História Brotheragem (Romance gay, Yaoi) - Capitulo X: Fujoshis em Ação.

O sinal toca, Alice corre para o refeitório, se senta na mesa de costume, pega seu lanche dentro de sua bolsa e espera impaciente pelas suas amigas.

— Como você está hoje? – Tati foi a primeira a se juntar á ela na mesa.

Logo atrás dela, vem Alana e Lara.

— Não estou bem. – dramatiza enquanto morde seu pão com geléia.

— É por causa dos seus primos ainda? – Alana pergunta.

Tati já não gosta do rumo que a conversa está levando.

— Sim, eles não estão normais. Hoje de manhã, cê tinha que ver, Olliver contando piadas e o Thalles nem ai. Ele tá estranho, e Olliver o não contesta, eles estão assim desde ontem cedo. – reclama se lembrando da situação de mais cedo. 

Os dois não se olham na cara e nem conversam. Isso irrita Alice, não saber o que está acontecendo é o fim.

— O mistério da noite que ficaram sozinhos. Eles se pegaram ou não? Eis a questão. – Alana engrossa a voz em tom amedrontador enquanto gesticula com as mãos.

Todas presentes na mesa acabam rindo.

— Qual é sua ideia? – Lara pergunta, ainda investindo no assunto.

— Não sei, tô pensando ainda. – Alice responde jogando metade do seu pão na mesa, perde o apetite.

Param o assunto e todas voltam, enquanto a que perdeu o apetite está pensativa, até que...

— Biologia! – Alana exclama após se lembrar da aula que tivera á horas atrás.

Todas a olham com dúvida.

— O que tem Biologia, criatura? – Alice pergunta.

— Na aula de hoje, nós aprendemos que quando fazendeiros querem que seus cavalos reproduzam, façam filhotes, trancam um macho e uma fêmea juntos, sozinhos. Então... vamos trancar seus primos! – responde a pergunta, animada.

— Minha querida, eles estão sozinhos agora, ficam em casa o dia inteiro trancados por ordem do Ollavo e ainda dormem juntos na mesma cama. – Tati toma a frente do assunto. – E até agora não se pegaram. Você acha que simplesmente tracá-los vai dar certo? Me poupe.

Tati dá um gelo na ideia de Alana, tratando a proposta com desdém.

— Mas e se eles forem trancados em um lugar desconhecido, aonde não tenham nada pra fazer por horas? – Alice pensa alto.

— Essa é minha Alice! – Alana se alegra, vira para Tati e mostra a língua.

— Mesmo assim, não daria certo. Não é como se eles fossem se pegar só por estarem nessas circunstâncias... – Tati persiste.

— Simples; aprendemos também que quando os cavalos mesmo nessas circunstâncias não trepam, os fazendeiros têm a opção de dar estimulantes. – Lara palpita mandando um olhar sério para a única do-contra na mesa.

— Podemos dar Viagra pra eles, meu avô tem um monte, nem vai sentir falta. – Alana se oferece.

— O QUÊ?! – Tati se espanta com o rumo das coisas. – Eles não são cavalos!

— Uiii, tá ficando excitante esse plano! – Lara fica atiçada com um sorriso malicioso em seu rosto.

— Tá ficando bizarro, isso sim! Eles são dois meninos saudáveis, não precisam de Viagra. Esse tipo de remédio tem várias contra indicações, VOCÊS QUEREM MATAR ELES?! – Tati se revolta ao ouvir tanta besteira.

— Uma vez na vida não mata ninguém... – Alice fala entre pensamentos novamente.

— Pera, como?! Não me diga que cê vai fazer isso mesmo...?

Alice não responde, apenas continua pensando com o olhar longe e dedos batendo na mesa, isso preocupa a Tati, pois toda vez que Alice fica nessa postura, significa que vem coisa, e na maioria das vezes não é coisa boa.

— Okay, vamos parar por aqui, isso não vai dar certo. Primeiramente aonde vocês vão trancar eles? E segundo, Viagra não funciona como vocês pensam, não é só tomar e sobe o "piririm". – Tati tenta convencê-las a não fazer tamanha besteira.

— Meu avô tem um frasco de Cialis em casa, que é bem mais forte que o Viagra, eu já li a bula inteira do remédio. Funciona da seguinte maneira, – todas param para prestar atenção em Alana. – depois de meia hora ingerido, o remédio começa a funcionar e fica em atividade até 36 horas depois de consumido. Assim... é claro que não é "pá pum", né? A pessoa tem que ter desejo de transar pra funcionar. – ela se aproxima do centro da mesa e fala baixo para suas amigas. – Mas minha avó me disse que qualquer estimulozinho faz o piririm crescer na hora!

— Isso pode dar certo. – ela finalmente acorda de seus pensamentos.

— Alice, não! – Tati protesta arregalando os olhos em direção á Alice.

— Eu posso dar o remédio na bebida deles de manhã e trancar eles no almoxarifado da lavanderia do Quartel de noite... – abre um sorriso, nem presta atenção nas falas de Tati.

— NÃO! – Tati reluta.

— Meninas, é isso. Vamos fazer dois cavalos trepar!

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E assim se seguiu o plano infalível das meninas. Na noite do mesmo dia, Alice foi buscar o Cialis na casa de Alana. No dia seguinte, acordou bem mais cedo e fez um suco de laranja forte, apenas da fruta, sem adicionar água, e colocou bastante açúcar para não sentirem o gosto estranho do remédio misturado ao suco. Triturou com o socador de alho os dois comprimidos e jogou o pó em dois copos. Arrumou a mesa separando os copos dos meninos, logo chamou todos para o café. Olliver, Ollavo e Thalles, nem imaginariam que o ataque de riso que ela teve no meio do café foi de pura satisfação, ao ver os dois meninos beberem o suco até o final.

Ela e suas amigas estavam eufóricas para a aula acabar (até Tati, não por gostar da situação, mas por ânsia de tudo dar errado e todas se encrencarem).

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Alice olha o celular, já se passa das 18 horas, bate o pé impaciente na calçada de raiva.

"Mas é uma filha da mãe mesmo, tá super atrasada."

Tati vem correndo em direção á Alice.

— Oi, tô muito atrasada. – fala ofegante.

— Não, nem um pouco. – ela ironiza. – Anda, vamos entrar.

Elas entram pelo enorme portão verde do Quartel do Exercíto, Alice já tinha entrado ali muitas vezes por causa de seu pai, então entra como se fosse a dona do pedaço, o que ela era, pois seu pai é o Major e futuro Coronel, quem a impedisse tomava chumbo grosso do Ollavo depois. Param na portaria, ela usa a desculpa de visitar seu pai para o guarda, que nem desconfia da sua verdadeira intenção. Andam pelos corredores se escondendo. Passam pelo campus se esgueirando para não serem vistas. Param na janela da lavanderia, agaixadas, se escondem. Se levantam um pouco e vêem Thalles e Olliver lavar as roupas tranquilamente, estão quase terminando o serviço, falta apenas a secadora terminar.

— Como você vai trancar eles? – Tati pergunta cochichando.

— Simples; quando tudo estiver pronto, eles vão ter que ir no almoxarifado desligar a força da lavanderia e colocar as roupas. Quando eles entrarem eu tranco eles lá... – cochicha em resposta.

— Ah!

Tati só está ajudando Alice por pura preocupação, pois se algo desse errado, pelo menos elas estariam juntas na hora da penalidade, com outra pessoa ao lado é bem mais fácil enfrentar uma punição.

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A secadora termina, os dois pegam as roupas e vão direto para o almoxarifado, as duas entram silenciosamente na lavanderia e vão atrás dos dois, que levam nas mãos cestos pesados de roupas. Os meninos entram na pequena sala e começam a empilhar as roupas nas prateleiras. Tati sorrateiramente fechou a porta com cuidado, que só estava entreaberta, colocou a chave na fechadura e trancou a porta. As vítimas nem sequer perceberam o ato.

— E agora?! – Tati pergunta.

— Se afasta. – Alice toma a frente.

"Eu tenho que ter certeza que os dois vão ficar trancados aí a noite toda!"

Levanta seu pé esquerdo na altura da fechadura, o posiciona em cima da base da chave, mira e pisa com força. A chave se partiu ao meio, uma parte ficou presa na fechadura e a outra caiu no chão.

— Trabalho feito! – Alice diz satisfeita enquanto saem andando calmamente para fora da lavanderia.

Fora do Quartel, a mente do crime está tranquila, já sua ajudante...

— Não se preocupe, não tem câmeras na lavanderia. Ninguém nunca vai saber que foi a gente. – fala tranquilizando sua amiga no caminho de volta para casa.

— Como você vai ter certeza que eles se pegaram? – Tati pergunta, ainda em dúvida sobre o "plano infalível".

— Não preciso saber, eu gosto de agir feito um cúpido. Armo a situação favorável para o amor florecer, mas se mesmo assim não acontecer, paciência. Eu só quero ver esses dois juntos no final, pra mim eles já se gostam, só tão confundindo amor com amizade. – ela solta um sorriso bobo no final.

O que faz Tati ver que sua amiga não é tão doida assim. "Os fins não justificam os meios", mas dessa vez justificou. Tati pega na mão de Alice e andam rua afora de mãos dadas.

— Então vamos tomar sorvete em comemoração, mistura louca de Fujoshi com Cúpido. – Tati brinca enquanto balança o braço das duas no mesmo ritmo que andam.