História Boris Casoris (yaoi) - Primos malditos

Desculpem, esqueci de me apresentar, daqui a pouco voltarei para minha história.

Meu nome é Boris Casoris, tenho cabelos um tanto peculiares, nunca os pintei, mas é essa a sensação que passa, são loiros, com as pontas mais escuras, num tom preto, e a raiz mais branca, tenho olhos azuis e sou alguém que não tem muitos amigos, não é que eu não queira, apenas não me sinto confortável conversando com pessoas que nunca vi na vida, e sinceramente, não faço ideia da causa que me motivou a tentar ajudar aquele garoto na janta de meu avô.

Meus primos têm os cabelos loiros meio castanhos, assim como meu pai, são mais velhos e mais altos, e sempre tiram sarro de minha preferência por leitura, enquanto eles rolam pela lama.

Mas voltando para a história...

Quando tentei me aproximar mais, levei vários empurrões, o que me deixaram no chão.

-Qualé Boris, nunca foi com a nossa cara e agora quer tirar nossa diversão? –Meu primo mais velho disse me olhando de cima- vai ler um livro e deixa a gente em paz vai.

-Vocês poderiam se divertir de outra maneira, que não fosse as custas do pobre garoto- disse baixo, me levantando, apenas para que meu outro primo me segurasse pela gola.

-Owt, vai proteger o pivete? Talvez queira se juntar a ele- disse em um tom sarcástico, antes de me empurrar, e com a ajuda dos outros me jogar ali dentro, fechando a tampa com força, ouvi risadas frias vindo de fora.

-Sabe, não precisava ter feito isso, agora você vai se sujar também- o garoto de cabelos cinzas disse, seus olhos amarelados brilhavam de uma forma estranha no escuro.

-Você parecia aterrorizado.

-E estou, mas pelo menos tenho alguém pra sofrer comigo- disse como se estivesse mais relaxado, rindo de leve.

-Isso é algo para se ficar contente? –reclamei, antes de ouvir barulhos extremamente altos, fazendo com que não conseguisse nem escutar meus próprios pensamentos. A caixa se movia freneticamente, batendo de um lado para o outro, me levando à loucura.

Eles estavam chutando, sério, não tinham mais nada para fazer?

Tapei minhas orelhas com força, vi que o garoto também fazia o mesmo, então destampei meus ouvidos e coloquei minhas mãos em cima das suas, para que ele ouvisse menos, recebendo um olhar preocupado em resposta.

Ficamos naquela posição, mas mudávamos de lugar toda vez que batiam, sendo jogados de um lado para o outro, eles pareciam não se cansar daquilo, e os barulhos ficavam cada vez mais fortes, fazendo com que apertassse mais a cabeça do garoto, até que tudo se calou repentinamente

Quando abriram a caixa, a luz quase me cegou, e senti braços me puxando para cima, olhei para minhas roupas e elas estavam todas sujas... Minha mãe iria brigar comigo depois, olhei para o garoto e ele me encarava com olhos assustados, então ele moveu sua boca, mas não entendi, percebi que estava tudo muito quieto, apenas alguns zumbidos baixos, olhei em volta, minha tia era que me segurava, seus cabelos negros caídos pelo rosto enquanto movia a boca com carinho, seus olhos, também negros, me olhavam com preocupação.

Minha mãe começou a chorar, seus olhos azuis estavam uma bagunça de lágrimas, ela chacoalhava um de meus primos dando diversos tapas, mas eu não conseguia ouvir o que ela dizia, acho que ainda não tinha deixado meus ouvidos se acostumarem sem aqueles barulhos.

Passei as mãos pelas minhas orelhas, elas estavam quentes, e quando percebi, havia sangue na minha mão.