História Between you and me - Somos mais

A noite estava ótima. Depois que Jenna subiu para o quarto, Damon e eu ficamos na sala, juntos. Eu estava eufórica e ainda não conseguia acreditar que isso estava acontecendo. Iria fazer de tudo para que nossa relação fosse mantida em segredo e aproveitaria cada momento dessa amizade colorida. Saí da minha constante viagem mental, com os beijos de Damon no meu pescoço. Ele se aproximou da minha orelha e sussurrou:

Damon: Eu já te disse que você fica linda quando está com essa expressão pensativa?

Elena: Não, mais você pode dizer quantas vezes quiser. Eu adoro ouvir!

Nós ficamos na sala, curtindo o momento. Mas era arriscado ficarmos aqui com Jenna no quarto lá em cima. Seria melhor se subíssemos.

Elena: Vamos subir? Podemos assistir um filme no meu quarto!

Damon: É melhor. Não queremos correr o risco de sua tia aparecer por aqui.

Damon e eu subimos as escadas e fomos para o meu quarto. Ele olhou ao redor por um momento.

Elena: O que foi? Meu quarto é tão péssimo assim?

Damon: Na verdade não. É bem a sua cara!

Meu quarto era bem arrumado e não muito grande. Tinha uma cama de solteiro, um guarda-roupa e ao lado um criado mudo, com livros e algumas flores. Acima da cabeceira da cama, uma pintura de cisnes em um lago. Também havia uma escrivaninha na parte esquerda, com uma cadeira, que eu usava pra estudar, quando vinha aqui. E no chão, um tapete fofo de plumas. Televisão, DVD e um notebook.

Elena: Você gosta de que tipo de filmes?

Damon: Terror?!

Perguntou ao mesmo tempo em que afirmava, como se aquilo fosse óbvio.

Elena: Claro, porque não imaginei isso antes! Mas eu odeio terror, podemos assistir um filme de comédia, o que acha?

Damon: Porque você pergunta qual o filme que eu quero se no final você escolhe?

Fez uma careta fofa.

Elena: Hábitos da boa educação.

Coloquei um filme que eu tinha: Simplesmente amor.

Damon: Devo ficar com medo ou isso foi só uma coincidência?

Damon me olhou levantando uma sobrancelha.

Elena: Engraçadinho. Eu nunca me apaixonaria por você, nem de brincadeira.

Agora ele não parecia estar tão risonho.

Damon: Você já me disse que estava apaixonada por mim.

Eu sabia muito bem o que sentia, mas agora tinha necessidade de negar. Não queria ser a garotinha apaixonada que levou um pé na bunda.

Elena: Agora as coisas mudaram e eu não sinto mais o mesmo.

Ele parecia surpreso. Sua expressão mudou imediatamente. Estava zangado, pude perceber.

Damon: Sério? Então pra você era tudo uma brincadeira?!

Fiquei de joelhos na cama e sentei em cima do seu tronco.

Elena: Não importa. Lembra do trato? Sem satisfações.

Meus lábios procuraram os seus. Damon inverteu nossas posições e ficou por cima de mim. Me beijava com paixão. Sua boca era exigente e intensa. Ele invadiu minha boca com sua língua, o beijo ficava cada vez mais selvagem. Quando eu já estava ofegante, ele se separou de mim.

Damon: Bom que nós não temos compromisso. Seria uma pena deixar de sair com outras mulheres! E eu também nunca me apaixonaria por você.

Uma onda de raiva passou pelo meu corpo. Quem se importa? Essas são as regras: Sem cobrança, sem compromisso. Eu não posso cobrar nada. Não me importo, não me importo! Repetia várias vezes como um mantra.

Elena: Ótimo!

Damon: Ótimo!

Levantei da cama e coloquei o filme pra rodar. Damon e eu ficamos em silêncio. Passava-se o tempo e nós não dizíamos nada. Seus olhos estavam vidrados na tela, mas tenho certeza que assim como eu, ele não está prestando atenção no filme. Não, isso não ia ficar assim. Nós dois estávamos debaixo do mesmo teto e iríamos ficar bem e aproveitar esse momento. Virei em sua direção e o olhei, chamando sua atenção.

Elena: Damon, me desculpa. Nós dois não temos que ficar brigando. É só que... isso é novo. Eu nunca tive uma amizade colorida com alguém e não sei bem como isso funciona.

Damon: Está tudo bem Elena. Eu também não sei como é isso, porque nunca fiquei com ninguém por mais de um dia, nem pra uma amizade colorida.

De uma maneira meio estranha me senti bem ao ouvir isso. É a primeira vez que passamos por algo assim, então vamos descobrir o caminho juntos. Claro que isso não tem nada envolvendo sentimentos. É só um passatempo para nós dois.

Damon: Então, temos coisas bem mais interessantes pra fazer do que assistir esse filme!

Elena: Também acho!

Nós ficamos trocando beijos e carícias, mas nada mais que isso. Jenna estava em um dos quartos ao lado e não seria nada bom que ela desconfiasse do que estava acontecendo. O tempo passou e eu já estava me sentindo cansada. Minhas pálpebras estavam pesando.

Elena: Damon, é melhor você ir para o seu quarto. Já está tarde e Jenna vai surtar se te ver aqui.

Damon: A porta está trancada. E eu posso voltar de madrugada!

Eu assenti com a cabeça e me aconcheguei em seus braços, que rodeavam meu corpo.

Damon: Boa noite Elena!

E assim meus olhos fecharam e tudo apagou.

(...)

No dia seguinte

Jenna: Elena?

Ouvi batidas na porta e a voz de Jenna chamando meu nome. Me levantei atordoada e olhei para o meu lado. Damon ainda estava aqui e dormindo. O sacudi, e ele acordou imediatamente. Isso que dá se deixar levar por lindos olhos. Ele pegou no sono e esqueceu de ir para o quarto.

Jenna: Elena, você está bem? Acho que seu professor já foi embora. Eu o procurei pela casa toda e não encontrei ninguém.

Têm como ficar pior?

Elena: Sim Jenna, estou bem! Ele me disse que tinha que ir pra casa, porque tinha uns assuntos pra resolver.

Cuidado com o que pensa. Sim, têm como ficar pior.

Jenna: Como você sabe disso se estava dormindo?

Elena: Eu... levantei mais cedo e o encontrei na sala. Mas continuei com sono e voltei a dormir.

Jenna: Está bem! O café está na mesa.

Elena: Vou só tomar um banho e já vou.

Quando eu ouvi seus passos se distanciando me virei para Damon, com o rosto zangado e imitei sua voz.

Elena: Eu vou para o quarto de madrugada!

Damon: Não se irrita, vai. Eu me esqueci!

Damon tentou me acalmar com um beijo, mas eu não ia cair no seu truque. Mesmo querendo.

Elena: Nada de beijos. Agora você vai sair pela janela.

Eu falei sério, mas ele não queria acreditar. Damon olhou pra mim e começou a rir.

Damon: Muito engraçada a piada!

Elena: Não estou brincando. Nem um pouco. A janela dá pro portão da rua. Então é só pular. Nem é tão alto!

O olhei ironicamente.

Damon: Elena, não sou mais um adolescente pra fazer esse tipo de coisa.

Elena: Você já ouviu dizer que na morte todos somos iguais?

Ele me encarou confuso.

Damon: E o que tem isso?

Elena: É o que vai acontecer se Jenna te ver aqui.

Damon levantou e foi até a janela. Antes de pular ele olhou pra mim e falou com a voz rouca.

Damon: Eu não posso nem ficar pro banho?

Uma onda de calor e excitação passou pelo meu corpo. Ideia tentadora.

Elena: Quem sabe da próxima. Agora vai!

Damon pulou a janela e eu fui olhar lá embaixo. Ele já estava de pé e com um sorriso lindo no rosto. Me fez um sinal de que ia me ligar. Eu me perguntei como, se eu não tinha dado meu número. Damon Salvatore, estava sempre me surpreendendo. Quando eu olhei de novo, ele não estava mais lá. Saí dali e fui para o banheiro, tomar um banho. Quando saí, me vesti e desci lá pra baixo, onde Jenna já estava.

Elena: Bom dia! Já tomou seu café Jenna?

Jenna: Ah sim, Elena. Eu tenho que ir. Já estou atrasada para o trabalho! O café já está na mesa. Tenha um bom dia!

Jenna saiu apressada pela porta. Se eu soubesse que ela já ia trabalhar teria convidado Damon para passar mais tempo aqui. Sem que eu pudesse controlar um sorriso surgiu no meu rosto. Terminei meu café e resolvi fazer uma faxina na casa, que estava uma bagunça. Jenna trabalhava quase o dia todo e eram raras as vezes que tinha tempo para arrumar a casa. Sempre estava cansada e não parava um minuto. Ela sempre pagava alguém para vir limpar vez ou outra, mas agora nas férias eu disse que podia dar conta. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e fui pegar a vassoura. Comecei a varrer a casa e arrumar o que estava fora do lugar. Quando terminei, fui preparar o almoço: Macarronada com molho. Subi as escadas e tomei um banho rápido, vestindo uma roupa confortável e prendendo novamente o cabelo. Escutei um toque no celular e fui olhar. Uma mensagem:

De: Damon

Para: Elena

Sua tia está em casa?

De: Elena

Para: Damon

Não, ela foi trabalhar.

De: Damon

Para: Elena

Então, abre a porta!

Eu fui até lá fora e abri a porta rapidamente. Damon estava com um sorriso sedutor.

Elena: Posso saber como você conseguiu meu número?

Damon: Fichas escolares dizem muitas coisas interessantes.

Eu sorri pra ele.

Elena: Entra!

Damon deu um passo pra frente e entrou na casa.

Damon: Seu irmão não está aqui?

Elena: Não, Jeremy ainda não voltou.

Damon: Isso quer dizer que temos a casa só pra nós?!

Lhe dei um sorriso malicioso.

Elena: É isso mesmo! Deixa eu ver, o que podemos fazer?!

Dizendo isso, enlacei minhas mãos em seu pescoço e o puxei para um beijo. Nossos lábios se chocaram e nossas línguas procuravam descobrir a boca um do outro. Damon pressionou seu corpo forte contra o meu, mas eu me afastei um pouco.

Elena: Uau! Você está bem animado, não é?

Damon: Você tem esse efeito sobre mim.

Senti minhas bochechas queimarem.

Elena: Então, eu acabei de fazer macarronada! O que acha de almoçar aqui?

Damon: Tudo bem, até porque eu iria comer comida congelada.

O olhei inquisitivamente.

Elena: Você só come comida congelada?

Damon: Você sabe que eu não sei cozinhar. Então só me resta isso.

Nós fomos para a cozinha e eu peguei os pratos e os talheres e servi a macarronada. Damon e eu comemos, e em seguida eu coloquei meu prato na pia e ele o dele. Ele me ajudou a lavar a louça e depois fomos para o sofá.

Damon: Diferente de mim, você faz uma ótima macarronada!

Elena: Sabe o que eu gosto mais que macarronada?

Damon: Não, o quê?

Ele me olhou sorrindo, sabia o que eu ia responder.

Elena: De te beijar!

Terminei de falar e me aproximei dele para o beijar. Foi quando ouvimos baterem na porta. Damon e eu ficamos nervosos instantaneamente. Meus olhos arregalaram.

Elena: Quem é?!

Falei, enquanto fazia gestos para que Damon se escondesse. Ele foi para a cozinha e eu fui atender a porta. Jeremy. Ele estava se segurando na parede e seus olhos estavam inchados e vermelhos. Raiva me subiu na hora.

Elena: Jeremy, olha pra mim! Agora!

Ele me olhava sem expressão.

Elena: Não acredito nisso. Porque você bebeu?

Jeremy: Vicki, eu preciso da Vicki!

Minha maneira de agir mudou instantaneamente e eu o abracei apertado.

Elena: Sei que ainda dói. Mas está na hora de seguir em frente!