jimin não pode deixar de se sentir bem. Seu lado humilde não gostava de admitir, mas ouvir elogios com relação ao seu corpo era algo que sempre lhe fazia muito bem. Uma massagem daquelas no próprio Ego, o faziam esquecer que um dia fora tudo, menos desejável. Ele sabia que seu caráter não se resumia a músculos, mas também lembrava que esse detalhe não havia sido levado em consideração anos atrás, e ouvir alguém lhe elogiando por algo que já lhe fora motivo de vergonha o deixava um tanto feliz.

“O baixinho é o paraíso na terra...”

Riu de si mesmo ao lembrar que naquela noite havia até sonhado com o tal policial de cabelos negros e ao mesmo tempo se auto repreendeu por se sentir tão infantil a ponto de pensar besteiras por um simples elogio.

“Acho que preciso arrumar um namorado logo! Olha como estou me abalando por um simples comentário?” Riu de si mesmo mais uma vez.

Ainda estava envolto em seus pensamentos e distraído na tarefa de arrumar as maquinas que aqueciam a água e o leite para fazer suas bebidas, quando ouviu a sineta da porta tocar indicando que alguém chegava e pelo inox bem polido a sua frente, viu uma figura de farda negra caminhando até uma mesa próximo a janela. Nem precisou se virar pra saber quem era. Pegou o bloco de anotações, mesmo imaginando que não seria necessário, e caminhou até o rapaz que o havia elogiado, tentando não enrubescer e não pensar em nada que envolvesse âmbitos fora do profissional.

- Bom dia! – Falou estacionando diante da mesa, anunciando-se de forma animada e colocando no rosto o mesmo sorriso que lhe era habitual.

Ao contrario do dia anterior, Hoseok se sentiu levemente intimidado com a presença do ruivo ali. Mesmo tentando com todas as forças não pensar naquilo, lhe foi automático lembrar da imagem que havia visto no vestiário da academia na noite anterior e imediatamente sentiu suas bochechas esquentarem. Chegou cogitar a possibilidade de simplesmente sair correndo dali, mas sabia que isso seria, no mínimo, muito estranho, então pigarreou tentando fingir uma normalidade de comportamento, totalmente contraditória a tudo que se passava em sua mente.

-  Bom dia! Um americano duplo sem açúcar, por favor! – Falou engrossando levemente a voz justamente para não deixar que ela saísse esganiçada pelo nó que o nervosismo trazia a sua garganta, e assim que viu Jimin anotando, sorrindo e logo em seguida se virando de costas para ir até o balcão suspirou baixo, aliviado. Hoseok estava achando demasiado estranho todo aquele turbilhão de coisas que estava sentindo perto do ruivo.

“É só tesão Hoseok. Você esta precisando arrumar alguém pra saciar esse fogo, é só isso.” Pensou

Após levar a bebida à mesa, Jimin voltou para traz do balcão e de La o observava sem pausa.

O policial segurava a xícara de café com a mão direita e com a esquerda, deslizava os dedos pela tela do celular repousado sobre a mesa. A farda relativamente larga, não lhe deixava ver muita coisa ou deduzir muito sobre o corpo do moreno. Ele era visivelmente mais magro que si, mas pela forma como o tecido da calça se retesava nas coxas, podia saber que elas não eram tão finas assim. A manga curta da camisa negra também deixavam visíveis braços que não eram musculosos, mas ainda assim eram bem definidos e, provavelmente, fortes. Então, deixando seu lado pervertido de lado, passou a observar o rosto do rapaz.

Os cabelos negros e escorridamente lisos paravam próximos aos olhos, tampando quase que por completo a testa e as sobrancelhas. Tinha o nariz fino e arrebitado, delicado e muito bonito e os lábios eram perfeitamente bem desenhados, nem carnudos nem finos demais. Observando aquela região percebeu uma pintinha no lábio superior do lado direito e achou aquilo um charme e ainda olhando a boca dele, o viu sorrir, provavelmente do que lia na tela diminuta pousada à mesa e quase suspirou alto. Era um dos sorrisos mais lindos que já havia visto. Quando subia levemente a visão para observar os olhos, percebeu-o se movendo na cadeira, ainda atento ao telefone, e Jimin tratou de fingir que limpava a bancada para não deixar que o outro notasse que estava sendo observado. Como de costume, Hoseok pediu mais um café para viajem e ao chegar no caixa para pagar, Jimin novamente se perdeu observando o investigador.

O Ruivo esticou a mão para entregar o troco e ao sentir o toque do moreno sobre a pele, um pequeno choque lhe subiu o braço, parando na espinha e se propagando pelo corpo. Arregalou os olhos surpreso e encarou o moreno a sua frente que o olhava fixamente, nos olhos Também. Por algum tempo que não sabia calcular, provavelmente haviam sido apenas alguns segundos, mas na cabeça dele, a intensidade foi tão grande que poderia guardar como tendo sido horas, suas orbes se mantiveram em contato. O olhar completamente negro, contornado por pálpebras finas que deixavam tudo ainda mais bonito, hipnotizaram o barista que mal conseguiu respirar naquele tempo. Ele não ousou sequer piscar para não quebrar o contato e percebeu que Hoseok também não o fez. Ficaram perdidos um no olhar do outro, sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo ali, até que a porta que separava a cafeteria da casa do mais baixo se abriu de supetão e um outro rapaz de cabelos castanhos saiu correndo apressado, amaldiçoando-se por ter se distraído com a televisão que havia sido deixada ligada por Jimin, mais de meia hora atrás, dizendo que voltaria para almoçar e que depois conversavam e desejou um bom dia as duas pessoas que estavam naquele ambiente.

Tanto Jimin quanto Hoseok soltaram o ar dos pulmões que nem haviam percebido terem segurado tanto tempo. Ambos dividiram o rubor nas bochechas e o policial, mais tímido que antes, cumprimentou com um aceno de cabeça e um “Até mais” dirigido ao proprietário da casa e saiu porta afora, rumo ao seu local de trabalho do outro lado da rua.

“Meu Deus, O que foi isso?” Se questionou Jimin ao ver-se seguramente sozinho no local, sobre a troca de olhares que havia tido com o policial minutos antes.

Dentro de Sua sala, Hoseok tentava não pensar no que havia acontecido do outro lado da rua e tentava, a todo custo, achar que havia sido só impressão sua a retribuição de encarada do ruivo. Não havia sido intencional, mas mesmo assim a imagem das orbes cor de chocolate, tão sombrias e frias, o olhando tão profundamente e a sensação de que o mundo havia parado naqueles segundos que compartilharam, o faziam sentir algo estranho na boca do estomago, algo que não sabia explicar o que era, mas era bom.

Perdido em devaneios, se assustou quando, conforme lhe acontecia todos os dias, a porta da sua sala abriu com certa violência e um rapaz de ombros largos entrou por ela, todo sorridente, já lhe desejando bom dia e ralhando contra si pela sua cara de “babaca distraído”. Ao não receber nenhuma resposta ríspida vinda do mais novo, SeokJin perguntou que bicho o havia mordido e para não dizer que estava perdido em pensamentos por conta de um certo barista, mentiu que estava pensando no caso que tinham para solucionar.

Acreditando piamente no amigo, SeokJin o lembrou de que deveriam fazer o pedido a companhia telefônica do histórico de ligações do celular da vitima e menos de um minuto depois, Hoseok estava em uma chamada com a gerencia da tal empresa, contando-lhe por alto sobre o caso e pedindo o relatório por email.

Enquanto não recebiam o documento, ambos os amigos se entreteram em uma conversa animada sobre coisas aleatórias que iam de “Não sei como o NamJoon te aguenta, chato e irritante assim” até um “Sai de perto de mim com esse mal humor e vai arrumar um namorado pra ver se melhora isso!”. As provocações entre ambos eram rotineiras e os faziam rir e se sentirem a vontade um com o outro, como se conhecessem desde a infância.

Quando o email contendo as informações telefônicas chegou, Hoseok o imprimiu e dividiu a pilha de folhas ao meio, dando uma parte para Jin, que se muniu de uma caneta marca-texto e sentou-se ao lado da linha de telefone extra da sala. Ponharam-se a analisar cada um dos números ali registrados tentando traçar um padrão nas ligações, horários e contatos, e como imaginavam devido ao perfil social que a família havia lhes passado sobre a vitima, não havia ligações efetuadas para nenhum numero que não fosse o dos pais. Procurando entre as ligações recebidas, bufaram forte. Eram em sua maioria de empresas oferecendo cartões de credito e telemarketing em geral. Havia se passado uma hora desde que começaram os estudos quando Jin arrastou a cadeira de rodinhas em que estava sentado para perto da mesa do mais novo, tomou as folhas da mão dele ouvindo-o xingar irritado pela intromissão, e logo estendeu todas as folhas apontando um numero que se repetia por diversas vezes.

- Não acha estranho ele receber quase que diariamente ligações desse numero sempre no mesmo horário? – Os Olhos de ambos brilharam.

Hoseok pegou o telefone novamente e refez o contato com a operadora, pedindo o endereço daquele numero que era claramente de um aparelho fixo e aproveitando o ensejo, pediu que lhes enviassem os áudios das conversas. Pedido esse que não lhe fora negado.

Como a averiguação dos áudios poderiam demorar até 24 horas, resolveram checar o endereço que o haviam passado. Ambos entraram na viatura munidos de GPS e do endereço, e correram pelas ruas da cidade. Quando o eletrônico indicou que já estavam no local onde a linha faria residência, nenhum dos dois entendeu direito o que se passava. Era uma região praticamente deserta de uma área da cidade que há muito havia sido desativada por risco de desmoronamento de uma encosta com o rio que passava ao lado. A defesa civil não permitia abrirem comercio ou habitarem o local há mais de dez anos e ainda pensando sobre isso, Hoseok tirou o próprio celular do bolso da farda e discou o tal numero que ligava diariamente para o adolescente falecido. Um toque alto e estridente irrompeu pelas ruas silenciosas e desertas e o ato de socar o volante foi involuntário.

- FILHO DA PUTA! – berrou SeokJin ao constatar que o numero era de um telefone publico que aparentava não ser usado há muito tempo.

- Foi esse tal “amigo” que matou ele, tenho certeza! – Esbravejou Hoseok.

- Isso é obvio! Por que o cara se isolaria da cidade para uma simples ligação se não tivesse alguma intenção por traz disso? – questionou SeokJin, exteriorizando a frustração de saber que a única pista mais concreta que tinham havia descido pelo ralo.

- Ele não queria que ninguém soubesse dele. Provavelmente o garoto foi instruído a não falar do amigo e também não tinha um numero para contata-lo. O que a gente faz agora? – Perguntou o mais novo esfregando as mãos no rosto.

- O Jeito é esperar até a companhia liberar os áudios das ligações e ver se nas conversas tem algo que possa nos levar a esse desgraçado. – Respondeu o outro já puxando o cinto de segurança para voltarem a delegacia.

~~~

Ainda se sentindo sonolento, YoonGi foi despertado por um par de mãos fortes o sacudindo. Como havia imaginado no dia anterior, não havia dormido nem perto das horas suficientes para acordar bem e a tempo de ir trabalhar, e o culpado por isso estava balançando-o com uma força crescente até se transformar em um chacoalhão.

- YoonGi, vamos YoonGi, acorda! Você tem que trabalhar, querido! – A voz relativamente grave e melodiosa do garçom lhe invadiu os ouvidos e finalmente teve coragem de abrir os olhos e ver a figura do rapaz, trajando apenas uma Box avermelhada, expondo o corpo bem malhado e todo marcado por si a sua frente. Teve que conter o impulso de agarra-lo pois sabia que pra ter sido acordado pelo moreno, já estava atrasado e ao olhar para o relógio fixado na parede em frente a cama, teve certeza disso e saltou num movimento só para longe das cobertas.

- Eu odeio fazer isso, mas eu tenho que Ir JungKook. Estou bem atrasado para o trabalho e o delegado do turno diário é um carrasco. – Falou tentando se justificar por abandona-lo ali, de qualquer jeito e recebeu um sorriso compreensivo em troca.

- Não quer, pelo menos, tomar um café? – Perguntou observando o acobreado se vestir apressado.

- Adoraria, mas não da tempo. Como alguma coisa na rua, não se preocupe. – Respondeu rapidamente e se aproximou para deixar um selar rápido nos lábios do rapaz. – Quando sair da delegacia venho direto pra cá, me espere! – Disse já deixando o cômodo, rumo as escadas, ainda fechando os botões da camisa social branca que havia usado e JungKook riu sozinho observando o mais velho sair, adoravelmente afobado.

E esses eram os momentos que mais odiava.

Não que JungKook fosse apaixonado por YoonGi ou sentisse algo alem de tesão e desejo carnal. Não sentia. Mas era quando ficava sozinho que as lembranças vinham e era isso que odiava. A imagem daquele corpo machucado, do sangue escorrendo pelas pernas, o som dos gritos, o desespero e posteriormente, o medo, a dor em cada músculo do próprio corpo, a vergonha que sentira, a rejeição, o próprio sangue escorrendo de si da mesma forma que havia visto no outro. Tudo o que aconteceu naquelas duas semanas o atormentavam de uma forma que o enlouquecia. Era como que se as paredes criassem vida e voltassem a sussurrar-lhe que, por pior que tenha sido o que ele havia feito ou deixado os outros fazerem, ele havia pagado muito caro. Havia pago caro demais por um erro que sabia ter sido grande, mas que ainda não valia tudo o que havia passado.

Eram naqueles momentos sozinho, trancado no próprio dormitório que desejava morrer, desejava matar, desejava, de alguma forma, tirar a força todos aqueles demônios e fantasmas que lhe rondavam a mente dia e noite por cinco anos. E a cada dia, mais difícil ficava cala-los, cada dia mais os sufocava.

No começo, achava que tudo passaria. Que com o tempo, as dores tanto físicas como psicológicas se dissipariam. Quanto as primeiras, estava certo. Demorou pouco mais de um mês para voltar a uma vida “normal”. Mas as feridas da sua alma, as feridas duplas, tanto pela culpa de ter sido omisso e egoísta e deixado aquele menino sofrer tanto naqueles cinco dias, quanto a dor de ter pago por algo que não julgava ser inteiramente culpa sua, Essas feridas, pareciam que não iriam se fechar jamais. E para não enlouquecer por completo se agarrava as lembranças boas. Escassas, mas existentes. Lembranças do sorriso que faziam os olhos sumirem por entre bochechas que achava as mais fofas do mundo. Das mãos gordinhas segurando um copo de café quente em um entardecer gelado. Do brilho surpreso presente naquele olhar ao fitar a rosa branca que ele mesmo o havia oferecido de presente naquele mesmo dia como um pedido de desculpas silencioso pelo que sabia que aconteceria depois. Um único dia de lembranças boas, que já havia começado fadado ao sofrimento, mas que, na época, podia jurar que não acabaria assim tão mal. Sua cabeça adolescente inconsequente de anos atrás não imaginava que aquela brincadeira idiota dos seus amigos do basquete iria terminar de forma tão trágica para eles dois e que no fim, ele estaria sozinho, sem amigos, coberto de más recordações e o principal, sem aquele sorriso que transformavam aquele olhar de chocolate em duas linhas finas, porem lindas.

“Você tinha prometido me perdoar, não importando o que fizesse, Park Jimin...”


Notas Finais


Ok, Podem me xingar agora <3 aoskaoskoaskaoskaoksoask
Eu sei que nas notas iniciais prometi um capitulo mais leve, mas acabou sendo um pouquinho pesado no final. É necessário gente! Logo vocês entenderão *-*
Bom, momento "Panfletagem":
Pra quem curte ler Exo, quero indicar aqui as duas fics da minha DongSaeng mais amada do mundo <3 Uma ChanBaek e a outra KaiSoo:
ChanBaek: https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-exo-i-learned-what-love-the-hard-way-4794132
KaiSoo: https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-exo-dont-play-with-me-5063645 (Ta em andamento mas ela atualiza sempre rapidinho <3 )
EEEEEEE por ultimo mas não menos importante, Minha primeira Fic (Ja concluida) Totalmente diferente inclusive do que costumo ler: Uma BTS Hetero que é contada pelo POV da ShinHee (vulgo eu) Essa fic me foi muito importante por trazer muitos sentimentos reais meus com relação a coisas que vivi e por isso ela não é um Yaoi dlç que todo mundo ama. Tem varias coisas nela que eu vivi mesmo e quis compartilhar de alguma forma com as pessoas (pq sou otariane mesmo)
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-bangtan-boys-bts-as-marcas-dos-7-4840271

Momento Jabá a parte, quero realmente do fundo do coração agradecer a todos vocês que estão me lendo e pedir POR FAVOR COMENTEEEEEM Quero muito saber o que vcs estão pensando sobre a historia e juro que responderei cada um dos comentarios com muito amor e carinho <3
Saibam que amo muito vcs, os favs, os comentadores e também vcs leitores fantasminhas! Podem mostrar o rosto viu monas, não mordo não (só se me pedirem, obvio!oaksoaskaosk)
E sigam no Twitter que eu sigo de volta o/ @Ashmedhai
KissKiss
~~Ashmedhai


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