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História Broken Strings - New rules


Escrita por: loudestecho

Notas do Autor


Olááá, povo! Faz tempo que não atualizo Broken Strings, mas eu estava com um bloqueio terrível para começar a escrever esse capítulo. Bom, ele saiu hahahaha boa leitura

Ps: não associem alguns nomes (tipo Rodrigo) com o de Clarity. Naaada a ver, graças a Deus. d

Capítulo 25 - New rules


Presente. 

Eu nunca consegui ser apenas amiga do Leonardo. Por mais que tivéssemos estabelecido esse tipo de regra diversas vezes no ensino médio, nunca funcionava. Como diz a sábia Dua Lipa: não seja amiga dele, você sabe que acordará em sua cama pela manhã. Mais real impossível. As “novas regras” nunca funcionavam, porque sempre envolviam estar por perto e ao mesmo tempo tão longe, o que nos fazia não controlar a atração. Tá legal, não só a atração, porque existiu um belo em dia em que eu percebi que estava apaixonada pelo cara que estava afastando de todas as maneiras possíveis. E depois a afastada era eu. A diferença era que o Leonardo sabia ser perverso quando queria. Quando eu o afastava, não era porque eu sentia algo intenso e queria fazer doce. Quero dizer, eu não costumo fazer doce nessas situações. A questão é que ele gostava de mim muito mais do que eu gostava dele, até certo ponto. Ele cansou de correr atrás de mim. E eu, sendo a mais clichê possível, me dei conta de que estava com uma pessoa incrível ao lado só depois que a perdeu. Não tirava as razões dele para não querer mais nada, mas Leonardo também sabia jogar baixo. Eu quem estava correndo atrás, pela primeira vez, e ele era cruel com meu pobre coração. A diferença entre nossas situações terem se trocado era que quando eu o afastava, era porque não queria fazê-lo sofrer por não sentir o que ele sentia. Quando ele começou a me afastar, eu me sentia da mesma maneira, mas ele não tinha mais coragem de arriscar. 

Amigos? Puff, como se pudesse dar certo. Bom, naquela época não dava. 

Agora, estranhamente, está dando. Quero dizer, não sei se estamos mais maduros, porque em certos casos — tipo ciúmes — agíamos como duas crianças. Esse era um dos casos. Estamos no quarto dele da fraternidade, depois de uma partida de vídeo game que terminou em discussões quando meu namorado nem é ele. Eu sou uma idiota. I-di-o-ta. Estou usando Aiden de estepe, por mais que ele também esteja me usando. Preciso acabar com isso. Estou me testando o tempo todo desde que a semana passada quando o Leonardo propôs que a gente começasse do zero. Começar do zero? Como é possível começarmos do zero se já chegamos a milhões? Inicialmente, pensei que daria certo não falar sobre o passado ou pensar nele, mas preciso me policiar o tempo todo para não fazer comparações. Malditas comparações. Pelo menos não existia nenhuma Heather maluca para dar para o Leonardo antes. Quero dizer, é óbvio que existia, mas ele nunca tinha realmente feito alguma coisa com elas. E com a Heather fez até demais. Sou só a amiga que passa horas em conversas, partidas de vídeo game e risadas. Apenas isso.

Que direito tenho de estar me mordendo de ciúmes por ela ter mandado mensagem chamando-o para sair e ele ter aceitado?

Eu mesma respondo: nenhum!

No entanto, já estou dizendo que estou com uma dor de cabeça e quero voltar para o dormitório. Odeio sentir ciúmes. Acredito que todos odeiem, porque é algo que corrói por dentro, principalmente se a pessoa em questão não está em um relacionamento com você. Tenho vontade de gritar de nervoso.

— Hei! Você por aqui. — dou de cara com Nate assim que abro a porta e coloco a mão no peito devido ao susto. — Indo tão cedo?

— Aham. Estou com dor de cabeça e seu amigo precisa se arrumar para sair. — digo, apenas para Nate ouvir.

— Sair? Com quem?

— Heather.

— Mas é um trouxa mesmo. — ele olha por cima da minha cabeça para o Leonardo. — Por que caralhos você vai sair com a Heather?

— Onde você tava, Nate? — Leonardo levanta, olhando-o com uma das sobrancelhas arqueada. Nate pigarreia, olhando para os próprios pés. — Exatamente. Você tem sorte de eu não ter metido porrada em você, seu filho da puta.

— Cara, eu não vou ser seu papai. Só estou ajudando sua mãe a encontrar um...

— Nate. — o interrompo, balançando a cabeça, com medo de que terminasse em soco. — Eu não vou deixar vocês dois sozinhos aqui se provocando.

A Ana decidiu passar todas as suas férias aqui em Bowling Green, ou seja, três semanas e meia. E como não teria condições de ela passar o tempo inteiro em uma república cheia de homens, Nate está ajudando-a a encontrar um apartamento para alugar durante essas semanas. O Leo estava ocupado com as provas nos últimos dias e o Nate não é bobo nem nada. Quero dizer, não acho que é possível rolar alguma coisa entre eles. Por mais que o Nate seja charmoso, incrível e maduro, a Ana não se envolveria com um amigo de seu filho. Muito menos pelo fato de ele ser anos e anos mais novo. Ela é boa demais para ele, por mais que possa pensar que ele é jovem demais para querer se envolver com uma mulher mais velha. O Leo me contou que o Nate gosta de mulheres mais velhas, mas... não consigo imaginar. Acho Nate um fofo por ajudá-la a encontrar um apartamento enquanto Leonardo e eu estamos em semana de provas, mas a Ana não comentou absolutamente nada comigo. Nem se ele fica gastando suas cantadas em cima dela.

— Cara, eu não vou ficar com a sua mãe. — Nate diz. — Relaxa. Ela é maravilhosa pra caralho, mas... ela é sua mãe.

Meu celular vibra no bolso da calça e é justamente uma mensagem da Ana.

“Ana: Nate tocou no tópico proibido hoje.”

“Mariana: Mentira. O que você disse?”

“Ana: Tô me sentindo uma adolescente por te contar isso, Mari hahahaha.”

“Mariana: Para com isso, você não é velha! É um mulherão da porra que merece ser feliz.”

Faz alguns dias que ela e Nate tem se encontrado e o Nate me perguntou diversas vezes o que aconteceu com o pai do Leo. Eu não fui nem louca de responder e falei para ele manter a boca fechada em relação a isso, mas parece que foi burro.

“Ana: Ele me disse algo parecido...”

“Mariana: Você falou com ele sobre o assunto proibido????”

“Ana: Falei...”

“Mariana: Tô saindo da fraternidade. Me manda o endereço do novo apê que eu estou indo aí.”

Guardo o celular novamente e volto a prestar atenção na discussão sem fim de Leonardo e Nate.

— Ok. Chega. — seguro o braço de Nate. — Tchau, Leonardo. Bom encontro pra você. E, Nate, você vem comigo.

— Vai com você por que? — Leonardo levanta as sobrancelhas, olhando minha mão no braço de Nate.

— Ciúmes? — Nate sorri, provocando-o. — Complicado, né? Acho que o ciúme é de mim. Não posso ficar perto da sua mãe, nem da sua amiga...

— Ei, ei, ei! — impeço o Leonardo de retrucar às provocações de Nate com provocação. — Duas crianças.

Três, na verdade. Me sinto uma quando estou com ciúmes.

— Vem logo. — puxo Nate para fora e fecho a porta do quarto. — Por que caralhos você tocou o assunto que eu falei para você não tocar?

— Porque... — Nate suspira e passa uma das mãos no cabelo. — Aquela mulher, Mari...

— Nate!

— Cara, ela é incrível e não percebe! Você já notou o quanto os olhos dela são tristes? Eles são lindos demais para serem tristes.

— Sim, Nate, eu já notei. Ela ainda está machucada. Deve se lembrar sempre que olha para o filho, por mais que o ame mais do que tudo.

— Eu só... ela tem o sorriso espetacular e quase nunca o mostra.

— Aí, meu Deus, Nate! — coloco a mão na testa. — Você... cacete, toma cuidado! Porque agora que você percebeu isso, vai querer ser a pessoa que vai fazer o sorriso aparecer.

— Eu só acho que ela não deveria continuar pensando no que aconteceu. Foi uma merda? Foi. O pai e o avô do Henck são uns filhos da puta? São. Mas ela não pode deixar isso influenciar na felicidade dela. Fazem anos e ainda a impede de se relacionar, de confiar...

Estou encarando-o boquiaberta. Tipo com o queixo encostado no chão.

— Que foi, caralho? Estou falando alguma mentira?

Solto uma risada, incrédula.

— Toma cuidado, Nate. Eu a conheço há um bom tempo e eu nunca a vi em um relacionamento. Quero dizer, ela saía com alguns caras, mas eles nem faziam cócegas nela. E o Leo já me disse... ela nunca mais se envolveu amorosamente com ninguém depois que ele nasceu.

— Ela é a mãe do Henck. — diz, como se fosse uma justificava para não deixar desenvolver um sentimento por ela.

Exatamente. Mãe do Henck e muito machucada. Uma barreira gigantesca e de tijolos em volta do coração.

Ele me dá as costas e vai em direção a cozinha.

— Tchau para você também.

Isso vai dar merda. Meu merdar estava apitando. Não apenas por Nate poder começar a sentir algo, mas pela Ana não conseguir corresponder e pelo Leonardo ficar puto. Ele ficou puto só por ele estar ajudando-a, imagina se rola um contanto bucal! Ele enfarta!

Peço para que Leigh me leve até o endereço do apartamento que a Ana alugou e ela está cozinhando alguma coisa quando entro. Ela não trancou a porta e também não ouviu a campainha. Está ouvindo música em um volume alto, só de camiseta e um coque desajeitado no cabelo. Fico triste por ela não perceber a mulher incrível que é, até mesmo nas pequenas coisas. Qualquer cara que a visse desse jeito ficaria encantado.

— Oi, Ana! — dou um susto nela, que dá um grito e desliga a música.

— Cacete, que susto. Desculpa, eu nem ouvi a campainha.

— Tudo certo. O que está cozinhando, ex-sogrinha? — sento em uma das cadeiras e ela me olha com saudade.

— Quero ser atual sogrinha!

— Difícil. — dou de ombros. — Mas me conta. O que aquele doido te perguntou?

— Eu nem sei como o assunto começou. — ela senta na cadeira a minha frente. — Ele é bem-humorado e sempre fala tudo com senso de humor, mas ele estava sério ao falar o que falou.

Eu já sabia o que ele tinha falado.

— O que ele disse?

— Eu contei a ele uma parte do que aconteceu e ele me perguntou qual foi a última vez que eu tentei dar uma chance a outra pessoa. Me dei conta de que nunca fiz isso. — ela balança a cabeça. — Não consigo fazer isso. Eu já te disse que o amava mais do que me amava e ele simplesmente levou isso com ele...

— Ana... — seguro a mão dela, sentindo-me mal como sempre acontece quando esse assunto surge.

— Nate disse tantas coisas sobre mim, sobre... sobre eu ser uma mulher maravilhosa e não me dar conta disso. Sobre dar valor a mim mesma. Sobre... sorrir mais. Ele está certo, não está?

— Sim, ele está. Nunca falou tanta verdade.

— Eu me senti... estranha. Quero dizer, os homens que eu me envolvi lá em Weston não sabiam nada sobre a minha vida, sobre o meu passado e, por mais que eu já tenha ouvido antes, ele pareceu tão... sincero. Eu acreditei nele.

Ai caralho.

— Posso ser sincera? — pergunto.

— Deve.

— Eu acho que você não consegue superar o que aconteceu porque nunca teve uma última conversa com eles. Talvez você precise disso, Ana. Você deve ter tanta coisa entalada em sua garganta durante todos esses anos e, por mais que seja doloroso reviver tudo aquilo ao encontrá-los novamente, talvez seja o que você precisa. — digo. Seus olhos se arregalam um pouco com a possibilidade. — Lembra quando o... eu não quero falar o nome dele porque, você sabe...

— Sei. O grande motivo para você e o Leo terem terminado.

— É. Quando ele apareceu em Weston, você disse boas verdades para ele e se sentiu leve, não sentiu? Isso porque o cara nem estava envolvido nessa merda toda. Você nunca encontrou nenhum dos dois desde o... você sabe.

— Eu não sei se estou preparada. Sinto tanto ódio, Mari. Eu não seria nada sem o Leo, se eles... — seus olhos ficam marejados e me aproximo para abraçá-la.

— Passou, Ana. Você criou o Leo maravilhosamente bem, sozinha. Isso te faz a mulher mais forte que eu conheço. E ele está bem... vocês estão bem. — digo. — Você nunca pediu um tostão para aquela família. Nunca precisou deles. Você deve esfregar a mulher que você é e a pessoa incrível que seu filho se tornou na cara deles.

— Eu nem ao menos sei como entrar em contato com o Murilo. Não faço ideia de onde ele está. — diz.

— Você quer que eu o encontre?

— Como?

— Facebook, tia! Dã. — Ana solta uma risada, assentindo. — Você quer que eu faça isso?

Ela se afasta, suspirando e parecendo pensar a respeito.

— Não quero ir sozinha. E nem quero que o Leo saiba.

— Eu vou com você. E não vou comentar nada com ele, pode ficar tranquila. — digo. — Mas você precisa ter certeza. Não quero ser responsável por colocar isso na sua cabeça e o encontro te deixar pior.

— Acho que eu preciso disso. E você não está colocando isso na minha cabeça. Já pensei diversas vezes, mas não tenho coragem. Eu sei que se o Leo apenas sonhar com isso, vai ficar puto comigo. Ele sente tanto ódio... principalmente depois da aparição do Rodrigo. E de você... você sabe.

— Ele não pode decidir isso por você. Não é sobre ele e se isso pode te libertar, vai ser ótimo. Só quero que você tenha certeza. Pense sobre isso antes.

— Eu tenho certeza. Acho que eu só precisava de alguém para me apoiar, porque qualquer um da família que soubesse disso... me chamariam de louca. Eu preciso me despedir do passado, deixá-lo para trás. Não só pelo que eu sentia pelo Murilo, mas por tudo que ele e o pai me causaram.

— Sim. Você precisa, é algo que pode tirar um peso enorme do seu coração.

— E se eu descobrir que ainda sinto alguma coisa pelo Murilo?

— Será, tia? Acho que não... ele te colocou em uma situação terrível. Enquanto você o amava com tudo que tinha, ele desistiu na primeira oportunidade. Isso não é amor. Você não tem que ter medo de ainda sentir algo por ele.

— Eu preciso gostar de mim antes de querer amar outra pessoa. Era assim quando eu tinha dezesseis anos. Eu fiquei dependente dele e quando ele me deixou, me apunhalando pelas costas daquele jeito... pareceu o fim do fundo. O que me fez continuar firme e forte foi o Leo.

— Só tenho medo que te faça ficar pior encontrar com ele.

— Não vai. Talvez eu seja presa por agressão e seja deportada para o Brasil, mas...

Solto uma risada, fazendo-a rir comigo.

— Eu te apoiaria nessa. Sério. Se eu olhar aquele velho nojento... eu vou querer socar o nariz dele.

— Eu apoiaria também.

— Então eu vou começar a minha busca pelo Facebook dele. — digo, levantando da cadeira. — Vai ficar bem sozinha?

— Estou bem. — ela se aproxima para me abraçar. — Obrigada, Mari. Sério.

A abraço mais forte, fazendo até algum osso de suas costas estalar e ela solta uma risada, dando um beijo em minha testa. É mais alta também. Novidade qualquer pessoa ser mais alta que eu.

— Você estava com o Leo na fraternidade?

— Ah... — coço a cabeça. — Estava. Mas ele vai sair com a Heather.

— Que? Por que?

— Eu sei lá. — dou de ombros. — Vou lá de novo para falar com Aiden. Preciso resolver a situação. Tá virando putaria.

— Você e o Leo ficaram desde que eu cheguei?

— No dia da pizzaria só. Depois não mais. Estamos tentando ser amigos... — a Ana solta uma risada debochada. — Mas sou péssima nisso. Tô morrendo de ciúmes.

— Vocês são bestas. Essa é a verdade.

— Eu sei. — reviro os olhos, bufando. — Mas é... ah, é complicado.

— Vai terminar com o Aiden?

— Provavelmente.

— Ainda bem. Ele não serve pra você.

Dou risada, mandando um beijo para ela e vou em direção a porta.

— Tchau! Tome cuidado para cair nos encantos do meu brother, tia!

— Rá! Pode ficar tranquila, norinha.

Aceno ainda rindo e decido voltar a pé. O caminho não é curto até o campus, mas eu poderia andar um pouco até lá. Preciso conversar com alguém enquanto estou andando sozinha na rua, então ligo para a Priscila. Aí, que saudade. Kentucky deveria ser mais perto de Nova York.

— Olááá, gata. — ela diz, animada. Algo parece cair no chão do outro lado da linha e franzo a testa. — Eita caralho, abaixa essa merda!

— Que isso? — solto uma gargalhada. — O que o Lucas está aprontando?

— Ele comprou um avião de controle remoto para o nosso vizinho que é um amor de criança, aí eles estão aqui dentro do apartamento com isso! — ela diz. — Cacete, Lucas, se esse negócio cair na minha cabeça você vai dormir na sala.

— Manda um beijo para a Marizinha! — escuto sua voz e abro um sorriso. Sinto tanta saudade deles.

— Beijo, Lucas! Amo você! Não acerte a cabeça da minha amiga, ela ainda será minha madrinha de casamento! — respondo e escuto sua risada.

— Quem é o noivo? — sua voz está mais próxima e reviro os olhos.

— Chaaato!

— Vou pro quarto. — Priscila diz e tem um tempo de silêncio. — Pronto. Olá, amiga! Está andando na rua?

— Sim. Voltando do apartamento que a Ana alugou.

— Me atualize, querida! Tia Ana e Nate???????

Solto uma risada. — Não sei. Acho que não. Acho que o Nate estava interessado em “pegar”, mas acho que não mais. Ela contou para ele sobre o assunto proibido!

— Mentira!!!!

— Verdade verdadeira! Ele até falou algumas coisas, aquilo que a gente vivia dizendo a ela, sabe? — a Pri assente. — E ela disse que meio que acreditou.

— Vish, vai dar merda.

— Será?

— Henck castra o Nate só para ele não enfiar o pau onde não deve.

— Imagina só se o Leonardo sonha que Nate enfiou o pau onde não deve! Ele mata o Nate, de morte mesmo!

— Mas me diga, amiga. Como está a sua situação? O Henck está conseguindo manter o pau dentro das calças perto de você?

— Estamos usando demais a palavra pau nessa conversa.

— Concordo, mas é que é tudo de bom.

Rio, assentindo. — Sim, o Leonardo está conseguindo manter o bilau dentro das calças. Não acho nem que ele esteja flertando comigo. Está levando a sério esse negócio de amizade...

— Baboseira!

— Pri, você precisa confiar que seus melhores amigos têm autocontrole.

A Priscila gargalha alto com ironia. Faço cara feia, por mais que ela não possa ver. — Eu confiaria, mas meus melhores amigos são Mariana e Leonardo, sabe? Impossível existir autocontrole.

— Vou colocar regras para mim. Número um: não sentir ciúmes.

— Tá com ciúmes? Por que? Não me diga que o viado vai sair com outra!

— Com a ex-namorada! — bufo. — Nem acredito nisso. Precisei ir embora para não fazer cena e passar vergonha.

— Ótima escolha. Vou te ajudar: sem contato físico também é ótimo.

— Impossível. Ele adora me tocar desnecessariamente.

— Tipo aonde?

— Sua safada, não aonde você está pensando. Até parece que ele ia tocar aqui sem que eu tirasse as roupas e pulasse em cima dele logo depois!

A Priscila gargalha. — Muito... bom, amiga! — ela ainda está rindo e acabo rindo também. — Mas isso é sério. Ele não pode ficar ultrapassando limites se ainda está vendo a ex. Duas ex, aliás, esse safado.

— Nem me fale que eu fico irritada.

— Ele te elogia muito?

— Aham. Fica o tempo todo falando “ow, você é linda pra caralho”, “olha esse sorriso, não dá” e o melhor “gostosa pra porra”. Adora ficar soprando essas coisas.

— Tudo bem, sem elogiar demais. Te deixa com vontade de tirar as roupas e pular em cima dele?

— Óbvio! 

— Isso não é justo com você. Quero dizer, nenhum de vocês estão sendo justos um com o outro. E se ele estiver só esperando você terminar com Aiden para dizer "linda, te amo, vamos casar". 

Rio, irônica. — Ah, tá! Leonardo não está disposto a ficar comigo, por mais que sinta algo por mim. 

— Sem cabimento. Não entendo. 

— Ah, nem eu... ele mesmo sugeriu que a gente começasse do zero. E estava tudo bem nos últimos dias. Ficávamos jogando vídeo game, rindo, conversando, comendo besteira... até que o bichinho do ciúme me picou. 

— O que que ele está arrumando também? Essa Heather é gata, mas não é para ele! Hello-ou! 

— Fazer o que? Ele a acha gata e quer repetir a dose de quando namoravam. 

— Ou talvez você o provoca tanto sem perceber que o pau dele deve estar prestes a explodir. 

— Baboseira! Homens tem necessidade blá, blá, blá. — forço a voz. — Isso é mentira. Isso é fogo na piroca. Acha que eu também não tenho fogo no rabo? Eu tenho, mas eu me controlo! 

— Por que? Se ele não controla, não controle o seu também, ué!

— Isso não é sobre sexo. Eu e ele. Os momentos que a gente vem tendo...

— Mari, eu sei que não é sobre sexo. E é exatamente por isso que vocês não estão transando. Libera ocitocina, você sabe. E vocês já estão no limite desse hormônio... ah, você lembra que me disse isso antes de eu transar com o Lucas pela primeira vez! 

 — Lembro. As aulas de fisiologia renderam muito para mim. 

— Olha só digo que: isso vai dar merda. Tô com vontade de bater nos dois, na real. Vou pra aí só para isso. 

— Só se você vir pra cá vai ser ótimo! Nem me importo de levar um tapa. 

— Linda, amo você. Tô com saudade. 

— Também tô, Pri. Vou programar de ir visitar vocês em algum final de semana. — digo. — Provavelmente depois que a mãe do Leo for embora. Aí eu aviso vocês, tá? 

— Combinado! 

— Amo você. Beijo! 

— Beijo!

Finalizo a ligação e quase me engasgo ao encontrar Leonardo e Heather saindo do carro dele. Perto de um restaurante italiano. Fico dividida entre tampar o rosto e passar despercebida ou passar bem na frente com os olhos no celular, fingindo não ver. Segunda opção, óbvio. Começo a digitar qualquer baboseira para a Priscila, fazendo-a mandar ??????, então só continuei digitando e sem olhar de canto de olho. 

— Oi, Mariana! — a Heather diz. Olha só que abusada! 

— Oi! — finjo surpresa. — Tudo bem, Heather? Oi, Leonardo. — olho para ele, que está com os olhos estreitados em mim. 

— Tudo bem. O que está fazendo sozinha por aqui? 

Não é da sua conta, querida!

— Estou voltando do apartamento que a mãe do Leo alugou. — respondo. Ela levanta as sobrancelhas. — Bem legal, né Leo? Eu gostei. Ela gostou muito também. 

— O que você estava fazendo com a mãe do meu... 

— Espera aí, Heather. — Leonardo a interrompe. — Meu nada. 

— Nós ainda somos amigas, você sabe. — respondo sua pergunta. — Ficamos muito tempo sem nos ver, eu estava com saudade dela e agora estamos aproveitando enquanto ela está aqui. — digo. Meu celular vibra no bolso. 

"Aiden: Já estou aqui. Beijo."

— Eu preciso ir. — guardo o celular no bolso. 

— Onde vai? — ele ainda tem a coragem de perguntar. 

— Encontrar o Aiden na fraternidade. — digo. Leonardo arqueia uma das sobrancelhas, como se eu estivesse mentindo. Problema dele se acha isso. — Bom encontro pra vocês, beijinhos. 

— Obrigada, querida! — a afrontosa tem coragem de me chamar de querida. Se liga, caralho. 

Reviro os olhos antes mesmo de dar as costas e acelero os passos em direção ao campus. 

***

Me surpreendo quando Aiden me recebe com um beijo íntimo demais para a situação em que estamos. Eu sei que ele estava o dia todo com a irmã, mas os outros dias esteve com a Tori, certo? Mesmo estranhando o contato depois de tanto tempo, correspondo ao seu beijo, fechando a porta de seu quarto com o pé. O fogo comentado pela Priscila sobe em nós dois e sinto seus dedos no fecho do meu sutiã por debaixo da blusa. 

— Que isso? — sussurro entre um beijo e outro. 

— Fiquei com saudade de você. — ele beija meus cabelos e depois minha testa. — Do seu cheiro, do seu sorriso, de... você

— Assim de repente? 

— Sim, de repente. A gente está transformando isso em algo péssimo, Mari. 

— Eu sei. Precisamos conversar sobre isso. 

— Pode ser depois? — ele segura minha cintura, beijando minha bochecha e depois os meus lábios. — Agora eu só quero ficar com você. Isso está fora do que podemos fazer? 

— Teoricamente ainda somos namorados. — dou de ombros, cedendo ao colocar os braços em volta de seu pescoço. 

Ele sorri e volta a me beijar como antes. 


Notas Finais


Aí aí aí, tem mais burrinhos???? Gente, Ana e Mari soltaram mais coisas aí sobre como o relacionamento acabou heinnn e sobre o passado da Ana? O que vocês acham que aconteceu exatamente? E ela e Nate?? Comenteeeem, beijos <3


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