"Nosso encontro é como uma fórmula matemática, um mandamento religioso, providência do universo. A evidência que o destino me deu. Você é a fonte dos meus sonhos"
(DNA)
CALOR
Namkyu
Sentia os braços de Taehyung me envolverem cada vez mais, era como se eles servissem de cobertor naquela manhã fria de quarta-feira. Olho para o céu e percebo que ele se encontrava mais escuro que o normal. Iria cair uma tempestade, e das grandes. Os familiares de Soomin andavam um pouco a frente e todos vestiam roupas pretas. Minha omma tentava consolar a omma de Soomin que estava inconsolável.
- Soomin mereceu mesmo isso? - penso alto, sem perceber que pessoas me ouviam atentas.
- Acho que não... Seja lá do que ela tiver morrido. - Taehyung me reconfortava.
- Mas... Mas... Ela era tão boa... O que aconteceu com ela? Do que ela morreu? - aperto os braços de Taehyung e choro, enterrando minha cabeça em seu peito.
- Namkyu... Você precisa ser forte... Precisa se acalmar e pensar que Soomin sempre estará por perto te apoiando em tudo.
- Eu sei... - abaixo a cabeça e sinto uma mão feminina tocar em meus ombros - Senhora Yangmi.
Ela me abraçou fortemente e chorou em meus ombros. Senti sua agonia de mãe e a apertei no abraço. Acariciei suas costas e depois a afastei de mim para poder olhá-la mais firmemente.
- Ela estava muito feliz por ter sua amizade... Nem imagina o quanto. - ela chorava na minha frente enquanto segurava minhas mãos - Ela dizia que você era a melhor amiga dela... E que... E que... Que nunca iria abandonar você... Por ter sido tão paciente com ela e com o jeito dela de ser. - meus olhos se fecharam e minhas lágrimas tornaram a cair.
- Ela foi minha única amiga quando eu precisei... Eu que devia elogiar ela por ter paciência comigo. - abraço-a - Sua filha sempre vai ser minha amiga. - choro.
Ela se despediu do abraço saiu andando em direção ao caixão que estava sendo preparado para o enterro. Foi um momento forte, pessoas choravam ao redor do túmulo e a omma de Soomin se jogava em cima do caixão, mostrando-se inconformada com o ocorrido. Meus olhos lacrimejaram e minhas mãos tremeram junto a um aperto em meu peito. Taehyung me envolveu em seus braços e eu deitei minha cabeça em seu pescoço podendo sentir mais de seu senso de amizade e consolo.
Olho ao redor e vejo Namjoon parado em frente a uma árvore nos fitando. Ele mordia um palito de dente e usava uma jaqueta de couro. Sua postura estava inclinada e ele estava de braços cruzados.
- Taehyung? - chamo sua atenção e ele me olha confuso.
- O que foi? - aponto para Namjoon e ele sorri de lado - Ele veio me acompanhar somente.
- Entendo. - abaixo a cabeça.
Namjoon
E eles estavam ali, abraçados! Como se fossem um casal, o mais feliz do mundo. Tudo pode estar saindo como o planejado, mas mesmo assim eu não aceito essa aproximação de Taehyung e Namkyu. Não é ciúmes! Longes de mim! Apenas sei que isso pode afetar o andamento de tudo.
Olho a cena com desdém e depois sinto meu celular vibrar. Desbloqueio a tela do celular e vejo uma mensagem da tutora nas notificações.
MENSAGEM *ON*
Tutora: Me liga assim que puder... Preciso falar com você. - às 09h37min.
Namjoon: Estou retornando agora. Atenda por favor! - às 10h05min.
MENSAGEM *OFF*
Digitei seu número e esperei ela atender. Ela havia visualizado minha mensagem, então, com certeza ela atenderia.
LIGAÇÃO *ON*
- Você primeiro e rápido! - ela atendia sem ao menos saldar um "alô".
- Não podemos demorar a executar o plano... Essa história do Taehyung já está indo longe demais.
- Eu sei muito bem disso... Apenas dê um tempo para eu agir mais.
- Mas isso vai demorar quanto tempo? Estou cansado de esperar.
- Se acalme Namjoon! Esse namoro do Taehyung com a garota veio a calhar. Quem olha assim diz que você está com ciúmes.
- Não é pra tanto! - minha respiração falha.
- Pois então se acalme! Eu retornarei com notícias. Desligando!
LIGAÇÃO *OFF*
Fiquei fitando as covas por um tempo. Estava pensando mais sobre tudo isso que estava acontecendo, olhava ao redor e via o quanto era errado fazer o que eu fazia, mas era preciso. Me sinto culpado por ter colocado aquela substância no batom de Soomin, minutos antes de ela ir ao banheiro com Namkyu.
Talvez tudo tivesse dado errado e eu ia me sentir mais aliviado por tudo. Enfim... Me lamentar não vai adiantar de nada, apenas me fará perder o foco de tudo o que tenho que fazer.
Quando me dou conta, o enterro estava no final e muitas pessoas já estavam indo embora. Notei que Namkyu e Taehyung não estavam mais ali. Olhei para os lados, perto das árvores e dos carros e não os encontrei.
Pra onde eles foram?
Namkyu
Taehyung me puxou pelo braço e me colocou sentada em cima de uma mureta na praça. Me trouxe um algodão doce rosa e eu até que sorri um pouco do seu ato gentil. Olhei seus olhos a brecha de sol que fazia naquele final de manhã, e me sentir encantada pelo brilho de suas madeixas loiras ao vento gelado. Seus olhos escuros refletiam uma luz vibrante e seu sorriso era tão lindo quanto sua feição calma. Ele estava sorrindo e de verdade.
- Você está bem? - ele pergunta percebendo que eu o fitava sem disfarçar.
- Estou mais calma! - sorrio e ele sorri de volta.
- Que bom... Gosto de ver você sorri Namkyu.
- Eu também gosto de ver você sorri. - dou um beijo em sua bochecha e ele apenas vira o rosto, provavelmente envergonhado - Você fica tão fofo corado. - sorrio.
- Não estou corado! - faz bico.
- Está sim... Hyun- percebo do que eu ia chamá-lo e recuo - Taehyung!
- Que foi? O que ia dizer? - ele me olha confuso.
- Nada! Foi apenas um reflexo. - abaixo a cabeça e brinco com o algodão em minha mão.
- Quer sair por aí e se distrair? - ele me olha sorrindo e eu assinto.
Ele me puxou pelas mãos e me levou até o parque, onde começamos a brincar de jogar plantas um no outro. Corremos pelo parque e depois fomos ver alguns pontos turísticos de Suwon próximos dali.
Entre estradas e ruas movimentadas, Taehyung fazia meu dia ficar cada vez mais claro. Era para ter uma tempestade dentro de mim, uma tempestade que varresse tudo e que destruísse minhas estruturas. Mas ao longo do tempo, Taehyung se transformava cada vez mais no meu sol, um sol que insistia em brilhar e em se fazer cada vez mais presente no meu dia. Estava feliz, sorrindo contente, não me sentia assim a muito tempo, bastante tempo.
¤¤¤
Estávamos em um quarto de hotel e Taehyung estava sentado na bera de uma cama escolhendo um filme para nós assistirmos. Eu estava deitada na cama fitando o teto e pensando no quanto meu dia foi bom, apenas a parte em que saí com Taehyung óbvio.
- Está tão pensativa assim? - ele se deitou se bruços ao meu lado.
- Meu dia foi tão confuso hoje.
- Em que parte? - ele aproximava seu rosto do meu.
- Tudo! - viro meu olhar para ele - Foi tudo tão rápido... Eu quase nem respirei direito.
- A vida pode ser curta demais para ficar se prendendo apenas ao limitado. - ele sorri.
- Desde quando virou filósofo? - aproximo nossos rostos.
- Desde que eu te conheci e percebi que a minha missão é te fazer feliz. - sorrio de forma boba com suas palavras.
Seguro sua nuca e o aproximo de mim para um selar calma. Sinto sua mão encostar na minha cintura e o corpo de Taehyung se deitar sobre o meu. Ele dirigiu seu beijo ao meu pescoço enquanto acariciava de leve meus cabelos que já estavam bagunçados. Minha respiração fica ofegante e eu passo minha mão sobre suas costas, até descer para os botões de sua camisa que estavam soltas de seu corpo, dando a visão exata de seu abdômen. Ele desce suas mãos para minhas pernas e as acaricia de leve fazendo eu arfar. Sinto o beijo ficar mais profundo até ele marcar meu pescoço com seus lábios.
- Não! - o afasto de mim. Pego o espelho e vejo o roxo se destacar no branco da minha pele - Taehyung!
- O que foi? - ele me olha confuso e ao que parecia, assustado.
- Você me deixou um chupão. - sorrio bobamente, mas ao mesmo tempo preocupada.
- Desculpe-me! Eu não tinha a intenção. - ele fez bico.
- Para com essas caras fofas pro meu lado. - digo e me sento a beira da cama - Não sei se estou pronta.
- Pronta? Pra quê? - ele senta ao meu lado.
- Pronta para isso tudo... Você entendeu! - ele assentiu.
- Entendo você. Na verdade, nem eu estou pronto. Isso foi só o calor do momento. - ele abana a camisa.
- E que calor! - penso alto e nos olhamos impressionados fechando aquele momento com uma gargalhada - Desculpe!
- Tudo bem meu amor! - ele beija minha bochecha e eu coro - Vamos assistir 'It - A Coisa'?
- Tudo bem! Adoro esse filme. - sorrio e me deito na cama.
¤¤¤
Já era tarde da noite quando cheguei em casa. Tentei abrir a porta com o mínimo de barulho possível. Olhei ao redor e estava tudo escuro, pelo visto estavam todos dormindo.
- Choi Namkyu?! - ou talvez não - Onde estava?
- Omma? Ainda acordada? - tento mudar de assunto.
- Não mude assunto mocinha... Onde estava? - ela me repreende.
- Ahhh... Eu estava... Bom... Eu... Ahhhh... Estava com Tae-hy-ung! - falo pausadamente e ela me olha com desdém.
- Você estava com aquele garoto, Namkyu? - ela se mostra inconformada.
- Estava! Qual o problema?
- O problema é que ele não serve pra você Namkyu... Entende?
- Como sabe disso? A Senhora nem conhece ele. - retruco.
- Precisa conhecer pra saber o que é bom e o que não é pra sua filha. Isso é instinto de mãe sabia? - ela aponta o dedo para mim.
- Me diz... Porque? - a olho fixadamente.
- Porquê não serve filha... Não sei explicar. Meu santo não bateu com o dele.
- Não bateu? Mas como assim? Ele é tão leg-
- CHEGA CHOI NAMKYU! - ela se exalta e a olho assustada.
- Omma?
- Não ouse a me contrariar ouviu mocinha? - ela se aproxima de mim e me olha séria.
- O que a senhora quer dizer com isso?
- Não quero ver você nunca mais com esse garoto, entendeu?
- Porquê?
- PORQUÊ EU NÃO QUERO! EU... NÃO... QUERO! - ela se exalta ainda mais e eu me sinto mais assustada ainda.
- Não acredito que vai fazer isso comigo omma!
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