POV Harry
Desde que fomos escolhidos no recrutamento para ir para Auradon, não conseguia parar de contar os dias e horas para rever Mal. Estava com tanta saudade dela.
Lá da Ilha, foi escolhido eu, Carlos, Jay e Scott para ir para Auradon como soldados. Eu me dou bem com Carlos e Jay mas não suporto Scott, ele é muito exibido e metido.
Depois de mais ou menos um mês treinando intensamente para exercer a função de soldado, fomos enviados para Auradon. Inicialmente, não gostei muito do trabalho pois tivemos que nos adequar muito aos padrões militares. Cortaram nosso cabelo no estilo militar e fomos obrigados a usar uniformes.
Logo quando chegamos em Auradon, nos mostraram o castelo inteiro e distribuíram as nossas atividades. Me mandaram ficar fazendo ronda perto da ala hospitalar e é claro, eu odiei o serviço pois não poderia ver Mal. Os outros da Ilha, pegaram lugares mais interessantes para rondar: Carlos e Jay ficaram responsáveis por vigiar o andar da Família Real e Scott, ficou rondando o cinema.
Eu fui para o lugar destinado a mim. Lá era muito sem graça, não tinha nada para fazer, fiquei só andando em círculos e perdi totalmente a esperança de me encontrar com Mal.
POV Mal
Eu estava indo fazer minha rotina diária. Acordei cedo, me arrumei com a ajuda das criadas, desci para tomar café da manhã e depois estava indo para o Salão das Mulheres.
Mesmo eu estando há mais de um mês no castelo, ainda não me adeqüei a algumas coisas, entre elas, andar de salto alto. Na Ilha eu só usava botas ou coturnos mas aqui nós temos que nos vestir como princesas com vestidos longos e saltos.
No caminho para o Salão, eu acabo me desequilibrando no salto e caio. Começo a sentir uma dor enorme em meu pé. Acho que torci. Uma das selecionadas, que estava indo para o Salão, me ajuda a ir para a enfermaria. Mas me aproximando da ala hospitalar, vi uma pessoa familiar.
Harry Hook. Meu ex-namorado. Meu primeiro e verdadeiro amor. Quando eu o vejo, meu coração dispara. Por que ele está aqui?
Eu agradeço a menina que me ajudou a ir até lá e a dispenso e vou até a Harry
- O que você está fazendo aqui? – eu falo e ele, que até então não tinha me visto, se vira. Quando ele percebe que sou eu, ele dá um grande sorriso
- Mal, que saudade – ele abraça mas eu na hora tento me soltar dos braços deles
- Você ficou doido? Se me virem abraçando você, na hora vou ser eliminada. É uma traição ao príncipe – eu digo e ele faz uma cara triste
- Poxa, Mal. Eu vim da Ilha até aqui. Fiquei um tempão treinando para ser soldado, tenho que usar esse uniforme ridículo, tudo isso só para ficar com você. E agora, não posso nem te abraçar.
- Harry, eu adoraria te dar uma abraço, na verdade, eu queria fazer bem mais que isso, mas, infelizmente, não posso – eu falo, me viro e tento ir embora. Mas meu pé estava doendo demais e eu paro
- O que aconteceu? – ele pergunta se aproximando de mim
- Meu pé, acho que torci - eu digo com muita dor e ele me pega no colo – Harry! O que você está fazendo?!
- Vou te levar na enfermaria
- Harry, se alguém vir...
- Se alguém vir, eu digo que só estava ajudando uma pobre donzela em apuros – ele sorri para mim e eu retribui o sorriso.
Ele me leva até a enfermaria. Ah, como eu estava com saudades dele. Como eu queria poder beijá-lo, poder abraçá-lo. Mas só o fato de estar perto dele, de estar em seus braços já é grande coisa.
A médica faz um curativo e me dá um remédio para passar a dor. Harry me acompanha de volta ao Salão das Mulheres
- Eu adorei te rever, minha linda – ele sussurra
- Eu também – eu digo e ia entrar no Salão mas ele segura meu braço
- Nós vamos nos encontrar novamente? – ele pergunta
- Vamos tentar
- Me prometa
- Eu prometo – eu sorrio e ele me solta e me deixa ir
Quando entro no Salão, encontro com Evie
POV Evie
A Família Real de Sherwood ficou mais ou menos uma semana. E depois que eles se foram, um outro visitante chegou: a paz. Depois de mais um mês, finalmente consegui me adaptar ao palácio. Para mim, o tinir das taças de vidros, o som dos saltos altos batendo no chão eram tão familiares quanto aos gritos de minha mãe.
As refeições com a Família Real e as idas ao Salão das Mulheres já faziam parte da minha rotina diária. Falando no Salão das Mulheres, hoje cedo eu fui para lá e comecei um livro bem interessante. Eu estava concentrada em minha leitura que mal percebo quando Mal entra no Salão e se senta ao meu lado
- Oi, Evie – ela diz
- Oi, Mal. que cara é essa?- eu percebo que ela estava com uma expressão muito triste
- Evie, se eu te contar uma coisa, promete que não conta para ninguém?
- Claro, Mal, somos melhores amigas
- Se eu te contar, você conta um segredo seu também?
Eu excito um pouco antes de responder, mas como eu já disse, somos amigas. E são os nossos segredos que nos tornam mais íntimas.
- Tá bom, eu vou falar – eu começo a dizer – eu beijei Ben – eu digo e ela fica de queixo caído
- Sério?! Evie, por que você não falou para ninguém?
- Eu queria me manter reservada
- Você é muita santa, Evie – ela diz e eu sorrio
- Tá, agora me fala o que você queria dizer
- Eu não agüento mais ficar aqui. Eu quero voltar para a Ilha
- Mas, Mal, e o plano de sua mãe?
- Pois é, isso é a única coisa que me impede de voltar. E além disso... eu estou com muita saudade de Harry – ela começa a chorar e eu fico sem reação. Nunca tinha visto Mal chorar
Eu dou um forte abraço nela
- Mal, se o seu coração quer ficar com Harry, então vá. Eu posso pegar a varinha para você
- Eu não vou ser egoísta ao ponto de fazer você perder essa chance tão boa. Eu sei que você é feliz aqui. Eu vejo nos seus olhos. E além disso, não ia adiantar nada voltar para a Ilha
- Por que? – eu pergunto e ela respira fundo antes de responder
- Harry está aqui no palácio
Eu fico abismada com o que ela diz
- Como assim? – eu pergunto
- Eu nem tive tempo para perguntar mas ele está como guarda
- Mal, você sabe que se tiver algum tipo de relação com ele aqui, você vai sofrer muitas conseqüências. Vai ser considerado traição ao príncipe, está nas regras
- Eu sei, Evie. Infelizmente, eu sei disso
Eu ia continuar a conversa com ela mas Ben entra no Salão nesse exato momento. Todas as meninas se levantam e fazem reverência para ele. Ele sorri
- Senhorita Evie Grimhilde? – ele me chama e eu vou ao seu encontro e percebo que as outras meninas me olhavam com um olhar de inveja
- Sim, Vossa Majestade – eu digo quando estou perto dele
- Me concede o prazer de sua companhia por uma tarde?
- É claro, Meu Príncipe – eu digo e nós saímos da sala.
Ele enlaça o seu braço no meu e nós vamos caminhando pelo vasto corredor.
Naquele dia que fomos conversar, eu disse para ele que estava muito confusa com meus sentimentos. E pedi para que ele não me beijasse até que eu tivesse certeza que queria realmente ficar com ele. Eu percebi que ele ficou magoado com o pedido mas manteu a promessa.
- Então, o que você quer fazer? – ele me pergunta
- Bom, eu gostaria de experimentar uma coisa nova – eu digo e ele se vira para mim com um sorriso malicioso- Não isso, seu bobo – eu dou um leve tapa em seu ombro
- Então o que é? – ele pergunta rindo
- É que nos nosso encontros, nós só vamos no jardim. Eu queria conhecer lugares novos no palácio. Como o cinema, você ainda não nos levou lá
- Tudo bem. Que tipo de filme você gosta?
- Bom, eu não vejo muitos filmes mas gosto de livros de romance
- Okay, vamos ver uma comédia romântica. Tudo bem para você?
- Claro.
Continuamos conversando pelo corredor até chegar no cinema. Eu me divertia muito com Ben, ele sempre me fazia rir. E nesse exato momento, eu estava rindo e feliz. No entanto, meu sorriso se desfez quando vi quem era o guarda que estava rondando o cinema.
Eu demorei para reconhecer, pois ele estava com o cabelo diferente e com uma roupa bem distinta do seu normal. Mas quando nossos olhos se encontraram, percebi que era ele.
Scott Gothel. A pessoa que eu mais odiei na minha vida e ao mesmo tempo, a pessoa que eu mais amei. A pessoa pela qual eu me humilhei, me apaixonei, dei tudo de mim, mas tudo foi em vão.
Quando o vi, não sabia se eu ficava feliz ou se chorava
- Soldado, pode abrir as portas do cinema, por favor? – Ben se dirige a ele enquanto eu continuo parada sem saber o que fazer
- Claro, Vossa Majestade – ele responde fazendo uma reverência mas continua falando – Olá, Evie
- Vocês se conhecem? – Ben pergunta antes que eu respondesse.
- Nós éramos da mesma casta – é a única coisa que eu consigo dizer
- Aposto que torce por ela, não é soldado? – Ben diz
- É claro, ela é minha favorita – ele diz e me dá um leve sorriso, depois se vira para abrir as portas do cinema – Divirtam-se – ele diz e Ben agradece.
Ben coloca o filme para rodar e começamos a assistir. Mas eu não consigo prestar atenção em nada do filme. Fico tentando entender como tantas pessoas da Ilha vieram parar em Auradon. E porque só as pessoas erradas vieram?
Quando o filme acabou, Ben me perguntou
- Você não gostou do filme?
- Eu gostei sim
- É que você ficou quieta durante o filme inteiro. Nem riu nas partes engraçadas
- É que eu estou com dor de cabeça, Ben
- Tudo bem. Quer ir para o seu quarto?
Eu assinto e ele me acompanha até meu quarto e depois se despede.
Se dependesse de mim, eu me trancava no quarto e não saia nunca mais
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