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História Between the Flowers - Lilás - Primeiras emoções de amor


Escrita por: NorthernLigths

Capítulo 12 - Lilás - Primeiras emoções de amor


Fanfic / Fanfiction Between the Flowers - Lilás - Primeiras emoções de amor

Esta flor,

O coração desabrocha

Em Purpúreo tom.

Ela atinge os corações,

Que nunca amaram

Mas que agora sentem,

O doce sabor que é,

Estar apaixonado”

Berenice Gálatas

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Eu acordei com a luz fraca do sol atravessando as janelas e os vitrais da porta para o meu jardim, ainda chovia, mas a chuva devia ter diminuí, mas logo ela vai piorar, é comum em uma carte época do verão em Ánemos ter uma temporada de chuva, mas ela dura apenas 3 dias.

Louis dormia do meu lado tranquilamente, eu toquei sua testa de leve, ainda estava quente, não posso tirá-lo do sofá cama com febre, mas com certeza poderia avisar seus pais que ele estava doente, leva-lo para a casa dele, por mais que fosse perto não era uma das melhores opções, eu me levantei e troquei de roupa, precisava comprar algo para ele comer, mas o que?

O clube Dionísio devia estar aberto a esta hora, apenas para servir café da manhã, logo depois ele seria fechado e aberto a noite.

Abri um guarda-chuva e saí em direção ao clube Dionísio, as ruas de Ánemos não fica muito movimentada nos dias de chuva, pobres turistas terem de lidar com este temporal, nas pousadas dos tios de Iris há uma pequena piscina aquecida em casos de chuva ou para caso algum turista venha em pleno inverno (Acredite, alguns são loucos a ponto de fazer isso, sem falar que é mais barato).

:

Assim que entrei no clube fui recebido pelas trigêmeas de modo alegre.

-Você e seu grupinho causaram aqui, não? -Mirela perguntou- De qualquer forma valeu a pena, pouco depois de você ter saído atrás do Louis, André confessou que só estava com ele por causa de um desafio do Lucas.

Fiquei aliviado por saber que tinha protegido Louis de ter o coração mais partido.

-O Lucas fez tal coisa? -Eu perguntei.

-André realmente achou Louis legal, mas ainda assim iria rejeita-lo algum tempo depois -Sofia fofocou.

-Meninas vamos logo atende-lo -Disse Veronica puxando a orelha das duas.

-Quero alguma coisa leve, Louis está doente, ele pegou chuva -Eu disse com sinceridade- Ele está lá em casa.

-Que menino rápido esse Louis -Mirela disse rindo- Mal perde um e já ganha outro.

-Somo só amigos e eu não pretendo me apaixonar -Respondi com certa indignação.

-Ora vamos Alex, você precisa se apaixonar um dia -Sofia disse de modo manhoso.

-Não começa Sofia! -Eu exclamei- Iris já estava me enchendo algumas semanas atrás com essa história!

-Deixem o garoto em paz! -Veronica exclamou dando um tapa na cabeça das duas- Quanto a alguma coisa leve, temos.... Pana cota light, panini...

-Eu aceito a panini, teria macarons?

-Sim temos -Veronica disse pagando alguns macarons de maracujá e duas paninis colocando tudo dentro de uma caixa.

-Céus! -Deixei escapar- Esqueci a minha carteira, estava com tanta pressa que...

-É por conta da casa Alex -Disse Mirela- Afinal o Louis é tão fofinho e se ele está doente ele deve precisar de todos os cuidados necessários.

Mirela levou um tapa de Veronica logo depois de dizer aquilo.

-Não prefere que eu pague depois? -Perguntei olhando para Veronica.

-Pode levar e não precisa pagar -Veronica respondeu e bufou logo depois- Já que minha irmã já disse que você pode.

Eu agradeci e assim que saí do clube ouvi a voz de Veronica berrando “Vocês duas vão falir o clube! Suas intrometidas! Deixa o garoto ser solteiro! ” E depois ouvi Mirela berrar “Mamãe gostava mais de mim, por isso você judia tanto de mim! ” E depois veio Sofia berrando “Sabiam que batas são tubérculos?!”, eu realmente adoro elas.

Assim que cheguei Louis ainda estava dormindo, minha chance para preparar algum chá, eu abri um de meus armários e encontrei um pode com flores de camomila, despejei tudo no fazedor de chá junto com água quente.

-Que cheiro de camomila -Louis murmurou da sala.

Não era impossível ouvir, afinal minha casa é pequena assim como minha cozinha, posso ouvir qualquer cochicho vindo da sala de estar.

-Eu sei -Eu disse indo para sala e me sentando no sofá- Estou preparando um para você, está muito doente para ir para casa, melhor você avisar seus pais e diga que você ter ficado doente não foi culpa minha.

-Em certos pontos foi -Louis murmurou- Não devia ter estragado o encontro.

Me ocorreu de falar ou não sobre André, mas por fim não guardei segredo, contei a Louis sobre a verdadeira face de André.

-Então aquele filho da puta estava apenas fingindo? -Ele perguntou com a voz fraca.

-Em certos pontos sim, ele te achou legal, mas não o suficiente para namo...

-Só -Louis me interrompeu- Vamos mudar de assunto, eu tenho uma pergunta que está me ocorrendo faz tempo.

-Pode dizer, se eu conseguir responder eu respondo.

-Por que você e sua avó não vivem juntos? -Ele perguntou.

Aquilo era difícil de dizer.

-Bem... -Eu disse procurando uma resposta- Ambas as casas são pequenas, fora que minha avó quer que eu fique independente, não sabemos quanto tempo ela vai durar, por mais jovem que ela pareça ela tem pelos menos entre 60 e 70, isso pode ser jovem, mas ainda assim, não sabemos o que o destino nos reserva, então ela deseja que eu seja independente e que saiba me virar quando ela se for.

-Por isso você e ela não se veem a não ser na loja? -Ele perguntou.

-Nos vemos de vez em quando, mas sabe... isso é complicado... jamais entenderia...

-Eu quero! -Louis tentou exclamar, mas em vão.

-Apenas descanse Louis -Eu disse e logo depois ouvi um sininho, o chá estava pronto.

Tomamos nosso café da manhã, Louis se sentia feliz por comer macarons de novo, mas precisei obriga-lo a comer a panini.

Eu passei o resto da tarde cuidando de Louis, era segunda feira, mas não havia motivo para abrir a loja, quem iria sair nessa chuva?

Minha pergunta foi respondida com Iris entrando em minha casa com a chave que eu dei para a mesma.

-Já disse que não Viola! -Iris exclamou com raiva entrando de mãos dadas com Ana.

-Ei! -Eu exclamei em reprovação- Louis está doente, evitem barulho!

As três assentiram.

-Vamos Iris -Viola insistiu- Sei que odeia Lívia, mas não quero ir para aquela festa sozinha, sem falar que ela convidou você também.

-Aquela megera é uma falsa isso sim, só está convidando todos os jovens da cidade por causa do André que começou a namorar com vocês, aquela falsa homofóbica, ela acha que eu vou abrir mão do meu cabelo comprido e das minhas bolsas só para virar Maria macho! Até parece que eu e Ana vamos deixar de ser femininas só porque ela quer.

-O que está havendo? -Eu perguntei.

-Viola disse que Lívia vai dar uma festa no próximo mês -Viola respondeu se sentando comigo no sofá-cama ao lado de Louis- Mas eu sinceramente acho que é apenas uma maneira de humilhar todos que não fazem parte da dedaleira.

-Não é não -Disse Viola- Eu não vou deixar, André...

-O André não é pau mandado que nem o Matt -Iris interrompeu- Ele não vai fazer com que dedaleira seja legal com todos.

-Mas vai -Viola disse- E se ele não for eu termino com ele!

-E se a Lívia aprontar alguma coisa conosco eu esfrego a cara dela e a sua no chão da casa dela mesmo -Disse Iris.

-Espera um pouco -Eu disse- Vocês três entram aqui, com o Louis doente apenas para falar coisas inúteis no momento, afinal, por que estão aqui?

Elas deram de ombros.

-Se quer que a gente vá embora -Disse Ana- A gente, estaremos no Dionísio, outra hora eu e Iris discutimos esse assunto com você, até logo Alex.

Nisso ela puxou as duas para fora de casa minha casa, fechou e trancou a porta, Anastácia era a mais sensata de todas as garotas.

Voltei minha atenção para Louis, comecei a acariciar seus rosto, sempre fazia isso com todos os meus amigos, Iris uma vez foi cruelmente rejeitada por Lívia (Está aí o motivo do ódio dela) e eu a consolei, ou quando a cachorra da Amanda teve sua cachorra morta por causa de uma doença, eu sempre fui o consolo de todos os meus amigos, mas nenhuma vez fui consolado, ninguém veio acariciar meu rosto quando minha mãe se foi, oi quando meu pai se foi, nem mesmo minha avó, ela acredita que isso me deixaria mais forte.

-Alex... -Disse Louis- Como era sua mãe? Qual o nome dela? E seu pai?

Eu sorri apenas para evitar o quanto aquela pergunta me incomodava.

-Minha mãe se chamava Berenice e meu pai, Nicolas, eu herdei os olhos de minha mãe e o cabelo e rosto de meu pai, não me lembro muito dela -Eu suspirei- Após a morte dela, meu pai e eu tentamos viver felizes, fingindo que ela ainda estava conosco, foi assim nos primeiros três anos após a morte dela, mas no quarto ele começou e ficar triste, e no quinto ele já estava adoecendo, e antes que o sexto viesse, ele se juntou a ela...

-Te incomoda a minha pergunta? -Ele perguntou.

-Um pouco, minha mãe adorava escrever poemas sobre as flores, até onde minha avó falou.

-Ainda tem eles? -Louis perguntou.

-Sim, mas eu não leio muito, não gosto de me lembrar...

-Sinto muito -Disse Louis- Eu realmente gostaria de saber porque evita tanto assim se apaixonar, quero dizer você trata tão bem as pessoas, não a dedaleira, mas faz de tudo para proteger quem ama e cuidar de seus amigos, por que evita se apaixonar?

No fundo nem eu sabia, não sei se é porque meu pai morreu amando ou porque vi meus amigos sofrendo com aquilo, mas talvez porque eu já tenha sofrido demais, mal saí da juventude e já perdi mais pais, mas Iris também perdeu, assim como Ana, e elas não desistiram de amar, mas acho que o meu caso é diferente.

-Louis -Eu disse com seriedade- Nunca mais me faça uma pergunta dessas, por favor, não quero explicar.

Louis assentiu.

-Pode ao menos me mostrar os poemas de sua mãe? -Louis perguntou.

Eu assenti, mas apenas porque ele estava doente, mas antes pedi para que ele ligasse para os pais dele, ele ligou e avisou que eles estariam passando aqui apenas para ver como ele estava.

Eu fui em meu quarto e peguei uma caixa de ébano, e de lá tirei um poema sobre a flor lilás que significa primeiras emoções de amor, ela escreveu esse quando tinha a minha idade e tinha se apaixonado por meu pai, a folha estava amarelada, mas ainda assim guardava o que restou de minha mãe.

Entreguei para Louis, ele insistiu para que eu lesse.

Quando terminei ele sorriu e me abraçou.

-Obrigado por cuidar de mim Alex -Disse Louis.

Nesse momento ouvi uma batida na porta, quando abri, eram os pais de Louis.

-Que ideia Louis! -Mariana exclamou- Andar no meio da chuva!

-Sinto muito mãe -Louis disse em resposta.

-Mas não importa agora -Disse ela- Em breve você estará melhor, que azar pegar gripe em pleno verão!

-Vamos queria -Disse Oliver- Às vezes é bom andar na chuva, dançar um pouco...

-O que acha que isso daqui é? -Ela perguntou com seriedade- Um musical? Não querido, isto daqui é a realidade, e o homem no filme usava uma capa de chuva.

-Não usava não -Oliver corrigiu.

-Não comece! -Ela disse entre dentes.

-Depois continuamos essa converta Mariana -Oliver cortou por fim o assunto- Agora precisamos voltar na galeria após vermos que Louis está bem.

-Não se preocupe querido -Disse Mariana dando um beijo na testa de Louis- Quer que busquemos você assim que voltarmos da galeria?

Louis balançou a cabeça em negação.

-Está bem então, pode ficar aqui se quiser, vamos comprar remédios e passar por aqui -Oliver disse.

Eu assenti e eles agradeceram por minha ajuda, e por fim eu abri a porta para eles saírem.

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Após eu e Louis almoçarmos, coloquei um filme para assistirmos.

-Seus pais são... -Eu comentei.

-Eles não ligam muito para mim -Louis completou minha frase- Não são negligentes, mas também não são o tipo protetores ou preocupados, parte eu acho que é por causa de minha sexualidade, meu pai finge que não liga, mas no fundo eu sei que ele se importa com isso, minha mãe já não liga tanto para isso, eles só são um pouco frios, é quase como...

-Não ter pais? -Eu perguntei por fim.

-Sim, quase isso, minha família inteira não dá muita atenção para mim, já para meu irmão mais velho...

-Achei que fosse filho único -Eu o interrompi.

-Eu prefiro dizer que sou, meu irmão é o queridinho da minha família, ninguém liga muito para mim, o único que ligava era meu namorado e ele se foi, mas o que é perder um namorado a perder os dois pais?

-É a mesma coisa -Eu respondi- Ambos deixam uma marca em nosso coração, dói muito conviver com isso todos dias, acordar e ver que tudo continua igual... que nada vai mudar, eles nunca vão voltar a vida.

-Não... -Louis disse sem jeito- Eu estou com um pouco de sono agora...

Eu assenti, Louis se deitou no sofá-cama e adormeceu, eu me deitei junto dele, sentia um pouco de pena dele e de mim mesmo, ambos não temos uma família calorosa ou carinhosa, vai ver nossa amizade seja a família de que precisamos, um cuidando do outro, consolando o outro, pelos menos eu consigo consola-lo, mas e ele?

Ele consegue me consolar?

Me deixei levar pelos pensamentos e por fim comecei a adormecer, mas não sem antes acariciar o rosto de Louis, afinal, ambos sofremos por algo.

Mas...

Ambos queremos ser felizes...

Por mais impossível que pareça...


Notas Finais


O que acharam?
Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo!!!


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