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História Blood, Sex and Rock'n'Roll - Afinal, ela era Mircalla e eu Laurina.


Escrita por: VampireFoxy

Notas do Autor


Bom, primeiramente aquele famoso olá! A minhas queridas Creampuffs lindas que acompanham a fic cmg!! =)

Segundamente .. Pausa para um aviso importante.

Então, como sabem é a minha primeira fic e sendo assim não tenho lá dotes tão sensacionais para a escrita e os capítulos acabam levando certo tempo para serem feitos, isso também levando em conta a tamanha correria e falta de tempo. A principio, a fic seria finalizada logo apos os capítulos do ritual .. que eu ja sabia q teria desde o inicio. Mas, resolvi prolongá-la mais um pouquinho e acabaram também surgindo umas ideiazinhas ... Uma nova fase, um novo vilão, quem sabe? ..Huuum, não sei!! Só sei, que este ficará sendo o ultimo capitulo desta temporada ... farei uma pequena pausa pelo tempo que eu precisar (não se assustem, não tão longo assim) .. Vou me organizar, dar uma mexida na minha grade de series que esta devastadoramente acumulada .. e volto com mais alguns breves capítulos, que ficarão então sendo como se, sei la .. uma segunda temporada. Espero contar com a compreensão de vcs e torço pra que estejam ainda aqui quando eu voltar.

VampireKisses!! =) ♥

Capítulo 26 - Afinal, ela era Mircalla e eu Laurina.


Fanfic / Fanfiction Blood, Sex and Rock'n'Roll - Afinal, ela era Mircalla e eu Laurina.

Carmilla’s P.O.V

Setenta e duas horas já haviam se passado desde o fim daquela batalha horrível. Eu ainda não tinha me permitido sentir as perdas e confesso ter certo receio da chegada do momento em que me permitirei sentir. Pelo menos, foi concluído que tudo terminou com um gosto de vitória bem maior que gosto de derrota. Sofremos perdas sim mas, afinal Dean enfim estava permanentemente aniquilada, e Laura .... Bom, Laura preenchia minha alma, meu ser e meus olhos agora deitada em minha frente na grande cama do quarto principal do casarão dos Karstein. Ela estava bem!! Eu a mantinha sob forte observação .. era meu jeito de tentar acalmar a enorme bagunça e inquietação que me corrompia por dentro. A manter a frente dos meus olhos todo o tempo era vital para conseguir manter a minha sanidade mental.

Eu a observava incansavelmente,  sentada em sua frente com uma das pernas apoiada por sobre o braço da poltrona que ali havia. Seus lábios entre abertos, ouvindo o som de sua respiração calma, seus cabelos de sereia cor de raios de sol espalhados pelo travesseiro, uma das mãos embaixo da lateral do rosto deixando uma das bochechas apertada formando um biquinho fofo em sua boca. Rosto rosado, um dos braços esticado até o lugar a seu lado, onde eu deveria estar ... onde estive antes quando a trouxe e a deitei ali. Mas ta difícil me manter em um só lugar, a ansiedade dentro de mim não deixa. Andava de um lado a outro me sufocando dentro daquele quarto que parecia ficar menor a cada hora. Eu sabia que ela estava bem, mas queria comprovar isso logo .. preciso que ela acorde!!!

Não havia indicio de ferimento ou cicatriz em seu corpo ... Todos que conhecem ou já ouviram falar em pó de fadas, entendem a grande pureza e poder que tem ... ele restaurou não só fisicamente, mas mentalmente a minha Laura ou melhor dizendo, minha Laurina?

_ Cara!! – Soltei o ar em um grande suspiro exausto, passei a mão pelos cabelos recostando a cabeça no encosto da poltrona. Pensar no quão surreal é esse acontecimento, é de foder com a minha mente. Eu revivia e repassava aquele breve momento na minha cabeça várias e várias vezes. Na clareira quando ela acordou e me chamou de Mircalla num tom tão natural e rotineiro. Quero muito entender tudo isso e ter minhas respostas .. Porem, o cansaço tem feito a minha garota dormir apagada direto já a três dias depois que a tirei daquele lugar e a trouxe pra cá. Eu não a culpo, é humana afinal de contas. Tivemos um momento rápido, mas antes de tivermos a chance de conversar direito, ela foi vencida pelo cansaço novamente. Ela chamou meu nome, disse um par de frases e foi levada de mim pela inconsciência novamente desmaiando em meus braços. Enorme parte de mim, tem uma urgência em encarar aqueles olhos amendoados novamente e ter os ouvidos acariciados com o tom de sua voz angelical chamando meu nome mais uma vez.

Eu ainda sinto os conflitos da batalha espalhados no corpo e estampado no rosto. Desde então não me permiti me alimentar como deveria para recuperar as forças e me curar de forma mais rápida. Eu apenas saí de seu lado, para me despedir de minhas aliadas e participar da cerimônia em homenagem as nossas guerreiras que infelizmente perdemos. Tamanha foi a nossa perda. Olhar Ely no meio delas me enfurecia muito e minha grande parcela de culpa naquilo queimava em mim. Me incomodava muito. Eu apertava os punhos até sentir minhas unhas perfurarem minha pele.

Tentei agradecer mais uma vez a rainha Kate pelo que fez por mim, mas lá estava ela não me deixando terminar a frase novamente, dizendo que quem mais fez por todas elas fui eu ao dar a chance de vingança que tanto aguardavam. Nos despedimos com a promessa de que não perderíamos contato e uma poderia sempre contar com a outra no que precisasse.  A verdade é que vou passar a eternidade sendo verdadeiramente grata a ela pelo que fez, além de ter um enorme respeito por ela e seu maravilhoso clã.

Após as devidas despedidas, o casarão ficou barulhentamente silencioso .. e estava me dando agonia porque eu não conseguia fazer a minha mente se calar.

 Laurina!! Caralho, era ela mesmo? Quer dizer, é .. ela mesmo?! De repente aquele ênfase que a Kate deu na frase: ... restaurei a memória. “Toda ela!” .. fazia sentido agora. Sendo assim, os sonhos comigo que a Laura sempre tivera, deixaria de ser sonhos e se tornariam de fato .. lembranças.

Fui até a cozinha e preparei um lanche para ela, com certeza iria acordar faminta. Deixei a bandeja no criado mudo ao lado da cama e me deitei a seu lado. Meu rosto frente a frente com o seu, toquei seu rosto, sua pele tão macia, sentia seu maravilhoso cheiro .. ele sempre foi o cheiro mais atrativo pra mim em todos meus séculos de vida. Me lembro que naquele tempo, na minha fase porra loca era bem difícil resistir a esse cheiro tão tentador de dar água na boca. Felizmente consegui frear meu monstro interior antes que ele pudesse lhe causar qualquer dano imperdoável. Ela nunca vai saber disso, mas já tive de me segurar muito perto dela até eu aprender a conseguir me domar. Meu segredo mais obscuro.

Fechei brevemente meus olhos. Acho que umas duas horinhas de sono não me cairia tão mal .. eu estarei aqui quando ela acordar.

...

 

                   Laurina’s P.O.V

Aos poucos fui tomando consciência sobre meu corpo, sobre o ambiente... o momento, que inclusive não parecia ser um sonho. Ou era? Eu estava deitada muito confortavelmente e me mexia levemente ainda de olhos fechados, fui me situando enquanto soltava suspiros preguiçosos. Abri vagarosamente meus olhos e os deixei se acostumar com a claridade do que parecia ser um adorável fim de tarde. Tamanha foi minha surpresa ao ver onde eu me encontrava. Na verdade eu não sabia exatamente como definir com exatidão o que eu sentia no momento, mas consigo ver que não ... não era sonho.

Teto e paredes em um divino barroco italiano em tons de dourado e marrom. No centro, um grande lustre de cristais caindo em cascata. Mobília em madeira maciça envernizada e torneada com design do século XVIII. Tapeçaria artesanal e tecidos costurados a mão. A enorme cama com lençol de seda e finas cortinas em tons pastéis na armação em volta da cama. Tudo impecavelmente bonito, com cores quentes e intenso em cada detalhe, assim como a pessoa deitada a meu lado. Nossa, quantas lembranças abraçam minha mente agora. De uma forma mais calma eu consigo as organizar em minha cabeça.

Na época, eu apenas sabia que ela era uma garota perdida e frustrada com um relacionamento difícil com a mãe que a deixou com uma família de estranhos, .. a minha família. E foi a melhor coisa que me acontecera. Ela!!

Lá estava a autora de tantas noites especiais que já vivi aqui, dando ares de que nada havia mudado .. como se tudo tivesse permanecido intacto .. como nas minhas lembranças. Não mudou nada a minha vampirinha , a não ser essa expressão dura e essa ruguinha de preocupação no cenho franzido mesmo enquanto dormia. Parecia cansada. Mesmo assim, como sempre .. me tirava o fôlego de tão arrebatadoramente linda ela é.

Fechei os olhos e respirei fundo, organizando minha mente carregada. Assim que acordei naquele lugar e cruzei meu olhar com o dela, uma forte onda de memórias invadiu minha cabeça e a ultima coisa que me lembro foi de sentir-me fraca, ter minha visão se escurecendo e seus braços a meu redor.

Agora tudo se encaixa e faz sentido .. tudo se moldou. Sinto-me completa!! Eu sou, Laurina Hollis, nascida em Estíria .. filha do Lorde Hollis. Vivi intensamente o maior amor da minha vida pacata, até ser assassinada na frente dela. A olhei novamente ... pobrezinha, como deve ter sido pra ela ter tido essa visão? Meu estomago se embrulha só em pensar por um momento se fosse ao contrario, ... se fosse eu a vendo morrer, ver ela ser tirada de mim de forma tão bruta. Toquei sua face de pele branquinha e ela se mexeu um pouquinho. Sorri.

Vivi vidas passadas, mas não tenho lembranças nítidas sobre tudo em si, apenas sei e sinto-as em mim.É estranho porque, eu sei que parti e também sei que agora estou de volta e mesmo assim essa coisa louca e insana não me assusta. Pelo contrario, eu tenho entendimento a respeito .. é como se houvesse uma grande calmaria em mim e eu estivesse enfim, onde eu deveria estar. Lembro-me muito bem de Laura, ela sou eu e eu sou ela. É como se o que importasse na minha existência, é Mircalla vivendo comigo e todas as vidas que vivi sem ela não chama minha atenção para lembrar com detalhes, não tem relevância. Melhor assim, até porque viver sem ela .. não seria viver.

Olhei na mesinha ao lado, uma bandeja de prata com um belo café da manha com certeza preparado por ela. Sempre tão amável. Sinto-me muito ansiosa pra falar com ela, tanto a ser dito .. porem não quero acordá-la.

Levantei da cama e alcancei um fino roupão de cor pêssego que estava no encosto de uma poltrona e o vesti. Andei com os pés descalços até a porta de vidro que dava para uma pequena sacada, em frente ao maravilho jardim que lá havia. Uma gostosa brisa adentrava o quarto, me fazendo segurar as laterais do tecido do roupão que voava, o ajeitando. O vento brincava com os fios dos meus cabelos e me dava uma gostosa sensação refrescante.

Sem qualquer ruído para anunciar sua chegada, vi quando mãos com fofas unhas curtas e pintadas de negro, passaram-se ao redor de minha cintura pegando o cinto que segurava o roupão. Seu corpo encostando no meu as minhas costas .. me arrepiei. Fechei os olhos sentindo seus movimentos leves e vagarosos ao meu redor. Tudo tão macio e sutil. Ela andou passando do meu lado para ficar de frente. Enquanto andava devagar, ia roçando de leve meu braço com a ponta dos dedos. Eu a sentia ... a delicadeza do toque, o contraste gostoso da sua temperatura mais fria encontrando a minha mais quente, ... seu cheiro gostoso, sua respiração, sua presença ... Nada mais do que o grande amor da minha vida ali inteira me causando sensações. Abri os olhos e senti o impacto da imagem.

Seus cabelos jogados de lado voando se despenteando de uma forma sexy, tão escuros em contraste com a pele tão branca, brilhavam com a claridade natural do entardecer que urdia atrás dela no pedaço de céu que eu vislumbrava da porta da sacada. Seus olhos intensos e negros olhavam profundamente nos meus, eu não sabia distinguir o que era íris e o que era pupila ali ... segurava meu olhar como se pudesse visualizar até minha alma. Lábios entre abertos e suculentamente vermelhos vivos, linha mandibular firme, respiração um pouco pesada. Ansiedade e talvez duvida pairando em seu rosto? Iniciávamos uma conversa corporal paradas uma de frente para outra, a uma distancia curta o bastante a ponto que bastasse esticar o pescoço para nos alcançarmos. Contudo, não o fazíamos ... não havia qualquer resquício de necessidade de pressa ou desespero. Apenas aproveitávamos e prolongávamos o momento, certas da existência do fator de que eu desejava muito a beijar, assim como ela queria me beijar .... ambas estávamos sedentas para sentir a boca uma da outra. Porem, nos seguramos para apenas nos permitir ser preenchidas pela paz que esse momento proporcionava. Eu poderia ficar ali dentro daquele momento pelo resto da minha existência, sem fazer mais nada a não ser a sentir e a respirar daquele jeito. Nenhuma palavra ainda foi trocada. Ela mantinha firme o olhar nos meus olhos, e sugestivamente descia o olhar vagarosamente para meus lábios e soltava aquele sorrisinho delicioso de lado.

Enquanto eu,  mal respiro .. petrificada, totalmente envolvida, estudo seu corpo .. levo minha mão e toco seu rosto descendo até o fim da mandíbula, brinco com uma mexa de seu cabelo .. desço meu olhar também fitando seus lábios, .. me movo por puro extinto. Devagar, cada segundo sendo aproveitado. Deixei meus olhos se fechar pois não precisava ver, .. meu corpo já sabe a direção certa a tomar. Sabe de cor o caminho mesmo a tempos não o tendo percorrido.

Me deleitei com a maciez de sua boca contra a minha sentindo o êxtase completo transpassar por cada pedacinho do meu corpo. Soltei um suspiro alto em sua boca. Era maravilhoso. De repente eu caí em mim a respeito da tamanha saudade que existia e fomos deixando a sede e a gana ir tomando conta. Tudo era tão familiar e macio. Era como uma grande lufada de ar depois de ficar muito tempo sem respirar. Antes de qualquer palavra ser dita, lá estávamos nós tendo uma conversa em sua forma mais íntima e intensa ... pura e satisfatória possível. Afinal, ela era Mircalla e eu Laurina, não poderia ser diferente. Nossos lábios se moviam e se moldavam de forma natural e acolhedora, como um abraço apertado de velhas amigas que não se viam a muito tempo. Uma vasta imensidão se movia dentro de mim a cada movimento dela em mim ... como se cada célula do meu corpo se expandisse e voltasse ao normal. Ou como se minhas células não fossem mais células e sim estrelas formando uma enorme galáxia dentro de mim com varias colisões de asteróides desgovernados. Eu não cabia mais em mim .... eu transbordava ... Eu transbordava nela sentindo esse tipo de força descomunal que nos impedia de nos separar. E nos beijávamos ... beijávamos como nunca em um emaranhado bagunçado de braços se apertando e se tomando para si numa disputa mútua de dominação. Havia tanta sede naquele beijo, tanta urgência .. que dei um leve passo para trás tentando manter o equilíbrio .. ela me puxou com mais força contra seu corpo, me fazendo sentir a mulher mais segura desse mundo, tal qual sempre me senti dentro daqueles braços. Nossos corpos pareciam a qualquer momento deixar de serem dois e sim se tornar um só, na fusão de um dos beijos mais deliciosos em que nos permitimos ter. Dois mundos se colidindo e causando em mim a melhor destruição de todas.

Quando o beijo foi cessado, ainda de corpos presos um no outro com ela me segurando pela cintura e nossas testas coladas .. sorrimos. O som de sua risada tão leve e a vontade me derreteu inteira.

_ Olá milady!! – Falei de forma sugestiva levantando uma sobrancelha em tom brincalhão. Ela fechou os olhos por uns segundos e respirou fundo em um tom de alívio.

_ Laurina!! – Sua voz gostosa disse num sussurro.

_ É você? É você mesmo?! Meu Deus .. você está aqui e está bem. Eu nunca iria me perdoar se...

_ Xiiiiiiiu!! ... Eu - Beijei o canto de sua boca.

 – Estou - Beijei sua bochecha.

 – Aqui!!! - Beijei sua testa, a outra bochecha, a lateral de seu pescoço. E arranquei mais uma risada gostosa de sua boca linda. Havia uma hesitação tão grande na forma como ela pronunciou o meu nome e ao mesmo tempo expressava uma necessidade sem tamanho e uma inquietação sutil mas, perceptível para mim. Senti suas mãos se apertarem mais em volta de minha cintura enquanto suspirava exausta. Encaixei meu rosto na curva de seu pescoço, sentindo uma de suas mãos adentrarem em meus cabelos num carinho protetor gostoso e ficamos assim, em um silencio que dizia muito, ...dizia tudo.

...

Depois de eu devidamente me alimentar, também me certifiquei de que Mircalla se alimentasse como deveria de fato... embora antes eu tenha tido de dobrar bastante a sua tamanha teimosia, que pelo visto não mudou em nada. Ela ficava me sondando como se pra ter a certeza de que eu estava mesmo bem, ou se eu era mesmo eu e me deliciava com o quão fofa aquela mulher conseguia ser.

_ Eu to confusa e assim que você puder, eu preciso de respostas. – Ela dizia de uma forma ansiosa. Nitidamente ela estava louca pra saber mais sobre o que houve comigo, mas não queria me incomodar com um turbilhão de perguntas agora. Como sempre, cuidadosa e protetora.

_ Carmy, eu to ótima. Eu to aqui .. não precisa ficar me vigiando e me sondando. E pode me perguntar o que quiser. Também to ansiosa para compartilhar com você tudo que tenho em mim. – Sua boca se abriu num sorriso tão maravilhoso, que até segurei a respiração na hora. Ela colocou uma mão sobre o lado esquerdo do meu peito me olhando de uma forma preocupada ficando um pouco seria de repente.

_ Seu coração bateu forte, você está mesmo bem? – Soltei uma risada pelo nariz e revirei os olhos. – É claro que estou bem, eu apenas fui atingida pelo baque que é o efeito desse seu sorriso lindo. – Ela abaixou os ombros sorrindo em tom relaxado ... fez uma carinha pensativa.

_ “Carmy” .. isso é tão Laura, tão gostoso de ouvir. – Falou baixinho olhando pra baixo. Levantei seu rosto usando meu dedo em seu queixo.

_ Hey,  mas eu sou a Laura. – Sorri e dei um selinho demorado em sua boca. Ela abaixou o olhar de novo e cruzou os braços dando um leve passo para trás. Eram raros esses momentos em que eu a via assim, tão frágil.

_ Meu amor, não sabe como senti sua falta, e de ouvir sua voz, e de olhar nos seus olhos. Sentir seu cheiro. - Ela falava transbordando preocupação na voz. Aquela voz deliciosamente rouca que me tira do eixo toda vez que a ouço. Depois de tudo já ter passado, ela ainda ficava pensando no que poderia ter acontecido ... O “se” tivesse acontecido a perturbava muito ainda.

_ Meu anjo, pare de ficar remoendo coisas e ficar se torturando assim. Eu estou aqui não estou? E você também ... E pode me chamar de Laura – Continuei. Me aproximando mais dela, passando as mãos por seus braços, pelo seus ombros, rosto .. a afagando de toda forma possível.

– Ou pode chamar de Laurina , você que sabe. Afinal, eu sou as duas .. Afinal as duas são a mesma pessoa. Assim como você é Mircalla e Carmilla. É como se uma parte minha estivesse adormecida por todo esse tempo e agora acordou. Pode parecer confuso, mas não é. Eu me sinto livre e completa agora meu amor. Eu tenho em mim, as lembranças de quando nos conhecemos, de tudo que vivemos a séculos atrás. Me lembro de quando você me trouxe aqui naquele verão. – Falei enquanto andávamos pelos corredores e cômodos do casarão. Parei em frente a um quadro, uma pintura icônica de Mircalla. Uma obra feita a séculos atrás. – Me lembro de parar em frente a essa pintura antes e de dizer o quanto é linda e você me contar que não gosta dela de jeito nenhum e que já tentou se livrar dela antes, mas não sabe como ela veio parar pendurada aí novamente.

_ E ainda não gosto. E atualmente descobri que foi o Matty que a colocou aí novamente. – Disse fazendo um beicinho virando a cara de lado. Coisa mais fofa desse mundo. – Por falar nisso, e o Matty, ele está bem? Mas como...

_ Depois a gente fala sobre ele, e sobre todo o resto .. quero que me conte mais sobre o que você se lembra. – Me interrompeu ela falando de uma forma irresistivelmente manhosa.

_ Eu me lembro de tudo. Tudo sobre você e sobre nós. Me lembro de cada palavra trocada, cada momento vivido, me lembro bem do quão teimosa a senhorita é, lembro de todas as vezes que acordei de madrugada deitada nos seus braços e a observei dormindo .. me lembro de cada toque, sei como é cada pedacinho do seu corpo. – Dei-lhe demorados selinhos e ela sorria entre um e outro. De repente, senti meu corpo ser elevado do chão por suas mãos firmes e braços fortes em minha cintura, e ela me sentou em uma mesa derrubando os enfeites que ali haviam. Deslizou sua mão por meu maxilar, em seguida enterrando as mãos por meus cabelos nos entregávamos a mais um beijo sedento, lento e demorado.

_Mas, e quanto as vezes que você retornou  como reencarnação? – Falou apertando suavemente meu queixo com a ponta dos dedos. Nossas testas coladas .. Seu hálito quente acariciando meu rosto. A outra mão apertava possessivamente a pele de minha cintura por debaixo de minha blusa me fazendo arrepiar. Sempre adorei o jeito com que ela me toca inteira do jeito que quer sem receio algum. Me puxava para mais perto dela. Minhas pernas em volta de seu quadril. Desde nosso primeiro momento, ela não saía de perto de mim. Era nítido a necessidade que tinha de estar tocando em mim todo o tempo e eu estava amando isso.

_ Olha, eu meio que sinto elas em mim sabe, sinto que elas existiram  mas são vagas .. afinal, isso é ótimo porque se você não estava lá comigo então eu não tenho mesmo porque me lembrar. Agora, você tem que entender que tenho em mim todas as lembranças de Laura, .. porque eu sou a Laura. Me lembro bem de como você foi uma chata e uma indelicada com ela quando chegou na faculdade.

_ Rá, eu fui uma chata e indelicada? Você não faz idéia de como foi pra mim, chegar aqui e dar de cara com uma garota que se parecia com a mulher da minha vida. Quando me toquei de que de fato era você, ou melhor .. sua reencarnação, eu não sabia como agir, não sabia como isso funcionava .. se era você, ou se eu não podia dizer que se tratava de você .. sei lá. A principio não sabia se você me reconhecia. Quando vi que não fazia idéia de quem eu era, achei que o melhor fosse tentar te manter afastada de mim. E foi a coisa mais difícil que tive de fazer, e como você bem sabe .. eu falhei miseravelmente.

_ Eu não diria que isso foi uma falha. – Falei baixinho. Os segundos seguintes foram de uma conversa por olhar. Ela gentilmente colocou uma mexa de meu cabelo atrás de minha orelha. Suspirei sorrindo abaixando a cabeça. Ela me deixava sem graça quando ficava me analisando assim.

_ Bom, tem apenas mais duas coisas que preciso muito saber de você meu amor. – Ela disse pegando meu queixo, levantando minha cabeça a fazendo olhar nos olhos novamente.

 – Pergunte – Falei com a voz falha.

_ O que você se lembra sobre a clareira e toda a cena insana que aconteceu lá? O que você se lembra dos últimos dias?

_ Booom. – Falei meio sem saber por onde começar. - Laura é uma extensão de Laurina, assim como Carmilla é extensão de Mircalla certo? Porem, aquela Laura enfeitiçada eu realmente não sei onde se encaixa. Tudo é bastante esfumaçado em minha cabeça e não consigo colocar em foco.  – Soltei uma risada colocando as mãos no rosto, rindo de mim mesma com a minha confusão. E ela sorriu também beijando toda a linha do meu maxilar até o lóbulo de minha orelha. Segurei forte fechando minha mão no tecido de sua jaqueta prendendo a respiração para agüentar a suportar a tamanha sensação que aquilo me proporcionara.

_ Então você não se lembra direito?

 – Não Carmy, não me lembro .. só tenho a sensação de que aquilo tudo foi o momento em que mais senti medo em toda minha vida. – Assim que falei isso, vi suas feições se mudar para raiva no mesmo segundo. Fechou os olhos apertando o maxilar.

_ Hey, heey .. olha pra mim. – Falei com urgência. – Aquilo tudo passou. Nós vamos superar. O que importa é que acabou. ACABOU Carmy. Dean se foi, de verdade. Coloque isso em sua cabeça e por favor para de remoer coisas, será que você pode tentar fazer isso? Por mim?

_ Ta bom Cupcake, você enfim me convenceu e me fez entender tudo. Agora só pare de falar de si mesma na terceira pessoa ta bom? – Ela disse tentando entrar na minha vibe de não estragar o momento com lembranças e assuntos ruins. Ambas soltamos uma risada juntas. Eu poderia me acostumar fácil com esses momentos leves assim.

_ Bom, você disse que tinha duas coisas para me perguntar, qual é a outra coisa Carmy? – La estava aquele maldito sorrisinho de canto de boca de novo. Porque essa mulher tem que ser tão desgraçadamente linda desse jeito?! Eu não tenho um minuto de paz. Deus!

_ Bom,você está de férias da faculdade...

_ Correção, “nós” estamos de férias da faculdade dona Carmilla .. porque você também estuda lá. Agora entendo que ser aluna foi apenas um pretexto e uma encenação e tudo mais mas, não quero nem saber .. Quero você lá comigo e nem pense na idéia de abandonar as aulas. Rum!! – Falei encenando minha cara de brava. Ela deu uma risada gostosa.

_ Aí está ela ... como é bom ter a minha linda mandona de volta.

_ Ahaaaaam, cá pra nós .. não sou eu a mandona aqui, sei bem do que to falando – Ela deu de ombros franzindo os lábios, não descordando do que falei.

_Ta bom,  mas Carmy, antes de você terminar de falar, só me tire aqui uma dúvida?

_ Sim. – Ela disse piscando rápido virando a cabeça ligeiramente de lado em tom de curiosidade.

_ Bom. – Olhei para mim mesma, mexendo no tecido do roupão que cobria meu corpo, vestido apenas de uma calcinha e camiseta. Olhei para ela em seguida que já estava segurando riso e perguntei:

_ Como foi que vim parar nessa roupa? E posso estar enganada mas, estou sentindo cheirinho de sabonete em mim e me sinto bem limpinha. – Ela me olhou com aquela sua cara maliciosa levantando uma sobrancelha.

_ Preciso mesmo responder a essa pergunta Cupcake? – Disse tocando de leve a ponta do meu nariz com o dedo indicador. Ambas soltamos uma risada.

_Entãaaao, continuando...  – Falou sorrindo sacudindo a cabeça para mim por causa do que perguntei. Ela finalmente se mostrava estar mais solta e relaxada e adoro vê-la assim. - Ok .. Nóooos, estamos de férias das aulas ... e bom,  sei que passou por muita coisa e deve estar muito cansada e querendo voltar a rotina e tudo mas, se não tiver outros planos aceita passar o resto desses dias aqui, comigo? – Eu tentava reagir agora a aquela Carmilla hesitante ali na minha frente. Como ela poderia ter duvidas sobre a minha resposta pra essa pergunta? Joguei meus braços em volta de seu pescoço e ela me pegou no colo, rodopiando comigo em seus braços. Nossos rostos próximos. Toquei meus dedos desenhando aquela linha perfeita de seu maxilar olhando aqueles olhos que brilhavam.

_ Claro que sim meu amor. Onde mais eu poderia querer passar o resto de minhas férias e de meus dias, senão a seu lado? – O maior sorriso até então, eu acabara de receber. Algo se remexeu e incomodou na boca de meu estomago. Ignorei.

_ Ótimo, porque já tenho tanto planejado pra nós. Quero te levar em tantos lugares daqui onde podemos relembrar momentos. Podemos criar novas memórias. – Falou erguendo a sobrancelha de um jeito sugestivo. – A começar, pelo jardim .. seu lugar favorito aqui do casarão.

Ela foi me levando em direção ao jardim, trocando beijos no percorrer do caminho. Ainda em seu colo, eu sentia que ela me lavava não para apenas reviver lembranças boas e criar memórias novas .. e sim, para o inicio de uma grande fase maravilhosa da minha vida. De nossas vidas. E contando que eu esteja sempre assim a seu lado e em seus braços .. estou ansiosa para começar.


Notas Finais


Ps: No twitter temos um pequenino grupo com quem lê a fic ..(ja deram ideia de fazer grupo em whats, mas no momento estou ausente do app .. entao por enquanto nos viramos por lá) E lá falamos sobre a fic, sobre a serie, sobre o fandom, sobre natlise e hollistein .. ate sobre wayhaught rs e claro, conhecemos mais Creampuffs. Interessados deixem user do tt pra mim por dm.

Ps²: Gostaria de aproveitar o momento, para recomendar a fic "One More Nigth" .. Com mesmo tema Carmilla ... a garota está mandando bem, vale a pena dar uma conferida no trabalho dela. (https://spiritfanfics.com/historia/one-more-night-7245285).

Bom, recados dados .. Beijos e até a volta!!


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