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História Bird Set Free - 08; Closer


Escrita por: Trafalgarr

Notas do Autor


Hey~ ia postar no Natal, mas acabei que viajei pra casa do meu pai e toda minha vida desandou depois disso, so sorry >:

enfim, boa leitura e boas festas pra vcs <3

Capítulo 8 - 08; Closer


Fanfic / Fanfiction Bird Set Free - 08; Closer

 

– Quer realmente saber a verdade? – Luffy perguntou depois de um tempo, o rosto ainda coberto pelo lençol.

Estranhei a pergunta, não esperava isso, pelo menos não agora. Crispei os lábios e cruzei os braços; Todo aquele turbilhão de dúvidas que eu tinha pareceu se acalmar e eu me senti esfriar, como se as dúvidas que eu tinha sobre ele fosse o que deixasse meu interesse aceso. Mas ainda tinha a desconfiança de que ele não poderia me contar tudo ou simplesmente mentir.

– Quero. – Respondi.

Ele levou um tempo até começar a falar e em nenhum momento descobriu seu rosto.

– Meus pais morreram... Há uns sete anos... E então eu e meu irmão viemos morar com meu avô. – Ele suspirou. – O Ace entrou em depressão e começou a usar drogas e acabou fazendo algumas dívidas... Mataram ele há alguns meses... Mas esses caras que me bateram ainda cobram dinheiro de mim, da dívida que ele deixou. É por isso que eles sempre me perseguem.

Fiquei calado, absorvendo a história que ele contou. Como eu pensei, toda aquela tristeza tinha uma explicação maior do que bullying. Luffy fungou debaixo da coberta e continuou.

– A Nami me ajudou muito, principalmente na questão financeira, mas ela começou a ficar sem dinheiro... Então teve um dia que fomos a uma festa e teve um cara... Teve um cara que ficou interessado em mim... – Disse a última frase bem baixinho. – E ela disse a ele que eu ficaria com ele se ele pudesse pagar bem e...

Tudo se encaixou perfeitamente na minha cabeça depois disso. Isso explicava tudo, até mesmo o porquê daquelas fotos. Nami estava usando Luffy, da maneira mais nojenta que alguém poderia usar. Ela estava se aproveitando de alguém que não sabia o que fazer da vida e explorando-o. Cobri a boca com a mão, ainda tentando digerir a história.

Era pior do que eu imaginava. Eu estava enojado, não por que ele se prostituiu, mas pelos motivos que o levaram a fazer isso. Luffy tinha o quê? Dezessete anos? Não era certo. O que me deixava mais enojado e frustrado era que a ruiva não poderia ter toda a culpa disso, afinal, ele também concordou em se vender, então ela não teria nenhum tipo de punição legal.

Ficamos em silêncio por um tempo, eu olhava pro nada e tentava não pensar no que poderiam ter feito com ele. Ouvi Luffy se mexer na cama e olhei pra seu rosto; Não chorava, mas estava bem triste e desconfiado quando olhou pra mim.

– Tem mais uma coisa... – Falou. – E-eu... Naquele dia do hospital... Você me tratou tão... Tão bem... – Suas bochechas estavam coradas e ele desviou o olhar. – Eu acho que... Acho que estou gostando de você...

Levantei uma sobrancelha, surpreso com a confissão. O que era isso, agora?

– Eu venho tentando me matar todo esse tempo... – Continuou, ainda sem olhar pra mim. – Mas você apareceu e... Eu sempre penso em você quando estou triste, então eu fico mais calmo...

Fiquei em silêncio, meu coração batia rápido e eu estava sentindo meu rosto quente. Como alguém poderia ter tanta coragem pra dizer o que sente assim? Ainda mais na nossa posição? Me senti um lixo quando ele falou isso, primeiro por que até mais cedo eu estava só querendo levá-lo pra cama e usá-lo até o diabo dizer chega e depois por tê-lo tratado mal no carro, sendo que eu era o motivo de ele estar vivo agora.

Era uma grande responsabilidade, não poderia brincar com algo tão sério quando a vida de alguém. Mas também não poderia alimentar esperanças dele ficar comigo. Ele era mais novo, meu aluno e, por mais que eu sentisse uma atração por ele, não queria passar mais de uma noite. Era um dilema bem complicado de resolver.

Eu quero cuidar dele. Mas esse sentimento que apareceu agora não me deixaria fazer muita coisa sem ele entender como segundas intenções ou que eu estivesse retribuindo o sentimento dele. Queria ter a mesma coragem que ele teve para explicar como eu me sinto, de uma maneira que eu não o magoasse.

– Luffy... – Comecei, ele olhou pra mim, os olhos desconfiados novamente me fitando. – Eu... Sinto muito pela sua situação... Eu queria... Eu quero te ajudar. Mas... Não posso fazer muita coisa sobre o que você sente...

– Eu sei disso. – Me interrompeu, um sorriso se formando no rosto. – Mas... Eu consigo viver só sabendo que existe uma pessoa tão boa como você no mundo... Eu não tinha esperança em mais ninguém, sabe?

Como alguém conseguia viver tão bem só com migalhas? Era doloroso ver como ele estava se agarrando a minha presença e de como ela era o suficiente pra ele. Ele estava num abismo que, mesmo que eu quisesse, não poderia ajudá-lo. Era fundo demais. Suspirei e tentei pensar em alguma solução prática.

A primeira coisa que ele tinha que fazer era se afastar daquele monstro que ele chamava de amiga. Nami provavelmente continuaria explorando-o e isso só o quebraria mais. Talvez ele precisasse mudar de escola também, já que os caras que o perseguiam estudavam na mesma escola que ele. Ele precisaria de acompanhamento psicológico também.

– Luffy, você mora com quem? – Indaguei, quebrando o silêncio. – Eu preciso falar com o seu responsável, ele precisa tomar algumas medidas práticas e cuidar de você.

– Eu moro sozinho. – Respondeu. – Meu avô é da Marinha e vem pouco em casa... Mas ele me manda dinheiro todo mês.

– Luffy, você é quase uma criança, não deveria ficar sozinho.

– Trao-sensei, eu não sou mais criança há muito tempo. – Sorriu forçado. – Eu sei me cuidar.

– Estou vendo. – Apontei com o queixo para o machucado de sua barriga. – Quero que você se afaste daquela garota.

Ele fez um bico. Sabia que eu estava falando de Nami e talvez ele mesmo já tenha pensado nisso antes.

– Luffy, eu já disse, eu quero te ajudar. – Continuei. – Mas você também precisa fazer sua parte... Essa menina está te explorando.

– Ela só fez pra me ajudar... – Disse cabisbaixo, olhando pra baixo.

– Ela te vendeu Luffy. – Puxei seu queixo, para que ele olhasse pra mim. – Luffy, ela vendeu fotos suas... Pra mim. – Ele arregalou os olhos e corou. – E com o que você disse, eu tenho certeza que não foi só pra mim.

– Eu pensei... Aquelas fotos eram de brincadeira... Ela tinha me prometido que tinha apagado... – Ele tirou minha mão de seu queixo delicadamente. – Eu... Me desculpe, eu não... Ah...

– No início pensei que você tinha feito por que quis, como ela disse. – Confessei, me arrumando na cadeira.

– Quantas... Você tem?

– Ah... – Senti meu rosto esquentar. – C-cinco... Mas se você quiser eu apago e...

– Você gostou delas? – Seus olhos estavam presos nos meus e me senti encurralado. Meu estômago estava quase no teto de tão leve.

– Hm... É... Sim? – Desviei o olhar, incomodado.

Ele riu baixinho e virou o rosto. O silêncio se fez presente mais uma vez, mas ele não estava incômodo. Ficamos algum tempo assim, até que meu telefone tocou. Era meu pai.

“Law?”

“Oi pai.” Respondi e o olhar curioso de Luffy caiu sobre mim.

“Vai jantar em casa hoje? Vou pedir pizza pra mim, quer alguma coisa?”

“Vou sim. Peça mais uma pizza, vou levar visita.”

“Visita? Law, você vai trazer visita em casa?” Esganiçou. “Quem é?”

“Depois conversamos.” E desliguei o telefone antes que ele continuasse o interrogatório.

– Ah, é melhor você ir logo, já que vai receber visitas em casa. – Luffy falou, assim que eu guardei o aparelho no bolso. – Não se preocupe comigo, eu sei voltar sozinho pra casa.

– A visita é você. – Dei de ombros. – Vou me sentir culpado se você ficar sozinho e com fome em casa, então durma lá em casa hoje...

– Não precisa...

– Luffy... – Suspirei. – Escuta, eu não tenho muita paciência quando se trata em ficar insistindo em alguma coisa... Então dá pra parar de negar quando eu te oferecer alguma coisa? É só aceitar e pronto.

– Desculpe... – Baixou a cabeça novamente. – É que as pessoas normalmente não são tão... Boas assim comigo. Quando me tratam bem é por que querem me tocar ou algo assim...

– Eu não sou assim. Eu trato bem todo mundo, mesmo que as vezes eu pareça ignorante, eu tento ser legal com quem é legal comigo.

– Você é uma pessoa boa demais. – Comentou baixinho.

– Talvez você só tenha conhecido pessoas ruins demais. – Concluí.

Depois de algum tempo, o soro que ele tomava acabou e o médico veio vê-lo. Passou alguns remédios e o liberou, já que o sangramento estava controlado e o corte não era tão fundo assim. Disse que ele teria que ficar em repouso por algum tempo e que teria que vir na semana seguinte para tirar os pontos.

Saímos do hospital e fomos pra casa. Ele estava visivelmente animado, não parava de tagarelar e cantarolar as músicas que tocavam nas rádios. Paramos na farmácia que tinha perto de casa e eu comprei os remédios que o médico prescrevera e mais um sorvete para ele, que estava com a maior cara de cão-sem-dono quando viu o doce.

Quando chegamos em casa, meu pai esperava na sala, os olhos fervendo de curiosidade e ele também estava bem animado com a ideia de eu levar visita. Eu nunca levava ninguém pra casa, nem amigos, nem os caras que eu ficava; A única pessoa que frequentava minha casa, mesmo que fosse em intervalos de tempos bem longos, era Zoro. A sala estava toda arrumada, normalmente era uma zona, principalmente quando Rosinante ficava em casa, por que ele gostava de ver filme e deixar as louças e embalagens de comida por todo o canto.

– Law! – Exclamou assim que entramos. – E você, quem é?

– Pai, essse é o Luffy... – Apontei pro menino, que parecia surpreso com a recepção. – Luffy, este é o meu pai.

– Prazer, Rosinante, pai do Law. – Abraçou o menino e o puxou pra cozinha.

Ele abraçou o Luffy. A-BRA-ÇOU. Rosinante só tinha o costume de ser carinhoso comigo. Ele não gostava de muito contato com outras pessoas, ainda mais com desconhecidos. Fiquei na sala com a maior cara de bunda do mundo, impressionado demais com a reação dele para ter alguma.

– Eu não sabia qual sabor de pizza você gostava, então mandei trazer uma de cada! – Meu pai falava entusiasmado, colocando o menino sentado em uma das cadeiras da cozinha. – Mas me diga, onde vocês se conheceram?

– Pai! – Esbravejei, indo pra cozinha. – Deixa o moleque em paz! Ele acabou de sair do hospital.

– Hospital? – Ele mudou imediatamente a expressão. – O que você tem?

– É... Uns meninos me bateram na escola... – Luffy levantou a blusa, mostrando o curativo. – Me feriram com um canivete, mas eu já estou bem. – Garantiu, sorrindo em seguida. – Obrigado por se preocupar.

– Nossa, tome mais cuidado, sim? – O loiro fez um gesto qualquer com as mãos, puxando uma cadeira da cozinha pro moleque sentar. – Vem, sente-se e coma, você deve estar faminto!

Luffy agradeceu e pude ver a empolgação ao ver tantas pizzas em sua frente. Me sentei ao lado dele e peguei um pedaço de pizza de bacon, comendo devagar, ao contrário do menino, que já estava na segunda fatia. Ele falava de boca cheia, mas nem eu nem meu pai o repreendemos, não tinha o por quê; Ele estava empolgado e animado, nem parecia o mesmo de um tempo atrás.

Depois de ele comer pelo menos umas três pizzas inteiras – Até agora não sei pra onde vai tanta comida, já que ele é muito magro. – Coloquei-o no quarto de visitas. Ele não tirava o sorriso besta do rosto e eu tinha acabado de aprender que comer o deixava animado.

– Você precisa de mais alguma coisa? – Indaguei, entregando dois cobertores pesados a ele.

– Não... – Pegou os cobertores e os afofou. – Muito obrigado, Trao-sensei... Tudo que você está fazendo por mim é... É muito mais do que eu mereço...

– Não diga isso. – E lá estava ele se depreciando de novo. Suspirei e baguncei seus cabelos. – Vá dormir.

Ele sorriu, as bochechas vermelhas como um tomate, e entrou no quarto, fechando a porta. Segui pro meu e quando deitei na cama foi que eu tive a noção do que realmente estava acontecendo: Luffy estava no quarto do lado.


 


 


Notas Finais


vamo conversar?? vamo
eu odeio natal e festas de ano novo, é a época do ano que eu fico mais depressiva fundo do poço zzz eu realmente não gosto ;3; Vcs curtem Natal?

Mas enfim, boas festas, feliz ano novo e tudo de bom! <3


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