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História BoyTechno - Mudança de vida


Escrita por: CaliVillas

Capítulo 13 - Mudança de vida


Q

Não me assustei com a alta sirene, se aproximando, até se calar, quando os policiais chegaram, me encontraram parada na beira da estrada, paralisada, sem conseguir desviar os olhos das imensas labaredas e da fumaça escura, que subiam, consumindo veículo lá embaixo, na ribanceira, a alguns metros de mim.

— A senhorita está bem? – um policial perguntou, aproximando-se de mim.

 Não respondi de imediato, como hipnotizada por aquela cena infernal. Foi só quando me assustei com o som estridente das sirenes dos bombeiros, que sai do meu estado de letargia, pisquei duas vezes e olhei, percebendo sua expressão aflita.

— Sim, estou bem, mas ele não conseguiu sair – respondi com um fio de voz.

— Tem alguém lá dentro? – o policial perguntou, alarmado, esticando o pescoço, tentando enxergar por entre as chamas e a fumaça.

— Sim.

– Quem está lá? Seu marido? Filho?

— Meu androide – o homem ao meu lado respirou aliviado, quando uma paramédica veio conversar comigo.

— A senhorita está bem?

— Sim, eu consegui sair do carro, antes que o carro caísse na ribanceira, pulei e rolei no chão – disse, minhas roupas sujas confirmavam a história.

— Está ferida? Bateu com a cabeça?

— Não, só as mãos – Sacudi a cabeça em negativa, enquanto as lágrimas começaram a descer.

– Mostre-me as suas mãos – Estiquei as palmas machucadas para ela. – Só são escoriações superficiais, vamos cuidar disso. A senhorita teve sorte! – disse, enquanto limpava minhas feridas e passava um cicatrizante.

— Mas, ele não conseguiu sair – falei, aos prantos.

— Quem? – A mulher olhou em direção do incêndio, que já estava sendo debelado pelos bombeiros, tentando identificar a vítima fatal.

— O androide dela – o policial respondeu de um jeito jocoso. A paramédica soltou o ar, aliviada, e sorriu com um certo desdém. – O que aconteceu, senhorita?

— O carro perdeu a direção na curva, caiu na ribanceira e explodiu, eu consegui pular antes da queda, mas meu androide estava descarregado, ficou lá dentro. – Só não contei para eles que estávamos fugindo e com medo de estar sendo perseguido, pois, daí precisaria dar mais explicações, o que eu não desejava.

 — Eu lamento, mas a senhorita poderá comprar outro – a moça quis me animar, assenti com a cabeça, sem muita vontade. O que ela não tinha ideia era que Mathews era único e insubstituível, nunca haveria outro igual a ele, não para mim.

— É muito estranho, um carro inteligente como esse perder a direção e pegar fogo desse jeito – O policial coçou a cabeça, intrigado. — Deve ter algum defeito de escapamento de hidrogênio.

No entanto, não queria discutir teorias físicas e mecânicas com ele, naquele momento, sem conseguir tirar os olhos dos escombros enegrecidos que surgiram a minha frente. No banco do carona, só restava somente um monte de metal retorcido, irreconhecível, não podia acreditar que estivesse acabado assim desse modo tão brutal, depois, do que passamos, juntos.

O policial me fez algumas perguntas, pegou meus dados pelo reconhecimento facial, para confirmar minha identidade, e pediu que outra viatura me levasse para casa, contudo, eu queria ficar ali, assistindo.

— Senhorita, não restou nada inteiro lá dentro – uma bombeira veio me avisar. — Só um monte de plástico derretido e metal queimado — Soltei um longo suspiro, conformada, não havia mais nada a fazer.

— O hotel proprietário do veículo já foi informado e, em breve, a companhia de seguro estará aqui para as devidas averiguações. Espero que tenha um seguro do seu androide? – O policial me informou, sacudi a cabeça em negativa.

— Não pensei nisso.

 — Uma pena! Então, acho melhor ir agora, já está anoitecendo.

Dentro do carro, de volta para minha casa, os policiais ficaram em silêncio durante todo o trajeto, talvez, porque não sabiam o que dizer. Como dar pêsames a alguém pela perda de um androide? Eu olhava as luzes da cidade que passavam rapidamente a minha volta, tudo parecia tão lúgubre e sem vida.

Entrar no meu apartamento escuro e silencioso, sabendo que Mathews não estaria ali, foi muito doloroso, aquele lugar nunca foi tão frio e vazio, nunca me senti tão triste e solitária, mesmo tento vivido por tanto tempo sozinha. Porém, não podia continuar mais ali, não seria possível depois de tudo que aconteceu, precisava partir, deixar toda essa história para trás e começar uma vida nova em outro lugar, onde encontrasse paz.

— Senhor Shu – disse ao meu DI.

— Senhorita Santelmo, o que houve? Estávamos preocupados com o seu desaparecimento.

— Sofri um pequeno acidente, mas estou bem.

— Fico feliz em ouvir isso.

— Senhor Shu, gostaria de saber se a sua oferta de emprego ainda está de pé?

— Claro, senhorita Santelmo, seria uma honra em tê-la na minha equipe, mas, sabe da condição de precisar mudar-se para cá.

— Esta é uma das razões, senhor Shu. Quero começar uma nova vida em um novo país, não me importo de trabalhar duro para isso.

— Fico muito satisfeito em ouvir isso, senhorita.

Assim combinamos detalhes, pedi-lhe um tempo para me desvincular da Oregon. Com certeza, Cinthia ficaria muito feliz com a minha saída e por ocupar a minha posição. Infelizmente, na minha nova função, negociaria diretamente com ela.

Nos meses seguintes, eu me ocupei bastante para não pensar no vazio da minha vida, cuidando da minha mudança. Meu chefe na Oregon quis cobrir a proposta do senhor Shu, mas não aceitei, expliquei a ele que não era pelo dinheiro, que meu objetivo era mudar de vida, então, ele, resignado, me desejou boa sorte.

Comecei em curso intensivo de ensino sublinear, para aprender o idioma e poder me adaptar melhor e mais rápido. A nova empresa me forneceria um pequeno apartamento próximo a ela, assim, poderia ir e voltar a pé do escritório. Seria uma vida bem diferente da anterior, sairia todos os dias para trabalhar, ficaria menos tempo em casa, conviveria mais com outras pessoas, seria uma mudança e tanto, com certeza, sentiria falta dos meus amigos, principalmente, de Ava, quem eu não via há algum tempo. Foi ela que organizou uma festa de despedida em um bar da cidade, com muita bebida, comprimidinhos brancos e sexo descompromissado depois, onde falamos, rimos, dançamos, como loucas.

— Como está a vida sem seu Mathews? – Ava quis saber, de um modo sério.

— Vou levando, com a mudança não dá tempo para pensar demais.

— Sabe o que você precisa? – Eu a interroguei com o olhar e sacudi a cabeça em negativa. – Transar.

— Transar?

— Sim, há quanto tempo você não dá uma boa trepada?

— Há alguns meses, desde que Mathews... você sabe.

— Eu tenho o remédio ideal para você.

— Tem?

— Lá na minha casa.

— Ralph?

— Não, um amigo meu que está hospedado na minha casa e quer conhecer você, eu contei a ele a sua história e está muito interessado.

— E por que ele não veio hoje, aqui? – indago, com um tom de provocação.

— Ele não está muito disposto a frequentar lugares movimentados, sendo assim, você pode ir para a minha casa e ficar mais à vontade.

— Eu não sei se ainda é muito cedo, para um encontro como esse.

— Não seja boba! Aproveite a oportunidade, afinal, é a sua despedida. Vamos, você está precisando disso! Será a última transa em casa, antes de partir.

 Eu ri alto, estava começando a gostar da ideia.

— Você é meio-pervertida.

— Não querida. Sou totalmente pervertida – ela respondeu, com sorrisinho malicioso.

— Por que não? – Eu havia bebido demais, estava empolgada, talvez, fosse hora de recomeçar a minha vida, precisava mesmo relaxar um pouco.

 

O amigo de Ava era de poucas palavras e muita ação, me fazendo lembrar dos velhos tempos, assim que entrei, ele me beijou até ficar sem folego, sem me deixar pensar e eu nem queria, como uma despedida da minha antiga vida e a celebração de uma nova etapa. Ele tirou a minha roupa de um modo de seguro e sensual, me acariciou, bolinou, beijou todo o meu corpo sem restrições ou reticências, entrou em mim, sem pedir licença, me colocou de quatro, de frente, do lado, como se adivinhasse os meus desejos, as minhas vontades e como há muito tempo não acontecia, exausta, adormeci ao lado dele.

Algumas semanas depois, eu mudei para um outro país, do outro lado mundo. Já na minha nova função de consultora, na minha nova empresa, entrei na sala do meu novo patrão, senhor Shu, que misturava tradições milenares com ultramodernidade, para uma pequena reunião, nos cumprimentamos com uma leve reverência antes de eu me sentar, na frente da mesa dele.

— Como está indo, senhorita Santelmo? Adaptando-se bem a sua nova vida?

— Muito bem, obrigada, senhor.

— São muitas mudanças. Espero que as acomodações sejam do seu agrado?

— Sim, são excelentes.

— Quando seu noivo chegará?

— Em breve, devo confessar que estou morrendo de saudades, já estamos algum tempo separados, apesar de nosso relacionamento ser muito recente, sinto muita falta dele.

 — Quando ele chegar, vão apreciar a florada das cerejeiras, é uma linda e breve visão, nos indica o recomeço da vida.

— Com toda certeza, nós iremos comemorar essa renovação de vida e que seremos felizes aqui.

Tinha que confessar que o começo foi um tanto difícil, uma mudança tão drástica, que precisei passar sozinha, todavia, tinha esperança no amanhã, sabia que em muito breve, minha vida se modificaria para melhor, seria só uma questão de tempo.

No fim da tarde, de volta do escritório, caminho ao ritmo da horda ordeira, pela metrópole ultramoderna, sinto-me bem, confiante. Apesar de ainda ter o hábito de olhar por cima do ombro, sempre com a sensação que estou sendo seguida, mas não encontrei nenhum rosto suspeito na multidão, aqui sou mais uma.

Chego ao meu pequeno apartamento confortável e jeitoso, onde me sinto segura, corro para atender ao insistente interfone.

— Senhorita Santelmo, sua encomenda acaba de chegar – o porteiro eletrônico me avisa,

— Mande entrar — Estou ansiosa, porque esperava por isso, há algum tempo.

Programei a entrega para a noite, quando estaria em casa, a fim de recebê-la, pessoalmente.

Eu aguardo os entregadores na porta, eles são eficazes, silenciosos e cuidadosos. Agradeço, espero que saiam, quero ficar sozinha para abrir aquela grande caixa. Meu coração acelera quando destravava a tampa e ela abriu, não posso acredita no que estou vendo, não consigo parar de rir, preciso tocá-lo, ergo a mão e passo, delicadamente, nos seus cabelos macios, os meus dedos acompanhando a sua mandíbula quadrada, desço suavemente pelo tórax e pelo abdome modelados, toco no seu sexo potente e o sinto todo. Perfeito!

Nós não nos vemos desde a noite da festa da minha despedida, quando Ava me levou para sua casa, onde Mathews estava escondido, há algum tempo, quando simulamos sua destruição no acidente de carro, usando um androide antigo que tiramos da casa do velho ladrãozinho. Previamente, havia ligado para a minha amiga que veio e levou Mathews dali, antes que a polícia e os bombeiros chegassem. A parte ruim foi me atirar no chão, sujar minhas roupas e machucar minhas mãos para dar veracidade a minha história, segura que assim, nossos perseguidores nos deixariam em paz, em nossa nova vida, em nosso novo lar.

— Olá, Mathews. Meu Mathews.

Não posso acreditar que ele está bem ali, comigo, outra vez.

Por infinitos segundos espero e seus olhos ganharem vida.

— Olá, Emma. Senti saudades.

— Eu também senti muitas saudades sua. Por favor, me abrace.

Ele dá um passo à frente e me aconchego nos seus braços, encosto a cabeça no seu peito silencioso, ergo o rosto, vou pedi um beijo, mas antes que eu fale, ele encosta os seus lábios macios e suaves no meus, em um beijo ardente, sua língua imperativa explora a minha boca, o gosto que tanto senti falta. Suas mãos descem e seguram minha bunda e me ergue do chão, eu me encaixo perfeitamente nele, minhas pernas envolve o seu quadril e meus braços a sua nuca, nossas bocas não se desgrudam em um beijo interminável.

 — Senti tanto a sua falta – falo nos seus lábios.

— Eu também senti a sua.

Dois passos para trás, ele me colocou no sofá tirou o meu vestido, beijou a parte dos meus seios que escapava do sutiã, depois se livrou dele, lambeu meus mamilos, minha barriga, tirou minha calcinha, eu já estava em fogo.

— Eu quero você – pedi, mas ele não se compadeceu com as minhas súplicas, queria me provocar, seus lábios desceram para a minha virilha, as minhas coxas, me beijou entre elas. Ficou de joelhos entre minhas pernas, segurou minhas coxas, ergueu meu quadril e me penetrou, em um movimento rápido e intenso, gemi de prazer, ao senti-lo dentro de mim, me preenchendo, me completando em um vai e vem ritmado, então, eu gozei, mas ele não parou, deitou sobre mim e continuou e eu gozei outra vez, gemi alto e relaxei nos seus braços, sobre seu peito, sentindo seu calor.

Enfim, meu amor estava em casa e eu poderia ser feliz ao lado dele, novamente.


Notas Finais


Espero que tenham gostado da história de Emma e Mathews.
Beijos.


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