História Between you and me - Seja meu equilíbrio

Damon continuava olhando desconfiado para Liam, que ainda estava com a mão esticada em sua direção. Quando ele percebeu que era ignorado, recolheu a mão, passando pelo seu jeans, para disfarçar a situação constrangedora. Passei meus olhos entre os dois, sorrindo nervosamente. 

Elena: E então Liam, você veio com alguém para cá? Uma namorada, por exemplo. 

Liam: Não, vim sozinho. Mas qual lugar melhor pra encontrar alguém se não aqui? É fantástico! 

Sorriu pra mim, abertamente. 

Elena: É realmente tem muitas garotas bonitas por aí, só basta procurar com atenção! 

Tentei desviar o foco desagradável que a conversa estava levando. 

Liam: E vejo uma agora, bem a minha frente! Será que ela não seria você? 

Damon: Se você não veio com ninguém pra cá, pode sair com um belo de um hematoma! 

Damon fez uma careta e já ia avançando pra onde estava Liam, com um semblante nada contente. Apertei sua mão com muita força, o fazendo parar onde estava. Logo depois disso, passou uma loira bonita por nós. Alta, magra e apenas de biquíni, chamando atenção com seu corpo repleto de curvas. Liam virou imediatamente para a direção em que ela ia, a acompanhando com o olhar.  

Achei que Damon iria fazer o mesmo, mas ele continuou olhando pra mim com raiva, por eu ter impedido ele de ir até Liam e com paixão nos olhos. Ele realmente havia mudado, quanto a ser mulherengo. Não consegui segurar o sorriso no rosto. Não era mentira, quando ele dizia que eu era única pra ele. 

Liam: Vocês não são namorados, certo? 

Liam já tinha voltado a olhar pra nós.  

Elena: É complicado. 

Damon: Não é nada complicado! Nós... 

Eu apenas me virei pra ele, confiante da resposta que iria dar. 

Elena: Mas complicado ou não, eu quero estar só com ele! Então, te aconselho a ir atrás de outra pessoa. Porque Damon e eu temos uma longa lista de coisas pra fazer hoje. Inclusive, já estamos atrasados agora. 

Liam tinha ficado de boca aberta. Saí puxando Damon para longe dali, ao mesmo tempo que falava pra ele. 

Elena: Você estava sendo muito ansioso, não valia a pena arrumar confusão com um estranho por nada! 

Damon: Tão estranho que sabia seu nome e te segurou entre os braços. 

Imitou a voz de Liam. 

Elena: É, talvez ele quisesse alguma coisa mais. Mas eu não, por isso estou com você aqui! E só pra confessar, eu não bateria na cara de Lauren, viria até uma praia no meio do nada, correndo o risco de ser expulsa do internato, por um cara como ele. Teria que ser muito especial, só pra começar. 

O olhei marota e ele sorriu. 

Damon: Não seria difícil de pensar isso, considerando seu gosto por caras mulherengos. 

Desviou o olhar, olhando para tudo quanto é lado, menos pra mim. Não estávamos mais falando de Liam. 

Elena: Nunca me interessaria por você por ser o maior pegador. Não mesmo! Não sou esse tipo de mulher, e você faz exatamente o meu tipo. Inteligente, charmoso, e mesmo que não queira admitir, está se tornando um romântico incurável! 

Ele me olhou, negando com a cabeça. Sabia! Damon não admite isso, nem sob tortura. E nem precisa, contanto que continue do mesmo jeito. 

Elena: É confiante e corajoso, até demais! Eu poderia passar horas listando, porém isso só ia aumentar ainda mais seu ego. Mas tem uma coisa que não pode deixar de ser dita. 

Fiquei perto do seu ouvido e sussurrei. 

Elena: É muito gostoso! 

Ele pegou na minha cintura, me virando de frente pra ele. 

Damon: Não quer saber o que acho de você? 

Elena: Acho que prefiro ficar no suspense! Só pra garantir mesmo! 

Anunciei risonha. 

Damon: Hum, que pena. Mas se não quer mesmo, nunca vai saber o que eu penso, mas você que sabe... 

Nós continuamos caminhando por toda a praia. 

Elena: Você sabe exatamente como atiçar minha curiosidade! Vai fala, não aguento mais de vontade de saber! 

Damon: Você é a mulher mais sensual, compreensiva e determinada que eu já conheci na minha vida. E se não fosse por você, nós nem estaríamos aqui agora, por minha culpa e toda minha estupidez. Sua capacidade de conseguir perdoar, é cativante! E principalmente... você é o meu equilíbrio! 

Elena: Seu equilíbrio? 

Damon: É isso. Me faz repensar tudo que eu era e me faz querer ser alguém melhor agora! Me faz perder totalmente o controle e pela primeira vez não saber como agir diante de uma mulher. Porque você é diferente, e está sempre me surpreendendo. 

Eu não acreditava que ele, Damon Salvatore, estava mesmo dizendo isso. Era um sonho e eu não queria acordar. 

Damon: Antes de você, eu odiava isso, de ter que desvendar as pessoas. Era bem mais fácil saber tudo de cara, dizer a mesma coisa que satisfazia a todas. E quando você me dispensou, eu senti raiva e indignação, mas com o passar do tempo, descobri que adoro um desafio. Se for você esse desafio! 

Elena: Damon... 

Seu nome saiu mais como um sussurro. Mas antes que eu pudesse responder qualquer coisa, ele mudou imediatamente de assunto. Tanto medo de demonstrar o que sente. 

Damon: Você não se perguntou o porque do nome do hotel ser esse? 

Elena: O nome do... sim, é claro! Hotel as três maravilhas. Eu iria te perguntar, mas ainda não tive oportunidade. 

Damon: Não é a toa que se chama assim, tem um motivo. Ou melhor, três. Há uma lenda, que conta que anos atrás, vivia um monge por aqui. Segundo a história, ele construiu todo esse lugar com suas próprias mãos e aqui é onde estão as três maravilhas. Mas isso só acontece em uma época específica no ano, que é essa. Isso o diferencia de qualquer outro. No resto do ano, é apenas mais um hotel normal, como todos. 

O observei com um misto de atenção e curiosidade. 

Elena: E o que são essas três maravilhas? 

Damon: Não vou te dizer, mas posso te mostrar uma a uma! Esse é o ponto de te contar toda a história. Sabe também o que dizem? Que esse é um dos hotéis mais românticos de todos para se passar as férias. 

Elena: Não quer que eu fique feliz por saber disso, não é? Porque mesmo sabendo, você trouxe Megan até aqui. 

Damon: Eu não via esse lugar com romance. Sempre vinha aqui, quando queria esquecer alguma coisa e só voltava quando conseguia. 

Elena: E a coisa da vez seria eu! É motivador saber disso. 

Ri contrariada. 

Damon: É, mas agora aqui vai ficar marcado, como o lugar que eu passei as melhores férias em anos! Vem, vamos conhecer a primeira maravilha. 

Pegou na minha mão, me guiando até uma parte da praia, onde tinham lanchas para levar as pessoas para o outro lado, que eu ainda não havia ido. Era um completo mistério. Damon mostrou a carteira de habilitação e o senhor que estava lá, nos deixou alugar a lancha. Ele me ajudou a subir e veio em seguida. 

Elena: Não acredito nisso, você também sabe pilotar lanchas? Sempre me surpreendendo, cada vez mais! 

Damon: Espero continuar fazendo isso. 

Ele começou a velejar e eu fui até a ponta, abrindo os braços e sentindo o vento gelado partir pelo meu rosto. Dava uma sensação incrível de liberdade. Damon me olhou rápido e sorrindo leve, enquanto pilotava a lancha sentado. Seu olhar voltou para o imenso mar a frente e eu comecei a admirar tudo ao nosso redor. As ondas se moviam freneticamente, em várias ondulações, se perdendo pelo mar e recomeçando novamente. Tinham extensas montanhas bem ao longe, anunciando que havia mais pela frente. 

Me sentei ao seu lado, empolgada para explorar o desconhecido. Seguimos por mais poucos minutos e chegamos ao outro lado. Descemos da lancha, indo para terra firme. A essa hora não haviam muitas pessoas, apenas umas ou outras que passeavam por ali. A maioria preferia ficar lá no começo. Damon me virou de frente pra ele e tirou do seu bolso um lenço. 

Damon: Vou te levar até lá. Mas quero que tenha uma surpresa, quando ver! 

Elena: Sabe que eu sou muito desastrada. Vou acabar caindo por aí. 

Damon: Confia em mim? Não vou te deixar cair! 

Elena: Como não confiaria? 

Gesticulei com as mãos para que ele me vendasse e Damon passou o lenço pelo meu rosto, apertando em um nó fraco, mas firme o suficiente para que não caísse, fazendo com que tudo ficasse escuro e eu só sentisse o cheiro da venda, que era o mesmo que o seu. Uma mistura da própria essência do seu corpo, com a loção que ele usava. Uma fragrância tão inebriante como o dono.  

Damon colocou as mãos nos meus ombros e foi me levando, fui me deixando ser guiada por ele. Percebi que nós atravessávamos uma ponte. Como ele havia me prometido, não me deixava cair de jeito nenhum. Andamos por alguns instantes e quando paramos, Damon colocou as mãos por detrás da minha cabeça, alcançando o lenço e avisou que iria desamarrar. Quando o soltou, eu abri meus olhos e fiquei totalmente tomada pela surpresa. 

Elena: Nem tenho palavras pra descrever o que acho desse lugar. É tudo tão único! 

Olhei em minha volta. Nós tínhamos atravessado uma ponte vermelha e agora tínhamos chegado a um campo coberto por árvores cerejeiras, que eu só achava ser possível de encontrar no Japão. Essa praia era realmente muito diferente das outras. Pelo caminho, eram espalhados diversos bancos de madeira e postes de luz, que iluminavam tudo. Havia um lago cristalino, com cisnes, bastante graciosos. No céu, voavam gaivotas e o sol parecia mais quente do que de costume. 

Elena: É tão lindo, eu nunca disse isso pra ninguém, mas adoro esse tipo de árvore. Eu as acho tão diferentes e bonitas! 

Damon: Sabia que você ia gostar! Mas isso não é tudo. 

Ele andou na frente e eu o acompanhei. Nós passamos por um túnel de flores e assim, encontramos uma grande montanha, que parecia ser feita inteiramente de gelo, em cada parte sua. 

Elena: Uau! O que me diz de subir até lá em cima? 

Damon riu, negando com a cabeça. 

Damon: Mas nem por um milhão! 

Elena: Ah vai, Damon. Não seja chato, você me trás para o lugar mais lindo que eu já vi na vida e agora tem medo de subir em uma simples montanha?! 

Damon: Medo Elena? Não tenho medo, mas isso deve deixar qualquer um cansado. 

Elena: Você está ficando velho! Tudo bem, fica aí vovô. Os jovens que vão a luta, certo? 

Virei de costas, andando e contando mentalmente. 1...2...3. 

Damon: Espera, vou com você. E não sou nenhum velhinho, só tenho 24 anos! 

Deu língua, e eu sorri, tinha vencido. 

Elena: E quando você vai fazer 25? 

Damon: Não olhou isso na minha ficha, quando estava tão apaixonada que tinha que procurar por mais informações minhas? 

Falou convencido, destacando a palavra apaixonada. 

Elena: Não, não olhei! Seu insuportável. 

Damon: Vai demorar um pouco pra que eu faça aniversário. 

Elena: Que pena, eu tinha ótimas surpresas em mente! 

Fiz uma cara maliciosa. 

Damon: Bom, você pode me adiantar essas surpresas então! Aí quando for no meu aniversário, repetimos tudo de novo. E de novo e de novo! 

Elena: Eu adoraria! 

Beijei ele, com paixão. 

Damon: E lá vamos nós, a caminho do pôr do sol. Essa frase ficou muito brega! 

Eu ri dele. Começamos a andar até onde estava a imensa montanha e quando começamos a subir, percebi que ela não era feita de gelo, como parecia. Mas ainda sim, continuava linda. Na metade do caminho, eu entendia a falta de vontade de Damon de subir, isso era tão cansativo, mas iria valer a pena. 

Elena: Estou cansada! 

Damon: Eu não queria dizer aquela famosa frase, mas eu avisei! 

Elena: Consigo aguentar até o final! 

Continuei subindo, com ele ao meu lado. Quando chegamos lá em cima, Damon e eu abrimos os braços, no topo. Daqui dava pra ver tudo daqui, a praia, o campo de cerejeiras e o imenso mar ao nosso alcance. E olhando pra cima, era ainda melhor. O céu azul, quase parecia que podíamos tocá-lo com as mãos. 

Elena: É isso aí, nós conseguimos. Agora eu que te digo, eu avisei que conseguiríamos, Damon! Você não quis me ouvir, mas eu estava certa! 

Damon: Tudo bem, Elena, você está com a razão. Satisfeita? 

Elena: Muito! 

Me sentei no canto e ele ficou perto de mim, encostando a cabeça no meu ombro. 

Elena: Eu espero poder voltar com você aqui, um dia! 

Damon: Nós podemos dar uma outra fugida, e aí voltamos quando sentirmos vontade! 

Elena: Isso ia ser demais. 

Damon: Me conta o que você fez nesses dias? Quando estávamos brigando como cão e gato. 

Elena: Eu tirei todo o meu tempo pra ajudar Caroline e Bonnie, com Matt e Jeremy. E se elas falassem de qualquer coisa de romance, eu ficava com ânsia de vômito. Era até engraçado. Tive várias discussões também. 

Damon: Então você foi cupido? E ainda passou por uma fase horrível? Comigo também não foi muito diferente. 

Elena: Quero saber de tudo! 

Damon: Pra me distrair do que acontecia, corrigi várias provas e ainda ajudei Katherine. Também não suportava ver casaizinhos por aí. E brigava com quem aparecesse pela frente. 

Elena: Eu percebi seu ótimo humor! E essa história de ajudar Katherine? 

Damon: Quem você acha que armou todas as situações entre ela e Stefan? 

Elena: Damon, não me diga que... 

Damon: Era isso ou ele passar o resto da vida atrás de você e isso eu não quero mesmo! 

Elena: Katherine disse a mesma coisa. Sério, vocês são terríveis! 

Nessa hora eu só consegui rir, estava de bom humor por estar com ele. 

Elena: Seus dias foram bem mais emocionantes! E tenho que admitir, é tranquilizador saber que mesmo com raiva, você pensava em nós! Eu tive medo de te perder! 

Damon: Eu sei. Agora eu sei. E eu também, Elena. Vamos fazer uma promessa, só pra garantir que vai ficar tudo certo daqui pra frente? 

Elena: Qual? 

Damon: Aconteça o que acontecer, não vamos esconder mais nada! Ruim ou bom, o que acontecer vamos contar um pro outro! 

Elena: Eu aceito! Então, Damon Salvatore, nada de segredos! E isso serve também pra você, não esqueça! O cara mais misterioso, que não gosta de falar sobre si mesmo. 

Damon: O que posso fazer? Tenho uma vida emocionante e misteriosa! 

Elena: Hum, que interessante. Será que pode me dar a honra de viver essa vida tão emocionante com você? 

Damon: Vou pensar no seu caso! Mas as chances de uma resposta sim, são gigantes! 

Nós voltamos para onde estava a lancha, depois de aproveitar mais um tempo na montanha. Ele velejou de volta para o outro lado e nós dois fomos para o hotel. Ele foi na frente para buscar a chave reserva, já que tinha esquecido a sua no quarto. Enquanto isso, alguém se aproximou pelas minhas costas, me puxando para si. 

Elena: Liam, mas o que você quer? 

Liam: Eu vi seu olhar pra mim, Elena. Nem adianta negar, conheço o tipo que gosta de se fazer de difícil, mas já estou acostumado. 

Elena: Você só pode estar ficando louco! Não sei do que está falando! 

Liam: Como eu pensei, e confirmei na praia, você e Damon não tem nada. Então nada te impede de ficar comigo! 

Elena: Mas não... 

Liam: Ele não precisa saber, pode ser um segredo só nosso! O que acha? 

Demorei um tempo pra responder, só com nojo da sua cara e sem conseguir falar nada, de tanta repulsa. 

Elena: Eu te dou uma resposta, é claro, Liam! Quero que se afaste agora de mim, antes que eu resolva fazer do meu jeito. 

Damon: Não do seu! Vamos fazer do meu! 

Só deu tempo de olhar para Damon e ele já estava dando uma sequência de socos em Liam. Liam não retribuiu, apenas caiu no chão, com a mão no nariz que sangrava. Ele levantou e tentou revidar, mas Damon desviou e não parava de bater nele, cada vez mais forte do que a vez anterior. Falei desesperada. 

Elena: Damon, chega!  

Ele olhou pra mim e Liam aproveitou sua distração, acertando um soco em cheio na sua mandíbula. Damon continuou revidando com mais raiva ainda e finalmente chegou alguém para separá-los. Um homem segurou Liam e eu levei Damon comigo. Apertei o botão do elevador umas três vezes, em sequência, como se isso o fizesse vir mais rápido. 

Elena: Você só pode ter litros de bourbon no lugar de um cérebro! 

Entramos no elevador, com ele calado e eu também, tentando controlar a raiva enorme que me dominava. Chegamos no quarto e ele sentou na cama, com a mão no maxilar. Balancei a cabeça contrariada, ao ver escorrendo muito sangue. Fui procurar pelos armários um quite de primeiros socorros. Quando achei, levei até a cama, pegando um cartucho de algodão e álcool. 

Elena: Senta na cama! 

Ele nem questionou, Damon sabia como eu ficava quando estava com raiva. Me sentei na sua frente com as pernas cruzadas e molhei o algodão de álcool, passando devagar pela sua ferida. Seus olhos se perdiam por mim, analisando tudo que eu fazia meticulosamente e eu evitava olhá-lo. Ele fazia careta e parecia sentir muita dor, mesmo eu fazendo tudo bem devagar. Minha face estava tão perto dele e eu estava com um calor incontrolável. 

Damon: Está com raiva? 

Elena: O que você acha espertinho? 

Continuei limpando o sangue do seu rosto, ficando de joelhos na cama. Ouvi Damon lamuriando. 

Damon: Se você está tão irritada e não vamos fazer sexo hoje, pelo menos fica sentada. Ou então eu não vou mesmo aguentar! 

Olhei para baixo, meus seios estavam praticamente na sua cara. Me ajeitei e ele respirou fundo. Peguei o curativo e coloquei no lugar machucado. Ele falou baixo em um tom de confissão. 

Damon: Eu não achava que você fosse dispensar Liam. 

Elena: Mas o quê? Está falando sério? 

Damon: Você é primeira mulher que não traiu minha confiança! E eu te admiro muito por isso. Só achei que precisava saber! 

Elena: E mesmo assim você achava que eu ficaria com Liam? Depois de tudo que fiz por você? 

Damon: Quando eu ouvi você dispensando ele, senti raiva dele, por ter dado em cima de você e de mim, por achar por um minuto que você aceitaria. Só me desculpa... tá bom? Eu continuo sendo um idiota com você, mas não é fácil pra mim confiar em alguém. 

Lembrei da história que Stefan contou, sobre a mãe deles e Katherine. As duas acabaram com Damon. 

Elena: Não vou te julgar. Estou aqui pra você e pra mim isso basta. Já passei por isso também, Damon. Sei como se sente. Depois da morte dos meus pais, eu não confiava nem mesmo na minha própria família! 

Damon: Você não merecia ter passado por isso! 

Elena: E nem você, mas a vida não é justa com ninguém. 

Damon: Estou perdoado? 

Elena: Se me prometer não fazer de novo! 

Damon: Não te prometo nada. Sei que não vou cumprir mesmo. 

Me beijou, quando eu não esperava e retribui na hora, mesmo com sua resposta atrevida. Ele mordeu meu lábio inferior com força e sua boca e a minha se bateram em um encontro forte. Abri os lábios, dando espaço para que ele colocasse sua língua, e foi exatamente o que Damon fez, percorrendo com a língua molhada o céu da minha boca e acariciando com ela todos os lugares. Quando Damon ia se afastar, o segurei de novo pela camisa e o beijei novamente. Como sempre, estava pronto pra mais, e retribuiu com lambidas pela minha boca. Fiz o mesmo com ele, lambendo seus lábios, que agora tinham o gosto do meu batom. Quando nos separamos estávamos vermelhos de desejo. 

Damon: Vem, vamos ver a segunda maravilha agora! 

Elena: Estou ainda mais curiosa do que da outra vez! 

Fomos para o lado de fora, onde já estava escuro. A noite havia caído rápido, passamos a tarde juntos e parecia ter passado voando. Damon apontou para o céu e eu olhei. 

Elena: Seria loucura se eu achasse esse lugar mágico? 

Damon: Seria! Mas aí eu também seria louco, porque acho o mesmo. 

O céu estava tão estrelado, eu nunca havia visto em nenhum lugar daquele jeito. As estrelas pareciam dançar entre as nuvens e a lua era cheia e grande. Tudo brilhava como em um espetáculo particular para nós dois. Damon e eu nos deitamos na grama verdinha, um ao lado do outro. 

Elena: Você não acha que é muita coincidência isso só acontecer uma vez ao ano, e nós estarmos juntos? 

Damon: Talvez não seja coincidência. Apenas... coisa do destino. 

Elena: Olha lá, você tá vendo? 

Ele olhou para a direção que eu dizia. A constelação do Leão de Neméia. 

Damon: Sim, é bem interessante. 

Damon me mostrou outras das diversas constelações. Nós fizemos um tipo de disputa pra ver quem achava mais, e dessa vez eu perdi. Ele encontrou praticamente todas sozinho. E sempre me mostrava empolgado cada uma delas, com os olhos brilhantes. Passamos tanto tempo assim, com ele me contando as histórias das constelações e comigo ouvindo atentamente.  

A maneira que seus lábios se moviam ao falar me deixava simplesmente encantada, sem mais. E o jeito que ele contava tudo com entusiasmo. A forma que suas mãos se moviam pra cima, gesticulando enquanto me explicava os contos, ao mesmo tempo em que seu cabelo caia pelo seu rosto. E até a forma que seu corpo se inclinava para o meu, sem que ele percebesse, roçando nossos braços, fazendo um arrepio delicioso me invadir. 

Eu podia perceber dentro de mim, estava me apaixonando cada vez mais por aquele homem tão incrível que era Damon. Era como um carro sem freio o que eu sentia, só havia como impulsionar pra frente e não tinha uma maneira de parar de se mover. Ele me levava além e eu não me importava com as consequências, mas não queria parar.