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História 'Brotheragem', entre outras coisas de amigos - Hey hey hey! Chocolate day!


Escrita por: Aislyn

Notas do Autor


Mais um capítulo pra saciar a vontade da Kaline de ler algo com esse ‘casal’. Espero que goste!

Era pra ter saído no dia dos namorados, mas a inspiração atrasou um pouquinho...
Boa leitura!

Capítulo 3 - Hey hey hey! Chocolate day!


Terceira aula da manhã: culinária. Não tinham mais idade para aquele tipo de atividade, mas as garotas da turma fizeram um abaixo-assinado, onde os garotos foram gentilmente convidados a colaborar, exigindo que tivessem pelo menos uma aula de culinária durante aquela semana. O motivo era bastante óbvio, visto a proximidade do dia dos namorados.

 

Kuroo, por sua vez, não entendia porque elas insistiam em preparar com as próprias mãos. Não era mais fácil comprar pronto na loja? Quando perguntou para uma das colegas de classe, recebeu um olhar tão sedento de sangue que preferiu morrer com a dúvida.

 

E agora ele estava ali, usando um avental ridículo com florzinhas, já que havia esquecido o seu propositalmente em casa, pensando que se livraria de participar da aula, quando uma das meninas anunciou a plenos pulmões que tinha um sobressalente. Após picar várias e várias barras de chocolate, colocou tudo dentro de uma panela, o cheiro doce enjoando-o facilmente enquanto rezava para que aquilo derretesse de uma vez.

 

A professora também parecia feliz por estar ensinando a fazer os doces, explicando que o próximo passo seria o definitivo para se prender o coração de alguém. Cada recheio era especial e único, devendo ser preparado enquanto se pensava na pessoa que iria recebê-los. Afinal de contas, o segredo da culinária era fazer tudo com amor, não era?

 

Kuroo não tinha alguém especial para pensar, não tinha namorada, não estava saindo com ninguém e definitivamente não ia dividir com os colegas de time, por maior que fosse sua consideração por eles. Inventou uma mistura que lhe pareceu apetitosa, usando cerejas, flocos de arroz, caramelo e calda de morango para seu recheio, alguns granulados coloridos sendo reservados para enfeitar por cima.

 

Com uma espátula ele brincou com o doce pela bancada, empurrando e puxando de um lado para o outro, supostamente temperando como a professora dissera para fazer. Não sabia dizer o que o irritava mais no momento: o cheiro extremamente açucarado impregnando em seu nariz ou as garotas dando gritinhos histéricos enquanto conversavam aos sussurros. Eram só chocolates!

 

A seguir, veio a parte de rechear e embalar o doce. Abriu pequenas porções com as mãos, colocando o recheio e então dando a forma que queria, optando por bolinhas, práticas e fáceis, e do tamanho perfeito para se enfiar na boca de uma vez. Olhou uma vez ao redor da sala, analisando se a turma estava terminando os doces, notando então que todos se divertiam, dando formato de coração ou estrela aos chocolates, rindo enquanto provavam pequenos pedaços grudados nos dedos. Todos, exceto ele.

 

Será que todos tinham alguém para presentear? Bom, no pior dos casos ele poderia dividir com Kenma, não é? O baixinho sempre estava ao seu lado, enfrentando qualquer situação.

 

Com o ânimo renovado, Tetsurou resolveu se empenhar mais e terminar os chocolates, pois mesmo que não estivesse namorando, ele tinha um melhor amigo de infância para dividir os bons e maus momentos. E os doces também!

 

Ou foi o que pensou, antes de levar um fora por mensagem, onde Kenma deixou claro que não iria se encontrar com ele depois do colégio, pois também tiveram aula de culinária e ouviu seu nome, junto com as palavras ‘tão fofinho’, saindo da boca de algumas meninas que planejavam abordá-lo. O levantador não queria saber de receber chocolates de ninguém, era vergonhoso demais! Iria fugir sorrateiramente assim que tivesse oportunidade, e com Kuroo do lado isso seria impossível, visto que o capitão do time chamava bastante atenção.

 

Frustrado com a recusa e um pouco incrédulo com a popularidade de Kenma com as garotas, Kuroo decidiu voltar pra casa, antes que o mau humor voltasse e estragasse o resto do dia.

 

Até que uma ligação o salvou de seu destino cruel.

 

* * *

 

– Ele disse ‘não’ pra mim! Depois de tudo que fiz por ele esses anos todos! – Kuroo contou de forma dramática, ainda indignado por ter sido dispensado por Kenma.

 

Bokuto apenas acenou com a cabeça, mostrando que estava ouvindo, pois a boca estava cheia com os chocolates que o amigo fizera. Não sabia que Kuroo cozinhava, mas ficou bastante satisfeito com o resultado.

 

– Eu nem sabia que ele era popular assim! Meu pobre Kenma, tão inocente e está crescendo tão rápido! – a ceninha de teatro de Kuroo continuou por algum tempo, até ele se dar conta da gravidade da situação – E se ele começar a namorar? E se ela obrigá-lo a sair do time de vôlei? O que vou fazer sem meu melhor e único levantador?!

 

– Neh, Tetsu… já parou pra pensar que as meninas queriam que ele entregasse o chocolate pra você? – ponderou o capitão da Fukurodani, recebendo um olhar confuso – Ele não é tão popular assim e evita multidões sempre que possível. Por outro lado, você é capitão do time. Kenma tem mais jeito de quem aproveita para se esconder na sua sombra ao invés de usar o seu brilho para aparecer.

 

– De onde tirou essa? – Kuroo sorriu sacana, a mão voando até o cabelo do amigo, bagunçando os fios espetados – Não é que você é inteligente?

 

– Hei, assim me ofende! – Bokuto armou um bico, logo dando de ombros e voltando a atenção aos chocolates. Não ia parar de comer enquanto tivesse um no pacote – Tem certeza que não quer? Ficaram realmente bons! Não sabia que cozinhava!

 

– A professora ajudou muito na hora de fazer. – acenou com descaso, ainda pensando na afirmação do amigo – Então  foi por isso que o baixinho disse que ia fugir e não ia encontrar comigo…

 

– Bem possível. – Bokuto resmungou de boca cheia, lambendo a ponta dos dedos – Se vissem Kenma indo ao seu encontro, com certeza o forçariam a te entregar caixas e mais caixas de bombons.

 

– Bom, vindo do Kenma, isso é realmente possível. Inteligente da parte dele… mas ainda estou chateado!

 

– Eu queria mais alguns… Ah, o que acha de sairmos pra dar uma volta? Assim você esquece o fora do Kenma e a gente se diverte por aí.

 

– E acha que eu vou negar um passeio com meu brother? Vamos logo!

 

– Ok, só vou lavar as mãos e já venho. – Bokuto saiu do quarto apressado, não para evitar que o amigo ficasse esperando, mas para que ele não tivesse tempo de mexer em suas coisas e achar o que não devia.

 

Tetsurou aproveitou a ausência do líder da Fukurodani para se jogar na cama dele, enfiando a mão por baixo do colchão e puxando dali uma revista. Olhou algumas páginas aleatórias, depois começou a passar as páginas, apenas olhando as imagens, mas só quando começou a ler uma matéria é que notou a demora do outro em retornar.

 

Pulou da cama e saiu do quarto, não notando nenhuma movimentação nas proximidades. Alcançou a porta do banheiro, onde o amigo supostamente teria ido lavar as mãos. Deu dois toques na folha de madeira, o rosto se dirigindo até lá para tentar ouvir alguma coisa, mas se afastou com um sobressalto ao ouvir um soco vindo do outro lado da porta.

 

– Koutarou? É você? – era óbvio que era ele. Só estavam os dois na casa, não era?

 

– Te-tsu-rou! – Bokuto abriu a porta num rompante, fuzilando-o com o olhar.

 

Antes mesmo que Kuroo abrisse os lábios para perguntar o que havia acontecido, foi silenciado por aquele olhar de ave de rapina. Bokuto estava possesso! A concentração em sua expressão era digna de uma final de jogo de volêi e Tetsurou sabia que ele era o inimigo. Só não sabia o porquê.

 

– Ah… tudo bem?

 

– Bem? Eu vou te mostrar o que é estar bem! – Bokuto deu dois passos em direção ao capitão da Nekoma, um barulho estranho fazendo-o estacar no mesmo instante. As mãos voaram até seu estômago, suas feições se contorcendo em dor – Kuroo, seu idiota! – e correu novamente para o banheiro, batendo a porta ao passar.

 

– O que foi isso? – Tetsurou se aproximou ressabiado da porta, coçando a nuca sem entender o que havia acontecido – Hei, tem certeza que está bem? Está precisando de uma mãozinha de novo? – afinal de contas, chocolates eram afrodisíacos, não eram?

 

– O que você colocou nesses chocolates, seu gatuno de meia tigela?! Queria me envenenar? Era por isso que não estava comendo também, não é? – acusou o líder da Fukurodani, a voz vindo abafada através da porta, completando num lamento – Eu vou morrer!

 

– Eu não coloquei nada demais, só segui a receita como a professora mandou fazer. – ergueu as mãos em sinal de rendição, mas um sorriso travesso começou a brincar no canto de seus lábios. Talvez ele tivesse exagerado um pouquinho na escolha do recheio…

 

– Se eu não morrer aqui, vou te matar quando sair! – por mais que Bokuto tentasse soar ameaçador, os gemidos que saiam entre algumas palavras levava seus esforços por água abaixo.

 

– Isso quer dizer que a gente não vai sair mais? – Tetsurou se afastou da porta, caminhando em direção ao quarto, já ciente da resposta, antes mesmo de ouvir o grito em retorno.

 

– Não!


Notas Finais


Continua... >3


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