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História Black And Green - Azul


Escrita por: LadyFear

Notas do Autor


<3

Capítulo 47 - Azul


 

        “ A porta havia sido aberta com um baque estranho e surdo. Nem Maeve nem Draco que estavam ali preocupados com o andamento das coisas esperavam que quem adentrasse tão cedo aquela porta fosse Von Tassel e seu olhar vingativo. Ela tinha se vestido a caráter para o que ia fazer. Apontou a varinha energicamente contra os dois sorrindo.

        - Está preparada para ser silenciada sua mimadinha nojenta. Achou mesmo que ia me ameaçar e ficar impune?

        Draco era o único armado ali, e Maeve sabia bem o vacilo que havia cometido. Sua varinha havia ficado junto com Maddie.

       - Está com medo de que seus segredos sejam revelados Melania? – A morena havia indagado surpresa. Mas temia pelo amigo ao lado. – Achei que tivesse pelo menos um pouco de senso do ridículo.

       - E o que você sabe sobre mim? O que você teria a contar? Eu ainda sou uma pessoa acima de qualquer suspeita! – Grunhiu.

       - Você não vale nada, Melania. É mesmo que está acima de qualquer suspeita? O que aconteceria se eu mostrasse as provas que estão em seu porão de que foi você que matou a própria mãe em prol de seus rituais para obter juventude? Ou que matou o irmão e a irmã grávida durante a festa de casamento dela apenas para ter o direito de ser a única herdeira da fortuna familiar dos Von Tassel? O que aconteceria se o mundo soubesse que foi você quem deixou meu avô ser morto na minha frente, e que mesmo eu implorando você não ajudou em nada? Foi você quem revelou o segredo da nossa família a Voldemort! E graças a isso ele e sua horda vem me perseguindo tentando me apanhar para que os planos sejam cumpridos!

        As palavras haviam sido lançadas contra a loira como uma torrente.

       - Você não tem como provar nada disso! É a sua palavra contra a minha! Eu tenho uma reputação, eu criei ela para que nenhuma dessas coisas viesse a me atormentar!

      - Não tenho? Será mesmo que você não acha que não está mais sendo dona da própria situação? Você estragou a minha vida! Graças a você minha mãe foi morta! Graças a você o sem vergonha do meu pai casou com aquela cadela a quem você chama de prima. Graças a você, minha mãe apanhou e sofreu horrores e foi entregue de mãos beijadas ao maldito do Helinx! – O peito dela subiu e desceu como se estivesse tentando controlar a respiração. – Você não deveria nem receber préstimos pelo nome da sua mãe, Katrina Von Tassel. Envergonha a memória da sua mãe continuar usando o nome dela.

        - Minha mãe era uma qualquer! Assim como vocês! Apenas o nome daquela idiota me bastou para que eu novamente ascendesse na sociedade bruxa. Vocês são os mesmos fracos e medíocres desde o começo da família. Sempre querendo serem os amigos e donos da verdade! Mantendo esse tradicionalismo idiota, essas crenças detestáveis de que o bem pode conviver com o mal. Vocês são os mais excelentes tolos que existem, e suas duas tias avós descobriram tarde de que não poderiam se proteger, quanto mais a uma estúpida cheia de manias como você. A sua sorte até agora foi ter ficado debaixo da asa de Dumbledore e do Snape. Mas não se preocupe, cuidarei muito bem do seu Severo depois que você morrer pelas minhas mãos.

        O movimento havia sido rápido demais.

        Draco tentou desarmar ela, mas foi jogado contra uma das estantes perto da entrada ficando inconsciente.

        Era a chance que Maeve não desperdiçaria.

      Ao Katrina virar seu olhar novamente para Maeve sentiu seu corpo ser atingido por uma dor que em nada se parecia com a do Cruciatus. Já havia sido atingida por um e sabia muito bem diferenciar. Era algo totalmente pior. Enquanto seus olhos mantinham contato com os da morena, entendeu o porquê.

        Havia sido atingida por um Dolor Maledictio. A maldição pelo olhar.

      Caiu de joelhos sentindo sua mente ser invadida por uma onda de dor, seus ouvidos começaram a ensurdecer com os gritos e sons aterradores que tomavam conta de seus pensamentos como milhões de vozes falando, urrando e gritando ao mesmo ritmo. Todas as cenas de morte que haviam presenciado voltavam a sua mente com mais força do que jamais teria visto. Sentiu os pulmões começarem a parar, pareciam gelar e arder como se estivesse respirando o ar de uma nevasca. Seu coração começou a pulsar doloroso como se recusando a bater de forma natural. Estava sendo comprimido, e já era tarde demais para ela tentar desviar o olhar.

        Talvez o espírito de Katrina pudesse ser atormentado.

        Aquele olhar verde em fendas como o de uma víbora foi a última coisa que seus olhos puderam ver. ”

         

        ✥✥✥

 

        -  Hogwarts inteira se reunia em um círculo aberto ao redor das duas piras funerárias, onde os corpos moribundos de Pecky e Inima jaziam. O céu e suas nuvens estavam escuros, e trovões ao longe ribombavam barulhentos e assustadores. Todos esperavam em expectativa, mas apenas alguns ali presentes sabiam de fato o porquê e porque estavam ali.

        Dumbledore havia enviado o corpo de Katrina pelos elfos domésticos da família Von Tassel. Não iria permitir que o momento de despedida das duas irmãs fosse profanado pela presença dela. Ele esperava com os outros Maeve descer com Pomfrey para que o ritual que Inima havia pedido que fosse feito em sua morte pudesse ser realizado. Nunca havia acreditado se não visse com os próprios olhos que iria presenciar aquele momento.

        Um raio desceu ao longe, junto com vários outros e um trovão ensurdecedor criando a estática conhecida pelo grupo que havia passado o natal em Chateau Raven.

        Aos poucos, Henkel em sua forma elétrica apareceu cortando os céus. Serpenteava parecendo maior do que da última vez em que fora visto, mas seus movimentos não eram mais orgulhosos, e muito menos felizes. As nuvens negras que o traziam em seus movimentos sinuosos revelavam o grande pesar que vinha consigo. Raios mais fortes e luminosos percorriam os céus junto com seu corpo que desceu criando uma onda alta e sonora que se propagou aterradora junto com seu rugir.

        Todos afastaram-se mais quando Henkel tomou sua forma negra e gigantesca e pousou cravando suas garras no chão. Suas asas adejaram ainda algumas vezes e se acomodaram ao redor do seu torso. Os olhos verdes continuavam mais claros e selvagens, porém havia um profundo respeito ao caminhar um pouco mais para perto da pira. A estática continuava no ar, arrepiando os pelos e cabelos da maioria dos alunos e professores que estavam além de espantados temerosos. Raios continuavam a cortar os céus como se o caos que estava ocorrendo com a família a quem pertencia afetasse também o equilíbrio celeste.

        Henkel respirou fundo e deitou-se. Naquele dia nenhuma palavra seria proferida por ele.

      Snape estava impaciente ao lado de Dumbledore. Pomfrey não o tinha deixado trazer Maeve como pedira o diretor. E, portanto, ninguém ali além de Sirius sabia como ela estava. Amaldiçoava-o por ter essa vantagem.

     Sirius por sua vez, estava mais triste do que o resto. Havia conversado com a morena antes de sair da enfermaria para vestir-se a caráter para o funeral, e não podia deixar de sentir-se desolado. Permitiu-se dizer que tudo ficaria bem e abraça-la apesar dos protestos de Pomfrey, mas duvidava que ela ficasse bem tão rápido quanto desejaria.

   Apenas alguns minutos se passaram, e logo Pomfrey desceu as escadarias com Maeve. Henkel levantou-se ficando de pé e Pomfrey ao avistá-lo tentou puxá-la para longe, todavia ela soltou-se e caminhou em direção a ele. Adejando as asas e soltando o ar quente preso, a morena o abraçou durante algum tempo. Era bom sentir aquelas descargas elétricas pequenas passando pelo seu corpo. Sentia-se quase em casa, o que não deixava ela mais tão feliz assim.

Maeve se segurou para não cair em lágrimas. Sentia-se fraca e vazia, entretanto, precisava levar o último pedido das suas tias adiante. Não iria decepcionar Inima que esperava que ela fizesse aquilo com maestria, e sabia que se chorasse ouviria Pecky no fundo de sua consciência lhe mandando ser forte – Na verdade ralhando como fazia -. Fechou os olhos e virando-se saiu da proteção quente de Henkel indo em direção a pira. Dumbledore a olhava paciente e solidário, sabia o que ela estava sentindo.

O cabelo preso deixava a vista o rosto triste e cansado, o vestido longo e preto que usava arrastava pelo chão o que dava a impressão de que ela estivesse flutuando e não andando. Após ela retirar a varinha de dentro da manga longa do seu vestido e fazer alguns floreios, uma trilha de flores azuis se fez presente no chão, crescendo e brotando a acompanhando enquanto passava. Logo um mar de flores se estendeu como um tapete até chegar onde estava os corpos, cobrindo-os e enroscando-se nas madeiras onde estavam apoiadas.

Luna e Gina sorriram sem querer. Era lindo.

- As flores mortuárias... – Hermione murmurou.

- Nunca achei que elas existissem... – Rony retrucou.

 Abriu os olhos e lançou outro feitiço.

- Memorium!

Uma borboleta azul saiu voando de sua varinha e ao tocar primeiro em Inima fez o vestido negro que haviam colocado nela ficar em um azul vívido, e da mesma forma com Pecky. Ambas com sua cor favorita.

 Azul.

 A cor das irmãs inseparáveis.

A cor da tristeza.

A borboleta voou para cima e se desfez criando uma espécie de espelho onde imagens começaram a se formar.

Memórias felizes das duas apareceram rapidamente como num filme. Um dragão negro rugiu, era Henkel em suas primeiras visitas as duas, elas deviam ter nada mais do que uns seis anos e pulavam em meio ao barulho. O expresso de Hogwarts apareceu logo em seguida uma das melhores lembranças das duas.

Harry sorriu. Não era o único a ter o expresso como uma lembrança feliz.

Inima e Pecky tinham quase a mesma idade, um ano apenas de diferença. Ambas haviam sido escolhidas para a Sonserina, o que fez o grupo dos alunos da Sonserina sorrirem. Em algumas memórias um Grifinório apareceu cutucando Inima, e todos arregalaram os olhos ao perceber que nada mais era do que Dumbledore bem mais jovem e brincalhão. Não que não fosse, mas naquela época de juventude havia aprontado todas com as irmãs.

O próprio sorriu em meio a todos ali. Tinha orgulho de ter conhecido e estudado no mesmo período que as duas. Era a vez dos Grifinórios sorrirem.

A formatura passou com vários chapéus sendo jogados. A compra da casa de Inima após isso. A criação do feitiço de sobreposição que ambas conseguiram juntas e que protegia os lugares onde viviam. O casamento das duas, e seus respectivos maridos trouxas. A chegada das sobrinhas, e logo das sobrinhas-netas. A pequena Maeve apareceu em várias das melhores lembranças, principalmente as da biblioteca junto com o irmão delas. As tias e o avô dela tinham se esforçado para serem os melhores professores e protetores enquanto escondiam ela, pelos vários lugares em que passou. Suas primas também estavam incluídas, sempre aprontando uma ou outra. Pecky parecia bem mais séria do que Inima ao ralhar com elas.

Houve também lembranças terríveis. A morte dos seus maridos, a morte da sua sobrinha, Evelyn, do irmão, do filho de Inima que acabou sofrendo um acidente e a fez perceber o quão pequena ela era diante o que poderia acontecer com elas. O que a fez perceber o quanto o tempo era curto e o quanto aproveitá-lo apesar dos anos se fazia necessário.

O Jantar em Chateau Raven foi uma das últimas lembranças. A última vez em que se reuniram para celebrar. A última vez que tinham o que celebrar.

Os ombros de Maeve caíram, e enquanto as lembranças acabavam, ela caminhou por entre as duas, e dando um beijo na testa de cada uma recitou as palavras que havia aprendido tão bem para não querer usá-las. Todos ficaram em silêncio. Os raios cessaram.

“Aqui neste dia,

Rogo a Deusa mãe,

Senhora da vida e da morte.

Que tenha suas filhas novamente nas terras além da bruma.

Que ao atravessarem o véu,

Não se esqueçam de quem aqui deixaram,

Permanecendo sempre em nossos corações,

Permanecendo magicamente em nosso sangue.

Saudamos o fim deste ciclo,

E que em breve um novo comece.

Que a morte não seja o fim,

E que não nos deixemos abater por ela.

Nos conceda força e coragem,

Para que possamos recomeçar.

E que chegando a hora renasçam,

Como novamente filhas do teu poder.

Que assim seja, e assim se faça! ”

       

        - Ela retirou o colar em forma de asa de corvo que sempre carregava consigo, beijou-o e o depositou no peito de Pecky.

        “Não se esqueçam de mim. ”

        Acariciou a face das duas pela última vez e voltou pelo mesmo caminho. Era chegada a hora de Henkel.

     Ele caminhou lentamente ficando onde Maeve havia parado, como se a protegendo e cuidando naquele momento. A morena apenas fechou os olhos enquanto ele ateava fogo aos corpos.

       O fogo aos poucos começou a consumir o que antes tinha sido as irmãs. As chamas azuladas subiam junto com a fumaça em uma espiral. A lavanda, sálvia e o eucalipto crepitavam soltando o seu cheiro no ar criando uma mistura amigável que lembrava muito o cheiro das duas quando estavam preparando poções. Henkel moveu-se novamente para trás, e olhando para Dumbledore apenas acenou de cabeça. Era um aviso, que fora compreendido muito bem. Afastou-se e dando um último olhar para Maeve subiu novamente para os céus, onde os raios novamente voltavam a cair e iluminar o céu.

        Ela permaneceu ali de olhos fechados.

        Em seu peito havia algo diferente.

        A presença da Deusa ao agradecer pela volta correta de suas filhas se fez presente dentro dela, e o sentimento de tristeza e perca agora dividia espaço com a determinação e perseverança. Ela sabia que aquele era o fim físico de suas tias, mas que em seu coração e em suas veias ela viveriam eternamente até que sua própria vida se extinguisse.

        Era apenas o que ela precisava para não se perder novamente.

       Agradeceu a Deusa internamente e caminhou para perto do grupo que a esperava. Dumbledore foi o primeiro a abraça-la, tentando passar conforto. Draco foi o segundo pulando nela acariciando o seu cabelo preso. Luna abraçou os dois, e logo o quarteto também. Depois de soltarem ela, Lupin a abraçou durante alguns minutos, murmurando que tudo ficaria bem e eles a ajudariam. Sirius veio logo depois, tentando demorar o máximo possível com ela. Fred e George fizeram o mesmo, prometendo que eles trariam milhões de coisas para eles aprontarem e que tudo ficaria bem. Minerva a abraçou maternalmente, com uma atenção e cuidado que poucos haviam visto. Hagrid apenas colocou a mão em sua cabeça e sorriu.

     Snape havia sido o último. E para surpresa de todos a abraçou forte e carinhosamente, quebrando todo o protocolo público que havia criado ao redor de si durante anos e anos a fio. Maeve aconchegou-se em seus braços e ali permitiu-se suspirar. Aspirou o perfume dele e acalmou-se.

     Tudo seria mais difícil, mas agradecia a todos por estarem com ela.

     E principalmente ele. 


Notas Finais


Tô atrasada pra ir ver o Thor ahuahsuahsuha
Bjo amo ocês! #socorro


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