1. Spirit Fanfics >
  2. Breath >
  3. I

História Breath - I


Escrita por: digdigjoy

Notas do Autor


Olá pessoinhas, tudo bem com vocês? Espero que sim :p
Eu já tinha escrito essa fic (começado) tem um tempo, porém deletei pois minha vida estava uma loucura.
Com a chegada da segunda temp de Miraculous, decidi tomar vergonha na cara e voltar a postar. Espero que vocês gostem :D

Capítulo 2 - I


Adrien se remexia em sua cama inquietamente. Seus olhos recusavam-se a fechar e sua mente trabalhava em uma velocidade nauseante.

 

Suspirou frustrado.

 

Já era a terceira vez naquela semana no qual tinha insônia.

Olhou para o seu lado esquerdo da cama vendo Plagg adormecido, com a boca aberta, salivando pelas laterais. Murmurava palavras desconexas enquanto por vezes deixava escapar alguma marca de queijo qualquer. Revirou os olhos, voltando sua atenção para o pequeno relógio digital acima de seu criado mudo.

 

3:48 a.m.

 

Enterrou seu rosto no travesseiro, sentindo o cheiro gostoso de amaciante.

 

Por míseros segundos sentiu inveja de seu pequeno amigo felino, adormecido logo ali do seu lado. Gostaria ele de saber como era sentir uma ... Devoção (?) tão grande por algo que em poucos minutos estaria sendo digerido por seu estômago.

Algo que não o rejeitasse a cada investida indiscreta e cômica, porém verdadeira.

 

Como já era de se esperar, seus pensamentos voaram para ela.

 

Ladybug...

 

Era incrível e até mesmo um pouco estranho o poder que um simples e falso nome exercia sobre ele. Não existia meio termo quando o assunto era “Aquela” garota. Ou era seu coração saltando em felicidade e deslumbre, ou então era ele esmurrando seu peito em decepção. E isso o assustava... E muito.

 

Adrien nunca soube o que era amar ou como exatamente se parecia o amor. Quando sua mãe desapareceu, levou consigo todo e qualquer vestígio do chamado “amor fraternal” no qual via seus colegas e amigos tanto falaram quando esse tipo de assunto era abordado.

E bom, ele nunca havia encontrado alguém que o encantasse verdadeiramente para saber o que era sentir uma paixão. Adrian nunca havia procurado na verdade – e muito menos sentido necessidade. Por muito tempo pensou ser apenas um exagero as emoções e reações das pessoas que diziam se amar. Parecia tão... Irreal e sem sentido. Quase hollywoodiano ele diria.

 

Era o que pensava, até virar Chat Noir.

 

Todos os seus conceitos, pensamentos... Simplesmente tudo, foram por água abaixo quando a conheceu. Pela primeira vez em sua vida, Adrien não sabia como lidar com aqueles malditos sentimentos que o arrebatavam toda vez que via aquela garota.

Ele sempre se considerou alguém simpático e de fácil convívio. Poderia até mesmo se dizer uma pessoa consideravelmente sociável. E como Chat, sentia que tudo aquilo duplicava. Sentia na pele a liberdade de ser finalmente o que gostaria de ser. Quebrar as correntes que o prendiam juntamente com o sobrenome Agreste. Expor o que sentia e o que realmente pensava, sem precisar se preocupar com seu pai, sua carreira ou qualquer pessoa no mundo.

 

Porém a cada rejeição de sua senhora, ele se perguntava o que exatamente estava fazendo de errado para levar tantas “patadas” de sua parceira. E por vezes ele se via questionando o quanto sua liberdade era realmente boa. Para Adrian, logicamente, muito. Mas... E para ela?

 

Para seu desespero, por alguma razão, as rejeições e esquivas vinham acontecendo com mais frequência e mais firmeza do que ele era acostumado. E eram nesses momentos em que o ódio por aquele uniforme vermelho, coberto de bolinhas pretas, lhe atingia.

 

Por vezes ele questionava quem seria a garota por trás daquela máscara. Ninguém parecia ser boa o suficiente... Ninguém parecia a certa. E era exatamente isso que vinha lhe tirando o sono frequentemente.

 

Ele desejava mais que tudo conhecer o lado “humano” de Ladybug, e não conseguia entender o porquê de ela não o querer.

“Somos parceiros, não é? Confiança deveria ser nossa prioridade!”

Milhares e milhares de especulações eram criadas em sua cabeça. Uma delas o machucava tão profundamente, que sentia sua respiração falhar toda vez que pensava sobre.

 

“Será que... Ela já teria alguém? Ou... Estaria apaixonada por alguém?”

 

Ele não saberia dizer. E era isso que ia lhe matando por dentro aos poucos. Aquela maldita incerteza.

 

Para seu desespero emocional, Ladybug nada falava de sua vida por trás daquela heroina. E bom... Ele com absoluta certeza não a questionava sobre isso – pelo menos não com frequência. Ele sabia que era de extrema covardia, mas ele não saberia como lidar ao menos com a mísera possibilidade de ouvir que o coração de sua dona pertencia a outro.

 

Apesar de todas os “cortes” dados por Lady, ele gostava de manter aquele pequeno fio de esperança dentro de si. Era melhor ter algo, do que não ter nada, afinal.

Bom, era o que se obrigava a pensar.

 

Suspirando, coçou seu nariz fortemente no travesseiro, antes de virar-se e voltar sua cabeça para o teto.

 

Adrien estava perdido. E pela primeira vez desde que havia começado a amar sua lady, se perguntou se valeria a pena continuar nutrindo esse sentimento.

 

                                                                               (...)

 

Adrien sentiu seus olhos arderem por debaixo das pálpebras fechadas, quando um feixe de luz as atingiu. Resmungou, virando-se de lado em sua cama. Plagg continuava dormindo profundamente. O loiro pensou seriamente em acompanhá-lo, porem desistiu ao olhar o horário em seu relógio. Ele estava atrasado. Extremamente atrasado.

 

Ele levantou de sua cama em um salto, tropeçando no seu lençol que – apenas para agrega na sua cota de boa sorte -  havia enroscado em seu pé. O barulho alto da queda ecoou no quarto fazendo Plagg despertar.

 

Resmungando como sempre.

 

— Será que “dá” pra fazer menos barulho aí ou é muito difícil? Tem alguém tentando dormir aqui!

 

Adrien pegou sua roupa no armário rapidamente, se vestindo e correndo para o banheiro. Olhou no espelho apenas para garantir de que elas estavam no lado certo. Escovou seus dentes apressadamente, voltando para seu quarto. Pegou sua mochila, puxando Plagg que — aparentemente — dormia novamente.

 

— Você só pode “tá” de brincadeira comigo! — Bufou o felino, coçando seus olhos com as patas. Adrien o colocou dentro da mochila, puxando um generoso pedaço de queijo da tigela que ficava em sua escrivaninha.

 

— Eu estou atrasado! Não comece! — Retrucou o loiro, descendo rapidamente as escadas de sua casa. Estranhou a ausência de Nathalie, e de apararentemente qualquer ser vivo residente ali, porém não fez maiores questionamentos já que seu tempo estava curto. Quando chegou do lado de fora, seu carro de sempre o aguardava. Suspirou aliviado, entrando no mesmo.

 

                                                                               (...)

 

5 minutos. Conseguira chegar faltando 5 minutos. Suspirou aliviado.

Ao sair do carro, avistou Nino mexendo em seu celular. Alya e Marinette conversavam ao seu lado. Assim que o notou, Nino abriu um sorriso, chamando-o com a mão.

 

— E ai cara! — Exclamou, estendendo seu punho. Adrien chocou o seu contra o dele.

 

— Eai Nino. Olá garotas. — Prosseguiu, abrindo um sorriso gentil. Como já era normal, viu Marinette gaguejar algumas palavras de bom dia e puxar Alya para dentro da escola.

 

Ele admitia achar engraçada e um tanto fofa a atitude de sua amiga. Pelo menos há algum tempo atrás. Hoje, ele se perguntava se havia feito algo para ela que a deixava tão desconfortável na frente dele. Lembrava de como a conhecera de um modo ... Não muito bom, e temia que a garota ainda guardasse rancor por isso. Não podia negar que se sentia incomodado. Ele gostava de Marinette.

 

As viu se afastar rapidamente. Assim que desapareceram de sua visão, olhou para Nino, questionando silenciosamente a atitude delas. Seu amigo apenas deu de ombros, engatando em uma animada conversa sobre os heróis da cidade.

 

É...Adrien nunca iria ficar acostumado em falar de si próprio daquele jeito.

 

Os minutos se passaram. Assim que o sinal tocou, a dupla foi em direção à sala. Praticamente todos os alunos já estavam acomodados em seus assentos.

 

Sentou-se com seu amigo nas duas primeiras carteiras da frente, sentindo aquela estranha sensação de estar sendo observado. Virou sua cabeça para trás, encontrando o olhar de Marinette. A mesma logo desviou, com o rosto vermelho. Adrian franziu o cenho, se ajeitando novamente na cadeira.

 

Alguns minutos se passaram até a professora finalmente chegar.

 

— Silêncio, por favor! — Exclamou, batendo sua régua na mesa. As conversas foram diminuindo gradativamente, até cessarem por completo.

 

— Primeiramente bom dia.

 

— Agora ela lembra do bom dia. — Sussurrou Nino, rindo. Adrien revirou os olhos.

 

Um coro de resposta logo se seguiu.

 

— A partir de hoje teremos uma nova colega conosco. — Disse, chamando com a mão alguém encostado no batente da porta.

Adrian esticou um pouco o pescoço, curioso.

Assim que a aluna nova passou por ele, prostrando-se ao lado da professora, Adrien sentiu seu estômago vibrar.

 

Ela era tão... Linda...

 

Sua consciência lutava. Uma parte queria encará-la da maneira mais descarada possível, enquanto a outra insistia em querer abaixar o olhar.

 

Coçando os cabelos, tentou encontrar o meio termo, se permitindo analisar discretamente a garota.

 

Um par de tênis surrados estavam em seus pés. Uma calça escura grudava em suas coxas, fazendo-o corar por notar ter olhado por tempo de mais ali. Subindo mais, notou a camisa larga que a mesma usava. Era um azul muito escuro, quase tanto quanto a sua calça. Notou os cabelos longos e lisos, batendo em seu quadril. Era tão claro, que seria confundido facilmente com a cor branca. Chegando a seu rosto, mordeu o lábio inferior. Por alguma razão, ele sentiu um suspiro entalado na garganta.

 

Tudo bem, ela era realmente bonita.

 

Sua pele era extremamente pálida. A boca pequena, apesar da palidez, possuía um adorável tom rosado. O nariz era fino e pequeno. E os olhos...

 

Azuis? Verdes? Ou talvez os dois? Ele não fazia ideia.

 

E também não fazia ideia do que era aquela estranha sensação na boca do seu estômago. Parecia com aquela sensação de estomago vazio quando se precisa apresentar algo para uma plateia, mas de uma maneira estranha... Era uma sensação gostosa.

 

Parou de analisá-la quando notou o maxilar forçado e o olhar desfocado da menina. Ela parecia querer evitar qualquer contato visual com qualquer pessoa daquela sala. Segurava as próprias mãos fortemente, estalando os dedos. Ele pode jurar ver a veia saltando por conta da pressão.

 

Uma cotovelada nada discreta em sua costela, o fizera desviar o olhar com uma careta de dor. Virou seu rosto, encontrando uma sobrancelha levantada e o sorriso malicioso de seu amigo. Sentiu seu rosto queimar. Baixou o olhar para suas mãos.

 

— Poderia se apresentar querida? – Pediu a professora de maneira – estranhamente – delicada.

 

Escutou a garota suspirar pesadamente.

 

— Aurora. Aurora Clair.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...