História Blood is paid with blood - Camren - She is void ( Parte 4 )

Virgínia - Delegacia Beacon Falls - 2:00AM

Chris Jauregui pov's

Lauren estava presa há dois dias, achamos melhor assim para não ferir ninguém, o que menos queremos agora é problemas e mais pessoas mortas. 

— Chris, venha comigo.

Ouvi a voz da detetive me chamar e eu assenti, me levantei da cadeira em que estava sentado e arrumei o terno que usava, dei um suspiro baixo e a segui. Nós entramos na sala dela ou era do xerife, eu não fazia a mínima ideia, tinha um garoto ali e ele era calado. 

— Esse é o filho do xerife, Stiles Stilinski.

Eu o analisei e foi quando ele me olhou, ele se levantou da cadeira e veio até mim estendendo a mão para mim, eu apertei fortemente e senti o desconforto dele o que me fez querer rir, mas continuei calado.

— E no que ele vai nos ajudar? É só um garoto. 

Ele gargalhou e cruzou os braços, ele parecia ter uns 18 ou 16 anos, usava uma blusa manga longa azul escuro e uma calça preta colada, seus cabelos eram meio grandes e seus olhos, castanhos escuros. 

— Eu já derrotei um nogitsune, Jauregui.

Ele falou indo até a mesa e se sentando na ponta da mesa, Ally deu dois tapas leves em meu ombro e saiu da sala rindo baixinho. O garoto pegou um quadro transparente e linhas, eram vermelhas e amarelas.

— Não sabe como derrotar um, não é? - Ele falou se virando para mim.

— Não.

Respondi retirando o terno ficando apenas com a blusa social branca, subi as mangas para cima deixando perto do cotovelo, logo um policial entrou com dois cafés, eu agradeci e o mesmo se retirou.

— Kitsunes são os escravos do Nogitsune, então não adianta matar os kitsunes, mate a fonte principal e cabeças irão parar de nascer.

Eu apenas assenti dando um gole longo no café enquanto o observava desenhar umas coisas no quadro e ligar as linhas, eu não fazia ideia do que ele estava escrevendo ali.

— É...a pergunta que ele vive fazendo... - Eu comecei a falar mas ele me interrompeu.

— Quando uma porta não é uma porta?

Ele gargalhou alto bebendo um pouco do café, ele se sentou na ponta da mesa e me observava com os olhos cerrados.

— Ele não está fazendo a pergunta pra você e para seus amigos, é para a Lauren. Ela está em um tipo de mundo que só ele vê óbvio e ela é a ponte entre ele e esse mundo.

— Continue. - Falei bebendo mais café.

— Para vocês trazerem a Lauren de volta, uma pessoa que tem uma conexão importante com ela vai precisar morrer para ir buscar ela. 

Eu o olhei sem acreditar. A única pessoa fora eu que Lauren tinha uma conexão especial era Camila e ela precisaria morrer para trazer minha irmã de volta.

— Mas se essa pessoa morrer, tem chance de voltar à vida? Com alguma técnica...? 

Ele suspirou e pareceu lembrar de algo, cruzou os braços e assentiu com a cabeça.

— Sim, mas o processo é estranho. Um lobisomem alfa tem que enfiar as garras no pescoço dessa pessoa e a trazer de volta com lembranças especiais. 

Nossos olhares se encontraram de uma forma estranha, ele rapidamente desviou o olhar e pegou o copo com café bebendo o resto que continha no mesmo, eu o analisava, assim como Lauren fazia com Camila.

— Vamos salvar sua irmã, Chris. Agora irei falar com ele ou ela, tanto faz.

Ele se aproximou e tocou meu ombro, eu não olhava para ele, sentia a respiração do mesmo bater contra meu rosto e aquilo estava me fazendo respirar rápido demais.

— Vá ao banheiro antes de sair daqui, okay? O volume aí cresceu! 

Ele gargalhou e me deixou corado saindo da sala, logo eu olhei para baixo vendo o quanto eu havia ficado duro.

Stiles Stilinski pov's

Eu entrei na sala secreta que havia na delegacia e logo vi a garota me olhar, ela estava com olheiras enormes, pele mais pálida que o normal, lábios brancos e cortados, ela estava uma merda.

— O quê está fazendo aqui? Hm? Soube que matou um de nós. Corajoso.

A voz rouca percorreu pelo meu corpo me fazendo ficar nervoso, eu sabia que a tal de Camila, o pai da mesma e Chris estavam me vendo, pelas câmeras.

— Eu acabei com um de vocês, posso fazer isso com outro.

Falei fechando a porta da sala e me aproximando da mesa que tinha naquela pequena sala, me sentei em uma das cadeiras de frente para ela e a observei. O olhar era calmo, assim como sua respiração; seus pulsos estavam sangrando por conta das algemas. 

— Você está uma merda. 

Falei rindo o que fez ele se debater na cadeira tentando se soltar, eu sabia muito bem como provocar um Nogitsune; eles se alimentavam de caos e dor e quanto menos tivessem, mais fracos ficavam.

— Ela está se afogando, gritando por socorro. 

Ela falou baixinho, se acalmando novamente o que me fez analisar ela ainda mais, eu olhei a câmera pelos ombros e relaxei.

— Quando uma porta não é uma porta, Stiles?

Ela falou e seus olhos automaticamente ficaram vermelhos, suas presas e garras começaram a sair devagar.

— Quando ela está entreaberta.

Respondi e a expressão dela foi de surpresa, eu coloquei minhas mãos sobre à mesa e me arrumei na cadeira.

— Você sabia. - A garota falou sem acreditar.

— É claro que eu sabia. 

Respondi me levantando da cadeira e dando às costas para ela, que começou a gritar ordenando para que eu voltasse, aquela era minha maneira de deixar ele fraco. Soltei uma gargalhada alta e me virei.

— Você sabe que eu posso acabar com você e sabe disso, por isso tem tanto medo.

Eu abri a porta da sala e saí da mesma voltando para a superfície da delegacia, eu iria conversar com os amigos de Lauren.

Camila Cabello pov's

Aquele garoto havia conseguido deixar aquele nogitsune bravo, o que nenhum de nós havia conseguido fazer desde que isso vem acontecendo.

Esses dias sem ela, têm me deixado vazia. Eu preciso dela, nem que seja para ficar ali, só olhando ou observando. Eu realmente tenho medo de perder ela, porquê sem ela eu sou só Camila, já com ela, eu sou uma pessoa forte, uma pessoa melhor.

— Imagino que deva ser Camila, não é?

Ouvi a voz do garoto próxima aos meus ouvidos e foi quando saí de transe para observar ele, eu me levantei da cadeira e apertei a mão dele, forçando um sorriso.

— Lauren está morrendo, temos que fazer isso logo.

Eu o olhei e já senti um desespero dentro de mim, enquanto Stiles conversava com o Nogitsune, Chris me contava como que isso iria acontecer e eu estava pronta para fazer isso por ela.

— Como você sabe? - Chris perguntou segurando o braço do garoto.

Eu e meu pai junto com Chris o olhamos esperando uma resposta, ele passou a mão na cabeça e seus olhos ficaram lacrimejados, logo ele me olhou.

— Perdi uma pessoa, e eu soube que estava morrendo quando ele disse que estava gritando por socorro e se afogando.

Ele suspirou e desviou o olhar, logo todos nós suspiramos e eu senti meus olhos lacrimejarem também. Stiles e meu pai saíram para ir preparar a banheira de água gelada com gelo, deixando apenas eu e Chris.

— Eu nunca fui à um baile, eu queria ir ao baile da próxima semana com ela. Vai ser o meu primeiro.

Falei me sentando na cadeira e olhando o chão, foi quando olhei Chris e o vi se sentar ao meu lado, logo segurando minha mão.

— Eu queria passar o natal com ela, quem sabe talvez até o ano novo. 

Falei deixando uma pequena lágrima cair e logo tentei rir para cobrir o choro, mas não funcionou.

— Eu queria passar as férias de verão com ela, o inverno também. 

Eu senti ele me puxar para os braços dele e foi quando deixei as lágrimas caírem de uma vez, tudo que eu queria chorar, eu iria chorar, ali e agora.

— Ela não vai morrer, e nem você. - Ele respirou fundo. — Vocês se amam, você é a âncora dela e desde muito tempo eu não a vi tão apaixonada como agora; Camila... ela é forte, está se segurando, aguentando por você, pela família. 

Eu escutava tudo aquilo e meu choro estava acabando, eu limpei minhas lágrimas e saí dos braços dele o olhando, logo abri um pequeno sorriso.

— Obrigado. - Eu sussurrei.

— Você é da família, Mila. 

Ele piscou o que me fez rir em muito tempo, Chris demorou para abandonar a ideia da suposta vingança contra meus pais, hoje...eu posso dizer que somos ótimos amigos e que eu me apeguei a ele, assim como me apeguei à Lauren.

Pessoas morreram, coisas aconteceram desde que conheci Lauren e mesmo ela sendo o que ela é, eu nunca senti medo dela, em nenhum momento. Eu acho que quando você ama uma pessoa, os defeitos dela passam a ser qualidades que você passa a amar nela também, como se fosse uma parte de você. Você se apega as manias, defeitos, qualidades e quando se dá conta não consegue viver sem, porque sem isso, sua vida fica insuportável. Eu acho que isso é o amor, amar independente da situação, defeitos e obstáculos porque no final, o amor sempre vence.