História Blackouted Heart - 4 - Ohayo

Acordo com um estrondo vindo da sala, dou um pulo e vou correndo pra lá.

-QUE PORRA TÁ ACONTECENDO AQUI?
Eu berro, chegando na sala e vendo 4 seres estranhos me encarando travessamente.

-Nada 'nom.
Disse Jyushi, com aquele sorriso lindo dele.

-Isso, nada de importante.
Dizia Todo-chan, escondendo uma foto que parecia ser da Nyan-chan.

Os encaro com uma expressão séria, enquanto Choromatsu e Ichimatsu jogavam pachinko na mesa da cozinha.

-Vocês...
Temo em terminar minha frase, logo perdendo minha voz ao ver Karamatsu só de calça jeans e com o tanquinho a mostra. Caio pra trás. - DEVIAM TER MAIS RESPEITO COM QUEM RECÉM CONHECERAM!
Berrei, jogando uma bola de meia na cara do Osomatsu, que tava quase abaixando as calças dele além de estar sem camisa.

-Ittaiii!
Ele reclama, logo me encarando com um olhar nervoso. - Não precisa disso, Estranha-chan!

-Tch, baaaka.
Reclamo, mostrando minha lingua.

Não posso acreditar que em apenas um dia me tornei familiarizada a eles.

Ainda não aceitei o fato de ter meus 6 caras favoritos aqui em casa.

Trágico acontecimento de um clichê, não é mesmo?

Sorrio calmamente, observando os 6 irmãos conversando uns com os outros. Percebo que o Karamatsu tava meio... Mal.

-Então... Kara-kun... O que acha da gente sair pra beber? Sem más intenções, só quero conversar de amiga para amigo.
Coro um pouco, percebendo o que falei.

Kara-kun? Sério? Isso tá muito personagem de shoujo.

Decepcionada comigo mesma.

-Que?
Kara me olhou perplexo, logo sorrindo e assentindo com a cabeça. Ele coloca sua jaqueta e logo se põe de pé ao meu lado. Sorrio cínicamente ao ver os outros matsus nos olhando maliciosamente.

Cara, qual o problema de sair com um amigo pra beber saquê?

Saímos pela porta em silêncio. Como estava meio nervosa, resolvi me dar o trabalho de iniciar a conversa.

-Bom... Kara...matsu... Eu queria dizer que...

-Não precisa dizer nada, Hik-chan.
Ele sorri, parando em minha frente, com seu corpo colado ao meu, erguendo meu queixo. - Não se preocupe, desde a primeira vez que te vi, sempre tive olhos apenas para você.

-Q-Que?
Eu sorrio confusa, corando levemente ao ver o de óculos se aproximando.

-Eu sei o que você quer. Você é apenas uma garota gentil sem oportunidades de se mostrar, não é?
Ele sorri, vendo minha expressão perplexa e logo continuando. - Não se preocupe, vou fazer de tudo para te reanimar.

-N-Não é isso! Você tá entendendo errado, Kara-san!
Eu começo a falar rapidamente, vendo sua expressão de surpresa. - Eu só queria sair pra tomar um ar e ter uma conversa com você! Eu vi você mal e acabei me preocupando com você... Queria que desabafasse comigo...
Sussurrei, abaixando a cabeça. Ele ergue meu queixo com um sorriso triste.

-Não se preocupe, Hik-nee. Eu só queria manter minha posição de... Né...
Ele sorri fracamente, logo agarrando minhas mãos. - Vamos, então? Eu pago a bebida.

Assenti meio nervosa, vendo ele voltar ao meu lado e começando a andar.

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-Então é isso? Você só tá se sentindo um irmão ruim?
Questiono, com uma expressão séria.

-I-Isso, eu sou um bosta, deveria me matar!
Ele ri, meio bêbado. - O que você acha de mim, Hik-chan?

-Bom... Eu acho que mesmo te conhecendo faz pouco tempo, você é um ótimo irmão. Sabe, nunca tive uma relação tão boa assim com meu irmão, e... Ele acabou indo com minha mãe. Não mantemos nenhum contato e só tenho vocês comigo. Mesmo te conhecendo faz pouco tempo, sei que você é uma ótima pessoa por dentro dessa personalidade presunçosa e... Pois é.
Abaixo minha cabeça com minhas bochechas esquentando, ouvindo apenas o silêncio da noite.

Ouço uma risada.

Ele tá rindo de mim?

-Obrigado por tudo que fez por nós desde que chegamos, Hik-nee, sei que você é uma ótima pessoa.
Ele sorri amigavelmente, acariando meus cabelos.

-Tch, não é como se eu me importasse.
Bufo nervosa, mas dou um sorrisinho. - Tá na hora de irmos pra casa.

-Sim, vamos indo.
Ele paga as bebidas e, logo saímos do bar em silêncio caminhando até em casa.

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-Tadaimasu!~
Disse Karamatsu, no momento que abri a porta.

-Bem-vindos de volta.
Dizia o esverdeado nos olhando com certa malícia.

-Como foi a t***sa?
Perguntou Osomatsu, com uma expressão maliciosa.

-Ah... A gente só desabafou um pouco.
Ignorei o que Osomatsu falou, logo sorrindo e me sentando no sofá.

-Yoo, Hik-nee!
Disse Jyushi me abraçando e logo deitando a cabeça no meu colo.

-Eu não sou irmã de vocês...
Uma gota surge na minha cabeça.

-Mas nos trata como!
Ele sorri. Coro levemente, mas logo retribuo.

-Você é muito fofo, Jyushi.
Penso em voz alta observando a expressão feliz e corada do amarelado.

Ouço alguns murmuros no canto da sala e me viro pra olhar, vendo um Ichimatsu fazendo carinho no meu gato, Larry.

Esqueci de falar, mas desde que eles chegaram, resolvi me arrumar um pouco mais.
Pintei as pontas do meu cabelo castanho de azul, pra combinar com meus olhos, tomei um banho decente e deixei meus cabelos soltos meio ondulados. Mas, a única coisa que não mudei foi o fato de eu andar por aí com roupas largas e chinelo.

Pessoas normais diriam que é brega.

Os garotos inventaram de jogar pachinko. Cara, não sei fazer isso, mas né... Lá vamos nós.

Sabe...

Acabei não me sentindo mais só.