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História Between Coffees and Roses - A Pequena Vingança


Escrita por: Ashmedhai

Notas do Autor


OiOiOi <3
Genten, não tenho muito o que falar sobre esse capitulo hoje não, então bora ler pq tenho a impressão que me redimirei com ele *-*
PS: Podem me dar amor nos comentários, ok?
Até as notas finais ;D
KissKiss
~~Ashmedhai

Capítulo 8 - A Pequena Vingança


A Pequena Vingança

 

Foi com o peito cheio de felicidade que Jimin acordou na manhã preguiçosa de domingo, sem lembrança alguma de pesadelos e com um afago gostoso nos cabelos, oriundos da mão de dedos longos de Taehyung. Se espreguiçou e ergueu a coberta em um convite silencioso para que o mais novo se embrenhasse ali com ele e o pedido foi aceito imediatamente.

O Moreno se deitou e virou o amigo de costas para si, abraçando-o pela cintura e afundando o nariz em seu pescoço e Jimin sorriu. Olhou para o relógio no criado-mudo e se espantou ao ver que já passava das 10:30 horas mas ainda estava sonolento então apenas se aninhou mais nos braços do outro dizendo que queria dormir um pouco mais e ouviu a voz grave dele dizendo que seus pais haviam ligado para que fossem almoçar consigo. O Ruivo negou, disse que Taehyung poderia ir sozinho, que talvez até abrisse a cafeteria a tarde, mas que no momento pretendia ficar na cama até sentir as costas criarem calos. Também perguntou se o moreno tinha mesmo que ir e se não queria ficar ali, já que chovia forte e Jimin completou fazendo a manha digna de uma criança de três anos dizendo que tinha medo de chuva. Tomou um tapa leve na nuca vindo do mais novo que lhe disse que na verdade estava ansioso pelo encontro pois faziam meses que não se viam e Jimin concordou dizendo que iria na próxima semana. Com isso Taehyung se levantou do leito e arrumou as cobertas sobre o outro e lhe deu um beijo na testa desejando bons sonhos antes de deixar o cômodo, se arrumar e sair para o almoço. Jimin fechou os olhos sorrindo e logo pegou no sono novamente.

~~

“ -Você está realmente bonito hoje, Jeon!” -Falou próximo ao ouvido do garoto E percebeu seu olhar, incrédulo e assustado num primeiro momento, logo se transformando e um olhar feliz e até emocionado. “-Com certeza é forte candidato a Rei do baile de formatura hoje. Eu votei em você!”- E antes que terminasse de falar, sentindo todo o ódio que tinha no corpo se concentrar no peito, percebeu que o moreno o puxava para fora do ginásio da escola.

Desde o dia que havia sido espancado e estuprado pelos colegas de JungKook, vendo que ele não fez nada para protegê-lo, todo o amor e carinho, todos os sentimentos bons que havia nutrido pelo garoto por meses, morreram. Tudo que conseguia sentir era raiva, ódio, nojo dele e a única coisa que se passava pela cabeça do menino gordinho era vingança. Passou dias e noites em claro pensando em um jeito de fazer o moreno sentir nem que fosse um décimo de tudo o que ele sofrera até que um pensamento lhe veio.

“Uma mente machista não nasce sozinha. Se Jeon JungKook é tão homofóbico, nojento e asqueroso assim, foi porque alguém ensinou a ser. Ou seja, o pai dele é assim também!” Concluiu.

E com essa ideia em mente, voltou mais uma vez a sala de maquinas e agradeceu aos céus por ter sido humilhado por garotos tão burros. Todas as câmeras ainda estavam la e com o coração sangrando, reassistiu todos os vídeos, depois plugou uma a uma das maquinas em seu notebook e copiou os arquivos. Nas imagens pode ver que, ao contrario das fotos editadas que foram espalhadas pela escola, ali era nítido quem havia começado o ato todo, era visível o rosto do outro menino e principalmente, o áudio, onde se ouvia muito mais gemidos do mais magro do que do mais velho. Pensou em fazer capturas de tela também, mas achou melhor não. Comprou um Disco DVD e gravou todos os vídeos com todos os pontos de vista diferentes de todas as câmeras nele e sorriu orgulhoso de si tentando imaginar o que o pai de Jeon JungKook pensaria se soubesse que seu filho havia transado com outro homem.

“Queria ser uma mosca para ver o senhor Jeon tendo seu ‘dia no cinema’ vendo o filho como protagonista” – Pensou deixando os olhos brilharem em um misto de raiva e excitação.

Depois do filme pronto, só restava aguardar o sábado seguinte que seria a data do baile de formatura. Iria até próximo a casa de JungKook e esperaria ele sair para a festa, tocaria a campainha e entregaria o DVD para o ex boxeador e depois iria aproveitar para comemorar o seu ultimo dia no inferno e assim o fez.

Sua intenção não era expor nada para o garoto, sua vontade era de se manter no anonimato sobre a entrega do vídeo e deixar que as coisas seguissem seu curso natural, mas não conseguiu conter a provocação e ao contrario do que pensava quando abandonou seu orgulho e puxou conversa com JungKook, não foi rejeitado mesmo estando cercados por todos os colegas da escola e mesmo com todos ali na festa, Jeon o puxou para fora do ginásio e Jimin se sentiu confuso com o olhar esperançoso e até feliz que aquele garoto tinha enquanto segurava suas mãos.

“-Quer dizer que você me perdoou mesmo? Você vai mesmo cumprir sua promessa e vamos ficar juntos a partir de agora?” – Falou o moreno já com os olhos marejados e Jimin demorou alguns segundo pra assimilar o significado daquelas frases e assim que entendeu, teve que se conter muito para não gargalhar dele. Se perguntava internamente se aquele garoto tinha noção do que havia feito e alem de todos os adjetivos que já tinha em mente para descrever Jeon JungKook, se somou mais um: Inacreditavelmente Sínico.

“-Claro... Eu te perdoo sim Jeon...” - Falou e o olhou nos olhos dele e percebeu que o outro se afastou sutilmente e parecia assustado e tal imagem o fez sorrir grande, um meio sorriso que apesar de bem aberto não lhe escondia os olhos como seus sorrisos do passado. -  “Eu prometi, não prometi? Eu jurei que te perdoaria independente do que acontecesse!” – O Menino suspirou aliviado e o abraçou e ainda dentro do enlace Jimin continuou - “Eu falei que te perdoaria mesmo se fosse humilhado pela escola toda por sua causa” – Disse e sentiu o abraço apertar – “Mesmo se você tivesse filmado tudo o que a gente fez naquele sábado e colado cada foto pelas paredes dessa escola, Mesmo se seus amigos me espancassem, me estuprassem, me humilhassem feio mesmo, Bem na sua frente e você preferisse assistir tudo sem fazer nada pra me defender, mesmo assim eu te perdoo, você sabe por que Jeon?” – Questionou e soltou o abraço percebendo o menino tremer e o olhou serio, no fundo dos olhos novamente, sem mais conseguir conter o ódio que tinha em si. – “Porque vocês foram burros o suficiente pra abandonar todo o equipamento de vocês lá!” – Ele se afastou e já pensava em caminhar para dentro da quadra quando a sede de ver o terror nos olhos do garoto o fez voltar – “Seu pai Deve estar adorando assistir o mais novo filme pornô disponível no mercado, protagonizado pelo filhote querido dele! Espero que tenha uma vida boa agora que terminamos o colégio. Eu, com certeza terei só por não precisar mais olhar na sua cara!” – Cuspiu as palavras com raiva e depois disso rumou direto pra casa. Nunca mais veria aquele rosto a sua frente e só isso já fazia com que Jimin se sentisse mais leve. Se aconteceria algo com Jeon JungKook, não queria saber. Só o fato de que pelo menos uma pessoa no mundo sabia a realidade do que aconteceu, que mais uma pessoa sabia que Jeon era um Crápula e que ele havia sido iludido naquela tarde de sábado, só de pensar que não era o único que guardaria aqueles traumas já o fazia se sentir bem melhor e trazia consigo a sensação de dever cumprido. Agora poderia seguir sua vida em paz.

 

 ~~

 

Já era perto das 13 horas quando finalmente NamJoon permitiu que Hoseok fosse para casa. Depois de quase trinta horas sem dormir, entrou em seu apartamento já sonhando com a própria cama e apressou-se em tomar um banho rápido e comer qualquer besteira antes de deitar e apagar por completo. A chuva caia forte la fora e sua intenção era acordar só no dia seguinte mas ainda não eram nem 19horas quando acordou de um pesadelo confuso e cheio de imagens dos cadáveres que precisava estudar. Levantou-se já totalmente desperto e amaldiçoou seu “cérebro de garotinha” que se assustava tão fácil com as coisas e com isso sabia que passaria dias assim, dormindo bem menos do que precisava para se manter bem.

Como o Sonho ruim o havia feito suar como um leitão no espeto, tomou outro banho, foi até sala e só ao se sentar em frente a Televisão que sentiu falta de algo.

- Ué?! Cadê meu celular? – Questionou olhando a estante que ficava ao lado da porta de entrada da sua moradia avistando apenas seu molho de chaves e suas armas.

Foi até seu quarto e revirou as cobertas e as almofadas e não encontrou o aparelho, foi ao banheiro e procurou em cada um dos bolsos da farda que estava no cesto de roupa suja e também não achou, Já sentindo certo desespero, foi até a cozinha na esperança de ter abandonado o telefone sobre as bancadas e nada. Bufou frustrado e tentou repassar na cabeça suas memórias do dia envolvendo o telefone e por fim acabou lembrando que ao entrar na sua sala na delegacia, ainda na noite anterior, jogou o celular dentro da sua gaveta mas não retirou as armas dos Coldres por achar que sairiam para a rua novamente e ao ir embora no começo da tarde, colocou as mãos sobre as coronhas e com isso teve a sensação errônea de que tudo o que precisava já estava consigo, sendo assim, o aparelho foi totalmente esquecido por si no mesmo lugar onde havia guardado.

Com mais raiva ainda de si mesmo, pensou em ignorar isso, deixar o telefone na delegacia mesmo e não se preocupar, mas lembrou que só voltaria a trabalhar na terça-feira e como ainda era domingo, poderia acontecer de NamJoon precisar falar com ele e sem o celular Hoseok estaria incomunicável.

Se rendeu e logo foi ao quarto para se vestir mais adequadamente para sair na rua. Pegou as chaves do carro e desceu pelo elevador até o estacionamento. Assim que girou a chave na ignição e ouviu o ronco morto do veiculo, agradeceu aos céus por não ter descido com as pistolas porque se estivessem ali, com certeza atiraria na própria cabeça.

- Como Diabos eu esqueci de abastecer essa merda? – Gritou consigo mesmo dando um soco no volante.

Ponderou por um momento sobre o que faria e ao se ver sozinho ali, desistiu da primeira ideia de pedir ajuda. Abriu o porta-malas já retirando o galão vazio para buscar gasolina no posto de combustível mais próximo quando se tocou que o posto ficava mais longe do que a própria delegacia então jogou o recipiente dentro do carro novamente, trancou-o e enfiou as chaves no bolso, caminhando a saída do prédio e ao chegar na área externa agradeceu aos céus por terem, pelo menos por um tempo, parado de despejar toda aquela aguaceira pela cidade e com isso até ficou feliz em caminhar pelas ruas tão calmas e bem arborizadas do bairro.

Mas sua sorte não durou muito. Ainda faltava dois quarteirões para chegar ao trabalho quando a chuva voltou a cair com força total e Hoseok se pôs a correr no intuito de se molhar menos. Chegou a delegacia encharcado e foi direto a sua sala, pegou seu celular e o mesmo estava sem bateria. Se sentou na sua cadeira para usar o telefone pousado em sua mesa para chamar um taxi, quando lembrou que também não havia sacado dinheiro naquela semana e não sabia se as companhias de transporte aceitariam seu cartão de crédito. Ligou para varias e a maioria nem atendeu suas chamadas e as que atenderam alem de querer lhe cobrar um preço absurdo por terem bastante movimento devido ao temporal, não aceitavam cartão.

Bufou frustrado e se dirigiu para fora do prédio e antes de descer as escadarias que davam acesso a rua, já conformado com o banho de chuva que tomaria, viu a cafeteria em frente aberta e aqueles chamativos cabelos vermelhos atrás do balcão. Foi bem fácil decidir que esperaria a chuva passar ali naquele estabelecimento apreciando seu amado americano duplo sem açúcar.

Ao entrar na Cafeteria, se sentiu relativamente tímido. Desde a sexta-feira não havia visto Jimin e se pegou sem saber como agir com o reencontro. Sentou-se na mesa de sempre e aguardou até o ruivo se aproximar.

O Ruivo já pensava em fechar a cafeteria. Passava das 20 horas quando Taehyung ligou avisando que dormiria na casa dos pais e tal informação o deixou extremamente receoso. Não gostava nem um pouco de passar a noite sozinho. Não que a presença do amigo mudasse algo nos pesadelos e sonhos ruins que tinha mas saber que ele estaria por perto para acalma-lo ao acordar fazia com que Jimin se sentisse mais relaxado, mas também sabia que não tinha muito o que fazer e por fim concordou que era melhor o mais novo não pegar a estrada a noite com o temporal forte que caia La fora.

Decidiu por fim fechar o estabelecimento mesmo e já se imaginava enrolado nos cobertores, em frente a televisão para uma maratona de filmes de comédia até o amanhecer seguinte quando a sineta da porta tocou e quase ia dispensar o cliente que entrava alegando que já estava fechando quando viu o tal investigador, encharcado, entrando e caminhando a passos firmes até a mesa próximo a janela onde sempre se sentava.

Foi bem difícil para Jimin controlar o seu olhar que insistia em descer até o tórax do moreno, coberto por uma camiseta branca básica que naquela hora estava transparente pela água da chuva que o havia atingido. Por um momento respirou aliviado sobre o efeito “apatia de uma folha de papel” que seus remédios lhe causavam e com isso não precisaria se preocupar com uma excitação vergonhosa e indesejada causada por aquela imagem quase erótica de Hoseok com os cabelos molhados e a água escorrendo pela nuca até chegar a gola da camisa. Se pôs a observa-lo melhor e percebeu que ele tremia de frio e assim se compadeceu com o investigador.

- Aconteceu alguma coisa? – Questionou com um ar preocupado, já se sentando na cadeira que estava do outro lado da mesa e viu Hoseok abaixar o olhar, nitidamente envergonhado, e depois passar as mãos pelos cabelos jogando-os para tras.

- Não, Por que? – Respondeu tentando esconder a timidez de ter o ruivo tão próximo e tão atento a si, abaixando o olhar para as mãos já quase criando coragem para enfrentar a chuva e sair dali antes que ele percebesse sua vergonha.

- Nada... Só achei estranho você aparecer aqui a essa hora, encharcado e com uma cara nada feliz. – Disse Jimin ao notar que o policial se sentia constrangido de alguma forma e já se levantou. – Um Americano duplo sem açúcar? – Sorriu.

- Por favor! – Respondeu já se sentindo um pouco melhor só de pensar no conforto que a bebida quente traria ao seu corpo que já tremia de frio pela situação em que suas roupas estavam.

Jimin fez um aceno positivo com a cabeça e se encaminhou para traz do balcão e Hoseok o seguiu com o olhar. Assim que o ruivo saiu parcialmente do seu campo de visão acabou encontrando-se as vistas de um relógio de parede que já marcava 21:20 e só aí tomou ciência de quão tarde já estava e no mesmo instante se levantou, foi até onde o menor trabalhava em sua bebida e pediu para que fizesse pra viagem.

- Nada disso! Você não vai sair la fora com essa chuva! – Respondeu autoritário e viu o policial franzir o cenho.

- Mas Jimin, já está tarde! Você tem que fechar a cafeteria. Daqui a pouco o Taehyung vai vir aqui e brigar com você por ficar tanto tempo com o estabelecimento aberto. – Falou já rindo e viu o sorriso do ruivo murchar e ganhar um falso tom de tristeza.

- Na verdade o Tae não vai dormir em casa hoje. É até bom ficar um tempo a mais com a cafeteria aberta e com alguma companhia, assim as horas passam mais rápido. – Concluiu já com seu costumeiro sorriso e assim convenceu o moreno a ficar um pouco mais.

O Barista fez o americano de Hoseok e um cappuccino para si e ambos voltaram para a mesa onde imediatamente se instaurou um dialogo bem mais leve do que ambos imaginavam que aconteceria depois do beijo que deram no bar. Hoseok comentou ter um novo caso e viu Jimin surpreso dizendo que não sabia que a mesma equipe poderia assumir mais de um crime por vez e o Moreno se viu em duvida sobre falar mais ou não sobre aquilo, mas lembrou que não importava se teria que manter sigilo ou não, o gênero do crime e as informações superficiais da morte de Jaesang logo estariam na televisão então não viu problema em comentar que era um assassinato semelhante ao de Shindong e que era por isso que estava lidando dos dois casos. Jimin ficou apreensivo por um instante e logo voltou a sorrir por ter entendido o motivo do policial ter varado a noite do sábado para o domingo em claro. Tentando mudar um pouco aquele clima profissional demais para o próprio gosto, Hoseok perguntou se o ruivo e Taehyung se conheciam a muito tempo e com uma empolgação bem além de tudo o que já vira do baixinho, observou atento enquanto o mais novo contava sobre os pais de ambos já serem amigos antes de se casarem, terem praticamente nascido juntos e falando sobre a importância imensa que o mais novo tinha pra ele. O Policial jamais admitiria isso sequer para si mesmo, mas naqueles minutos em que ouvia o ruivo falando do melhor amigo, sentiu uma ponta de ciúme em si e se pegou questionando mentalmente se o relacionamento deles era apenas fraternal mesmo, mas no mesmo instante afastou tais ideias alegando não ter direito a pensar tal coisa já que haviam apenas se beijado uma vez.

Os Minutos foram passando e apesar da conversa estar cada vez melhor, o Investigador já não se sentia tão bem quanto quando entrara na cafeteria. Sentia as bochechas ardendo e a cabeça já doía muito e se amaldiçoou por ter ficado ali e não ido pra casa apenas pelo fato de que estava há mais de uma hora com a roupa encharcada no corpo, o clima estava frio e ele com certeza estava resfriando. Já sentia a corisa querer descer pelas narinas e um espirro veio com força.

Assim que viu Hoseok espirrando, Jimin se tocou da sua imensa indelicadeza em manter o outro ali com as roupas molhadas e no mesmo instante se pôs a pensar no que fazer para ajuda-lo. Olhou pela janela e a chuva estava ainda mais forte do que quando o moreno chegou. Como seu carro estava com Taehyung, não poderia lhe dar uma carona até em casa então lhe passou uma ideia pela cabeça que lhe soou bem boa apesar de sutilmente constrangedora.

- Hoseok, Já passa das 23 horas e a chuva não vai parar... – Falou e observou a reação do policial que imediatamente perdeu o sorriso que já estava fraco.

- Olha só o tanto que eu te atrapalhei hoje! Você deve estar exausto e eu aqui te incomodando. Eu vou pra casa na chuva mesmo. Já estou todo molhado, não vai ter problema. – Falou se levantando e ao se por de pé uma vertigem fortíssima lhe atingiu quase o levando ao chão. Só não caiu porque Jimin foi mais rápido e o segurou e ao tocar a pele do mais velho já o sentiu a temperatura maior que o comum.

- Você ta quente! – Falou o barista sentando o policial na cadeira novamente e já levando o dorso da sua destra até a testa dele. – Você ta ficando com febre! Deve ser por ter ficado no frio por tanto tempo. – Concluiu e por fim não viu outra saída.

Com certeza Jimin se sentia constrangido envergonhado com a ideia que teve, mas não poderia agir diferente. Hoseok estava em estado febril, já espirrava a cada minuto e sua voz estava ficando mais rouca a cada palavra. O ruivo sabia que não tinha muito o que fazer a não ser cuidar dele pelo menos até a manhã seguinte quando Taehyung voltaria para casa com o carro deles e ele poderia levar Hoseok de volta a sua morada, mas por aquela noite, o Policial teria que ficar ali.

Não questionou ou explicou nada, apenas desligou as maquinas de traz do balcão, foi a porta e trancou-a depois voltou a mesa onde o moreno estava e o pegou pelo braço percebendo-o relativamente mais fraco e com um olhar confuso sobre si. Caminhou com ele apoiado em seu ombro até a porta que separava a cafeteria da casa, abriu-a e entrou com ele guiando-o ate seu sofá. Sentou-o ali  e voltou ao estabelecimento para desligar as luzes e fazer os últimos ajustes oriundos do encerramento do expediente e ao retornar a casa percebeu que Hoseok estava praticamente desacordado no mesmo lugar que o deixara.

Para evitar incomodar o maior, Jimin foi ao seu quarto e separou uma calça de tecido leve e uma camiseta que julgava serem grandes para si, para que não ficassem curtas no moreno. Pegou uma toalha também e foi em direção ao banheiro social que ficava no meio do corredor do segundo andar. Encheu a banheira com água morna e voltou até a sala. Teve bastante dificuldade para acordar Hoseok que tremia muito e já estava com a temperatura mais alta que minutos antes e com mais dificuldade ainda, subiu as escadas na companhia dele, o auxiliando, já que parecia que ele desmaiaria a qualquer instante.   

Ao se ver dentro do banheiro, o policial se assustou e só ali teve ciência do que acontecia consigo. Tentou negar o apoio do ruivo mas o mesmo foi categórico em mandar-lhe se despir e entrar na banheira de uma vez e antes que o moreno lhe obedecesse, apontou para as roupas sobre a bancada e a toalha já afirmando que faria algo pra ele comer e abandonou-o no cômodo.

Jimin foi a cozinha e se apressou em preparar uma sopa rápida e um chá quente. Subiu ao seu quarto a procura de um anti térmico e ao voltar para o andar de baixo encontrou Hoseok já devidamente vestido secando os cabelos sentado no sofá e o chamou para sentar-se a mesa e comer, ordem essa prontamente obedecida.

Enquanto o policial se alimentava, Jimin se viu com outro problema. O quarto de hospedes da casa era resumido em um quarto de jogos e bagunças gerais dele e do amigo e apesar de sempre pensar em colocar nem que fosse apenas uma cama la, nunca o fez. O quarto de Taehyung não era uma opção haja vista que o mais novo considerava o recinto quase que um santuário e só de imaginar a ideia de colocar alguém estranho dormindo la, conseguiu ver a briga imensa que se formaria depois, e sinceramente, brigar com Taehyung não era algo que tinha nos seus planos.

Acabou se rendendo e voltou ao próprio quarto para arrumar seu leito para o moreno e já se preparava para levar cobertores e travesseiros para dormir na sala quando o ouviu chamando e ainda sem sair do cômodo, respondeu onde estava e ouviu os paços na escada indicando que Hoseok subia lenta e pesarosamente ao seu encontro. O ruivo questionou se ele havia comido e ele respondeu que sim e completou dizendo que também havia tomado todo o chá e o medicamento que havia separado para si.

Tentando observar como o moreno reagiria, Jimin falou que ele dormiria na sua cama e já foi se encaminhando para o lado do móvel para afastar os cobertores e o policial logo se sentou a beira e em seguida se deitou. O barista o cobriu e enquanto pegava as coisas que havia separado para dormir na sala, ouviu Hoseok o chamar.

- Se eu te contar uma coisa você promete não rir de mim? – Falou o investigador com a voz rouca e relativamente grogue e a curiosidade fez o ruivo se aproximar dele novamente, dando a entender que guardaria o segredo. – Eu tenho medo de escuro e não durmo bem quando vejo coisas assustadoras como as que eu vi no trabalho essa semana... – Jimin sentiu o coração esquentar com aquela imagem quase infantil do outro ali todo encolhido, enrolado nas cobertas com um ar tão doce e inocente que fazia ele parecer uma criancinha amedrontada de seis anos de idade e sorriu com aquilo. Por alguns segundos se perguntou mentalmente para onde havia ido aquele Hoseok másculo e cheio de olhares provocadores, aquele policial quase erótico que havia entrado na sua cafeteria menos de cinco horas atrás e ainda pensando nisso sentiu a mão gelada do outro segurando seu braço antes de continuar. – Jimin, dorme aqui comigo. Eu prometo não fazer gracinha alguma. – Ele riu soprado e sorriu fraco enquanto o ruivo se assustou com a proposta inusitada. – Até porque não é como se eu fosse conseguir fazer alguma gracinha passando mal assim... Por favor, não me deixa sozinho aqui.

Jimin queria mesmo negar a proposta e ir dormir no seu sofá como havia planejado, mas a imagem daquele ser tão fragilizado, tremendo e ardendo em febre o fez mudar de ideia e mesmo com alguma relutância, deitou-se do lado do maior e quase enfartou com o susto que levou quando um par de braços enlaçou sua cintura e o puxou pra perto e logo sentiu o peso de uma cabeça sobre seu peito. O Nervosismo lhe cobriu inteiro e Jimin não fazia ideia de como agir já que nunca havia passado uma noite com alguém que não fosse Taehyung e sem saber o que fazer, resolveu tratar Hoseok como tratava o amigo. Passou um braço pelos ombros o puxando mais para o centro do peito e com a mão livre passou a acariciar seus cabelos.

Não demorou nem meia hora para o sono de Hoseok se tornar pesado e tranquilo. Jimin, por mais cansado que estivesse, demorou para conseguir relaxar só pela tensão imensa que sentia pela proximidade do outro mas conseguiu se ver menos apreensivo quando percebeu que aos poucos a febre estava cedendo e com isso o moreno afrouxou um pouco o enlace apertado que o segurava. Com tal ato, o ruivo acabou por conseguir ter uma visão melhor do policial e se permitiu observa-lo sem medo ou receio algum pela primeira vez desde que o conhecera. Já sabia o quanto Hoseok era bonito, mas ali sob aquela meia luz que era mantida pela fresta da janela que permitia a luz do poste do lado de fora entrar, o moreno parecia ainda mais lindo do que se lembrava antes. As bochechas coradas pela febre lhe davam um ar doce e puro e não demorou muito para que sentisse uma vontade imensa de beijar aqueles lábios que estavam secos indicando o estado de saúde debilitado do maior.

Acabou não se contendo por completo e se deixou guiar sutilmente por todo aquele sentimento, agora bom, que Hoseok lhe trazia só por estar perto e com a mão que antes lhe acariciava os cabelos, desceu pelo rosto até pousar o polegar sobre a boca e fez um carinho leve e singelo ali enquanto o observava sorrir de leve, ainda dormindo. O Moreno se mexeu novamente e Jimin achou que ele se soltaria de vez, no entanto foi surpreendido por um leve selar no tórax e logo o viu de olhos abertos lhe encarando e realmente se assuntou e teve vontade de se levantar, mas o abraço se apertou mais um pouco e então o Ruivo viu Hoseok levantar um pouco o corpo, curvar-se sobre si e lhe beijar com calma.

O Barista tinha a impressão de estar sonhando ali. Apesar de secos, os lábios de Hoseok eram incrivelmente macios e o calor que emanava do maior fez seu corpo todo arrepiar em uma fração de segundo. Sentiu as mãos dele deixando sua cintura e subindo até seu pescoço e automaticamente Jimin o puxou um pouco mais para perto, desistindo completamente da ideia inicial de fugir. Ao sentir a língua dele sobre seu lábio inferior, num pedido silencioso para que aprofundassem aquele ósculo, o menor não pode se negar e enquanto sentia a própria boca sendo explorada ao mesmo tempo que explorava a de Hoseok, tinha a impressão de que o mundo havia parado do lado de fora daquele quarto. Nunca em seus completos vinte e dois anos havia sentido aquilo. Cada toque do moreno, cada movimento por menor que fosse, lhe desestruturava por inteiro e Jimin não conseguia pensar em absolutamente nada fora daquele misto de sensações que Hoseok estava lhe causando e se viu a cada segundo sedento por mais. Não entendia o porque, mas a impressão que tinha era que não aguentaria mais viver sem tudo aquilo que o policial o provocava.

Quando Hoseok se sentiu desperto pelo carinho que recebia em seus lábios, chegou a se assustar por um momento por não conseguir lembrar exatamente onde estava ou como havia parado la, mas ao olhar pra cima e ver aquele rosto tão perfeito contornado pelas mechas cor de sangue, lembrou-se de tudo. Do cuidado e da atenção que aquele rapaz havia dedicado a si nas ultimas horas e sentiu seu coração bater mais rápido. Até aquela sexta-feira quando o beijou pela primeira vez, tinha certeza que o desejava muito e também tinha uma curiosidade bem grande quanto ao mais novo, mas ali naquele quarto escuro não era sequer luxuria ou desejo carnal o que sentia. Era algo estranho e diferente de tudo o que já sentiu em todas as vezes que olhou nos olhos de alguém. Era algo gostoso que fazia seu peito parecer mais quente e seu sangue circular mais rápido mas ao mesmo tempo lhe acalmava e deixava uma sensação gelada na boca do estomago.

Se perdeu mais uma vez naquele olhar de chocolate e por alguns segundos se perguntou quantas vezes já fora hipnotizado por aquelas orbes e quantas vezes mais ainda se perderia naquele castanho que julgava o mais lindo que já havia visto e por fim concluiu que nunca teria resposta para nenhuma das questões. Se deixou levar e ao levantar o tronco e perceber que o outro rapaz não havia se movido, resolveu ceder à sua vontade, aproximou seu rosto do rosto do barista e por mais uma fração de segundos se deixou hipnotizar antes de fechar os olhos e lhe beijar.

Hoseok ainda lembrava muito bem o gosto do primeiro beijo deles, mas havia algo naquele segundo beijo que o fazia se sentir diferente. Melhor. Havia uma atmosfera tão única naquele quarto que o policial jamais acreditaria existir tal misto de sentimentos se ouvisse alguém contando. Mas ninguém estava lhe contando nada, ele estava vivenciando aquilo e dentro do seu peito a única coisa que o moreno ouvia era o próprio coração gritando-o para não parar aquilo nunca.

O Toque dos lábios cheinhos e úmidos de Jimin sob a sua boca, os movimentos perfeitos dele, como se o conhecesse há eras, a sensação única das mãozinhas pequenas e frias dele lhe segurando os cabelos e puxando-o mais pra perto, cada detalhe mínimo, cada arfada por mais branda que fosse, cada célula de Jimin ali, lhe era único, memorável e fazia Hoseok ter a impressão que não conseguiria mais ver aquele rosto arredondado sem querer beija-lo, ver aquele corpo sem querer toca-lo e o principal Estar perto daquela alma sem querer protegê-la.

Naqueles minutos em que se beijaram e trocaram as caricias mais cheias de sentimentos que sequer sabiam estar construindo, Hoseok prometeu a si mesmo que não importava o que havia transformado aquele olhar em um olhar tão triste, ele o faria ser verdadeiramente feliz. Prometeu pra si que um dia faria o Brilho daqueles olhos se equipararem ao brilho daquele sorriso que mesmo tímido como estava naquele momento, ainda era lindo. Iluminador. E como se agora, tivessem um acordo silencioso de estarem por perto sempre que possível, ambos adormeceram, com braços e pernas entrelaçados como se fosse a milésima vez que dividiam um leito, e internamente, ambos esperavam que sim, dividissem uma cama e cobertores outras mil vezes mais.


Notas Finais


AEAEAE!!!! Agora sim temos um JiHope de vdd sem ser por provocação a ninguém e sim pq queriam se dar uns bejo mesmo!
Esse cap (apesar de ter ficado bem abaixo do que eu esperava) Ficou bem amorzinho pq é arauto a Treta maligna. Preparem os corações pq as mascaras começarão a cair e algumas cartas serão postas a mesa.
Dica para qndo postar o capitulo 9 e vcs forem ler: Tenham alguns detalhes do segundo crime em mente pq isso vai dizer quem é o assassino. (O MISTÉRIO TA ACABANDO *joga confete* *pula feliz na Sapucaí*)
Enfim amores, cometem sobre o que acharam, falem sobre nosso Jiminie Falsiane (mentira, ele tinha direito sim!) E me digam o que vcs acham que aconteceu com o Kook depois do pai dele saber de tudo XD
Mais uma vez muito obrigada pelo carinho de todos <3 Obrigada pelos 103 favs, mais de 1100 views, Serio, VCS SÃO DO CARALHO!!!!
Não esqueçam de me seguir nos twitter da vida e comentar o que vcs estão achando da fic e de como vcs acham que as coisas andarão daqui pra frente *-* https://twitter.com/Ashmedhai
Proximo capitulo sai no Sabado ( vou tentar postar de manhã mesmo pra ninguem sofrer de ansiedade) E possivelmente o 10 saia ja no domingo então se segurem nas cadeiras que vai ser um FDS puxado pra vcs <3
Mais uma vez muito obrigada e até o proximo o/
KissKiss
~~Ashmedhai


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