História Between you and me - Ímã que me atrai para você

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e me dirigi até a sala onde pratiquei box pela última vez. Eu precisava daquilo. Entrei no espaço pequeno e coloquei as luvas vermelhas, que estavam em cima da bancada, me posicionando na frente do saco de pancada. Hoje eu tinha passado a manhã inteira procurando alguma coisa que pudesse prejudicar Lauren de alguma forma. Comecei falando com os garotos que ela ficou e dispensou, o que não resultou em nada. 

Em seguida, para suas inimigas na faculdade. E por mais que a odiassem, não sabiam de qualquer coisa. Olhei com raiva para o saco a minha frente e dei um golpe, com a mão fechada. Depois, outro e outro, sempre com mais pressão que na vez anterior. Até aquele momento, eu não tinha processado que nunca mais iria voltar com Damon. Talvez só uma vaga ideia, mas acreditava que iria dar certo. Agora, sei que não resta mais nenhuma saída. 

Quando terminei o treino diário, fui para meu quarto. Bonnie estava lá, deitada e ouvindo música, eu preferi não incomodá-la. Fui até meu guarda-roupa e tirei tudo que estava lá dentro, jogando em cima da cama. Tenho que arrumar isso, está uma bagunça. Coloquei todas nos cabides, tirando novamente.  

Elena: Que porcaria! Por que não fica bom? 

Bonnie tirou seus fones e levantou, indo até onde eu estava. 

Bonnie: Elena, suas roupas estão em perfeita ordem. Já é a segunda vez hoje que você faz isso. 

Elena: Não, Bonnie! Isso está horrível! Você está mesmo contando? Porque eu não! 

Bonnie: O que está acontecendo com você? 

Dei um riso nervoso. 

Elena: Comigo? Como assim? Eu estou ótima! 

Ela agora estava séria e com um olhar irritado. 

Bonnie: Nós somos melhores amigas, entendeu? Se estiver passando por alguma coisa, é comigo que você tem que contar! Elena, você não me dizer o que está acontecendo, me magoa e me deixa preocupada! 

Elena: O problema é que eu me apaixonei! 

Caí sentada na cama, deixando finalmente as lágrimas descerem. Bonnie foi até mim e me envolveu em seus braços, em um abraço tranquilo. 

Bonnie: O que aconteceu? 

Elena: O de sempre. Me apaixonei pela pessoa errada e dessa vez, é errada pra valer. Tive que terminar com ele e agora ele nem sequer olha na minha cara e me odeia! 

Bonnie: Como assim, pessoa errada? Você não gostava de Stefan? 

Elena: E eu gosto, como poderia não gostar? Ele é como Jeremy, um irmão pra mim! Nada mais, pode acreditar! 

Bonnie: Por que você terminou com ele? 

Elena: Lembra quando Lauren veio aqui, naquele dia? 

Bonnie: Como não. Ela chegou invadindo o quarto e com um sorrisinho ridículo no rosto! 

Elena: Ela me ameaçou. E eu nem tive escolha, porque se não fizesse o que Lauren disse, iria perdê-lo do mesmo jeito. 

Bonnie: Elena, eu sinto tanto! Eu vi como esse cara te fazia bem! Pode me dizer agora, se estiver preparada. Quem é ele? 

Minha boca abriu e fechou diversas vezes, mas por fim, eu desisti e resolvi contar. 

Elena: Damon! 

Bonnie: Damon? Como nosso professor de matemática? É um nome bem comum pelo visto! 

Nem eu acreditaria que iria ficar com Damon. Se me dissessem isso logo quando ele chegou, eu iria rir na sua cara e chamar a pessoa de louca. 

Elena: Bonnie, acho que você não entendeu bem o que eu quis dizer. Não é como nosso professor de matemática. É o nosso professor. Damon. Damon Salvatore! 

Ela parecia uma estátua de pedra. Me encarou estática. 

Bonnie: Minha nossa! Como isso aconteceu? 

Elena: É uma longa história. Mas posso dizer que não tivemos um bom começo, mas depois... depois se tornou amor! 

Bonnie: Eu nunca imaginaria que o professor e você estivessem juntos. Não que você não seja incrível, mas ele passa a impressão de ser o maior pegador! 

Rolei os olhos. 

Elena: E era. Ou melhor, é. Agora que nos separamos, Damon está voltando aos velhos tempos! 

Era bom poder contar para ela tudo. Aquilo estava me sufocando. Bonnie me deu seus conselhos, que eu tanto gostava de ouvir e isso me fez ficar melhor. Quando terminamos a conversa, ela me obrigou a ir até o refeitório comer alguma coisa. 

Bonnie: Vai lá, Elena! Acha que eu não percebi? Você não tá comendo direito esses dias! Tem que estar bem, pra quando você e ele voltarem! 

Sorri, indo escolher algo, lá embaixo. Peguei um pequeno pedaço de bolo e um pouco de suco. Terminei de comer e passei pelo corredor, quando ouvi a voz de alguém me chamando. Era a secretária do campus, Sophie. Ela carregava umas pastas nas mãos. 

Sophie: Ah, Elena! Pode vim aqui um segundo? 

Elena: Sim, Sophie! 

Sophie: Você viu o professor Salvatore por aí? Já perguntei a várias pessoas e ninguém o viu. Tenho que entregar essa papelada e ainda tenho muito o que fazer! 

Uma luz se acendeu na minha cabeça. Eu a olhei sorrindo gentilmente e mal contendo minha felicidade. 

Elena: Posso entregar! Se é pra te ajudar, tudo bem! 

Ela sorriu e eu peguei os papéis nas mãos. Sophie saiu de lá e eu pensei aonde Damon estaria. Ela o procurou em todos os lados. Ele só poderia estar em algum lugar, onde ninguém mais pensaria em ir. Bingo! O terraço. Era pra onde ele ia quando queria ficar sozinho.  

Ia ser a desculpa perfeita. Entregar papeladas. Andei para lá, torcendo para que a porta estivesse aberta. Girei a maçaneta e para minha sorte, estava. Abri completamente, com o máximo de cuidado e entrei. Damon estava sentado e apoiado na parede. Andei até lá, insegura sobre o que ele iria dizer ao me ver. 

Fui na sua frente e vi que ele tinha pego no sono. Me abaixei, sentando ao seu lado e admirando sua expressão serena, era como se nada pudesse abalá-lo. Sem resistir, levei minha mão até seu rosto, o acariciando. Sussurrei baixinho. 

Elena: Prometo que vou dar um jeito nisso! 

Dei um beijo na sua testa e ouvi ele falando, durante o sono. 

Damon: Elena... 

Ele estava sonhando comigo? Um sorriso surgiu no meu rosto, sem que eu me desse conta. Afaguei com carinho seus fios lisos. 

Elena: Só espero que um dia, quando tudo isso acabar, você possa me perdoar por tudo que eu te disse! E que não seja tarde demais. 

Que ele não esteja magoado o bastante para ficar com Lauren. Porque isso eu não iria conseguir superar. 

Elena: Nós sempre falamos isso na hora errada... Mas tenho que te dizer. Eu te amo! 

Fiquei de joelhos, dando um selinho cálido em seus lábios e colocando as pastas perto dele. Saí de lá e fechei novamente a porta. Caminhei pela faculdade e Caroline esbarrou comigo no caminho. 

Elena: Caroline, mas que pressa é essa? 

Caroline: Elena, desculpa. É que eu não te vi. 

Ela estava ofegante, como se tivesse corrido uma maratona. 

Elena: Por que está correndo tanto? 

Caroline: Estou fugindo de Matt. Bonnie, me mandou uma mensagem, dizendo que ele foi me procurar no quarto e eu não quero vê-lo. 

Elena: Ainda chateada? 

Caroline: Já passei dessa fase! Só quero que ele implore pra me ter de volta e que se morda de ciúmes de Tyler. 

Elena: Tyler, ouvi as notícias! Mas vocês não estão ficando, não é? 

Caroline: Não, nada disso! Mas Matt irá achar que sim. Tenho que ir. 

Ela virou de costas, mas antes de ir, olhou para mim novamente e pediu. 

Caroline: Elena? 

Elena: Sim? 

Caroline: Se Matt perguntar algo, pode confirmar o que eu disse? 

Ela me olhou com os olhos pidões e eu levantei as mãos para o alto, como para me queixar. 

Elena: O que você não me pede sorrindo, que eu não faço chorando! 

Caroline: Você é ótima! 

Ela me abraçou, quase me derrubando e depois saiu. Ri disso. Bem que Caroline disse, poucos minutos depois, Matt apareceu na minha frente. 

Matt: Elena, tem um minuto para conversar? 

Elena: Claro. O que foi? 

Matt: É sobre Caroline! 

Elena: O que você quer saber? 

Disse como se não fizesse ideia de nada. 

Matt: Eu queria te perguntar se ela e Tyler estão tendo alguma coisa! 

Elena: Uau, você é bem direto, Matt! Deveria ter perguntado primeiro se ela estava bem, depois de tudo que você fez! 

Matt: Eu perguntaria, se não a visse com Tyler pra cima e pra baixo, muito feliz! 

Elena: Respondendo sua pergunta. Sim, eles estão ficando! E Caroline está muito feliz com ele. Posso garantir que mais do que com você! 

Ele fechou as mãos em punhos. 

Matt: Não acredito! Eu a perdi de vez. Como pude ser tão burro? 

Elena: Me pergunto o mesmo! Mas acho que vocês tem que seguir em frente agora! 

Matt: Eu sei. 

Ele foi embora, parecendo triste.  

Eu continuei meu caminho, quando meu braço foi puxado por alguém, até a biblioteca. Quando ele se pôs na minha frente, fiquei surpresa. 

Elena: Damon? O que você quer comigo? 

Falei olhando para todos os lados. Se Lauren nos visse juntos, não queria nem pensar no que iria acontecer. Mas a biblioteca estava vazia, nenhum sinal dela e de mais ninguém. 

Damon: Eu quem faço as perguntas! Por que foi até o terraço e me deixou aquilo? 

Falou, fazendo menção as folhas. 

Elena: Como pode ter tanta certeza de que fui eu? 

Damon: Talvez, porque além de mim você é a única que vai lá! 

Fiquei mais tranquila, ele só supôs isso. Não havia escutado o que eu tinha dito. 

Elena: Não fiz porque quis. Sophie te procurava por toda parte e não encontrava. Então, ela me implorou para que te entregasse. 

Sim, eu alterei um pouco os fatos. 

Ele me olhou sorrindo ironicamente. 

Damon: Hum. E de todos os alunos, ela ia pedir logo a você isso? O que meu querido irmão iria achar, se eu dissesse que você anda me procurando? Não consegue mesmo ficar longe, não é? 

Elena: Eu já te disse como as coisas aconteceram. Acredite se quiser! Já te falei, Damon. Eu quero Stefan! 

Damon: Agora fiquei magoado. 

Seu tom de voz era irônico. Ele encurtou a distância entre nós, me encurralando em uma prateleira. Abaixou seu rosto, até minha orelha e falou baixo. 

Damon: Admite, você não consegue me deixar ir. Não dou a mínima. Mas você... está sempre atrás de mim. 

Elena: Eu não entendo aonde você quer chegar com isso! 

Damon: Não preciso te dizer. Prefiro mostrar. 

Damon comprimiu nosso espaço, deixando nossos corpos unidos. Estávamos próximos demais, não sei por quanto tempo mais iria me aguentar. Seu tórax, contra meus seios, fazendo uma pressão excitante. Falei, tentando puxar a última gota de controle de mim. 

Elena: Não está mais chateado? 

Damon: Chateação é uma emoção específica de quem se importa! E você... não tem a mínima importância pra mim! 

Ele consegue me irritar como ninguém. Com essa pose de inabalável, como se nosso término não lhe importasse nenhum pouco. Damon molhou seus lábios e  trouxe suas mãos até meu rosto, traçando um caminho imaginário e me acariciando. Seus dedos contornaram minha boca, e seus olhos não saiam de mim. Tentei me afastar, mas ele deu mais um passo e agora era definitivo, não existia distância entre nós. 

Nossas testas e nossos narizes já se tocavam. Só dependia dele, com o mínimo movimento e nós nos beijaríamos. Ele colocou a perna entre as minhas, para que eu não tentasse me mexer e seus braços fortes seguraram os meus, acima da minha cabeça. 

Damon: Me diz... você quer que eu te beije? Que eu coloque minha língua na sua boca e te deixe louca, como só eu sei? 

Com seu hálito refrescante chicoteando meu rosto, não consegui mais me segurar. Ele era o único que me fazia perder o controle. E isso eu conseguia manter muito bem. Mas com Damon, não existiam barreiras, eu ultrapassava tudo. 

Elena: Sim... Me beija, Damon! 

Damon: Quer isso, Elena? 

Elena: Eu... preciso! 

Ele sorriu e se afastou repentinamente. Eu voltei a respirar normalmente, sem entender mais nada. 

Elena: Por que fez isso? 

Damon: Já provei o que precisava. 

Elena: Do que está falando, Damon? 

Damon: Não sinto nada ao te tocar. Não sinto vontade de ficar com você. 

Elena: Só está dizendo isso da boca pra fora! Porque quando se tem certeza de algo, não é preciso provar nada! 

Damon: Será que não é você, que está tentando provar para si mesma que eu preciso de você? Mas a realidade é tão diferente! 

Ele era melhor ainda em fazer o meu mundo desabar. Mas eu já tinha chegado até aqui. Iria me arrepender, mas que se exploda. 

Elena: Ah, é? E não gosta quando faço isso? 

Fui até onde ele estava, determinada e coloquei minhas mãos por dentro da sua camisa, subindo pelo seu abdômen, até seu peitoral. Damon não se movia e nem falava nada. 

Elena: Me diz, Damon! Agora! Não sente nada com isso? 

Ele continuou calado. Abaixei minha mão até sua calça e apertei seu membro por cima dela. Ele soltou um gemido rouco. 

Elena: Estou fazendo certo? É assim que você gosta? 

Sussurrei perto da sua orelha, sabendo que ele também sentia aquilo. Fui ainda mais além e adentrei sua calça, massageando sua ereção por dentro do tecido da box. Seu membro tão duro e molhado, lambuzando minha mão de pré-gozo. Ele ainda não falava nada, mas não tentava me impedir. Mas quando eu menos esperava, Damon se afastou de mim. 

Damon: Não sou seu bonequinho! Não pode brincar comigo e depois me deixar de lado! Se não gosta de mim, ótimo... mas mantenha sua distância! Ou então eu... 

Damon não completou o que ia dizer e saiu de lá. Mordi meu lábio inferior com força, sentindo o gosto metálico do sangue. Era isso ou chorar. E eu já estou tão cansada de chorar. 

Mas nós sabemos isso. Temos um amor que é impossível. Por que você não pode me abraçar na rua? Por que não pode me beijar na pista de dança? Eu queria que pudesse ser assim. Por que não podemos ser assim? Pois eu sou sua. 

-Secret Love ( Little Mix- ft. Jason Derulo)