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História Bird Set Free - 03; Good Boy


Escrita por: Trafalgarr

Notas do Autor


hieeeeeen ~
my bad pela demora, eu tava me afogando em lágrimas pelo cap do mangá de One Piece de hoje. >: dhuhdashudsu ;3;

Enfim, boa leitura :3

Capítulo 3 - 03; Good Boy


Fanfic / Fanfiction Bird Set Free - 03; Good Boy

 

 

Estava com uma sensação estranha naquele dia. Algo me dizia que aquele não seria um bom dia.

Primeiro, acordei com cheiro de fumaça no quarto, quando levantei para ir ver o que era, encontrei meu pai na cozinha, tentando salvar o que um dia foi um aparelho de micro-ondas. Por dentro o aparelho estava todo derretido e o que quer que fosse aquilo que estava dentro, tinha pego fogo. A cozinha e a casa estavam com um cheiro horrível de plástico queimado.

Depois de arrumar alguma coisa para comermos e do meu pai dizer que sairia pra comprar um micro-ondas novo, fui imprimir meu relatório do doutorado na impressora de casa. Não consegui; fiz inúmeras tentativas e me irritei em todas elas. Impressoras são emissárias do mal, elas sentem nossa pressa e desespero, e sempre resolvem parar de funcionar quando realmente precisamos dela.

Decidi então ir a uma papelaria que tinha perto de casa e ela estava lotada. Demorei mais tempo numa fila maldita do que imprimindo o documento de vinte folhas. Pra completar, peguei um vírus no pendrive e ele apagou todos os arquivos que estavam lá depois que imprimi o documento. Minha sorte era que tinha cópias no meu computador. 

Como saí tarde da papelaria, acabei pegando trânsito e cheguei atrasado na escola. Bufei, tentando me acalmar enquanto pegava minhas coisas de qualquer jeito e fechava o carro. Levei uma bronca do supervisor dos professores antes de entrar na sala e quando o fiz, vi o verdadeiro inferno na terra: Os alunos estavam gritando e correndo pela sala, como se fossem crianças do primário.

Nem me deram atenção quando entrei na sala, tive que gritar um pouco mais alto que eles e me senti um troglodita por isso, mas não estava com muita paciência. Aos poucos eles se acalmaram e se arrumaram em seus lugares e quando tudo estava calmo novamente, senti meus ombros relaxarem, sendo que nem tinha percebido que eles estavam tão tensos. Dei minha aula com a maior paciência que consegui arrumar, tentando não ser ignorante quando me faziam perguntas. Não estava tendo um bom dia, e ele nem tinha começado direito.

Antes de terminar o horário da aula, eu ouvi meu celular tocando e adivinha? Acumulou pra minha cota de irritação do dia. Pedi licença e fui para fora da sala atender, tentando acalmar meu tom de voz quando atendi.

“Trafalgar-san?”

“Sim?”

“Aqui é o Smoker!” É o meu orientador. E pra ele me ligar pela parte da manhã, coisa boa não era, já que ele sempre acordava depois do meio dia. “Olha, eu vou ter que viajar hoje depois do almoço, você pode vir aqui na faculdade agora? Claro que pode não é? Sabe que eu só vou ter horário livre no mês que vem e não podemos mais atrasar o seu trabalho!” E ele desligou na minha cara sem esperar a resposta.

Respirei fundo. Era quase hora do almoço e não ser que eu tivesse uma máquina de teletransporte, eu talvez não chegasse a tempo de encontrá-lo. Pensei em todos os nomes de baixo calão conhecidos e inventei mais alguns enquanto voltava pra sala; Encontrei o mesmo inferno que encontrara pela manhã.

Pensei em todos os meus pecados dos últimos anos, eram muitos e talvez aquele dia foi o escolhido pelo destino para pagá-los. Essa era a única explicação. Tive que bancar o feirante e gritar mais uma vez, tentando soar mais alto que eles, mas dessa vez não tive sucesso. Ia gritar de novo quando vi tudo girar, apagando logo depois.

Quando voltei a consciência, percebi que estava deitado em algo macio e estava quentinho. Pisquei algumas vezes até perceber que estava deitado numa cama de enfermaria. Me mexi aos poucos, puxando meu braço pra olhar as horas no relógio e vendo que meu orientador já estaria em outro universo se quisesse; Cobri o rosto com a mão, bufando. Aquele definitivamente estava sendo um péssimo dia.

Respirei fundo tentando ignorar toda a frustração que sentia, me esforçando para não lembrar das outras coisas que tinham me irritado pela manhã, pra que tudo não virasse uma bola de neve depois. Balancei a cabeça e decidi que teria que sair dali, essa hora meu pai já deveria ter me ligado pelo menos umas mil vezes e provavelmente estaria em casa colapsando de nervosismo. Quando me levantei, senti minha cabeça girar de novo.

Me assustei quando encontrei Luffy sentado ao lado da minha cama, cochilando na poltrona para acompanhantes. Segurava o meu paletó com as mãos apertadas; Seu cenho estava franzido, e mesmo dormindo, tinha uma expressão impassível no rosto. Puxei minha roupa delicadamente de suas mãos, mas ele acabou acordando com o movimento.

– Desculpe, eu não queria ter te acordado. – Falei, levantando e me vestindo. – Por que estou aqui afinal?

– Você desmaiou no meio da sala... – Levantou uma sobrancelha. – Pediram para que eu te acompanhasse e como não tinha nada pra fazer... – Deu de ombros, abaixando e pegando sua bolsa que estava ao lado da poltrona. Mexeu nela por uns instantes e a abriu, tirando uns papéis de dentro. – Isso deve ser seu, eu encontrei hoje no corredor, eu entregaria no final da aula mas... É, você desmaiou...

Olhei os papéis e eram o que eu tinha impresso pela manhã, toda a droga da minha tese. Suspirei e a joguei no lixo que estava do outro lado de sua poltrona.

– Obrigado. – Disse. – Eu ia jogar isso no lixo de qualquer jeito, mas obrigado pela atitude.

Ele continuou olhando para a lixeira e depois olhou pra mim como se eu fosse um ET. Dei de ombros e saí da enfermaria, a cabeça ainda doendo um pouco e encontrei a médica lendo alguns papéis perto de uma janela. Era uma velhinha que costumava usar roupas curtas e justas, exibindo o corpo que não condizia com sua idade. Kureha? Acho que era esse seu nome. 

– O que aconteceu comigo?

– Oh, pensei que não acordaria mais, Bela Adormecida. – Respondeu em um tom sarcástico, me olhando por cima dos oculozinhos. – Você teve uma queda de pressão, provavelmente por um surto de estresse. – Sorriu e voltou a ler seus documentos. – Tire uns dias de folga ou essas crianças vão acabar te matando.

– Mas isso não é sintoma de alguma outra doença?

– Fiz alguns exames e deu tudo negativo... – Sacudiu os papéis na altura do meu rosto. – Não é nada de grave, aparentemente, mas se você quiser fazer outros exames mais detalhados... – Fez um gesto qualquer com as mãos. – Eu suspeito que seja baixa resistência aliada a uma dose alta de estresse.

– Certo, posso ir então?

– Pode sim, tome analgésicos caso sinta dores de cabeça e se alimente direito. – Sorriu pra mim. – E leve aquele seu aluno em casa, ele te trouxe aqui e não saiu do seu lado até você acordar... Ele é um bom garoto.

Franzi o cenho. Como diabos um moleque magricela daqueles tinha me carregado até aqui? Me despedi da velha e quando voltei na enfermaria, não o encontrei lá. Suspirei e fui embora, não tinha muito o que fazer, afinal. No caminho até o estacionamento, fiquei pensando no que a médica velha tinha me dito.

Talvez eu estivesse realmente muito estressado e me irritando por coisas que não deveriam, como por exemplo a impressora, um bando de babuínos babacas balbuciando em bando também conhecidos como meus alunos, o fato do meu orientador ser um cuzão e Luffy... Bem, por que ele estava entrando na lista mesmo?

Dirigi devagar pra casa, chovia e eu ainda estava um pouco lerdo, por causa do remédio. Uma música calminha tocava no rádio e o aquecedor deixava o clima realmente quentinho e agradável; Não via a hora de chegar em casa e ficar quietinho na minha cama.

Então eu o encontrei no meio do caminho, encharcado e andando bem devagar. Luffy parecia alheio a chuva, caminhando tão calmo quanto caminharia se não estivesse chovendo. Parei ao seu lado e abaixei o vidro, chamando-o.

– Ei, moleque! – Ele se assustou, encolhendo os ombros. – Entra no carro, eu te dou uma carona.

– Eu não quero. – Disse, sem nem ao menos olhar pra mim. – Já estou todo molhado, posso sujar seu carro. – Terminou a frase e continuou a andar.

– Mas eu não pedi... – Acompanhei seus passos com o carro. – Eu mandei. Agora entra no carro, eu vou te levar em casa.

Ele parou e me olhou, uma expressão de poucos amigos no rosto e os cabelos pingando. Negou com a cabeça e mostrou o dedo do meio pra mim. Isso que se recebe quando tentamos ser educados afinal. Retribuí o gesto, fechando o vidro e acelerando o carro; Estava irritado novamente.

Quando cheguei em casa, meu pai praticamente pulou em mim. Até eu explicar pra ele tudo o que aconteceu, ele já tinha me contado todos os tipos de mortes trágicas que ele imaginou que eu tive por não respondê-lo. Ficou curioso sobre o menino, no final.

– Ele é seu aluno? – Indagou e eu concordei com a cabeça. – Que bom aluno você tem!

– Bom aluno? Me poupe! Eu ofereci carona a ele e sabe o que ele fez? Me mandou cotoco! À merda também!

– Ele foi embora nessa chuva? – Ele pareceu preocupado.

– Não, pai... Ele esperou a próxima. – Respondi irônico, recebendo um tapa como resposta. – Foi, disse que não queria molhar meu carro, mas quando eu disse que não teria problema, ele recusou também.

– Que menino bonitinho! Amanhã você tem que levar um presente pra ele, Law!

– Presente?

– Sim, ele ficou ao seu lado quando você passou mal e teve que pegar chuva por sair tão tarde e ainda assim, recusou a carona por medo de criar problemas pra você... Não custa nada agradecer do jeito certo, filho.

– Custa sim, eu não vou fazer! – Falei, dando por encerrada aquela conversa.

Terminei de comer e subi, indo pro meu quarto. Estava cansado e estressado, não perderia meu tempo com assuntos do doutorado e do trabalho. Deitei na cama e fiquei quietinho, até que meu celular vibrou, o som de mensagem de um bom amigo, Kid.

“Eu estou a fim de transar, não quer vir aqui?”

Era o que eu estava precisando.

 


Notas Finais


agora as coisas andaram, não? :D

Enfim, vamos conversar? A pergunta de hoje é: Que vocês fazem da vida? Eu faço faculdade e estágio, ou seja, passo o dia todo na rua ;3; Aliás faculdade é quase um pacto com o diabo, pqp. HSHUDAHUSDUH

BTW, obrigada pelos favs e cmms, é noooooois. <3


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