Damon: Elena?
Elena: O que foi agora?
Eu falei ainda olhando pra baixo, mas ele levantou meu queixo e olhou dentro dos meus olhos.
Damon: Precisamos conversar!
Eu odiava essas palavras, nunca saia nada de bom quando eram faladas. Me preparei para o próximo desaforo que Damon iria falar. Ainda olhando em meus olhos e muito próximo a mim, ele falou:
Damon: Eu nunca fiz isso antes, então não sei bem como começar...
Elena: Então não comece!
Damon: Você pode ficar calada e só me ouvir?
Antes que eu dissesse qualquer coisa, ele continuou.
Damon: Eu queria te pedir desculpas... pelo que aconteceu ontem. Não queria te dizer aquelas coisas Elena. Eu estava bêbado e sei que isso não justifica, mas quando vi você com... enfim, eu quero que me perdoe.
Eu estava atônita. Nunca poderia imaginar Damon Salvatore se desculpando, parecia uma realidade alternativa. Deus, como eu queria poder esquecer tudo que ele fez, mas não dá. É contra todos os meus princípios me deixar ser enganada de novo.
Elena: Eu te perdoo Damon...
Eu vi surgir um leve sorriso em seu rosto.
Elena: Mas não posso esquecer tudo que você disse e fez. Você me tratou como uma qualquer e isso eu não posso admitir. Então acho melhor que a partir de agora nossa relação seja de professor e aluna. Sem mais provocações e joguinhos. Isso tem que acabar.
Sua expressão mudou completamente. Vi passar em seu rosto mágoa, raiva e arrisco dizer, um pouco de dor. Ou eu estava só imaginando coisas. Damon nunca gostou nem um pouco de mim, como ele mesmo disse, fui um caso de uma noite. Relembrei com mágoa.
Damon: É por causa dele, não é?
Agora eu não estava entendendo mais nada.
Elena: Do que você está falando?!
Damon: Não se faça de idiota Elena. Estou falando de Stefan. Acha que não escuto os boatos que correm por aí. Vocês estão namorando?
Elena: Não acho que isso seja problema seu. Não te devo satisfações da minha vida Damon.
Ele não retrucou como achei que faria, simplesmente abriu a porta e saiu, me deixando ali, sozinha e confusa.
(...)
Algumas semanas passaram. Stefan e eu estávamos mais próximos, viramos melhores amigos e nos entendemos como ninguém. Minha amizade com Caroline e Bonnie continuava firme e forte. Mais as duas não andavam muito bem ultimamente. Bonnie acreditava que Matt fosse errado para Caroline e tentava abrir seus olhos. Eu não sabia o que pensar. Matt e eu nos conhecemos desde crianças e agora as coisas mudaram. Já Damon... nossa relação era de professor e de aluna, nada mais que isso. Tirando alguns péssimos ''detalhes''. Ele fazia da minha vida um inferno e estava mais severo do que nunca. Não exigia nada mais do que a perfeição em sua matéria. Eu nunca tinha sido muito boa em matemática, e ele não parecia disposto a facilitar as coisas.
E agora, nesse momento, eu estava indo para o cemitério visitar o túmulo dos meus pais, que morreram em um acidente de carro. Já fazia um ano. Jeremy e eu ficamos com nossa tia Jenna, que agora mora em uma cidade próxima a universidade. A decisão de ir pra universidade foi nossa. Jenna ainda é muito jovem e foi difícil pra ela assumir a guarda de dois adolescentes, ela insistiu que não éramos um problema. Mas nós sabíamos a verdade e a amávamos muito para lhe dar todo esse peso. Então decidimos terminar os estudos por aqui e dar um tempo pra ela. Antes de ir para o cemitério comprei um buquê de orquídeas, as flores preferidas de minha mãe. Chegando lá, coloco as flores em cima de suas lápides.
Elena: Pai, mãe, já faz um tempo que tudo aconteceu, eu sinto tanto a falta de vocês. Ultimamente as coisas andam muito confusas e eu não sei bem o que fazer. Como eu queria que estivessem aqui para me aconselhar e me abraçar. Ou simplesmente ficar em silêncio, tudo que eu queria é que ficassem ao meu lado.
Fiquei lá mais um tempo e quando ia sair esbarrei com alguém. A pancada foi tão forte que caí no chão. Olhei pra cima e tive uma desagradável surpresa. Damon Salvatore, como sempre, estava aqui. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, tentei me levantar. Droga, tinha torcido o tornozelo e não conseguia ficar em pé sem cair como uma idiota.
Damon: Deveria olhar por onde anda Elena.
Elena: Estou cansada de ouvir você dizendo o que devo ou não fazer.
Damon: Precisa de ajuda, ou vai continuar com esse falso desprezo?
Elena: Admiro sua maneira de se iludir. Esse seu ego te protege da desilusão de saber que não sinto nada por você.
Damon por um momento parecia sem palavras pra retrucar, mas como sempre, achou uma maneira de virar o jogo.
Damon: Acho que agora você precisa bem mais de mim do que quer admitir. Vamos Elena, é só pedir por favor e eu te ajudo.
Por um momento pensei em dizer o que ele tinha pedido, mas eu tinha força de vontade. Lembrei do inferno que ele fez da minha vida nas últimas semanas e isso me deu forças pra continuar negando. Soltei uma risada irônica e falei:
Elena: Prefiro ficar aqui, mas obrigada.
Damon sem dizer mais nada e nem olhar pra mim, me deixou atônita quando me segurou no colo e andou comigo em direção a seu carro que estava do outro lado da rua. Me colocou no banco da frente em silêncio e começou a dirigir.
Elena: Pra onde estamos indo?
Damon: Minha casa é perto daqui e acho que seu pé deve está doendo.
Olhou pra mim com os olhos beirando sarcasmo. Como se dissesse que eu precisava dele mesmo que não admitisse. Quando chegamos a sua casa ele me pegou no colo de novo e me levou para dentro e subiu as escadas, até chegar em um quarto, que eu julgava ser o seu. Ele me colocou em sua cama sentada e disse que já voltava. Fiquei esperando por um tempo e quando ele entrou, segurava em sua mão um saco de plástico com gelo. Damon se aproximou de mim lentamente e se agachou.
Damon: Isso vai amenizar a dor e cessar o inchaço.
Ele pegou meu pé cuidadosamente, me surpreendendo com todo o cuidado. Damon passou o gelo no local onde eu havia torcido o pé, fazendo pequenos círculos no local.
Elena: Como você entende desse tipo de coisa?
Damon: Estudei medicina antes de me tornar professor.
E mais uma vez ele conseguia me deixar de boca aberta.
Elena: Porque não seguiu a profissão?
Eu estava ficando curiosa com esse assunto.
Damon: Isso não é seu problema Elena. É melhor se concentrar em outras coisas, como o seu tornozelo torcido.
Damon sempre estragava tudo, e agora eu só queria ir embora daquela casa e sair de perto dele.
Elena: Sendo assim, eu não vou mais me meter nos seus assuntos. É melhor eu ir embora daqui.
Fiz um esforço sobrenatural pra me levantar e por um momento consegui ficar de pé sem cair. Dei um sorriso vitorioso, quando senti meu corpo pender pra frente. Fechei os olhos me preparando para a queda, quando senti algo me segurando. Abri os olhos e vi que os braços de Damon me rodeavam. E ao analisar melhor a situação, vi que estava em cima dele. Nos olhávamos fixamente, eu não conseguia parar de fitar seus lábios. Damon se aproximava cada vez mais, encurtando a distância entre nós. Foi quando eu acordei pra vida real e percebi o que estávamos prestes a fazer. E me afastei. Ele agora me olhava atônito.
Elena: Eu preciso voltar para a universidade agora.
Ele sem me dizer nada me pega no colo de novo e desce as escadas, já lá fora Damon abre o carro e me coloca dentro, entrando em seguida no banco do motorista. Ele dirige rapidamente até a faculdade e quando chegamos, eu tento abrir a porta do carro, mas está travada. É quando escuto a voz de Damon.
Damon: Eu não te entendo Elena. O que você pretende com tudo isso?
Elena: Eu não sei onde você quer chegar. Eu não estou pretendendo nada Damon. Nunca esteve nos meus planos ter qualquer envolvimento com meu professor.
Damon: Você não é como as outras mulheres. Eu não consigo desvendar o que se passa na sua cabeça, e isso é algo péssimo. Estou acostumado a ter tudo sobre controle e você está me tirando essa opção.
Elena: Eu também estou acostumada a controlar minha própria vida. Você errou se ao menos uma vez pensou que eu era como as mulheres que você costuma ficar.
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