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História Breathe Again - Wincest - O monstro que vive em mim e em você.


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Amigos;

Mais um capítulo cheio de fortes emoções.

Desculpem os erros que acharem, estou revisando tudo, mas sempre passa algum.

Boa leitura !!!

Capítulo 3 - O monstro que vive em mim e em você.


Fanfic / Fanfiction Breathe Again - Wincest - O monstro que vive em mim e em você.

 

Após a morte de John, Dean cultivou o ódio que seu pai sentia pelo demônio de olhos amarelos (Azazel) que também havia matado sua mãe, e depois ao próprio John. Dean sabia que se tivesse qualquer oportunidade de matar o desgraçado, ele o faria, sem pestanejar, não era por vingança, mas era por justiça, principalmente, não podia deixar esse demônio conquistasse o direito de abrir os portais do inferno, como seu pai havia descoberto que era o plano desde o início.

John havia confessado a Dean o motivo do demônio  ter matado sua mãe, que vinha de uma família de caçadores, e tinha sido uma caçadora também, antes de conhecer John, que nunca tinha tido qualquer contato com esse mundo, até a noite da morte de Mary, sua mãe, num terrível incêndio provocado por Azazel, que almejava com isso corromper o caçula da família, com seis meses apenas, dando-lhe seu sangue para ele beber, no berço ainda, para fortalecer seu corpo e sua mente para os planos futuros que tinha para ele, e isso daria à Sam, poderes sobrenaturais e iria torná-lo aquele que abriria os portais do inferno e líder de um exército de demônios que seriam libertados. Porém os planos de Azazel foram interrompidos por Mary que o flagrou dando seu sangue à Sam, e tentou impedir,  mas acabou morta.

Após essa descoberta, John, se viu obrigado a fugir com seus dois meninos para que Azazel não os alcançasse mais, pois ainda desejava possuir Sam, e por esse motivo tinham se tornado caçadores, mas para fugir do demônio, do que para caçar coisas sobrenaturais, e nesse meio tempo conheceram Bobby, que já era um caçador muito experiente, e que se tornou muito amigo de John, lhe ensinando tudo que precisava saber para afastar seus meninos do perigo do demônio. Mas John, com o tempo, desenvolveu uma obsessão por matar e se vingar de Azazel, matar para deixar Sam livre para sempre da ameaça dele e se vingar por sua tão amada Mary.

Com isso, havia uma explicação para tudo na respeito da vida deles, e o porquê de Dean ter se tornado um soldado para John, que precisava a todo custo proteger seu outro filho Sam, sempre ameaçado, explicava a preferência de John por Sam, o que Dean passou anos se magoando com esse pensamento, somente sendo sobreposto ao imenso amor que Dean tinha por Sam, o que acalmava seu coração.

John durante uma das caçadas junto com Dean, revelou ainda que como Sam possuía o sangue do demônio Azazel em suas veias, isso iria lhe conferir alguns dons especiais, mas que não seriam libertados se não fossem explorados por Sam, e que se um dia isso acontecesse e Sam se tornasse um ser maligno, por conta de seu sangue, que Dean deveria matá-lo em prol da humanidade.

Toda a verdade foi revelada por John para Dean, quando Sam partiu para a faculdade, pois Dean não entendia como dar sentido a sua vida sem Sam, o que John percebeu, e tentou ajudar ao filho, contando o passado deles. Bobby já sabia de tudo e sempre soube.

Porém John morrera em busca de sua vingança, mas deixou Dean com essa verdade nas mãos, e com o seu irmão que ainda era ameaçado pela presença de outros seres que caçavam, além do próprio Azazel. Ele tinha prometido ao seu pai proteger sempre Sam, mesmo antes de saber da verdade, e após, mais do que nunca, teria que cumprir sua promessa, e assim enredou no mesmo caminho de John, precisava matar Azazel, para livrar Sam, e livrar o mundo dos planos dele de abrir os portais do inferno, o que cominaria no fim do mundo que conhecemos. Dean teria que lutar consigo mesmo primeiro para perdoar Sam, por ter lhe abandonado tantos anos, para ir sozinho para a faculdade, o transformando numa outra pessoa que não conseguia prosseguir em paz, com a relação de irmão para com ele, devido aos anos de mágoa e ressentimento que alimentou em seu coração, durante todos os anos do afastamento.

Dean teria que contar para Sam toda a verdade, mesmo que ele surtasse, era o correto a se fazer, para que Sam tomasse sua própria decisão, se queria continuar no seu mundo normal, ou se queria tentar se livrar de Azazel e livrar o mundo dessa ameaça, mas Dean esperaria ter coragem e o momento certo para contar.

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Após o enterro de John, e de todo o drama vivido por Sam para voltar a ter seu irmão de antigamente, ele decidiu passar uns dias na casa de Bobby, junto a Dean, para tentar concretizar essa reaproximação, o que era muito difícil e complicado, pois Dean era arredio e se esquivava de Sam, o máximo que podia.

Assim que terminaram o ritual de John, que foi consumido pelo fogo, até virar cinzas que se elevaram com o vento, Dean saiu em seu Impala, sem dizer nenhuma palavra, deixando Bobby e Sam para trás, e sumiu por quase 24 horas, voltando muito bêbado para casa e com cheiro de álcool misturado a perfume barato e doce de mulher.

Sam estava na sala de Bobby, quando Dean entrou.

Dean: O que faz aqui ainda ?

Sam: Eu vou passar uns dias aqui com você....(Enfatizou o você, para ele).

Dean: Porque? Pode voltar para a sua vida perfeitinha, eu vou caçar agora e você não pode vir comigo.

Sam: Eu não quero discutir, você está bêbado, e não, você não vai caçar por enquanto, é perigoso sair assim.

Dean: Quem você pensa que é para dizer o que eu vou ou não fazer?...(Falou com ar de riso, olhando nos olhos de Sam).

Sam: Dean, eu não quero discutir com você, vem, eu vou te ajudar a tomar um banho e te dar um café forte...(Tentou segurar os braços de Dean que  se debateu para fugir do contato, caiu, tropeçando em suas próprias pernas, ficou sentando no chão, olhando para o nada, calado, com a cabeça rodando e enjoado).

Sam: Olha o estado em que você está, não consegue nem ficar de pé, e ainda quer ir caçar.

Dean: Eu sou mesmo um miserável, eu não tenho dignidade alguma, eu sou um covarde, sabia?..(Disse apontando para si mesmo).

Sam: Pára com isso, do que você está falando?...(Parou de tentar segurar Dean e ficou em sua frente em pé, prestando atenção).

Dean: Eu estou falando de você, Sammyzinho, por sua causa que ele morreu, por sua causa que nossa mãe morreu e por sua causa eu sou assim, esse lixo, por sua causa que eu fiquei assim...tudo culpa sua. Vai embora !!! E não ouse me tocar novamente, senão eu mato você !!! Nem vai precisar de um demônio para isso...some daqui !!! (Dean falava alto, embolado e descoordenado, mas Sam entendeu tudo que ele disse, e ficou curioso).

Sam: Do que você está falando ???...(Exaltado).

Dean: Eu não vou te contar nada, quem podia te contar foi cremado. Me deixa em paz e volta para o seu mundo !!!

Sam: Agora você vai dizer sim. Do que está falando ?...Que merda é essa de me culpar por tudo ?..(Puxou Dean pelo braço ajudando ele a ficar de pé novamente, mas ele se desvencilhou e saiu do contato de Sam).

Dean: (Sem pensar em nada, se pôs de pé rapidamente e puxou uma faca que estava no bolso de dentro de sua jaqueta e colocou no pescoço de Sam, o empurrando e prensando na parede da sala).....Escuta aqui, eu te disse que te matava se me tocasse de novo, eu não estava brincando. Me deixa em paz !...Eu não tenho nada para te dizer...volta lá pro seu mundinho.

Sam ficou pasmo com a atitude de Dean, ele nunca havia sido agressivo assim com ele, ele nunca sequer havia apanhado de Dean, na qualidade de irmão mais velho, e ele não entendia que ódio era aquele que Dean sentia por ele, que mal tão grande era esse que ele havia feito para Dean agir assim com ele, e pior, não sabia por que Dean o culpava por tudo. Sam ficou estático, totalmente parado diante da faca em seu pescoço, sentindo o frio do aço em contato com sua pele, estava ofegante e com os olhos arregalados, olhando nos olhos vazios de Dean, tão próximo a ele, e acreditou na ameaça feita, e ficou com muito medo de Dean, quando ele apertou um pouco a faca na sua pele, fazendo Sam fechar os olhos de pavor.

Bobby chegou nessa hora.

Bobby: DEAN !!!! O que é isso, filho, me dá essa faca aqui, AGORA !!! O que pensa que está fazendo ??? Ele é seu irmão, sua família, lembra ? FICOU MALUCO ?!?!...(Bobby gritou a plenos pulmões).

Dean: Ele não é nada para mim, nada...(Entregou a faca para Bobby, que ele respeitava tanto quanto respeitava seu pai, e saiu da sala, subindo as escadas cambaleando).

Sam: O que foi isso? Meu Deus, ele puxou mesmo uma faca para mim, ele queria me machucar com essa coisa, ele me odeia demais, porquê ? Se você não chegasse, ele teria cortado a minha garganta, eu vi nos olhos dele, Bobby. (Alisando o pescoço, onde a faca tinha encostado).

Sam nem respirava direito, foi escorregando pela parede até o chão, sem forças nas pernas, ficou muito pálido, estava trêmulo e suava frio, sentiu seu estômago embrulhar e sua garganta secar, não acreditava naquilo, não podia acreditar.

Bobby: Olha Sam, vai dormir ! Amanhã tudo estará melhor, seu irmão está muito bêbado, não sabe o que está falando ou fazendo, ele jamais iria te machucar, jamais. Amanhã eu vou conversar com ele e tudo irá se resolver.

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Sam estava terrivelmente magoado e sentia medo de Dean, e dentro de sua inocência não sabia que aquela faca era um artefato especial que matava demônios, e que Dean a carregava em suas caçadas depois de tê-la herdado de seu pai, e John a ganhou de uma demônia chamada Ruby.

Sam não sabia o quanto seu irmão, no auge de sua bebedeira tinha lhe confundido, acreditando que Sam um dia iria mesmo se transformar em um demônio, e por isso que quase o atacara daquela forma, e só recobrando a sanidade pelo chamado de Bobby. Seu sentido de caçador o havia dominado naquele momento, e, ainda somado com o seu lado irmão; esquecido, furioso e perdido dentro de si mesmo, teve consciência de que talvez tivesse mesmo cometido a loucura de matar Sam, e seria justificado com a história de sua família e os planos do demônio para ele. Pura e simplesmente. Mas sua consciência nublada pelos litros de álcool e a dor de perder seu pai também não o permitiam pensar direito. Nessa desculpa na mente de todos naquela casa, incluindo o próprio Dean, foram dormir.

Dean acordou na parte da tarde e se levantou com ressaca e muita dor de cabeça, seu corpo todo pesava, e se arrastou até o banheiro, tomou um ducha fria e fez sua higiene, colocou uma roupa, pronto para sair assim que descesse, queria partir para as caçadas novamente, sem perder tempo. Deu uma última olhada para a cama ao lado da sua, onde Sam deveria ter dormido, e nem tinha memória dos fatos ocorridos.

Quando desceu as escadas, deu de cara com Bobby de pé na sala, com a faca na mão, olhando sério para ele, que se lembrou do que tinha feito instantaneamente, mas ligou seu lado sarcástico e não deu importância aquilo.

Dean: Bom Dia, Bob ! Obrigado por guardar minha faca.....(Pegou a faca da mão de Bobby e passou por ele, dando as costas para ir a cozinha, quando foi agarrado pela parte de trás da gola de sua jaqueta).

Bobby: Dean, pode parar. É sério que você levantou uma faca pro seu irmão ontem, essa faca !!!....Senta aí garoto, agora você vai me contar, tudo o que eu preciso saber. (Bobby praticamente jogou o corpo de Dean numa cadeira).

Ninguém percebeu que Sam estava saindo da porta que dava acesso ao porão, onde tinha ido pegar alguns livros, quando se deparou com o Bobby falando, e deu um passo atrás, de modo que ninguém o visse, com o corpo para dentro das escadas do porão, queria escutar o que Dean iria dizer.

Dean: Qual é, Bobby ? Eu estava muito bêbado e sem dormir há uns três dias.

Bobby: Eu não sou idiota, quero saber o motivo de puxar justamente essa faca que mata demônios para ele, porque eu sei que você anda com outras armas nessa jaqueta, assim me diz logo.

Dean: Bobby, você está cansado de saber, o que ele é, não sabe, então é isso...(Estava se levantando, quando Bobby o empurrou novamente na cadeira).

Bobby: Não sei o que ele é não, me diz você.

Dean: Ele não é como nós, ele tem sangue ruim correndo nas veias dele e você sabe, eu só não podia vacilar com ele, e eu estava tão bêbado que por um momento eu achei que ele poderia se transformar, e, seria  o fim de tudo, entendeu ? O resto você já sabe.

Sam ficou estático, mesmo sem entender direito o que significava aquilo, sabia que era uma coisa ruim e ele era essa coisa ruim.

Bobby: Você é um tremendo imbecil. Dean, ele é a droga do seu irmão, o sangue que corre nele corre em você também, parece que esqueceu que ele viveu a vida toda com você e nada aconteceu. Ele continua o mesmo, ele até resolveu ficar aqui para ficar mais próximo de você e tentar te ajudar. Isso não parece coisa de um maldito, parece ?

Dean: Ahhh, faça-me o favor, Bobby, você caiu nessa, de como Sam é bonzinho e se preocupa conosco....(Riu de forma debochada)...ele não é assim, Bobby. Ele é um egoísta.....(Sam entrou na sala, sendo visto por Bobby, mas não por Dean, que havia dado as costas indo para a cozinha falando)...só pensa nele mesmo, um cretino mimado e egocêntrico, ele não vê nada além dele mesmo, que deve tá doido para voltar para o mundinho perfeitinho da faculdade e da noivinha dele....e...(Virou após pegar seu café e seguir para a mesa, e viu Sam olhando para ele com os olhos cheios de lágrimas, parou de falar no mesmo instante e se sentou, sem voltar o olhar para ele).

Sam: É isso que você acha, Dean ? Sabe de uma coisa, eu não ligo para o que você pensa de mim, afinal eu não sou nada pra você, né mesmo ? Foi isso que disse, mas eu só quero saber que história essa de você puxar uma faca que mata demônios para mim e que eu tenho sangue ruim, só isso . (Olhava de Dean para o Bobby).

Dean nada falou, se levantou, deixou seu café no mesmo lugar.

Dean: Eu não vou te explicar nada, o Bobby vai falar tudo que você quiser, porque eu estava de saída mesmo, eu tenho trabalho para fazer e não tenho tempo para essas coisas, então até nunca mais, assim espero.

Sam: Faz isso, foge, você é um covarde mesmo !!!

Dean se aproximou rápido e deu um soco na cara de Sam, que caiu no chão, surpreso, com o lábio cortado e com de sangue em sua boca, e Dean se debruçou sobre ele já com punho cerrado para lhe bater mais, mas foi segurado pelo Bobby.

Bobby: DEAN !!!!! Dean, pára agora !!! Você está descontrolado ou o quê ? Que isso? Você se tornou pior do que as coisas que caça ? Não estou te entendendo garoto, cadê o verdadeiro Dean que ajudei a criar?

Dean se levantou, ajeitou sua roupa, não olhou para nenhum dos dois presentes ali, e saiu da casa, e logo em seguida ouviram o Impala se afastar. Sam se levantou ajudado por Bobby, que lhe deu um pano com gelo para colocar no rosto, e a história toda foi contada por ele. Sam ouviu calado, sem nenhuma reação, ainda mais porque Bobby terminou contando como John havia vivido aquele tempo todo caçando o demônio para o libertar de um possível futuro sob o domínio de mal. Ele ficou pensativo, analisando que John estava atrás de vingança, e, principalmente, como John havia criado Dean, um soldado para lhe proteger, acima de qualquer coisa, e que Dean só teve conhecimento disso tudo depois que ele já havia partido para a faculdade.

Sam percebeu o quanto aquilo deixava ele confuso, Dean o amava demais ou o odiava demais, para ter aquele comportamento, mas por outro lado explicava muita coisa, Dean o culpou da morte dos pais, durante a bebedeira, e era verdade, realmente, por causa dele os pais morreram, e Dean estava indo pelo mesmo caminho, se auto destruindo, e pelo jeito, a culpa era dele também, segundo ouviu de Dean.

Sam estava desnorteado, sem saber o que fazer, sem saber como agir, sem saber como lidar com Dean, e nisso Bobby não poderia ajudar mais do que já estava ajudando. Sam se sentiu desesperar, não sabia como recuperar Dean, e ainda o amava tanto, e por outro lado, Dean o queria longe dele e deixou isso muito claro, e de todas as formas possíveis, até quase o matando, o que também causava medo em Sam, que tinha que ser forte e não temer ou revidar, senão, realmente, seria o fim para Dean, e para ele mesmo.

Sam: Bobby, eu vou embora hoje mesmo, eu preciso pensar, e essa atitude de Dean, não está me ajudando em nada, e eu quero tentar me aproximar dele novamente, eu vou lá em Stanford, resolver umas coisas e voltarei assim que puder.

Bobby: Tudo bem, Sam, eu entendo, ele vai voltar para nós, dê tempo ao tempo, ele está muito perdido e não sabe onde procurar uma saída para todo o sofrimento dentro dele, mas tudo que havia de bom nele, ainda está lá, em algum lugar, eu sinto isso, vamos ajudá-lo, ele só tem a nós agora.

Sam: Eu sei Bobby.....Só me diz uma coisa, você acha que Dean me odeia tanto assim ?

Bobby: Ele nunca poderia te odiar, Sam, ele te ama mais do que a ele mesmo, ele se perdeu assim, porque nunca aprendeu a viver sem você, ele tenta encontrar razões para te odiar, mas não consegue, basta ver do jeito que ele te olha, é como se eu visse o olhar de John e Mary sobre você, é o mesmo olhar, de amor incondicional, acho que isso explica, né.

Sam: Sim, meu amigo, explica demais, vou arrumar minhas coisas. E Bobby, tenta cuidar dele, por enquanto, ele ainda te ouve e te respeita, isso vai ajudar.

Sam saiu da sala, arrumou suas coisas, e tomou o primeiro avião de volta para Stanford, mas no aeroporto prometeu que pensaria numa solução, e voltaria para casa de Bobby em breve. E esse, que havia lhe levado ao aeroporto, se despediu dele com esperança de que Sam ajudasse a salvar seu outro garoto cabeça dura.

XXXXXXXXX

Após a briga com Sam, Dean saiu da casa de Bobby, com um peso do arrependimento das coisas que estava fazendo, e parou para pensar friamente, primeiro, bêbado soltou umas indiretas para o Sam, o acusando da morte de seus pais, depois o lance com a faca do demônio, então falou demais, e Sam descobriu toda a verdade, e por fim, socou a cara do seu irmão, mesmo sabendo como ele deveria estar se sentindo com toda aquela história, que todos esconderam dele. Não entendia o porquê de suas reações tão agressivas com o seu irmão, afinal de contas já haviam se passado anos desde que ele partiu, e porquê ele não conseguia perdoar e esquecer isso, que Sam o havia deixado, se Sam estava somente tentando viver uma vida decente e sem essa loucura toda, como ele havia lhe falado, sendo que essa mesma loucura que matou sua família.

Dean ficou se perguntando até quando ele carregaria aquele sentimento dentro dele, de pura decepção que Sam lhe causou ao partir, ele não poderia viver com aquilo pra sempre, ele tinha que superar. Sam se mostrou tão solícito em tentar se aproximar dele no enterro, parecia mesmo que o irmão queria confortá-lo.

Não deixou de notar o quanto seu irmão havia amadurecido, estava mais adulto, mais consciente do que falava, diferente de Sam que arrumava briga por qualquer coisa com John, e que fazia manha para ele, por tudo.

Se Sam estava feliz, porque ele também não poderia ficar feliz por ele, porque não conseguia aceitar isso, se Sam queria se libertar de tudo de anormal em sua vida, porque não conseguia apoiá-lo, pelo menos, em sua decisão, mesmo que isso levasse a não terem contato nunca mais. Mas porquê não conseguia sentir uma certa abnegação em favor da felicidade do seu irmão, porque tinha que ser tão mesquinho e egoísta ao ponto de querer vê-lo sofrer por sua decisão e por sua escolha, mas a pergunta que persistia em seu pensamento, porque se importava com Sam, já que ele não tinha se importado com ele, o deixando para trás, porque tinha que ficar cultivando essa mágoa e o ferir o tempo todo por causa dela, já que sofreu tanto, porque queria também vê-lo sofrer.

Ele pensou em tudo mesmo, em todo aquele turbilhão de sentimentos em seu peito, e chegou a única conclusão possível, que deixaria seu irmão seguir seu próprio caminho, mas sem guerra, sem brigas, estava mesmo cansado disso, afinal Sam seguiria para longe dele, e ele voltaria a caçar, e tudo ficaria bem novamente, ele encontraria o Azazel, e Sam estaria livre para sempre. Esses eram os planos, mas até lá, iria se esforçar para ser um pouco mais paciente e não confrontar Sam o tempo todo.

Mas Dean não sabia como seu futuro e seus planos mudariam.

Dean retornou para casa quase pela manhã, após ficar rodando de bar em bar, e acabar se atracando com uma mulher qualquer até a noite quase acabar, como sempre fazia, preferiu não sair para caçar ainda, queria se desculpa com Bobby por tudo.

Ao entrar em casa, encontrou Bobby sentando na sala, pesquisando uns livros, e meio sem jeito, se aproximou do velho amigo.

Dean: Oi Bobby, você não foi dormir ainda, tá tudo bem ?

Bobby: Dean, senta aí, eu tava te esperando mesmo, escuta bem, porque eu só vou falar uma vez. Eu preciso que você converse comigo, agora, entendeu ? Preciso entender o que é isso tudo que se passa na sua cabeça louca...(Bobby apontou o dedo para a testa de Dean)...Pelo amor de Deus, garoto, eu não tô mais aguentando isso.

Dean: Eu não sei o que você quer saber, eu não tenho nada a dizer...(Estava mais calmo, ele havia prometido para si mesmo não brigar mais).

Bobby: Então eu vou perguntar e você vai me responder com sinceridade, e eu quero a verdade, e você vai ficar sentado aí até eu terminar, se você se levantar eu juro que meto uma bala no seu traseiro.

Dean assentiu, rindo do jeito de Bobby, ainda estava um pouco alto por causa do álcool consumido naquela noite, mas bem mais consciente que nas últimas bebedeiras.

Bobby: Porque você está agindo feito um completo idiota com o Sam? O garoto não fez nada contra você e só leva patada sua. Você parece um lunático.

Dean: Eu vou te contar a verdade, Bob. Eu nunca perdoei o fato de ele ter ido para a faculdade e ter me deixado para trás e acabo fazendo essas coisas, como querendo puni-lo por isso, é meio louco mesmo, mas é isso.

Bobby: Ah, filho, você tem que parar com isso, já faz tanto tempo, e ele foi para faculdade realizar o sonho dele, porque ele não teria o direito de buscar pelo sonho dele e isso só poderia acontecer se ele saísse dessa nossa vida louca.

Dean: Humhum, eu pensei muito sobre isso, e especialmente hoje, e você está certo, e ele sempre esteve certo, mas é que as vezes eu penso que ele vai ser alguém na vida, sabe, e eu sempre serei esse nada, ainda mais perto dele e eu acho que eu sempre fui nada para ele, talvez, por isso que ele tenha ido embora também. Penso que ele nunca se importou comigo, ele nem considerou quando eu pedi para ele ficar conosco, e eu também sei que não tenho mais lugar na vida dele.

Bobby: Pára com isso, Dean !!!! Porque você se rebaixa tanto, porque você tem a sua autoestima no chão, olha para você, você sempre foi o herói dele, ele admira tanto você, e sempre foi assim, desde quando eram moleques, ele te imitava em tudo, eu perdi as contas de quantas vezes eu vi os olhos dele brilhando de ver você consertar os carros aqui do ferro velho, ou quando você treinava tiros com John, ou ainda quando você se arrumava todo para sair com as gatinhas, ele sempre quis ser como você, ele tinha ciúmes até do orgulho que John tinha de você.

Bobby: Ele imitava seu jeito de andar, de falar, ele queria viver agarrado em você o tempo todo, e só não conseguia mais, porque eu e o John sempre brigávamos com ele, para te deixar em paz, para você ter um tempo pra você mesmo, e quando você saía, ele queria ir junto, ele sempre ficava chorando até você voltar para casa, era insuportável...(sorriu com a lembrança)...Você se esqueceu dessas coisas ?

Dean: É verdade, acho que sim, mas eu me lembro de muita coisa.

Bobby: Depois que ele cresceu, virou um adolescente, ele ficava cada vez mais sozinho, e você e John cada vez mais nas caçadas, às vezes ele passava quase um mês sem ver vocês, e quando voltavam para casa, era sempre por poucos dias, e nunca sobrava tempo para ficar com ele, acho que isso mexeu com a cabeça dele também, acho que por isso ele passou a odiar essa nossa vida com mais intensidade ainda. John quase nunca queria levá-lo junto, porque ele queria ficar agarrado com você, e você fazia tudo que ele queria, o que desconcentrava você e ao John. Eu acho que ele se agarrou mais nos estudos, por conta desse vazio que ele sentia, ele sentia muita sua falta, mas até do que a de John.

Dean: Acho que sim, eu tinha esquecido essas fases dele.

Bobby: Viu, e você nunca gostou de estudar, nunca, você sempre arrumava um jeito de se intrometer nas caçadas do seu pai para forçar ele a te levar junto.

Bobby: Sabe, Dean, um pouco antes dele partir para faculdade, o Sam ficou aqui comigo uns dias, e um desses dias eu encontrei ele chorando escondido no meio dos carros do quintal, e, ele me disse que tinha medo de que numa dessas caçadas você acabasse sendo morto na frente dele, e isso ele não suportaria, ele disse que tinha pesadelos com isso por várias noites, disse que você era um ótimo caçador mas que ele temia que você morresse tentando protegê-lo, porque ele sabia que era péssimo caçador e ele se sentia um peso morto, quando tinha que ir com vocês para caçar, e ele ainda era tão jovem.

Dean: Eu me lembro dele ter esses pesadelos também.

Bobby: E você não entende o porquê ele foi para a faculdade? Pois eu entendo perfeitamente, será que você não parou para analisar isso tudo, Dean ? Você é mais cabeça dura do que eu pensei mesmo ou você é só um tremendo idiota.

Dean: Você me fez relembrar coisas que eu havia esquecido há muito tempo Bobby...mas...(Sendo cortado pelo outro).

Bobby: “Mas ” nada, você foi muito injusto com seu irmão, Dean, não coloque culpa nele, daquilo que não tem culpa nenhuma, ele sempre amou você e depois que ele foi embora, isso não mudou para ele, foi você que optou por não ter mais contato, ele te procurou de todas as formas possíveis, e, você o ignorou de todas as formas possíveis também. Depois de tudo ainda o trata desse modo, o que você tem nessa cabeça, droga ?

Dean: Eu tô vendo que errei,  já entendi, eu vou me desculpar com ele. Eu sou um imbecil mesmo.

Bobby: Só que agora você vai ter que esperar ele voltar, seu burro teimoso. Ele foi embora para a faculdade, mas disse que irá voltar, não sei quando, mas vai voltar muito em breve.

Dean: Eu fiz isso com ele, eu obriguei ele a ir embora daqui, ele deve estar muito magoado comigo.

Bobby: Se ele tá magoado com você, CLARO, né. Não vou te enganar, a culpa é sua mesmo. Ele ficou aqui rastejando atrás de você, para te ajudar, te consolar da morte do pai de vocês, queria matar a saudade do irmão dele que não via há anos, e, o que você fez, o tratou daquela forma. Em menos de três dias, você tentou matar ele, bateu nele, maltratou ele de tudo é jeito, expulsou ele daqui, e depois de nem querer tomar conhecimento da presença dele, voltando bêbado para casa todos os dias e não mantendo nenhum diálogo sem brigas...(Deu um tapa na cabeça de Dean e saiu da sala)...Idiota, é pouco para você agora, e vê se conserta isso !!!!

 

CONTINUA...

 


Notas Finais


Obrigada pelos comentários carinhosos, amei todos, fiquei feliz de coração,
por ser minha primeira FIC, me surpreendeu de verdade.OBRIGADA !!!!

Bom, vou indicar a música do capítulo que se encaixa bem,
inclusive com o título, Open my eyes, de The Rasmus. :)


BJSSSS !!!!!


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