História Bill e Dipper: A história não contada - Medo é o maior obstáculo

Dipper on~

A festa tinha dado o que falar, mesmo depois de 3 dias ainda se escutavam comentários sobre, Pacifica falou com a Mabel que tiveram que fechar o salão e demorou dois dias inteiros para conseguirem limpa-lo completamente. Pelo que parece ninguém além de mim percebeu que foi o Bill que começou aquilo tudo.

Depois de lanchar e ficar assistindo televisão, decidi ir dormir, como já estou acostumado o Bill vem logo em seguida. Me preparei para dormir e deitei na cama, me virei para o lado da parede para tentar pegar no sono mais rápido porque a luz ainda estava acessa, pois o Bill ainda não tinha arrumado tudo para poder dormir.

- Dipper !– Senti uma mão encostando no meu ombro.

- O que Bill?

- Olha para mim. – Quando ele disse isso já sabia muito bem onde ele queria chegar.

- Vai dormir Bill. – Disse sem me virar, mas não muito tempo depois eu senti algo quente no meu pescoço, era o rosto do Bill, isso me fez arrepiar – Wahh ,não.

- Mas eu nem te disse o que eu quero.

- Eu sei muito bem o que você quer!

- O que?

- Transar – Senti minhas bochechas ficar vermelha.

- Como você sabe?

- Você é bem óbvio, além do mais desde a vez que fizemos você não para de pedir. – Finalmente me virei e olhei pra ele.

- Se você sabe, por que ainda não fizemos?

- Eu já te falei isso varias vezes minha família está em casa.

- Você repete isso tantas vezes que está parecendo uma desculpa.

- Não é só porque fizemos uma vez quer dizer que vamos fazer sempre

- Mas eu quero.

- Eu não ligo.

- Você não gostou? Doeu tanto assim? Mas no final você estava gemendo muito, eu sei que estava gostando.

- Que? Eu já disse que a questão não é essa!

Não é como se eu tivesse achado ruim, ou não quisesse fazer novamente (doeu no começo, mas no final foi muito bom, penso em repetir para ver como vai ser), o problema é minha família, sinceramente eu estou com medo de ser descoberto. Se eles descobrirem como irão reagir? Eles ficarão contra? Eles irão expulsar o Bill daqui? O que irá acontecer? Eles são as coisas mais importantes pra mim, mas eu também não quero ficar sem o Bill, ainda mais a Mabel ela foi sempre tudo pra mim como será que ela irá reagir? E se ela me desprezar? Eu sei que uma hora irei ter que contar, mas tenho medo de descobrir....

- Pper... Dipper!

- Ahãn?

- Eu estou falando com você, você me ouviu?

- Não, desculpa Bill, hoje não. – Me virei novamente o outro lado da cama para dormir.

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Na manhã seguinte no café da manhã...

Desci mais cedo para comer e Mabel estava lá tomando seu “suco da Mabel” reforçado quando ela veio conversar comigo. Hoje o seu suco estava cor de rosa com algumas coisas de outras cores boiando.

- Dipper na hora da guerra de comida na festa onde você estava? – Achei aquele interrogatório estranho sem nem um bom dia. Mal cheguei e já tinha que inventar a primeira resposta que viesse a minha mente.

- Eu? Estava no meio da confusão, você viu minha fantasia toda suja.

- E o Bill?

- Eu não sei. Pergunte para ele. – Fugi de responder pra ela, porque imagino que a resposta dele pode ser diferente da minha, já que ela está interrogando e não perguntando.

- Mas vocês não estavam juntos na festa?

- Não....... antes da confusão já tínhamos nos separado, por que dessas perguntas? – Quis saber o que estava acontecendo já que ela estava agindo tão estranho.

- Nada não. – Ela fugiu do assunto e do cômodo para não me responder, mas achei melhor não ir atrás disso.

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Após o café subi novamente para o quarto e fiquei deitado na cama mexendo no celular, até que o Bill acordou e veio falar comigo.

- Está melhor?

- Melhor do que? – Já não estava entendendo o porquê de todo mundo está me fazendo perguntas estranhas

- Ontem você estava com uma cara estranha.

- Estava? Você está imaginando coisa. – Tentei encerrar o assunto, mas obviamente não consegui porque ele veio na minha direção e subiu em cima da minha cama.

- Já que você está bem, podemos fazer agora.

- Você só pensa nisso! Já te falei que não quero que ninguém descubra sobre nós. Por que é tão difícil você entender isso?

- Vou contar para todo mundo, e acabar com essa enrolação. – Ele mexeu na cama parecendo que ia levantar, eu o segurei pelo braço impedindo de sair.

- Se você contar para alguém eu nunca mais transo com você.

- Que? Qual o problema de contar?

- Eu já te expliquei.

- Mas um dia você terá que dizer. E quando vai ser isso?

- Eu sei que vou, não vai ser agora e não sei quando.

- Ou seja, sem transar.....

- Por que você está pensando só nisso agora? Há semanas atrás você nem sabia o que era. E quando eu contar tenho certeza que você não poderá morar mais aqui, tivô Stan vai te expulsar.

- Então um dos motivos sou eu também? Estava parecendo que era só para se proteger.

- Isso é complicado Bill são muitas coisas envolvidas! É lógico que estou pensando em você também. Qual o problema de querer ficar com a minha família e com você? – Quando terminei de perguntar o rosto dele já estava muito próximo e nos beijamos. Como o Bill não perdeu a oportunidade já subiu em cima de mim e foi levantando devagar a minha camisa e eu deixei. Foi quando ouvimos um ruído perto da porta e a Mabel estava ali, parada, olhando para nós dois.

Droga! Desde quando ela está aí? Será que ela escutou a conversa toda? O que ela vai fazer agora? Ficamos tão surpresos que eu e Bill estávamos imóveis, e não tinha como inventar uma desculpa daquela situação.

- Mabel... – Quando a chamei ela saiu correndo.

- Droga! Estava tão perto..... – Ouvi o Bill resmungar baixo e eu ignorei se não ia acabar batendo nele, no momento estava mais preocupado com o que ia acontecer.

- Bill, o que eu faço agora? Ela ouviu a conversa toda? Será que ela irá contar para alguém? O que eu devo fazer?

- Calma Dipper, vai conversar com ela e explica tudo.

- Tudo bem, eu vou fazer isso. – Levantei o mais rápido que pude.

Eu sai correndo atrás dela, procurei por toda a casa e parece que ela tinha saído, desaparecendo por algumas horas e quando voltou ficou somente na loja junto com os turistas, ela estava me evitando de todas as maneiras. Afinal eu precisava conversar com ela sozinho e ela evitava ficar sozinha estava óbvio.

 Nos raros momentos que ela olhava para mim parecia estar com raiva, mas não brigou, ela me odeia agora? Como vai ser daqui pra frente? Será que ela irá contar para todo mundo? O que eu devo fazer? Pensamentos negativos continuam me dominando, eu quero saber o que ela está pensando nesse momento e quero contar tudo.

Mais que o normal ela estava dando em cima de vários garotos que apareciam na cabana, acho que ela faz isso para não ficar sozinha comigo, estava agindo mais estranha do que já é normalmente. Eu entendo que ela esteja com raiva depois de tudo o que aconteceu, eu tinha conversar com ela o mais rápido como o Bill falou.

Algum tempo depois Mabel ficou digitando no celular até chegar um garoto que ela parecia conhecer, ele era alto moreno com olhos verdes, ele era bem ajeitado, no entanto algo nele me incomodava. A Mabel avisou ao Soos que iria sair com ele, se ela tivesse falado com o tivô Stan ele nunca deixaria, então aproveitou o momento que ele estava apresentando a cabana para os turistas. Para o Stan a Mabel ainda é uma criancinha que deve ser protegida.

Não sei o que tomou conta de mim que eu acabei seguindo eles para o estacionamento e em seguida foram em direção à floresta, os dois caminhavam e conversavam e a Mabel ria até demais, dava para perceber que estava exagerando.

Estava prestes a parar de ser um paranoico e deixar minha irmã namorar em paz, e caindo a ficha que esta sendo retardado o suficiente de estar seguindo minha irmã por ai, quando ele a puxou para perto de uma árvore e começou a falar no seu ouvido. A expressão no seu rosto da Mabel foi mudando ao poucos até seu sorriso desaparecer, resolvi ficar ali e continuar observando mais, já que aquilo foi estranho.

Por algum motivo aquilo parecia familiar........ Os anões há três anos....... Será que eram os anões???  Não! Naquela época eu os confundi com zumbi, porque eles eram mais sombrios, o que está acontecendo? o que será que esse cara quer com a minha irmã?

- Vai com calma Jonathan! Nós mal nos conhecemos. – A Mabel começou a falar e eu me aproximei um pouco mais para escutar a conversa. Eu não estou acreditando que estou fazendo isso por causa de uma sensação boba.

- E daí! Não tem ninguém aqui nos olhando.

- Vamos conversar primeiro.

- Podemos fazer isso depois, gata.

- Você não está apressado demais não? Não quero fazer isso.

- Mabel, quando me chamou aqui eu achei que você queria...

- Se eu disse que queria conversar, é porque eu queria conversar.

- Eu não vim de tão longe apenas para conversar. – Ele colocou seu rosto no pescoço da Mabel e começou a beijar. Não sabia se interrompia, mas minha irmã é mais forte que eu, se não quisesse ela conseguiria empurrar ele, e foi o que ela fez. Agora não sei se faço algo ou não...

- Não. – Já tive minha resposta do que fazer com essa resposta que a Mabel deu. Ela o empurrou e com a sua força, ele voltou uns dois passos para trás.

- Vai bancar a difícil? Eu gosto disso. – Ele segurou os braços dela contra o tronco da árvore e colocou uma de suas pernas entre as de Mabel e a outra segurando a perna que a ela poderia chuta-lo, deixando-a sem opções.

- Me solta agora! – Ela gritou parecendo estar com raiva. Eu resolvi aparecer, mas como ainda estava um pouco distante, demorou mais do que deveria.

- Não, você será minha agora. – E forçou um beijo, ele era um humano, acho que estava tão acostumado com as coisas sobrenaturais na floresta que busquei achar algo fora do comum e muitas vezes esqueço que até humanos são piores do que eles.

- Solta ela agora! – Disse. Ele somente virou a cabeça e começou a falar.

- Que feio, espiando os outros, e quem você pensa que é?

- Eu sou o irmão dela, mas isso não importa quando uma mulher diz não é não! Agora solte ela!

- Dipper...... – murmurou Mabel

- Quem diria que a Mabel teria um irmão gêmeo.... Mas e se eu não quiser soltar o que você fará?

- Eu vou ..... eu vou...... te bater!? – Sei querer eu gaguejei e pareceu mais uma pergunta do que uma afirmação. Ele deu uma gargalhada muito alta.

- Você fraco desse jeito? – Ele soltou a Mabel e veio em minha direção, quanto mais aproximava mais alto e forte ele parecia. - Eu acabo com você em dois segundos.

- Não acaba não, sabe por quê? – Ele me olhou ainda confiante. – Por que  eu vou te bater, mas não será eu quem vai acabar com você!

- Ahn? – Eu parei de olhar para ele e direcionei minha visão para a áurea negra que estava atrás dele, ele seguiu minha visão curioso para saber quem seria e viu a Mabel com uma cara de raiva e uma áurea tão escura ao seu redor que dava a impressão de que as pontas dos seus cabelos começaram a tomar vida.

Ela deu um chute no saco dele e alguns tapas na cara, não demorou muito para ele cair no chão e chorar de dor, o chute da Mabel pareceu ser tão forte que doeu até em mim, ele sentiria aquela dor por um longo tempo. Minha irmã bateu tanto nele que eu vi que ela não precisava de mim.

Ficamos naquela situação constrangedora já que não deveria estar ali e a Mabel não queria ficar sozinha comigo. Como estava desconfortável para nós dois eu achei melhor eu tomar um atitude e ir para casa para conversar só quando ela estivesse afim de conversar.

Me virei, andei em direção a cabana dos mistérios, quando estava quase chegando lá a Mabel me alcançou.

- Dipper! Espera. – Eu parei e virei para ela. Ela parecia meio constrangida. - Obrigada.

- Tudo bem, me desculpo por ter te seguido.

- Você não tem que pedir desculpa por isso, acabou que graças a você eu consegui me livrar daquele idiota.

- Mabel..... – Tomei folego e coragem para falar, mas ainda virado de costas para ela, eu sabia que se olhasse nos olhos dela eu não conseguiria dizer. – Desculpa não ter te contado sobre estar namorando o Bill, eu sei que quebrei nossa promessa e que está chateada comigo, mas eu estava com medo de te contar e de você reagir da maneira que estava fazendo agora.... me evitando. – falei afobado, não pude conter minhas lágrimas – Eu não quero que você me odeie. - tentava falar entre soluços.

Eu não queria mais ficar ali, eu não queria ouvi mais nada eu sei que iria me machucar eu comecei a andar novamente, alguns passos depois eu senti um abraço forte atrás de mim e minha costa começou a ficar úmida, a Mabel também estava chorando.

- Dipper, desculpa você entendeu tudo errado, eu não te odeio. Eu fiquei com muita raiva por você não ter me contado, afinal nós fizemos uma promessa de nunca esconder nada, mas depois que eu pensei eu entendi que era algo muito difícil de contar.

- Então por... que você esta me evitando? – tentava entender, ainda falando entre o soluço e o choro.

- Na verdade eu estava com inveja de vocês, desde o início desse ano eu estou sendo a única vítima que não consegue fazer nada para ajudar, sempre sendo sequestrada ou enganada, você e o Bill estão sempre me salvando. Além do mais, agora vocês dois estão sempre próximos e parece que estão me deixando de lado, e depois que descobri que estavam namorando eu pensei que ficaria sozinha de vez.

- Mabel solta um minuto – ela me largou, finalmente podia falar com ela cara a cara, mas ela estava com uma expressão de choro então a abracei novamente. – Você é minha preciosa irmã, eu nunca te deixarei sozinha, nunca te abandonarei, me desculpa se te deixei de lado, eu sou lerdo e não percebo. Me perdoa.  – Nós ficamos ali abraçados e choramos até nós darmos por satisfeitos. E continuamos a andar para casa.

- Dipper, por que o Bill?

- Essa é uma pergunta que me faço sempre, ainda não sei por que fui gostar daquele idiota.

- Nossa.... Você está admitindo que gosta dele assim tão facilmente........ – Eu senti minhas bochechas ficando vermelhas.

- Bom.... eu não pretendo mais guardar segredos de você. – Ela olhou com uma reação de satisfeita e me deu um abraço de lado tão apertado que me fez resmungar um “Ai” para ver se ela diminuía a força – Mas Mabel, você não se importa do seu irmão namorar com outro homem?

- Depois de tudo que já vimos aqui nessa floresta de unicórnios a anões, você namorar um homem é a menor dos problemas, minha preocupação é ele ser uma criatura de outra dimensão e com uma personalidade difícil de lidar.

Ouvir a Mabel falando assim parecia que estava tirando um peso dos meus ombros, me senti tão aliviado, estava feliz. Eu sabia que não seria assim com meus dois tivôs, mas só da minha irmãzinha ter me aceitado já me deixava profundamente feliz, com eles eu poderia me preocupar no futuro.

Depois disso parece que uma fenda que tinha entre eu e a Mabel tinham sumido ficamos até mais tarde assistindo filme e comendo pipoca até pegarmos no sono ali no sofá.