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História Bird Set Free - 02; Student


Escrita por: Trafalgarr

Notas do Autor


hieen demorei mesmo num gostou me processa N

ia postar ontem de noite, mas tava com uma puta dor então fui logo dormir mas to aqui "cedo", então tá de boas.

Boa leitura

Capítulo 2 - 02; Student


Fanfic / Fanfiction Bird Set Free - 02; Student

 

 

 – Tive a maior calma e paciência do mundo, dei outra chance de se recuperarem sem irem para o conselho e você simplesmente não me trouxe os trabalhos? – Perguntei, olhando para a cara despreocupada do menino a minha frente. – Qual sua justificativa?

– Eu esqueci. – Deu de ombros.

– E como ela fez? – Indaguei, mostrando os trabalhos que Nami entregara antes.

– Fazendo, ué. – Disse simples. Não encontrei ironia nem sarcasmo na sua voz, ele não estava me desafiando ou algo do tipo. E isso me irritou ainda mais.

Passei a manhã dando aula para a turma dele, e depois do acordo que fiz na semana passada, eles ficaram calados quase o tempo todo, trocando poucas palavras quando passei atividade para fazer durante a aula. Quando o horário acabou, a ruiva veio na minha mesa e deixou seus trabalhos. Com menos folhas do que eu tinha estipulado, mas todos completos. Já ele veio até mim e disse que não fez. Simplesmente não fez.

Talvez ele não tivesse consciência nenhuma da situação que estava; Nem com o conselho ele teria alguma chance de ter uma nota na média, tendo em vista que eles usam as atividades feitas em sala para avaliar o aprendizado do aluno no geral. Mesmo que ele tirasse a maior nota na prova, ainda assim ficaria em recuperação.

Ele deu de ombros mais uma vez e se virou para ir embora da sala quando eu o chamei.

– Luffy, se continuar assim você pode reprovar.

Olhou para mim e pareceu pensar no que diria. Pensei ter visto um pouco de tristeza passar por seus olhos, mas ele apenas concordou com a cabeça e continuou seu caminho de ir embora. Fiquei olhando para a sala vazia, incrédulo; Alunos normalmente se esforçavam para ter boas notas e mesmo que vacilassem, insistiam até ter segundas chances de se recuperar e arrumar suas notas. Mas ele não pareceu se importar com aquilo.

Na verdade, depois de observá-lo com mais cuidado durante as aulas, percebi que nada parecia importar muito pra ele; Suas roupas estavam sempre amassadas, seus cabelos desgrenhados e quase nunca abria o caderno para fazer anotações. Aquilo me incomodava um pouco, mas hoje foi a gota d'água e eu estava realmente irritado; Se ele não quisesse assistir aula, que não viesse à escola.

Arrumei minhas coisas e saí da sala, passando antes no meu armário na sala dos professores pra pegar algumas coisas e fui pra casa. Ouvi algumas músicas aleatórias no rádio, mas nada que me distraísse; ainda estava aborrecido, e quando cheguei em casa, fui direto para o quarto, tinha muita coisa pra ler.

E foi o que eu fiz a tarde toda, até meu querido pai resolver que precisava de mim, provavelmente para resolver algum problema que ele mesmo tinha criado. Poucas pessoas lembram do dia que conheceram seus pais, e eu sou uma delas. Lembro perfeitamente do dia que um carinha loiro, alto e desengonçado foi até o orfanato que eu morava, falando que queria ser voluntário para cuidar das crianças. Lembro que não gostava de DonQuixote Rosinante no início, mas que depois ele se mostrou a melhor pessoa que eu já tinha conhecido. Me adotou e me criou todo esse tempo, e por mais que eu pense em morar só algumas vezes, não imagino minha vida sem ele por perto.

Desci, encontrando-o todo coberto de fuligem, a cozinha cheia de fumaça. Ele sempre foi desastrado, quase me matando inúmeras vezes, mas sempre sem culpa. Abri as janelas e puxei-o pela gola da camisa para fora da casa. Larguei ele no chão e voltei para a cozinha, tentando enxergar a fonte do fogo no meio de toda aquela fumaça; A frigideira com o que eu acho que algum dia foi um bife estava em chamas, junto com um guardanapo. Peguei a luva térmica e puxei a frigideira do fogo, jogando-a na pia e ligando a torneira em seguida, mais fumaça saindo dela.

Meus olhos arderam e eu tive que sair dali, indo pra onde meu pai estava. Ele ainda estava sentado onde eu o deixara e eu pude ver uma cara de alívio quando me viu saindo pela porta.

– Law! – Levantou e veio até mim, me abraçando. – Você está bem? – Me soltou, pegando meu rosto entre as mãos.

Ah sim, ele era cuidadoso comigo, talvez até superprotetor. Vinte e seis anos na cara e meu pai ainda me espera preocupado quando eu volto tarde pra casa, ainda compra minhas roupas e se eu não tivesse meu próprio carro, me levaria pro trabalho e pra faculdade todos os dias. Não, eu não achava ruim e nem sufocante, era o jeito dele de dizer que me amava.

– Sim pai. – Tirei suas mãos delicadamente, vendo o suspirar aliviado. – Por que o senhor insiste em cozinhar? Sabe que sempre que tenta, acaba estragando a comida ou tocando fogo na casa. – Tentei não soar aborrecido, mas acho que falhei porque ele fez um carinha de cachorro-sem-dono.

– Eu sei, eu sei... – Justificou-se – Mas eu tenho que aprender algum dia não é?

– Não, pai... Era só ter me chamado que eu cozinhava pra você.

– Você sempre diz isso, mas e no dia que você não estiver aqui? Eu vou morrer de fome?

– Quando eu estava pro mestrado em outro país você se virou comendo em restaurante, não foi?

– Mas eu engordei! – Jogou as mãos pra cima, dramatizando. – Tenho que aprender a me virar, você já tem vinte e seis anos, daqui a pouco vai casar e eu vou ter que viver sozinho.

 

Lá vem essa história de casamento. Papai insistia que eu deveria ter uma namorada e casar com ela algum dia, mas isso sinceramente não estava nos meus planos por inúmeros motivos: Não gostava muito da ideia de ter que viver com uma pessoa pro resto da vida, não precisava de ninguém além dele pra cuidar da minha vida, não queria perder minha liberdade e eu sinceramente tinha coisas mais importantes, como o doutorado, pra me preocupar no momento. Tinha meus contatos caso precisasse de sexo e tinha bons amigos quando sentia vontade de sair, não precisava de um relacionamento amoroso no momento. Não precisava e realmente não queria. Mas ele nunca entendia isso, me ignorando quando eu explicava meu lado.

Apenas rolei os olhos como resposta, não querendo ter aquela conversa com ele, de novo; A fumaça agora já estava bem dissolvida, ficando apenas uma pequena névoa na cozinha. Ajudei-o a limpar toda a bagunça que tinha feito e liguei para um restaurante que tinha perto daqui, comprando comida para nós dois.

Depois do almoço, voltei ao meu quarto, terminando de ler e passando a corrigir a atividade de Nami. Estava tudo correto, por mais que faltasse alguns detalhes, e eu fiquei feliz em saber que ela ao menos se esforçou para entregar o trabalho. Lembrei também do desinteresse do amigo e não consegui me impedir de me sentir frustrado com aquilo. Não sabia explicar por que diabos um moleque daqueles tinha me irritado tanto.

Nos dias que se seguiram, as aulas foram bem normais. Nami e Luffy não ficavam mais me pentelhando durante as aulas e eu podia ministrá-las sem ficar gaguejando e parecendo idiota. E em falar nesse garoto, eu comecei a perceber que ele parecia cada dia mais abatido; Olheiras fundas e parecia um pouco mais magro. Ainda não dava nenhuma atenção à minha aula e passava quase o tempo todo olhando pra janela ou para o nada.

Quando a primeira avaliação chegou, eu realmente me surpreendi com o resultado dele. Respostas completas e impecáveis, mesmo que quase ilegíveis na caligrafia torta. Reli a prova dele algumas vezes, buscando algum erro ou que faltasse alguma coisa na resposta, mas não encontrei; A da ruiva estava completamente ao contrário, respostas erradas, nada a ver com as perguntas e bem pequenas.

Ponderei por um tempo e decidi fazer algumas observações na ficha do menino, falando que mesmo que ele não tivesse entregado os trabalhos, acertou todas as questões da prova e poderia muito bem ser avaliado apenas por ela; Porém, não fiz o mesmo com a prova da ruiva, alguma coisa não estava certa naquilo, talvez ela tivesse passado mal na hora da prova ou pensando na pior das hipóteses, copiou todo o trabalho da internet.

Larguei as provas que faltavam corrigir sobre a mesa e desci, procurando alguma coisa pra beber. Assuntos externos ao trabalho geralmente não me tomavam minha atenção fora dele ou do horário diário que eu dedicava. Mas aqueles dois estavam realmente me incomodando, principalmente Luffy. Não fazia sentido nenhum ele não se dedicar às aulas e simplesmente acertar todas as questões da prova.

Decidi deixar esses pensamentos de lado e escrever alguma coisa da tese de doutorado, já que no outro dia teria de mostrar o que tinha feito para o meu orientador. Fiz algumas pesquisas e acabei escrevendo pouca coisa, mas levaria assim mesmo, já que ele me pediu para ver o que eu tinha feito no máximo amanhã; Mas ainda tinha muito tempo para entregar o modelo final e ele era bem tranquilo com isso.

Quando fui dormir, me peguei pensando em como falaria com Luffy no outro dia, imaginando qual seria sua justificativa para estar tão desatento e relaxado nas aulas, já que ele parecia ser um bom aluno, afinal.

 

 


Notas Finais


Capítulo pequeno e chatinho, famoso capítulo de transição [?] Enfim, esse já ta no POV do Law e vai ser assim até o final :v

Enfim, é nois, acho que amanhã a gente se vê, flwwww


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