E lá estava eu, sentada em uma cadeira na cantina da escola depois da última aula.
Luna e Bia não vinheram, o que me fez perguntar se aconteceu alguma coisa com elas. Mas enfim, eu estava lotada de atividades e resolvi faze-las na biblioteca.
Liguei para minha avó, disse que não ia almoçar com ela. Ela me perguntou onde eu ia almoçar e eu disse que me virava e encontrava um lugar por perto. Ela ficou um pouco preocupada mas não fez um alvoroço.
Fui para a biblioteca.
Estudei, fiz várias atividades.
Dei uma pausa e fui ao banheiro.
Quando voltei, vi que a sala estava completamente vazia.
Eu não entendi mas continuei a estudar.
Já era 15:00. Arrumei minhas coisas e fui até a porta. E para a minha grande sorte, estava trancada.
Eu sacodi a porta e nada de abrir.
Eu estava trancada em uma biblioteca.
Não fiquei desesperada. Só queria dar um jeito de sair dali.
Eu comecei a gritar.
Eu: Tem alguém aí? Me ajudem. Estou na biblioteca. ALGUÉM, POR FAVOR.
Vi a sombra de uma pessoa.
Eu bati na porta.
Eu: Ei, ei. Me ajuda.
A pessoa me olhou e saiu.
Eu: Espera, espera.
Ela não voltou.
Eu: Droga.
Meu celular havia descarregado.
Eu sentei de costa para a porta de vidro de entrada na biblioteca. Peguei um livro e comecei a ler.
Era 15:30 no relógio de parede da biblioteca.
Ouvi a maçaneta girar.
Levantei da cadeira assustada e olhei para porta.
Era o supervisionador substituto, Charles.
Eu arrumei minhas coisas.
Charles: Um garoto disse que estava trancada.
Eu: É o que parece.
Charles: Só esperava um obrigada.
Eu: Obrigada.
Charles: De nada.
Peguei minha bolsa e passei ao lado dele, que estava parado na porta me olhando.
Ele segurou minha mão.
Charles: Não jogou fora.
Ele estava se referindo a pulseira.
Eu: É...
Ele deu um sorriso.
Eu: Fiquei com pena.
Charles: Pena? Sério? Se estivesse realmente com pena, apenas guardaria.
Eu: Pode soltar minha mão.
Charles: Não vai dizer a verdade.
Eu: Não tenho nada a dizer.
Ele me soltou.
Eu sair.
Peguei um táxi e fui na costureira.
Eu a chamei.
Eu: Oooo de casa.
A costureira apareceu.
Costureira: Oi minha filha. O que aconteceu?
Eu: Recebi seu recado.
Costureira: Que recado?
Eu: Um garotinho, ele disse que você queria falar comigo.
Costureira: Não mandei recado algum.
Eu: Tem certeza?
Costureira: Sim. Mas já que você está aqui, entre. Aproveitamos a oportunidade e você ver se as roupas estão boas.
Eu: Tudo bem.
Pensamento: Que idiota aquele garota. Brincadeira mais sem graça.
Eu entrei na casa dela.
Eu: A roupa do aniversário já está pronta?
Costureira: Quase.
Eu: Posso ver?
Costureira: Vai ser surpresa.
Eu: Coisa da minha avó.
Costureira: É.
Eu: Então me mostre as outras mesmo.
Ela pegou e me mostrou uma por uma.
Eu: São lindas.
Costureira: Obrigada.
Eu: Já posso levar?
Costureira: Ainda não. Vou fazer uns últimos ajustes.
Eu: Tudo bem. Então.. eu já vou indo.
Costureira: Espere mais um pouco. Me acompanha com um chá.
Eu: Pode ser.
Costureira: Me aguarde aqui.
Ela saiu.
Eu comecei a andar pelo ateliê.
Havia uma foto dela com um homem no porta retrato. Eu estava segurando-o.
Costureira: Era meu marido.
Eu: Era?
Ela me deu um copo com chá.
Costureira: Faleceu.
Eu: Sinto muito.
Costureira: Ele era um homem bom.
Eu: Me desculpa perguntar, mas o que aconteceu?
Começamos a conversar. Ela me contou a história de como seu marido foi morto cruelmente. Conversamos sobre diversos assuntos.
Eu: Tenho que ir. Esta tarde.
Pensamento: Que fome.
Não havia comido nada.
E na verdade não estava me sentindo muito bem.
Costureira: Tudo bem. Até a próxima.
Eu: Até.
Eu sair e fui caminhando. Estava a procura de um táxi e até aquele momento não havia aparecido nenhum.
Havia umas ruas escuras e eu estava bem distante de casa.
Eu estava com fome e infelizmente fraca.
Estava prestes a atravessar uma rua, quando um carro parou na minha frente.
Pensamento: Graças! Um táxi.
Uma loira saiu de dentro do carro e parou na minha frente.
Eu: Quanto é até...
Loira: Não sou um táxi querida.
Eu: Me desculpe.
Loira: Tem certeza que é ela?
Ela falou olhando para o carro.
Não dava para ver, mas parecia que tinha alguém dentro.
Eu não entendi o que ela quis dizer com "Tem certeza que é ela?", mas fique assustada.
Eu fui atravessar a rua, mas ela segurou meu braço.
Eu: Me solta.
Loira: Não vai a lugar nenhum.
Eu: O que você quer?
Loira: Está na hora de doar essa magia toda para alguém. Não pode ficar com ela só para ti Katherine.
Eu: Que magia? Você está louca? E como você sabe meu nome?
Loira: Venha comigo.
Eu: Eu não vou a lugar nenhum.
Loira: Não teria tanta certeza.
Ela colocou um braço em volta do meu pescoço, me sufocando.
Eu: Me solta.
Segurei o braço dela, mas eu estava muito fraca, não pude revidar.
Ela falou em meu ouvido, como um cochicho.
Loira: "Deliquium".
Eu apaguei.