História Blood, Sex and Rock'n'Roll - Eu estou bem aqui.

                 Laura’s P.O.V

Sabe quando você tem uma espécie de sensação incômoda, mas não sabe decifrar o que é até notar que algo mudou?! Alívio é o que eu posso dizer que sinto agora. Eu não podia imaginar que saber sobre Carmilla era o que justamente eu precisava, até que aconteceu. E foi tudo de uma forma tão repentina, mas natural ao mesmo tempo. Me deixar levar por minha curiosidade e meus instintos foi o melhor a se fazer afinal. Porque toda essa “coisa” que eu sentia desde quando a conheci acabou tendo uma explicação.  Eu nunca imaginaria na vida que isso poderia ser real se não fizesse tanto sentido pra mim. Era o que realmente eu sentia, era o que meu coração sentia e eu iria dar ouvidos a ele por mais que minha cabeça gritasse pra eu correr da cilada, porque confesso que a coisa toda sobre o motivo dos meus sonhos me assustou mais do que saber que vampiros são reais.

Após a nossa decisiva conversa naquele elevador fechado e eu ter ganhado o melhor beijo da minha vida, enfim Carmy colocou ele de volta pra funcionar nos levando até o quarto andar onde era nosso quarto. Ela logicamente aproveitou para roubar um ou dois beijinhos até o tempo de chegarmos. Era estranho de uma forma muito boa como essa proximidade e liberdade de toques vindo dela era naturalmente casual e familiar, eu sentia na pele que aquela não era a primeira vez que eu tinha os carinhos dela e estava gostando de como eu me sentia quanto a isso. Era como se eu estivesse sendo preenchida .. o vazio estava sendo preenchido afinal. Eu já estava me deixando levar, era como magnetismo que me puxava eu não podia lutar contra essa proximidade com ela.

Não faço ideia de quanto tempo ficamos nele, mas ainda bem que não foi tempo suficiente pra chamar atenção. Quando as portas se abriram não havia ninguém esperando do lado de fora apenas caminhamos em direção ao quarto, eu levando apenas alguns dos meus livros e ela insistiu pra ir carregando a mochila e todo resto andando a meu lado.

Assim que entramos no quarto, tudo aconteceu rápido demais .. lá estava eu sendo jogada por ela contra a parte de dentro da porta do quarto, e lá estavam meus livros sendo jogados contra o chão outra vez.

_ Então minha Cupcake .. onde foi que paramos mesmo?! – Disse ela segurando minhas mãos uma de cada lado do meu corpo, com o rosto bem próximo ao meu, a boca chegava a roçar na minha e com uma voz rouca provocante que só aí já fez minhas pernas ficarem bambas. Droga, já vi que suas habilidades vampirescas me colocavam em desvantagem e agora ela não tinha mais receio de me mostrar esse seu lado.

_ Eu nã-não sei Carmy! Que-quem sabe não refresca mi-minha memória! – Eu mais gaguejei do que falei enquanto sentia seu hálito quente bem de frente pra minha boca, ela só roçava os lábios me fazendo ficar com vontade, mas não se atrevia a beijar ainda!! Fechei os olhos e engoli em seco.

_ Huum .. eu posso refrescar sua memória (roçou a ponta de seu nariz no meu me provocando mais) Por falar em memoria, deixa eu verificar aqui se você ainda fica louca quando te toco assim. – E dizendo isso ela enfiou uma das mãos de forma possessiva em meus cabelos dando um puxão que me fez erguer a cabeça para trás, deixando meu pescoço todo e completamente exposto para ela. De forma leve ela foi passando seus lábios fazendo um caminho da linha de minha mandíbula começando por meu queixo indo ate o lóbulo da minha orelha, deu um selinho estalado, em seguida um leve roçar de dentes na minha orelha, tudo isso bem torturantemente devagar.

_ Nã-não fico nada Carmy .. ne-nem senti!! – Falei sentindo meu corpo ser invadido por arrepios dos pés a cabeça me fazendo fechar os olhos. Ouvi o som de sua risada baixinho com a boca ainda em minha orelha.

_ É mesmo?! .. Não é o que esse coração acelerando me diz Loirinha!

_ Maldita audição de vampira!! – Exclamei com a voz falha, fechando meus dedos apertando com minha mão livre com força o tecido de sua roupa, na tentativa de extravasar um pouco a eletricidade que corria por meu corpo. Ela me deu outra risada.

Em seguida veio com vontade beijando toda a extensão do meu pescoço o sugando e com certeza marcando minha pele. Eu estava realmente ficando louca em seus braços daquele jeito .. contra a porta do quarto, com ela segurando uma das minhas mãos, enquanto a outra me puxava pelos cabelos, sentindo seus lábios caminhando por meu pescoço .. forçava seu corpo contra o meu como se quisesse nos deixar o mais próximas possível. Soltou minha mão e sem pudor algum enfiou sua mão por baixo de minha blusa pelas costas apertando com força minha cintura arrancando de mim um pequeno gemido. Ela deu uma risada com certeza adorando a confirmação de que aquilo me afetava muito, parando de beijar meu pescoço e ficando com o rosto de frente ao meu me olhava intensamente .. aqueles olhos negros exalavam puro desejo. E a urgência com que ela agia em seus toques me mostrava o quanto ela queria aquilo. Minha respiração estava totalmente descompassada quando ela tomou minha boca na sua em um beijo totalmente profundo e delicioso .. estávamos nos devorando, até que tive de parar a procura de tomar ar .. Ela colou sua testa na minha enquanto gentilmente acariciava minha boca com a ponta dos dedos mantendo seus olhos fechados por um momento.

_ Você não imagina o quanto eu quis fazer isso desde o momento em que te vi. Como foi torturante pra mim ter que reprimir essa vontade de te tomar nos meus braços a cada momento que você estava por perto. Eu achei que podia ficar louca a qualquer hora e ...– Ela dizia de forma afoita enquanto me tocava de leve com as pontas dos dedos desenhando meu rosto, tocando meu cabelo, ... meus braços.

_Xiiiiiii, eu estou bem aqui Carmy ... _ Ela fechou os olhos

_ Você esta Cupcake .. e isso parece tão certo e errado ao mesmo tempo. Eu tenho um medo real ... medo de estar sendo fraca ao me deixar levar pelo que sinto, de estar sendo egoísmo meu te colocar em risco só por não estar aguentando ficar longe .. Ser um capricho que pode colocar tudo a perder, pode acontecer tudo de novo. Eu não vou me perdoar nunca. Mas eu realmente não estava aguentando mais ver que eu era uma completa estranha pra você, me machucava toda vez que eu era fria contigo pra tentar te manter longe .. no fundo eu estou grata por você ter essa sua curiosidade incontrolável e ser tão esperta.. e ter descoberto tudo. – Nós duas rimos.

_ Para de ficar pensando nisso Carmy .. Você quer proteger todo mundo, mas e quanto a você?! Me deixa te proteger também, ou pelo menos tentar. Não carregue esse fardo sozinha, você esta nitidamente cansada. Focaliza na sua mente que juntas somos mais fortes. E aproveitando nisso .. Você tem que me contar todo o resto que preciso saber, como o que anda planejando por exemplo. Sei que acabo de ficar sabendo de você e de mim e do nosso passado, mas não parece .. sinto que é como se antes disso existisse uma Laura e agora existe outra. Como se a Laura de antes fosse uma farsa ou estivesse incompleta e agora esta completa.

_ Claro te conto sim, mas antes!! – Ela me tomou em mais um beijo .. desta vez de forma mais carinhosa e menos urgente. Como um selinho demorado .. Me deu um sorriso lindo e me ajudou a catar mais uma vez minhas coisas do chão.

_ Enquanto você me conta mais coisas, vou preparar uns cookies pra gente .. e nem vem me dizer que você não gosta, porque já sei que roubava os meus enquanto eu não estava no quarto.

_ Oops .. Sorry! – Carmy tinha as mãos levantadas fazendo uma encenação de culpada.

Enquanto eu preparava a massa dos cookie, ouvia Carmy me contar tudo a respeito de sua mãe e coisas relevantes de seu passado. Logicamente fiz ela me contar sobre a noite em que me conheceu, ou melhor conheceu a Laurina (Céus isso era muito bizarro). Descobri que Carmy na verdade era adotada após ter se tornado vampira e me contou sobre a perda de seu irmão e percebi que ele foi alguém importante pra ela e achei melhor nem ficar perguntando muito a respeito dele. Ela não lembra muito a respeito de sua vida humana e seus pais biológicos e achei melhor não saber tudo sobre ela assim de uma vez, só as coisas mais relevantes para o momento. Fiquei sabendo de como Dean foi cruel em deixar sua filha à força em um caixão enterrada viva, sentindo-se fraca a cada dia e aos poucos se petrificando. Saber isso me deixou com uma enorme raiva por dentro, ela não merecia ter passado por isso e eu sentia tanto. Eu odiei .. odiei muito Dean por causar tamanha dor para Carmy e isso só me deu mais vontade de ajudá-la de algum jeito a conseguir derrotar sua mãe monstro. Me contou sobre a rixa real entre os clãs dos vampiros e das fadas. (Meu Deus fadas também existem – o que ela vai me contar além disso? Que lobisomens também são reais? Caramba) me contou da grande guerra que aconteceu no qual os vampiros levaram a melhor graças a uma traição de sua mãe. Ela era uma fada poderosa que foi pro lado do inimigo quando se tornou vampira, fazendo sua magia ser convertida em  magia negra. Ou seja, nosso inimigo era nada mais nada menos que uma vampira milenária que também era metade fada com magia negra. Que legal .. Muito incrível mesmo, só que não. Fiquei sabendo de muita informação ate q ela me perguntou dos sonhos e pediu pra eu contar alguns deles pra ela. Me lembrei do ultimo sonho que eu tive e resolvi contar. Para minha surpresa, ela me disse que aquilo na verdade não era apenas um sonho e sim estava mais para uma vaga lembrança .. Porque aquela tarde fazendo piquenique realmente aconteceu. Aquele lugar era propriedade da minha família na época e o castelo em questão era onde Laurina morava. Ual!

_ Aquele vestido ficou com uma mancha no lugar onde derramou a taça de vinho. Eu me lembro perfeitamente daquele dia porque ele foi muito especial pra mim. Pra nós na verdade.

_ E ele foi especial porque exatamente? – Perguntei distraidamente colocando os cookies para assar. Senti ela pegando os fósforos da minha mão.

_ Deixa comigo Cupcake, não quero que você queime essas lindas mãozinhas .. Além do mais, assim pode ficar sabendo de uma coisa a mais sobre mim. – Ascendeu o fogão e me mostrou que conseguia manusear o fogo com as mãos  - Eu tenho habilidade pirocinética.

_ Wow!! Ok, isso foi muito interessante. O que mais você sabe fazer que esta escondendo de mim?

Assim que terminei de perguntar, senti suas mãos ágeis em minha cintura me levantando e me colocando sentada em cima do balcão da pia, ficando entre minhas pernas com seu corpo bem próximo ao meu. Ela fez isso tão rápido que eu mal senti. Eu com certeza devia ter um peso de uma folha de papel em suas mãos.

_ Bom Cupcake, já que perguntou .. eu também tenho a habilidade de me transfigurar em uma pantera negra. Razão esta de eu ter te dado este colar com essa imagem de um felino preto há séculos atrás (falou segurando o colar enquanto me olhava nos olhos) era pra que de alguma forma se lembrasse de mim toda vez que olhasse. E o dia em que te dei ele, foi o dia que você sonhou inclusive .. Foi também o dia em que dissemos eu te amo uma pra outra pela primeira vez. Eu nunca vou esquecer esse dia.

Fiquei totalmente tocada pelo que ela estava me contando, eu via tanta ternura em seus olhos .. e este sonho acaba de ter um significado especial agora também pra mim. Senti uma de suas mãos apertar minha cintura me empurrando bruscamente de encontro a seu corpo, depois dela usar meu próprio colar para me puxar para um beijo. Era muito surreal a forma como nossas bocas sempre se encaixavam de uma forma perfeita, se moldavam a cada movimento sempre arrancando arrepios de mim. Apertei minhas pernas em volta dela e aprofundei ainda mais aquele beijo. O toque e a textura de sua língua contra a minha me tirava de orbita.. eu poderia fazer isso o dia inteiro não fosse o fato de seu ser humana e precisar muito de ar nesse momento. Havia uma necessidade de toque muito forte por parte dela, e eu entendia perfeitamente. Nos abraçamos forte e possessivamente, .. encaixei meu rosto na curva de seu pescoço sentindo como seu cheirinho era bom. Por um tempo ficamos assim nos curtindo. Hora em silencio só ouvindo os sons das batidas do meu coração que indisfarçadamente acelerava nesses momentos .. hora trocando mais carícias e beijos intensos. Até que me toquei dos biscoitos no forno.

_OMG Carmy, os cookies!!

_ Haaa, deixa eles pra lá e fica aqui mais um pouquinho comigo vai. – Ela beijava meu pescoço enquanto dizia isso com a boca bem perto da minha orelha me fazendo fechar os olhos. Droga ela não facilita em nada. Com o pouco de sanidade que me restava, eu senti a colher de pau que usei pra misturar a massa ali do lado no balcão e (de forma cômica obvio.. porque até parece né? ) a ameacei com ela.

_ Eu tenho esta colher e não tenho medo de usá-la!! – Falei fazendo minha cara mais ameaçadora possível apontando a colher em sua direção. Nós duas demos risada.

_ Ok loirinha, você venceu. – Falou levantando as mãos numa encenação como se dando por vencida, sorrindo. Eu gostava muito disso .. Desde que a via percebi que era muito séria e triste e ela é assim para a maioria das pessoas. Mas eu conseguia fazer ela sorrir, e curtia cada segundo do som e da visão de suas risadas e sorrisos.

Mais uma vez ela pediu pra que deixasse com ela. Tirou os biscoitos do forno e estavam no ponto, demos sorte porque mais um pouquinho e iriam sair queimados.

_ Cupcake, eu preciso fazer uma coisa. Tem uma reunião hoje com minha mamãe querida e não posso faltar. Mas volto assim que terminar.

_ Ok Carmy mas, ta tudo bem?

_ Sim, é coisa de rotina .. sabe como é, a mãezona gosta de saber de tudo que acontece e mantem todo mundo na linha bem de perto. Além do mais esse tal ritual sempre foi um mistério pra mim porque nunca vi ela fazendo ele, eu preciso saber de tudo a respeito pra saber como agir.

_ Mas Carmy, antes de você ir me fale uma ultima coisa que ainda não conversamos .. O que você tem em mente? Qual a carta que tem na manga que te deixa tão confiante nessa vingança contra Dean, agora que sei o quão poderosa e perigosa ela é?

_ Huuum .. então, se lembra da guerra entre fadas e vampiros em que mencionei? .. Pois é, os vampiros deram-se melhor naquela época, mas estão cometendo um erro muito grande em achar que as fadas foram extintas naquela noite. Elas se reergueram Cupcake, aos poucos pacientemente e na surdina .. sem q seus velhos inimigos percebessem. Eu te contei que obtive uma ajuda muito inesperada depois que saí da minha prisão? .. Entao, elas me encontraram por uma feliz coincidência. Uma delas me viu e entrou em contato com sua supervisora. Mandaram me chamar, fizemos um acordo e hoje eu sou uma espécie de espiã trabalhando aqui infiltrada para passar as informações para Rainha Fada sobre os planos da minha mãe. Estão esperando meu sinal para entrarem em ação. Elas estão fortes Cupcake, numerosas e mais obstinadas que nunca em obter sua vingança e bom, .... eu também.