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História Breathe Again - Wincest - Me arrependo de viver


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Amigos;


Segue mais um capítulo, e por favor, nada de quererem matar o Sam,
ainda tem uns capítulos para o final, e precisamos dele....kkkkkkk.

Desculpem os errinhos !!!

Boa Leitura !!!!!

Capítulo 13 - Me arrependo de viver


Fanfic / Fanfiction Breathe Again - Wincest - Me arrependo de viver

 

 

Dean colocou sua roupa e se deitou na cama, se sentindo um pouco desanimado e sem forças físicas, e estava quase pegando no sono, quando o celular de Sam tocou, ele ainda estava no banho, e por curiosidade, pegou o mesmo, vendo se tratar de número desconhecido, e a ligação foi cortada e quando estava devolvendo o telefone para a mesinha ao lado do sofá, esse fez sinal de mensagem recebida, e Dean olhou a mesma, estremeceu, estava escrito: “Sammy, estou aqui na porta do hospital te esperando, vem logo me ver....senão eu subo aí hein !”

Dean voltou o celular à tela inicial e depositou o mesmo na mesinha e foi se deitar, sentia um calafrio em sua espinha e ao mesmo tempo uma chama ardendo dentro de seu coração, querendo dominar seu corpo, não sabia se falava com Sam, ou, calava e o seguia, se ele saísse do quarto, ou se não o seguia, mas preferiu fechar os olhos naquela agonia e quando Sam saiu do banheiro, percebeu que não queria falar nada e nem discutir nada com ele, sentia medo de perdê-lo, sentia desespero, raiva, ciúmes, humilhação, tudo isso e muito mais ao mesmo tempo, e não saberia colocar em ordem seus pensamentos para poder expressá-los naquele momento.

Sam, logo em seguida que saiu do banheiro, percebeu que seu telefone apitava de uma chamada perdida e o pegou, ficando alguns instantes observando o aparelho, sendo analisado pelo olhar de Dean. Ele respirou fundo, se aproximou de Dean, e alisou seus cabelos em um carinho terno, e disse :

Sam: Você está bem ?

Dean: Sim. (Se encolheu, disse seco e sem vontade de falar com ele).

Sam: Você está pálido e está tremendo, será que está com febre ?

Dean: Não, eu estou bem.

Sam: Quer comer alguma coisa, eu peço para trazerem aqui pra você ?

Dean: Não, estou sem fome.

Sam: (Percebendo que Dean estava de mau humor e que não queria falar e vendo que ele não o chamou pelo apelido carinhoso)...Dean você não quer conversar comigo ? Eu estou aqui com você...fala comigo...o que foi ? Tá sentindo alguma coisa ?

Dean estava com um aperto enorme no peito e deu vazão sem notar a uma lágrima no canto do seu olho, e mesmo deitado de lado, Sam percebeu a lágrima e a limpou do seu rosto.

Sam: Porque você está chorando, amor, porque ? (Se sentou à sua frente, na cadeira, e afagou seu rosto, vendo mais lágrimas se formarem naqueles olhos verdes que tanto amava).

Dean: Eu estou bem. (Se esforçou muito para não desabar, nessa simples frase, e fechou os olhos, se odiando por Sam o ter visto tão frágil e por ter feito amor com ele, por ser tão idiota e acreditar em todas as mentiras dele).

Sam: Tudo bem, depois você fala o que foi, senão quer conversar agora. Tenta dormir um pouco, eu vou ficar aqui pertinho, tá bom ?

Dean ficou quieto sem dizer nada, e ficou aliviado em saber que Sam não iria atrás de quem quer que fosse, que tinha tamanha liberdade para chamá-lo pelo apelido que só ele usava. Seu coração estava cheio de amargura e aflição, mas naquele momento sentiu uma esperança renascer, talvez tivesse entendido errado, mas as dúvidas fervilhavam em sua mente, e nisso passou cerca de uma hora, e estava cochilando devido a fadiga em seu corpo, por causa do contato com o sangue impuro, quando percebeu que a porta do quarto fora aberta, sentiu um arrepio de medo em seu interior, e apertou os olhos, tentando não  acreditar que era Sam saindo do quarto furtivamente escondido, achando que ele estava dormindo. Esperou uns segundos abriu os olhos e procurou em volta, e realmente, Sam não estava no quarto.

O último fio de esperança se desfez, e se odiou por estar naquele lugar, tão debilmente entregue e tão fraco. Sentiu-se a pior das criaturas por amar aquele que pouco se importava com ele, e como se deixou levar por aquelas declarações de amor de Sam, que eram puras mentiras, e ele se resumia em mais um simples capricho dele, que passou, tanto assim que agora tinha arrumado outra pessoa para desejar e “amar”.

Dean revoltado por estar apaixonado como homem e amando seu irmão ao mesmo tempo, e não sabia como lidar com nenhum dos dois sentimentos conflitantes, agora dentro dele. Ele sabia o que seria melhor naquele momento, conter sua raiva e sua indignação e procurar outros ares, como sempre fez, deixar de ser um fracassado qualquer, tinha que ser forte, e não conseguiria se continuasse naquele hospital.

Dean passou a sentir mal fisicamente também, exaurido e enjoado, mas não se importou e num pulo só, se levantou, colocou sua calça jeans, uma camiseta qualquer com sua jaqueta de couro, colocou os coturnos de caçador e desceu sorrateiramente pela escadaria do hospital, e chegando na recepção, se misturou entre as pessoas que estavam ali, sem ser notado, e saiu escondido, por entre os carros e ambulâncias que estavam na frente do hospital, procurou por Sam, e o viu de longe encostado em uma árvore conversando com uma mulher, morena e muito bonita, que tentava colocar as mãos no seu rosto mas era contida por ambas as mãos de Sam, de forma carinhosa.

Dean quase desmaiou ao ver aquela cena, então era aquela mulher a responsável por marcas na pele de Sam e pelo jeito todo atirado e sem pudor dele, estava tudo explicado. Queria fugir dali, não ver mais nada, sabendo que a realidade era o quanto foi iludido e que caiu na artimanha de Sam, como o idiota que sempre foi, quando se tratava de Sam. Nunca em sua vida se sentiu mais humilhado, se sentia um nada novamente. Suas pernas pareciam dois pilares de concreto ficados ao chão, não conseguia se mover, sua cabeça doía incessantemente, o tremor percorria todo o seu corpo, seu estômago embrulhado, e sentia sua pele gelada e quente ao mesmo tempo. Preferia, de longe, estar morto a ter que ver Sam o trair.

Dean voltou a olhar, vendo Sam ficar encarando a mulher fixamente, e quando essa se virou um pouco de lado, ele percebeu os olhos totalmente negros dela. Era um demônio. Ele conteve a vontade de ir lá e tentar matar a desgraçada, mas seu orgulho falava mais alto, já que Sam preferia estar com ela. Com a visão embaçada pelas lágrimas que escorriam livres, dominou seu lado caçador, e continuou observando de longe.

Sam, sendo espiado por Dean, tentava dizer a Ruby que não queria mais contato algum com ela, que não queria mais beber sangue, porque suas saídas estavam prejudicando o seu relacionamento com Dean. Conteve a vontade de chupar o sangue da demônia, mas estava resistindo bravamente, buscava forças no amor que sentia e nas palavras de Castiel, que o alertara. Já estava ansioso para a conversa com ela acabar rápido, porque  queria voltar com Dean ainda dormindo, mas Ruby não estava deixando ele sair do lugar e com seus poderes, o fixou no tronco da árvore para que ele fosse obrigado a ouvir seus argumentos, do porque ele deveria continuar a beber o sangue.

Ruby não estava acreditando no que estava acontecendo com Sam querendo colocar seus planos por água abaixo, logo agora que tinha progredido tanto e estava até conseguindo afastá-lo do irmão problema. Aquela nova atitude de Sam estava deixando-a desesperada, não podia deixar isso acontecer, e quase usou de força demais para prendê-lo, que até deixou seus olhos negros aparecerem. Ficou tão atordoada que nem percebeu a presença de Dean os observando de longe, que em outro momento teria visto facilmente.

Dean viu Sam se despedir da demônia, segurando em sua mão e dando um beijo terno nos seus lábios de leve, e em seguida e se encaminhou para o hospital, e a talzinha virou fumaça e sumiu. Dean sentiu seu coração partir em um milhão de pedaços, até o seu lado mais furioso estava em prantos, não havia palavras para descrever o quanto estava doendo a traição. Agora sabia que aquela vida de amor e paz não lhe pertencia, que era um caçador, e suas emoções eram de uma única noite, sem sofrimento, com sua alma intacta, sem dor e sem luz, como tinha que ser.

Nesse momento, Dean limpou as lágrimas, colocou a máscara da indiferença, e saiu daquele lugar, antes que Sam chegasse ao quarto e percebesse a sua ausência, se esforçou para sair do lugar e foi até uma avenida que passava em frente ao hospital e pediu carona, conseguindo rapidamente, afinal com o seu rosto e corpo perfeitos, era bem fácil. E uma mulher o levou até a porta de um bar, mais ou menos, uns 50 quilômetros do hospital. Ele tinha intenção de ficar o mais bêbedo possível, arrumar uma boa briga, de preferência que o deixasse inconsciente uns dias, ou uma transa e acabar a noite, e depois quem sabe acharia o caminho de volta ao hospital.

Estava se sentindo muito mal agora, seu estado físico era lastimável, o enjoo estava no auge, suava frio, seu corpo estava muito pesado e sentia vertigem, mas tudo isso junto não se comparava a dor em seu coração, na qual nem queria pensar. E ao entrar no bar, começou o serviço de se embebedar sem dificuldade alguma.

Sam chegou ao quarto aliviado por ter conseguido dizer não para Ruby, e feliz por seguir o conselho de Castiel, e no elevador mesmo, programou sua noite, e pediria ao anjo que deixasse ele passar a noite sozinho com Dean, compraria um lanche bem gostoso com torta, veriam um filme na TV e dormiriam abraçados. Queria fazer ele sentir seu amor novamente, achava que a tristeza de Dean era porque queria sair logo daquele hospital, mas se ele se empenhasse em passar momentos bons ali mesmo, quem sabe Dean se alegrasse mais um pouco, e nem notasse os seus poucos dias de internação que ainda teria pela frente.

Sam abriu a porta do quarto e procurou Dean por todo lado, não o encontrando, saiu em sua busca pelo corredor, se desesperou subitamente, voltou ao quarto e só então notou que algumas roupas dele haviam sumido, sua carteira e seus sapatos, percebendo que se tratava de uma fuga, ficou mortificado sem saber o que fazer, e automaticamente chamou por Castiel, que apareceu sem demora, e acalmou Sam, e se pôs em busca do rastro de seu protegido.

 

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Castiel facilmente encontrou Dean no bar, sentando ao seu lado, percebendo que ele já estava alto, depois de algumas doses duplas de uísque, que ele colecionava os copos sobre o balcão.

Castiel: O que você está fazendo aqui nesse lugar, Dean?

Dean: Você não está vendo, estou bebendo.

Castiel: Eu estou vendo, mas porque?

Dean: Eu que pergunto, porque você está aqui ?

Castiel: Eu sou seu anjo, e estou aqui para te proteger.

Dean: Castiel, caí fora, eu não preciso de anjo nenhum aqui. Me deixa curtir um pouco, amanhã você vem me buscar, tá bom assim?

Castiel: Não, Dean, vamos embora agora, você ainda está se recuperando. (Colocou a mão no ombro do protegido para perceber seu estado físico deplorável, e ler seus pensamentos do que o tinha levado até ali, não conseguiu ver todo o ocorrido, mas entendeu os sentimentos dele, e sofreu junto com ele).

Dean: Eu não preciso de você, eu não preciso de nada e nem de ninguém, cuidem de suas vidas, e parem com esse lance de parecerem bonzinhos, estão fazendo isso para quem ver ? Para os outros anjos, os demônios, o desgraçado que matou minha família ou Deus, que não está nem aí para nós ? (Falou bem alto, fazendo várias pessoas olharem para eles).....Vá embora !!!!

Castiel: Dean, pára e fala mais baixo, por favor...vem...(Puxou Dean pelo braço, não queria tocar nele e teletransportar com várias pessoas olhando para eles).

Dean: ME SOLTA !!! (Gritou, chamando a atenção de dois homens mal encarados e gigantes que olhavam feio para os dois).

Dean: Hei, vocês dois aí, estão olhando o quê ? Algum problema, perderam alguma coisa aqui ? Idiotas !!! (Queria arrumar uma briga de qualquer jeito, não queria mais parecer um fraco).

Castiel: Pára com isso Dean, você está passando mal, e ainda está se recuperando de quase ter morrido, por favor, vamos embora agora.

Mas já era tarde demais, e Dean também não iria sair dali, os homens agarraram ele pela jaqueta e arrastaram ele para fora do bar. Os três começaram a brigar, e Dean em tremenda desvantagem, apanhou feio dos dois homens, que até desistiram de bater nele, depois de um tempo, porque ele não reagia e já estava caído no chão, sendo observado por Castiel, que viu o intento de Dean desde o início, e deixou acontecer, em respeito ao livre arbítrio do protegido.

Os homens saíram dali e foram embora do local, deixando Dean com o rosto desfigurado de tantos socos que recebeu dos dois lados, seus olhos estava inchados e cortados, assim como sua boca, e vários hematomas enormes no peito e barriga devido aos chutes. Castiel se ajoelhou ao seu lado, e estava quase o tocando, com a intenção de curar seus ferimentos, quando Dean segurou sua mão.

Dean: Eu não quero sair daqui, me deixa em paz. (Traduziu aquele gesto como se quisesse transportar ele dali).

Castiel: Eu vou te curar só isso.

Dean: Não, eu não quero, não toca em mim, nunca, entendeu ? E some daqui AGORA !!!

Castiel: Eu quero que venha comigo.

Dean: Eu não vou a lugar nenhum, eu vou beber mais, some daqui Castiel.

Castiel viu que não tinha jeito e se fez invisível, iria esperar até Dean cair de bêbedo ou de sono, para levá-lo de volta, não iria mais interferir, apenas acompanhar.

Dean se levantou com muita dificuldade, e entrou no bar, foi ao banheiro, olhou seu rosto todo estourado no espelho, riu de si mesmo, se lavou como pôde, vomitou muito, lavou a boca e voltou para o balcão do bar, pedindo uma garrafa de uísque, queria se anestesiar mais, e nem deu confiança para as pessoas que o olhavam. Ficou ali, bebendo até amanhecer, esvaziara quase duas garrafas de uísque, entre outras doses de vodca e cervejas durante toda a noite, não sentia mais seus cortes e seus hematomas, que tomavam uma tonalidade roxa amarelada. Quando foi anunciado que fechariam o bar, foi até a porta, descendo os três degraus da escada, se apoiando no corrimão, não aguentava andar nem mais um passo, e caiu. Castiel voltou a se aproximar dele no chão.

Castiel: E agora, podemos ir ?

Dean: Eu odeio tudo isso, odeio ter que voltar, odeio essa droga de vida.

Castiel: Podemos voltar ?

Dean: Se eu pedisse para você me matar, você me mataria ?

Castiel: Não, jamais poderia cumprir essa ordem de quem devo proteger, é isso que você quer, Dean ?

Dean: (Disse já com lágrimas nos olhos)...Sempre foi, desde quando...(Pensou em quando Sam foi para a faculdade)...tudo começou a doer aqui.  (Colocou a mão no coração).

Castiel: Tudo bem, eu vou tentar cuidar disso também.

Dean: Posso te pedir uma coisa, não me cure...não toque em mim...sem eu pedir.

Castiel: Você já disse isso, eu não vou tocar em você sem você deixar...mas como vou levá-lo embora ?

Dean: Tá, agora você pode tocar em mim, mas não me cure...nunca...eu quero dormir muito, e só por isso que vou deixar me levar.

Castiel aproveitou o momento, e fez com ele perdesse a consciência, e o transportou direto para a cama de seu quarto no hospital.

Sam se assustou com sua chegada repentina, quando esse estava sentando no sofá com as mãos na cabeça, entre pensamentos e orações.

Sam: Castiel, que bom te ver...você demorou muito....AH MEU DEUS !!! (Viu o estado de Dean, todo sujo, machucado e fedendo a bebida).

Castiel: Ele estava num bar e arrumou briga assim que cheguei, não me deixou trazê-lo de volta até agora, e, eu não quis sair de perto dele, para vir aqui, fiquei com medo do que mais ele iria aprontar ou se ele piorasse, e ele já estava mal antes mesmo de começar a beber. (Levantou a camisa de Dean, mostrando os hematomas enormes que estavam por toda pele branca de dele).

Sam: (Horrorizado)...Vamos chamar um médico agora mesmo...isso tá muito feio...ele vai morrer de dor quando o efeito do álcool passar, será que ele quebrou alguma coisa?

Castiel: Não, mas ele não me deixou curá-lo, e eu não posso interferir no livre arbítrio dele, ele preferiu sofrer as lesões, assim temos que chamar os médicos mesmo, e vamos contar a verdade, que ele fugiu e voltou hoje de manhã assim.

Sam : Tudo bem. (Castiel segurou na mão dele).

Castiel: Sam, espera! Ele está muito deprimido, ele me pediu para matar ele, depois me conta o que aconteceu na minha ausência, porque eu não consegui ler tudo na mente dele, ele não me permitiu tocá-lo.

Sam: Claro, ele deseja morrer há muito tempo, Castiel, e ele sempre volta para esse estágio, quando algo o entristece. (Começou a chorar, sabia que Bobby tinha razão, que Dean poderia se matar a qualquer momento, mas sem entender o que o havia levado de volta para a depressão).

Sam e Castiel chamaram a equipe médica do hospital, narraram o que tinha acontecido, e levaram Dean para exames, enquanto cuidavam dos ferimentos. Nesse meio tempo, sem Dean no quarto, Sam contou tudo o que se passou, deixando tudo mais estranho, porque não havia acontecido nada de errado, e Sam havia se mostrado o mais amoroso e preocupado possível, fizeram amor de forma tão carinhosa, e nem mesmo isso aplacou a tristeza de Dean, ambos não conseguiam entender.

Ficaram aguardando o retorno de Dean, que se deu a noite, ficando o dia todo em sala de suturas e exames, quando o trouxeram de volta ele estava levemente sedado, devido a uma lavagem estomacal, onde retiraram o álcool que ainda não tinha ido para a corrente sanguínea, pois a quantidade poderia levá-lo ao coma alcoólico facilmente, além de fazerem outros exames por conta dos ferimentos.

Dean acordou muito tonto com a visão turva, pela sedação e pelo álcool ainda.

Dean: Cas onde eu estou ?

Castiel: No hospital Dean. Você está sentindo alguma coisa ?

Dean: (Riu sem graça) ...Tudo dói, só isso.

Castiel: A escolha disso foi sua, lembra?

Dean: Sim eu lembro de tudo...não me arrependo.

Sam tinha passado a noite toda em claro e durante o dia ficou esperando notícias e o retorno de Dean ao quarto, e agora estava dormindo com a cabeça na cama, mas sentado numa cadeira que estava encostada na parede ao lado da maca, Dean olhou para ele tão próximo de seu rosto.

Dean: Cas, tira ele daqui. (Apontando para Sam, com uma cara de repulsa).

Castiel: Porque não quer ele perto de você ?

Dean não respondeu, e virou o rosto para o outro lado. Castiel tocou em Sam, e ele sumiu do lado de Dean e reapareceu deitado confortavelmente no sofá, sendo induzido ao sono profundo pelo toque de Castiel que não  queria que ele ouvisse nada.

Castiel: Dean não precisa me dizer nada, eu sei de tudo, e esperava que você só descobrisse quando estivesse recuperado e fora daqui. Mas eu acho que você descobriu....(Dean concordou com a cabeça).....Mas você não sabe de tudo ainda, do porque isso está acontecendo com Sam, e antes que você tire conclusões erradas, eu vou te mostrar os motivos e os sentimentos dele, inclusive o amor que ele tem por você. (Levantou a mão perto do rosto de Dean)...Posso ?

Dean: Eu não sei se quero saber...mas pode sim.

Castiel tocou sua mão no rosto de Dean, revelando tudo que havia se passado naqueles dias, deixando somente de fora os detalhes das relações sexuais que Sam teve com Ruby, isso era muito íntimo e faria Dean sofrer desnecessariamente, apesar de ter ficado claro que acontecia sexo entre os dois. A visão começou no primeiro encontro entre Sam e Ruby, naquele quarto de hotel, revelou os motivos de Sam ter aceitado aquilo tudo, vindo a se viciar em sangue, mostrou o sofrimento dele naquele hospital desde o primeiro momento, viu o quanto ele se culpava por sua doença e por todo o seu sofrimento, viu até o último minuto dos acontecimentos, com Sam chorando no hospital e ele bêbado no bar. Depois Castiel desfez o laço.

Dean viu sentido em cada palavra dita por Sam para ele, e sentiu, principalmente que Sam não havia mentido que o amava, apesar das traições, viu a intensidade do amor dele e de como Sam abriria mão de tudo pelo que sentia por ele, assim como viu no último encontro com a demônia, onde escutou tudo que Sam disse a ela, a recusando em respeito a ele.

Dean ficou atônito com toda aquela revelação, estava numa confusão de sentimentos dentro de si, tinha aquele amor de irmão de querer proteger Sam de toda a maneira daquele vício, mas não sabia quais eram as reais intenções daquela demônia, e tinha que respeitar o irmão em querer buscar uma vingança da morte dos pais, se livrar e livrar o mundo daquela ameaça toda e por isso justificou o seu vício em sangue. Mas sentia ódio e repulsa em pensar em Sam bebendo aquele maldito sangue impuro, o colocando para dentro do seu corpo, e ficava pensando que poderia ser somente uma armadilha e que Sam inocentemente havia caído nela.

Por outro lado, Sam havia mentido tanto, porque não confiou nele e dito a verdade desde o início quando ainda estava bem, ficou com raiva de si mesmo por não ter conseguido superar aquela estadia no hospital até o momento, e acabado com tudo aquilo a sua volta.

 A pior parte foi das traições e das discussões bobas entre eles, todas sem sentido algum, olhando assim de fora, e, mas também todas se justificaram por que eram derivadas das mentiras de Sam. Pensou que Sam o havia traído, fosse por influência do vício em sangue ou não, era uma traição, uma profanação ao amor que eles se permitiram viver, não conseguia perdoar ou ver com olhos de clemência, ele o traiu de forma tão suja, com o ser mais imundo que podia existir, e isso era o que mais doía em seu coração, saber que Sam o havia preterido para ficar com ela, logo ele, que viveu em função de Sam, e esse nem sequer o ajudou e o acompanhou, plenamente, no único momento de sua vida que esteve doente, se esgueirando para ir se encontrar com a maldita enquanto ele estava encima de uma cama de hospital, isso realmente era o que mais doía, mesmo que o motivo pudesse ser por causa das reações do vício.

 Dean estava muito confuso mesmo, e agora, nem sabia como reagiria quando Sam acordasse, estava se sentindo muito mal, com remorso por suas atitudes erradas e com vontade de quebrar a cara de Sam por causa das atitudes erradas dele, e odiava aos dois por terem sido tão infantis em certas horas. Não sabia qual seria o futuro de nenhuma das duas relações que tinha com ele, a de irmão e de amante.

O estado físico de Dean era dos piores possíveis, e agora, também, tinha ciência de que o contato com o corpo de Sam o fazia mal por causa do sangue. Sentia uma dor absurda no corpo todo, não conseguia nem levantar seus dedos da mão, mal conseguia falar, seu rosto estava todo inchado e dolorido, estava sentindo os efeitos do álcool na sua cabeça ainda, sua visão estava parcialmente afetada, enxergava tudo meio nublado, até devido ao inchaço em volta dos olhos, e estava muito enjoado e suava frio, apesar de sentir seu corpo muito quente, os médicos o colocaram de volta no oxigênio e no soro com remédios.

Resolveu conversar, com dificuldade, para saber mais com Castiel.

Dean: Ele ainda está viciado no sangue ?

Castiel: Sim.

Dean: E essas manchas na pele dele podem ter sido causadas pelo sangue ruim...(Castiel suspirou pesado, não podia mentir, anjos não mentem, mas não queria ver Dean sofrer mais).

Castiel: Não, ele manteve alguns impasses físicos com a demônia. (Apesar de ter entendido que Dean tinha visto Sam com a demônia na noite anterior e ter notado as traições através da visão).

 Por um longo tempo, se calaram, e Dean não conseguia entender como alguém que viu que lhe amava tanto, que sofreu tanto por ele, havia se deixado dominar ao ponto de traí-lo em todos os sentidos. Não sabia se tinha valido à pena ter se entregue àquele amor proibido, era a única vez que se sentiu realmente apaixonado na vida, e não conseguia entender como eram essas coisas, não conhecia esses sentimentos. Não estava disposto a dar uma chance para Sam, mas o amava muito, não sabia como seria esse primeiro momento e quando conversassem, sentia muito medo de sua reação e a de Sam.

Dean: E agora, Cas? O que você acha que eu devo fazer ?

Castiel: Eu, você e o Bobby, nós três iremos tirar essa história da demônia a limpo, mas de qualquer forma, o vício no sangue de demônio é o pior, e teremos que livrar Sam dele, antes que ele tenha uma recaída, porque se ele continuar ele vai perder todos os sentidos e sentimentos humanos, e se transformará em um demônio muito poderoso, e aí, será tarde demais para ele, para vocês dois e para o resto do mundo todo. Vamos esperar você sair daqui e iremos para a casa de Bobby, lá teremos condições de purificar Sam novamente. Até lá, não podemos dizer nada a ele, que sabemos de tudo, senão ele pode fugir ou a demônia pode separar ele de nós.

Dean: Que droga. (Disse sem ânimo, com a cabeça longe, pensando em tudo, quando ouviu Sam gemer um pouco e o viu acordar, e se aproximar rapidamente da cama).

Sam: Dean !!! Que bom que voltou, quase morri de preocupação... porque fez isso, Dean?.....Olha o seu rosto, meu Deus !!!.....(passou as mãos no rosto de Dean suavemente, e começou a fazer carinho no seu cabelo beijando sua testa e se debruçando na cama).

Dean não conseguia reagir, mas estava com uma espécie de nojo de Sam, só pensava naquela boca ter bebido sangue daquela criatura imunda. Não conseguia se desvencilhar dele, e tentou se esquivar se encolhendo o máximo que conseguia na cama, fazendo Sam perceber.

Sam: O que foi Dean ? Porque está agindo assim ?.... Ontem estava tudo bem entre nós dois, de repente você ficou todo estranho, depois chorou sem explicação e fugiu do hospital...o que foi? Pelo amor de Deus, me diz, o que foi? (Sam estava nervoso e só se lembrava de Castiel contando o pedido de Dean para matá-lo).

Dean: Acho que precisamos conversar um pouco.....Cas, dá um tempinho para nós...por favor...(Dean resolveu que seria melhor tentar afastar Sam de si, não conseguiria fingir a normalidade entre eles, pelo menos até Castiel e Bobby resolverem tudo, já que não podia abrir o jogo com ele, porque a vontade era enorme de jogar tudo na cara de Sam e fazê-lo sofrer as consequências de seus atos, o desprezando e saindo de sua vida sem olhar para trás).

Castiel: Tô indo...volto quando me chamar. (Sumiu ).

Dean: Sam, sei que ontem à noite eu errei em sumir daquele jeito...(Disse friamente e sem conseguir encarar Sam).

Sam: Tudo bem agora, pelo menos o Castiel te encontrou. Mas o que está acontecendo com você, porque fugiu daquele jeito ? Porque está me evitando ?

Dean: (Seria sincero o máximo que conseguisse, apesar de querer gritar com ele, que sabia das traições) .....Escuta...eu pensei muito em tudo que tem acontecido desde que começamos a seguir por esse caminho, diferente de irmãos, eu não sei como lidar com isso, você já deve ter percebido, né ? Eu tenho essa coisa dentro de mim, que me faz te amar mais que tudo nesse mundo, e ao mesmo tempo eu me sinto, como antes, perdido e mais sozinho que nunca, eu não consigo superar esses sentimentos, e tenho certeza, depois de pensar tanto, que é porque eu não sei lidar com nossa relação ainda...é tudo muito novo para mim.

Sam: (Com os olhos marejados)...O que você quer dizer com isso tudo ?

Dean: (Engolindo todo o seu orgulho próprio)....Eu quero que você compreenda que eu não quero te magoar e o que estou dizendo aqui não tem nada com nossa relação de irmãos, ou com o amor que sinto por você...mas...(parou, respirou fundo)...eu preciso de um tempo para entender tudo o que tem acontecido com mais clareza.

Sam: Um tempo ? Um tempo em que sentido ? (Entendeu, mas não estava acreditando).

Dean: Um tempo nessa nossa relação diferente de irmãos, de namorados, talvez.

Sam: Não estou acreditando que você está terminando comigo, não pode ser...(Já começou a andar de um lado para o outro dentro do quarto, e passava as mãos pelo cabelo, em sinal de puro nervosismo, e não tentava esconder as lágrimas).

Dean: O problema é comigo, sou eu que nunca vivenciei nada parecido com isso, e não sei como lidar, você mesmo tem visto o quanto eu me esforço mas eu sempre fico em dúvida com tudo...eu nunca sei como agir ou o que você espera de mim, como você disse, eu te sufoco com isso, e eu acho que isso não está fazendo bem nem para você e nem para mim.

Sam: Fale por si mesmo, eu estou muito bem, eu nunca fui tão feliz e tão realizado em toda minha vida. Eu sonhei muito tempo com isso, e agora, você quer me dizer que não me faz bem ? (Riu irônico ).

Dean: Sam, você não está feliz comigo, basta olhar na sua cara, você não pode ser feliz com alguém tão quebrado e problemático como eu...eu tenho sido um estorvo para você.(Se lembrou da cena dele sorrindo e beijando a dwmônia, enquanto ele estava, supostamente, numa cama de hospital).

Sam: Pára com isso !!! (Gritou tão alto, que Castiel ouviu e voltou para o local, ficando do lado de fora da porta do quarto) ......Você sempre se diminui assim, eu não acredito que eu estou aqui mendigando o seu amor, e você dizendo que não podemos ficar juntos porque é um estorvo para mim!

Dean: Eu não disse que não podemos ficar juntos...Eu só preciso de um tempo para pensar, Sam...Eu estou muito confuso e cansado disso aqui. (fez um sinal, como se falasse do hospital)...nós ficaremos juntos como irmãos.

Sam: Um tempo ?  Você sabe o que você está fazendo comigo, não sabe?

Dean: Do que você está falando ?

Sam: Você está me tratando igual tratou todas as mulheres que passaram por sua vida, dispensadas por que não conseguia manter uma relação normal com nenhuma delas, até com a Lisa, você fez isso....foi idiotice minha achar que comigo seria diferente, é isso, não é ?

Dean: (Dean estava muito irritado com Sam se colocando de vitima de uma atitude que ele nunca teria)... Eu jamais trataria você assim...porque você é a única pessoa que amo nesse mundo, que eu sempre amei. (Sua alma urrava para ele dizer logo a verdade de tudo, que quem o feriu e o humilhou tinha sido ele, que persistia naquele teatro de que era inocente).

Sam: (Limpou as lágrimas, agora com raiva por ter se rebaixado tanto)...Tudo bem, se quer um tempo, é isso que você terá...mas eu não vou ficar aqui pagando de sofredor para você. Eu vou embora, e quando você estiver na casa do Bobby, pede para ele me ligar, eu passo lá....tá bom assim ?

Dean: Claro que não, eu não quero me separar de você, eu te disse que o amor que sinto por você não tem nada com isso, e podemos continuar juntos como irmãos, até isso se resolver dentro de mim...Sam...por favor...eu preciso de você comigo.

Sam: Você não precisa de mim pra nada, o Castiel vai ficar com você, ele vai cuidar e proteger você enquanto se recupera e o Bobby também...(Começou a enfiar suas roupas na sua mochila).

Dean: Sam, por favor, não faça isso...(Estava arrependido, os planos de afastar Sam de Ruby estava indo ralo abaixo, e a culpa era sua, pois tudo que não queriam era que Sam sumisse ou fosse de encontro a demônia, e era isso que iria acontecer).

Sam: Não tem porquê continuar aqui, concorda ? (Acabou de arrumar sua mochila, colocou nas costas e foi para a porta do quarto).

Dean: Sam, por favor.

Sam: Você não sabe o que seria para mim, ficar perto de você, sem te tocar...eu não conseguiria, não mais...tudo ficará bem, pode ficar tranquilo, quando estiver no Bobby, talvez eu passe lá para ver como estão as coisas...(Suas mãos tremiam e suas pernas quase não obedeciam, mas saiu do quarto, fechando a porta atrás de si, dando de cara com Castiel).

Castiel: Sam, não faça isso, esse será um caminho sem volta, eu vejo isso, e você vai se arrepender muito desse dia.

Sam: Eu não me importo. Eu tentei, eu juro que tentei...você viu...eu sei o tanto que eu errei com ele, eu sei que sou o grande responsável por ele estar confuso desse jeito, mas eu não quero mais trazer mal para ele, toda vez que me aproximo dele, eu o destruo mais um pouco...eu só faço mal a ele...e pior de tudo...é que até ele mesmo já percebeu isso, sem que eu tivesse dito nada do que tem acontecido comigo para ele...(Castiel se omitiu e não disse que Dean sabia de tudo)...então melhor eu ir embora. Eu vou manter contato, não se preocupe.

Castiel: Sam, ele pode lidar com isso e você também, mas separados vocês não vão conseguir.

Sam: Tarde demais, ele não me quer mais.

Sam deu as costas e saiu do hospital, estava sem carro com pouco dinheiro, e o quarto de hotel que tinha mantido, havia sido devolvido quando Bobby voltou para casa. Não queria assumir o quanto estava sofrendo, e foi caminhando até a auto estrada, pediu carona, para qualquer lugar que fosse o motorista caridoso que lhe desse carona, e assim viajou cerca de 20 horas na boleia de um caminhão, com um caminhoneiro muito simpático, com quem se identificou imediatamente, e que estava voltando para seu pequeno rancho no Estado do Texas, e convidou Sam a ir com ele até lá, vendo que esse estava perdido, sem casa e sem dinheiro, logo lhe ofereceu moradia e comida no rancho em troca de ajuda para cuidar do lugar, e, de certo modo, de ajuda para proteger sua família também, composta de sua esposa de meia idade assim como ele, e de dois meninos gêmeos de doze anos, que ainda estavam na escola. Sam aceitou sem pestanejar, daria todo o tempo que Dean precisasse.

Dean ficou triste com a partida de Sam, e por ter arruinado os planos de salvá-lo do vício, mas sabia, que no fundo era fisicamente o melhor para ele mesmo, e emocionalmente estava aprendendo a lidar com aquele amor e com as traições e mentiras contadas por Sam, que lhe doíam muito, e se agarrou a esse tempo longe dele, para se curar, física, e, emocionalmente também, pois também sabia, que essa separação não era definitiva. Afinal, foi o próprio Sam que o fez prometer que ele pensaria primeiro nele mesmo, não foi?

 

CONTINUA...


Notas Finais


Obrigada pelos comentários e para quem favoritou, estou amando.

A música desse capítulo combina com o climão em torno de Sam.

Going Under - Evanescence


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