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História Black Winter - Pilot - Lady Underwater


Escrita por: ForUParrilla

Capítulo 1 - Pilot - Lady Underwater


Não havia nada como ver tudo de novo, solido e resistente, após um longo período de tempo. A deterioração causada pela brisa marinha era algo visível na construção; as paredes antes cuidadosamente pintadas de azul, tinha um tom desbotado e lascas abriam-se com exposição ao sol, chuva e desgaste do tempo; as grades que ornamentavam a varanda estava enferrujadas e ervas daninhas cresciam por entre os vãos do assoalho, que rangiam sob o peso de seu caminhar para a entrada.

Definitivamente este lugar fora esquecido pelo tempo. Tempo este que fora cruel não somente com a edificação, mas todos que nela uma vez habitaram.
Robin durante muitos anos pensará que aquele lugar fosse amaldiçoado, mas talvez a verdadeira maldição esteja dentro de si mesmo...

As chaves que tilintar como pássaros quando ele alcança a entrada, destrancam a porta emperrada que ele esforça-se para abrir.

Escuridão é a visão que tem do interior, não tinha nenhuma visibilidade de se quer um palmo a sua frente. Seus dedos fracassam ao tentar ligar pelo interruptor as luzes da pousada. Provavelmente, pelos anos fora de uso os geradores já não tinham funcionalidade, deixando-o na penumbre mórbida da velha construção. Teria que dar um jeito nisto para que pudesse ao menos ter uma moradia digna para as próximas semanas. Procurando pela lanterna que trazia no saco em uma das mãos, rapidamente ele a acha e o foco de luz lhe dá aos poucos a possibilidade de andar sem esbarrar em nada pelo interior da casa.

Era impressionante como nada fora alterando, com exceção da espessa camada de poeira que reivindicava cada centímetro quadrado. Um ataque de espirros o contagia ao puxar os empoeirados lençóis brancos que repousavam sobre as mobílias da recepção, mal podia acreditar-se que aquele local um foi o seu lar.

Memórias nostálgicas preenchem sua visão. Ele costumava sentar-se no batente da janela da casa em tardes quentes, apenas imaginando-se como Robin Hood, um herói corajoso e bondoso. Seu personagem preferido entre seus livros. As pilhas de literatura que o cercava eram tão altas, que ele tinha construído uma fortaleza inteligente em torno de si mesmo. Páginas mofadas de livros e mais livros dos mais diversos gêneros. O mundo que construía  dentro de sua mente era muito mais brilhante e libertador, do que o mundo  real das obrigações terríveis. Ali, ele poderia ser tudo o que ele queria ser.

Enquanto caminhava, explorando o interior, Robin estende uma de suas mãos para sentir as paredes, as portas, mesas, quadros. Seus dedos se moviam lentamente sobre cada centímetro da casa, elaborando sua memoria a partir de seu toque.

Entrando no quarto que uma vez foi seu, todos os móveis haviam sido retirados com exceção de sua pequena cama e a grande estante que antes disponha seus livros. Olhando para próximo à varada, seus olhos deparam-se com uma pequena caixa esquecida no chão. Abrindo apressadamente ele pode encontrar alguns de seus pertences dentro.

Moby Dick! O primeiro livro que leu na vida. Ainda podia lembrar-se de si mesmo aos quatro anos de idade extasiados com a leitura da obra. Seu sonho era torna-se um baleeiro assim como Ismael, para poder participar de tantas aventuras marítimas como a personagem.

Abrindo as portas que dava para varanda, a vista do mar entra em seu campo de visão. O aroma nostálgico e inconfundível de sua infância. Poderia muitas coisas, de certa forma, desagrada-lo e ate mesmo feri-lo naquela casa, mas esta vista era algo no qual queria poder levar consigo para onde quer que fosse.

O céu cinza tinha um belo contraste com turbulento mar negro. O inverno aproximava-se rapidamente. Possivelmente, no máximo de três dias começaria a nevar. Estava agradecido por estar bem agasalhado contra o frio e vento que chicoteava dolorosamente contra seu rosto. Seria um inverno rigoroso e estaria sozinho por algum tempo, tudo que almejava neste momento.

Preparando-se para adentrar a casa e começar sua hospedagem. Um vulto caminhando pela areia o para. O que fazia uma pessoa em tas temperaturas na praia? A pousada ficava a certa distancia, então não conseguia ter uma visão precisa da pessoa. Não conseguia distinguir se era um homem ou uma mulher. O estranho permanência petrificado olhando para o mar, como uma estatua, um corpo sem vida. Apesar da estranha curiosidade que o fazia permanecer na varada, Robin estava pronto para entrar após alguns minutos até que a pessoa mexe-se novamente no movimento para retirar a touca que tinha aquecendo a cabeça.

Uma mulher! Ele tem conhecimento ao ver cabelos negros chicoteando para todos os lados.

Espere! Este vulto lhe era familiar, mas não poderia ser ela. Não tinha como ser ela, tinha?

Aturdiu assiste em choque ela começar a desfazer das roupas que a aquecia e a consciência do que ela estava prestes a fazer golpeio-o ao vê-la dando passos receosos para água fria.

— Hey!- Um grito escapa por seus lábios inconscientemente, porem não importava a potencia de sua voz. Era inaudível a distancia em que ele estava.

Antes que pudesse ao menos raciocinar sobre o assunto, suas pernas adquiriram vida própria, levando-o a passos rápidos até a estranha que estava pronta para cometer contra a própria vida.

Como um espectro corria pela areia, seus passos vacilando uma vez ou outra, mas nada que o fizesse desistir.

Robin sentia-se sem folego ao chegar próximos as roupas da mulher, atordoado olhava para todos os lados em busca de qualquer sinal de vida. Não havia.

Ele falhou não conseguiu chegar a tempo, o desespero o toma e suas pernas fraquejam fazendo-o cair contra areia fofa. Sentia-se derrotado e sua cabeça cede ao seu fracasso.

Olhando para os pertences da mulher, algo chama sua atenção quando um delicado medalhão brilha em meio a areia.

Não sabia ao certo, mas tinha a certeza de que já havia visto antes.

Pegando-o em mãos, ele levanta e a sensação de esperança alastra sobre ele.

De uma determinação desconhecida, adentra as águas gelada como se estivesse entrando na mais quente das banheiras de espuma.

A praia naquela região era conhecida por suas armadilhas naturais. Havia a presença de muitos buracos submersos que tornavam afogamentos muito comuns no local.

Nadando sem direção na água agitada, seu corpo aos poucos começa a fraquejar contra o frio.

Ele não era um homem religioso, mas em preses silenciosas rogava aos céus para que achasse aquela mulher.

Como uma graça divina, vê um corpo emergindo e submergindo a metros de distancia dele.

O alivio de finalmente encontra-la o lavra e nadando como um peixe chega até onde a viu pela ultima vez. Ela não emerge mais uma vez e Robin toma um folego profundo mergulhando a sua procura.

Puxando seu corpo desfalecido, ela vem para junto dele sem protesto como uma boneca flácida. Emergindo, o homem preocupasse ao perceber que a mulher ainda não dava sinais de vida.

Aproximando-se da areia, sentia como se seu corpo fosse chumbo, suas roupas ensopadas pesadas toneladas.  Desajeitadamente deixa a mulher sobre a areia, tirando delicadamente os cabelos molhados de seu rosto. Seu rosto era angelical e sereno, sereno de uma forma mórbida que o assustava. Percebendo que a pulsação era fraca, ele inicia uma reanimação cardiopulmonar. Iniciando com uma respiração ‘boca a boca’, seguida de uma compressão cardíaca. Em sua experiência como medico sabia que a falta de oxigenação poderia causar danos irreversíveis a mulher, em poucos minutos.

Inesperadamente a mulher, regurgita toda a água que havia engolido. Tomando golfada de ar desesperadamente. Seus olhos amendoados focam nas íris azuis do homem e naquele olhar Robin teve a confirmação de que ela lhe era familiar.

Como se para dar um toque único naquele momento, flocos de neve começam a cair do céu. E pela primeira vez desde que correra de casa percebera o frio que estava. Olhando para a morena percebe que seus olhos estavam fechados porem seu peito subia e descia com a respiração constante.

Segurando-a nos braços com passos lentos faz o caminho para casa, rapidamente o céu vai escurecendo, opondo-se ao chão que começava a adquirir o tom de branco da neve.

Agora que a adrenalina que expandia-se por seu corpo diminuía, tornava-se racional ou quase isto.

Ele não deveria ter tomado essa mulher com ele.

Oh, mas ele tinha que tê-la. Como pior que ele seria agora, por leva-la a sua silenciosa casa enquanto a neve desdobrava-se ao lado de fora, parte dele não arrependia-se de sua decisão. Seu mundo seria cinza e reluzente com a culpa. Ele nunca teria perdoado a si mesmo por deixá-la ir... Mas esta foi uma decisão precipitada para fazer. Precipitada, mas necessária.

 —Você está segura agora. – Fala serenamente para o belo anjo em seus braços.

 



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