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História Blanche - Sumiço


Escrita por: BeahNLemos

Capítulo 8 - Sumiço


As semanas passaram tão rapidamente quanto chegavam, Tessa havia finalmente acordado e se acertava aos poucos, lidando com os fatos ocorrentes do mês. Parte da garota se sentia aliviada por tudo ter finalmente chego ao fim, já a outra estava em total defesa e sem saber o que esperar do futuro. Ela havia dormido com Will porque pensara que era a última noite viva com alguém que a amava e ela amava, mas agora ela continuava a respirar e Will também. Outra parte de sua mente mantinha-se em choque graças a luta, ela ainda sentia a fúria do anjo ao combater Liebel, e também sentiu todo o medo que o dominou quando ela se tornou uma parte de quem realmente era; Tessa ficava cansada somente de pensar naquilo, e a bile subia a garganta ao lembrar das palavras de Blanche.
"Eu posso retirar a imortalidade de você com um simples piscar de olhos, Ithuriel. Não volte a me desafiar."
 Fora a frase que mais atormentou Tessa enquanto ela se recuperava, indo e voltando de seus sonhos intensos, lembrando que fora Liebel quem permitira que Ithuriel se fosse, e não qualquer outra pessoa.
  Ela devia a vida para Dante e sabia disso quando o encontrou no corredor para irem até a sala de jantar. O tempo estava escasso, eles ainda procuravam por Liebel que havia sumido após o resgate de Tessa e os Irmãos do Silêncio corriam de lá para cá, interrogando cada um que tivesse tido contato direto com a garota.
 Uma pontada de dor se apoderou no coração de Tessa ao ver o novo irmão, ela soube quem era realmente, reconheceria aquelas mãos em qualquer canto.

 William ainda não havia saído do quarto, pensando em colocar sua mente em ordem e a piorando ainda mais, visto a sequência dos fatos anteriores.
Ele tremia da cabeça aos pés, e somente pôde dizer que havia se acalmado ao chegar ao quarto tão familiar; O quarto de Liebel.
 Tudo estritamente desorganizado como era do feitio dela, somente os livros que pareciam fazer parte até de outro cômodo se mantinham organizados por volume, cor e tamanho. Ele correu até a cama, jogando-se e sentindo o cheiro da garota. Seus olhos percorreram tudo por ali, buscando algo essencialmente dela.
 Quando notou, seus dedos corriam por sua própria pele e paravam sob a marca que ela havia feito nele. Tocou-a e deixou que o nome dela finalmente dominasse sua mente, enchendo-a com as incontáveis memórias que haviam dele, Jem e Liebel. Fechou os olhos, deliciando com as imagens corriqueiras e fragmentadas; Ao voltar abri-los, Liebel estava em sua frente, ajoelhada sob ele. Parecia receosa, reservada e distante, quando Will tentou tocá-la, ela recuou.
- Por que me invocou, Herondale? - Os olhos verdes percorriam pelo quarto, reconhecendo-o. Travaram em Will, tentando esconder um alívio momentâneo.- Visto que não corre perigo algum.
- Eu...- A voz de Will havia falhado, ele se recompôs rapidamente, encarando-a de volta.- Precisava falar com você. Vê-la depois do ocorrido. Sentir você perto de mim.
- Igual sentiu Tessa? - Ela sibilou, quase soou como um canto, mas ele sabia que era exatamente como uma praga.- Estou aqui. Pergunte.
- Quem é você? Por que não me contou antes o que realmente era? O que você é? Como conseguiu fazer até mesmo um Anjo temê-la? - As palavras jorravam dos lábios de Will antes que ele as segurasse.- Por que fugiu de nós? Por que eu não consigo parar de sentir a sua falta?
  Ela observou com calma enquanto as palavras escapavam pelo ar, respirando fundo, foi até o parapeito da janela, observando o céu.
- Eu sou Liebel Anne Blanche. Sou a origem do Universo, sou tudo que qualquer um deveria evitar fazer inimizade.- Ela respondeu calmamente, dessa vez olhando diretamente para Herondale.- Até mesmo Deus. Sou intocável até mesmo para meu criador. Não os contei porque não queria ser temida ou respeitada, tratada como superior. Eu fugi porque saberia o que iria acontecer caso ficasse, e não irei suportar o questionamento tolo da Clave outra vez.- Respirou fundo, repousando as mãos lado a lado.- Não sei porque sente minha falta, você não deveria. Está noivo agora e eu serei só algo passado.

Era esperado a indiferença com que Will estava sendo tratado, mas ela não estava assim. Parecia que não suportava aproximar-se do garoto e isso talvez estivesse o machucando mais do que deveria.
- Eu não queria isso para mim, Liebel.- Sussurrou, ele parecia fora de sua própria vida agora.- Gostaria de poder ficar com você. Amar você como você própria ama os outros; Vi como faria de tudo para proteger Jem.- Ela arrumou a postura assim que o nome foi dito, e encarou Will.- Eu gostaria de ser isso para você. Mas eu não posso, Blanche. De jeito algum.
 O corpo retraído de Blanche fizera Will arrepender-se imediatamente do que havia dito, a expressão dela contorceu-se num grito reprimido, e ele notou a pequena lágrima dourada e estrelada correndo por seu rosto antes de Liebel limpá-la com uma rapidez impressionante.
- Não cite Jem perto de mim, se possível, convença-o de que estou morta.- Falou num tom duro, os olhos delas não estavam mais verdes, se encontravam das cores originais. Estelares.- E se convença disso também, porque se me invocar uma próxima vez e não estar em perigo de morte, você pode ter certeza de que não será o meu cadáver estendido. E, antes de mais nada, se achas que eu esperava algo de você, enganou-se. Já quebraram meu coração antes de você, Gwyllim Herondale; E não será você o último.
 Antes de qualquer estilo de adeus, Will sentiu o quarto rodopiar e sua visão ficar turva, os pés não moviam-se em exatidão e ele não conseguia olhar diretamente para onde Liebel deveria estar, mas conseguia enxergar o brilho intenso de onde ela estava sangrando. Então tudo parou, ele estava em pé e no chão se formava uma pequena poça de brilho - não, não era brilho, era o sangue estelar que vira escorrer de Liebel na luta.- e a própria garota estendida no chão, com a respiração entrecortada.
 Mesmo sem saber o que fazer, ele notou o símbolo Parabatai brilhando sob a pele de porcelana da garota; Antes mesmo de mexer-se para correr até Dante, ele já estava no quarto, e não vinha sozinho. Tessa e Charlotte estavam logo atrás, encarando e tentando compreender o que se passava no quarto;  Em choque, Will observava enquanto Dante desenhava um símbolo nunca visto por ele e o machucado ia se fechando aos poucos, enquanto a loura voltava a se estabilizar.
 Dante havia se levantado e levado Will até o corredor com um simples puxão pelo braço; Normalmente, o moreno teria lutado contra isso, mas nesse instante, ele simplesmente deixou-se levar.
- O que fizestes à minha irmã, Mundano? - O sussurro fizera a pele do garoto estremecer, Will conseguia sentir a fúria angelical em cada palavra de Dante, vendo-a dominar o olhar do mesmo.
 William não conseguia falar nada, baixou o olhar e limpou a garganta, encontrando poucas palavras.
- Eu...- Ele murmurou, se lembrando do que Blanche havia dito ao Jem enquanto ele fingia o sono.- Eu a disse que não poderia ser o que ela queria; Que não poderia amá-la.
- Você provocou a sentença de vida dela.- Dante havia o agarrado, os olhos reluzindo em dourado e galáxias refletindo sob a imensidão de ódio transbordada enquanto ele o mantinha encostado na parede, centímetros elevados do chão.- A única coisa capaz de machucar minha irmã é o amor não correspondido.- Ele soltou o garoto, deixando-o tombar sem jeito no chão.- E você o fez.
 O medo havia tomado Will por um segundo, antes dele ver Dante sumindo pelo corredor, voltando ao dormitório de Liebel. Os pensamentos dele voavam rapidamente entre o sangue no chão e o ódio transmitido pelos dois irmãos, ele se recompôs e começou a correr para seu próprio quarto, trancando-se lá.



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