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História BTS: Camera Prive - Summertime Sadness


Escrita por: knamjaworld

Capítulo 23 - Summertime Sadness


Fanfic / Fanfiction BTS: Camera Prive - Summertime Sadness

Taehyung abriu os olhos e olhou ao redor. Viu que havia alguém ao seu lado, era Park Jimin. Aos poucos foi se lembrando da noite anterior e sorriu.

— Ah Jimin... — suspirou, abraçando o garoto, que dormia feito pedra.

Ficaram de conchinha por algum tempo, mas logo Taehyung se lembrou do carro e da sujeira que fizeram lá. Levantou-se e saiu do quarto, porém voltou e deu um beijo nos lábios de Jimin.

Olhou as horas, eram 1:26 da tarde. Desceu as escadas e foi até a enorme garagem. Entrou no carro e viu que havia sêmen por todo lado, além do cheiro de seu perfume estar bastante perceptível.

— Se o Yoongi entrar vai saber que eu estive aqui... — murmurou. — Tomara que ele entre.

Como não havia algum outro pano, Taehyung tirou a própria camisa e tentou limpar o veículo, mas viu que precisaria umedecê-la. Foi até a cozinha e a umedeceu na pia, voltando em seguida para o carro. Limpou-o da melhor forma que conseguiu.

Ao terminar voltou para o quarto de Jimin, que continuava em seu sono profundo. Abriu sua mochila e pegou roupas decentes, vestindo-as. Enrolou a camisa suja no short e guardou lá dentro. Olhou as horas, 2:02. Se certificou de que Jimin estava vivo, visto que ele parecia nem ter sinais vitais, e esperou um pouco que acordasse. Como, porém, o garoto sequer dava sinais de que acordaria, Taehyung resolveu ir embora.

Mas não sem antes dar-lhe um bom beijo nos lábios.

Pegou sua agenda do Coringa, escreveu uma mensagem para Jimin e arrancou a folha. Olhou à sua volta procurando um lugar para deixar e resolveu deixar no enorme espelho do trocador do garoto. Arrancou um dos adesivos da primeira página de sua agenda, um que mostrava o Coringa e a Arlequina juntos, e usou-o para afixar a folha no espelho. Afagou, por fim, os cabelos do garoto adormecido, admirou-o um pouco e então desceu as escadas, indo embora.

E deixando sua mochila pra trás...

***

Jimin acordou com o corpo meio dolorido e com a cabeça zonza. Rolou na cama e sentiu o cheiro de Taehyung no travesseiro.

— Foi um sonho, foi um sonho... — repetiu a si mesmo, apesar de ser difícil ignorar  a sensação de arrombamento em seu bumbum. Não que fosse ruim.

Olhou as horas em seu Iphone e levou susto, eram 3:07. Levantou-se com cuidado. Percebeu que seu corpo estava limpo e que usava seu pijama favorito, apesar de não se lembrar nem de ter chegado em casa. Caminhou até o trocador e deu uma boa olhada no espelho.

— Ai, credo! — exclamou ao ver que estava completamente descabelado e com olheiras.

Mas não foi só isso que ele viu. Uma folha pequena de agenda estava afixada ali por um adesivo do Coringa com a Arlequina. Já imaginou de quem deveria ser. Puxou-a e leu:

“Já limpei o carro, não se preocupe.
A noite foi tão... s2
Diz pro Yoongi que eu mandei oi :p
Ass: Kim TaeTae”

— Vai pro inferno, Kim Taehyung! — Jimin amassou a folha com força e a jogou longe.

Yoongi. Esse nome martelou em sua mente. Yoongi, Yoongi...

Jimin tirou a roupa e observou seu corpo. Era difícil encontrar um lugar onde não houvesse algum chupão ou mordida. Também seu lábio estava marcado. Havia pequenos arranhões em suas costas e marcas vermelhas em seu bumbum. O pior, no entanto, era seu pescoço.

Suspirou, a noite havia sido muito, muito boa, não podia negar. Ainda sentia aquele corpo quente lhe encoxando e...

— Esquece isso, esquece! — ordenou a si mesmo.

Viu que ia dar trabalho para esconder esses sinais e se perguntou se Taehyung não os havia feito de propósito.

— Vadio! — exclamou. — Mas que vadio gostoso da porra... — murmurou.

Como Hoseok não estava em casa, e ainda bem que não estava, ele mesmo (Jimin Mello) preparou seu banho e ficou um bom tempo relaxando. Ao sair da banheira vestiu seu roupão e foi para o quarto. Notou que havia ali no cantinho de sua cama uma mochila mulambenta. A princípio ignorou-a, mas... A quem ele queria enganar? Todo mundo sabe o quanto ele é curioso. Pegou-a e a abriu.

Encontrou a camisa cinza de Taehyung enrolada em seu short amarelo horroroso. Estava meio molhada e Jimin logo imaginou que o garoto tivesse limpado o carro com ela. Jogou-a para o lado, com nojo. Continuou olhando dentro da mochila, havia ali algumas canetas pretas e vermelhas, a famosa agenda do Coringa e um caderno tamanho médio do Homem de Ferro. “Sou mais o Capitão América”, pensou. Continuou olhando, encontrou recibos, papéis de balas, uma escova de dente, uma foto do tal de Jungkook, um sapatinho branco de bebê, um laser infantil, dois cartões de crédito premium, um pacote de halls pela metade, algumas camisinhas e...

Camisinhas.

Jimin tentou se lembrar se eles tinham usado, mas nada sobre isso veio em sua memória. Esperava muito que sim, que tivessem usado. Taehyung não seria tão irresponsável assim, seria?

Abriu a agenda do garoto. Havia muitas anotações de programas e sessões marcadas no Camera Prive. A lista de clientes era gigantesca. Havia também anotações sobre as reuniões do trabalho da faculdade. Duas coisas chamaram sua atenção: havia algumas datas marcadas no calendário da agenda e não havia uma só pagina que não tivesse rabiscado Jungkook, Junghyung ou... Jimin. Sim, Jimin. Algumas páginas continham o nome Hobi, mas eram poucas. O nome Namjoon havia aparecido também, porém bem pouco.

Já as datas eram:

4 de Maio - Rosa vermelha, Jungkook forever
1 de Setembro - Aniversário do Jungkook, mandar flores
18 de Outubro - Aniversário do Junghyun, mandar brinquedos
5 de todos os meses - Mensalidade do Hospital Wooridul Spine

Havia várias outras datas marcadas como mensalidades, todas de Ongs, e uma da faculdade. Havia também muitos aniversários, como o de Gayoon e Ryan, de Oompa Loompa e até o de Hoseok, que era em 18 de fevereiro. Jimin ficou boquiaberto. E o hospital? Por que ele paga mensalidades de um hospital?

Jogou a agenda para um lado e pegou o caderno. Viu que era o diário do garoto e seus olhos cresceram. Folheou-o. Taehyung escrevia em forma de cartas, sempre com o título “Querido Jungkook” em vermelho. Dizia estar com saudades e que mal podia esperar para reencontrá-lo. A frase “espero que você e Junghyung estejam bem” aparecia diversas vezes. Algo ali chamou sua atenção, datava de antes da famosa trombada: “Tem um garoto na minha sala que de alguma forma me lembra você. Ele tem o cabelo preto como o seu, um olhar altivo como o seu e um rosto de bebê, assim como o seu. Ele é bonito, Jungkook, muito bonito. Eu fico olhando pra ele esperando que ele olhe pra mim de volta, mas ele nunca olha, só fica conversando com a amiga dele, que também é bem bonita. O Jeonghan disse que eu tinha que disfarçar, mas acho que o garoto não vê nada a seu redor, nunca vai me perceber olhando pra ele. E eu nem sei o nome dele, Jungkook...“ Notou que nos últimos escritos seu nome aparecia com certa frequência. Por fim o nome Jimin já tomava quase tanto espaço quanto o nome do namorado do garoto. “Eu tenho medo Jungkook, que ele descubra o que eu faço e nunca mais fale comigo”. Estava escrito na última “carta”.

“Eu já sei, Taehyung”, pensou.

Sentiu um aperto no coração. Taehyung gostava dele? Mas e o Jungkook? Não estava entendendo muita coisa. Mas uma coisa ele sabia: havia deixado as coisas irem longe demais. Pensou em Yoongi, sentia-se muito mal por ter feito o que fez.

— Eu traí o Yoongi... — murmurou, aflito.

Seu coração se apertou ainda mais. O noivo não merecia isso.

— Por que eu fiz isso? Por quê?

Sentiu uma lágrima escorrer em sua face.

Desceu as escadas, ainda de roupão, e foi para a cozinha. Pegou uma taça e colocou suco de laranja nela. Era o que tinha, não costumava beber álcool. Pegou seu Iphone e colocou uma música pra tocar.

“Kiss me hard before you go
Summertime sadness”

Subiu as escadas melancolicamente enquanto dava pequenos goles em seu suco.

“I just wanted you to know
That baby you’re the best”

Sentou-se como uma diva na poltrona de seu quarto. Deu um gole no suco.

“I got my red dress on tonight”

Pensava em quando conheceu Yoongi, quando ficavam juntos no colégio, em toda a cumplicidade que sempre tiveram. Mas agora...

“Oh, my god, I feel it in the air”

Lembrou-se da felicidade que sentiu quando foi pedido em namoro, e, depois, em noivado.

“Nothing scares me anymore
(One, two, three, four)”

Deixou que as lágrimas caíssem.

“Kiss me hard before you go”

E elas vieram aos montes.

“I’ve got that summertime
Summertime sadness
Su-su-summertime
Summertime sadness, sad
Oh, oh”

A dor era grande. Ele havia traído a confiança de Yoongi assim tão vil e cruelmente. Como poderia olhá-lo depois disso?

— É tudo culpa daquele prostituto imundo! — as lágrimas continuavam fortes.

Mas Jimin sabia que para haver traição era preciso duas pessoas. Ainda que quisesse culpar apenas Taehyung, sentia o peso de sua culpa e não conseguia se livrar dela. Esse sentimento, porém, não era novo, já estava ali muito antes de ter transado com o garoto. E que transa...

Além de se sentir culpado por trair o noivo, também sentia-se culpado por não conseguir deixar de gostar da lembrança do corpo de Taehyung colado ao seu. Por um momento ele desejou ser livre. Mas em seguida pensou que seu noivado não era uma prisão.

Entretanto, sim, ele meio que se sentia preso...

Não ia pensar nisso, não ia. Mas... Será que se ele deixasse o Yoongi, se seguissem rumos diferentes em suas vidas, se...

Jimin não era uma pessoa de “se”, ele gostava de tudo muito bem planejado e controlado. Se arriscar? Jamais. Vai que não dava certo. O fracasso era uma das coisas que ele mais temia. Por outro lado, valia a pena continuar em algo que não lhe desse tanta satisfação pelo simples medo de arriscar algo novo?

Por que raios ele estava pensando nisso agora? Sempre esteve com Yoongi, sem muita emoção, é verdade, mas estavam ali juntos, firmes e fortes. Nunca antes havia sentido tantas dúvidas quanto a casar-se com ele como agora.

Mas antes não havia o outro, o prostituto, a tentação, o lobo em pele de cordeiro. Taehyung havia lhe mostrado coisas que antes ele se recusava a ver. E uma vez visto, não seria desvisto.

“Será que o Yoongi sente o mesmo?”, pensou e negou com a cabeça. “Eu sou o sonho de todo mundo, ele morre por minha causa”. Uma nova lágrima surgiu. “Yoongi, eu não quero te magoar”.

Mas como Jimin não era o tipo de pessoa que se afogava em sofrimento, logo foi ao banheiro e lavou o rosto. Maquiou-se e tentou ao máximo cobrir aquelas marcas, xingou Taehyung uma ou duas vezes, desejou-o outras três, arrumou o cabelo e se vestiu. Pronto, estava imaculadamente perfeito. Iria esperar o noivo e o empregado da melhor forma possível.

Foi para o jardim e colheu uma rosa vermelha, espalhando suas pétalas na mesa da cozinha, já que ficariam ali esperando que Hoseok cozinhasse algo para eles. Não, pensou melhor, ele mesmo iria comprar alguma coisa, queria poupar o empregado. Ia aproveitar a viagem e iria passar no apartamento do xexelento para devolver-lhe a mochila mulambenta.

Pegou tudo que havia espalhado e colocou lá dentro, fechando o zíper. Entrou no carro, que estava bem limpo, e fechou os olhos por um momento, sentindo o perfume de Taehyung que, apesar de já estar fraco, ainda era perceptível.

Foi.

Ao chegar, subiu no elevador e entrou sem bater no apartamento do garoto. Flagrou-o jogado no sofá conversando com alguém no celular. A conversa pelo jeito estava boa, o garoto parecia animado e ria. Ao ver Jimin, disse que teria que desligar e ligaria depois. Levantou-se e foi ao encontro dele, sorrindo.

— Você esqueceu isso lá em casa. — Jimin entregou-lhe a mochila com um semblante severo.

Taehyung pegou-a e a deixou no chão.

— Que bom que você veio, eu... — disse, abraçando Jimin, que o empurrou forte.

— Eu só vim mesmo entregar essa tralha sua, já tô indo embora.

Taehyung sabia o que tinha acontecido, o garoto havia se lembrado da noite. Sabia, também, que essa era uma raiva momentânea. Seria bom falar do que aconteceu? Não, não seria.

— A Hyuna já falou com você? — perguntou.

— Sim, disse que está muito feliz e que amanhã conta tudo pra gente.

— Tudo, tipo, tudo? — Taehyung encarou-o indicando o que queria dizer com isso.

A expressão de Jimin suavizou-se e ele deu um leve sorriso.

— Sim, tudo. Acha que a Hyuna tem pudor?

Taehyung riu.

— Somos os amigos dela, ela sabe que pode contar tudo pra gente.

Jimin assentiu.

— Mais eu do que você, na verdade.

Taehyung sorriu.

— Bom, eu já vou. — disse Jimin, caminhando para a porta.

— Eu te acompanho. — prontificou-se Taehyung.

— Não precisa!

Taehyung ficou estático enquanto observava-o desaparecer. O garoto, no entanto, voltou.

— Diz pro seu precioso Jungkook que eu mandei oi.

Taehyung riu e chegou perto de Jimin.

— Estou provando do meu próprio veneno, é?

— Exatamente. — Jimin respondeu com uma altivez provocativa e se virou para ir embora, mas Taehyung o segurou, puxando-o para perto de seu corpo.

Seus olhos se encontraram e Taehyung via ali dentro o desejo de Jimin.

— Me solta! — o garoto esbravejou. — Eu tenho noivo!

Taehyung o soltou.

— Tinha noivo ontem também?

Jimin ficou puto.

— Garoto insolente! — gritou.

— A culpa não é minha se seu noivado só existe simbolicamente. — segurou gentilmente o rosto de Jimin. — Pense nisso. — olhou-o nos olhos.

Jimin desferiu-lhe um grande tapa e saiu correndo. Taehyung colocou a mão no rosto dolorido e sorriu.

— Eu sei que você vai pensar nisso. — murmurou.

***

Jimin queria chorar, mas estava maquiado e em público, então engoliu o choro e fingiu para si mesmo que estava tudo bem. Já era noite, ele passou em um restaurante e comprou comida chinesa para os três. Ao chegar em casa arrumou a mesa de forma romântica e esperou por eles, que não tardaram a chegar.

Tanto Yoongi quanto Hoseok estavam muito animados, nem perceberam que Jimin estava desconfiadinho em seu canto, sinal de que havia aprontado. Os dois sentaram-se à mesa e começaram a contar que o Sr. Bang havia gostado muito do projeto deles, que dera umas dicas para melhorar, e que havia pedido que trabalhassem em um mini álbum.

— A gente tem chance de debutar, Jimin! — disse Hoseok, com os olhos brilhando.

Jimin estava feliz por eles e ficou observando-os compartilharem a mesa romântica entre si.

Sentiu que estava segurando vela. Não sabia, contudo, se achava ruim ou não. Surpreendeu-se ao perceber que não estava com ciúmes. Os dois, na verdade, até ficavam bonitinhos juntos. “Por que eu não percebi isso antes?”, pensou.



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