1. Spirit Fanfics >
  2. BTS: Camera Prive >
  3. Nae Majimak Chumeul

História BTS: Camera Prive - Nae Majimak Chumeul


Escrita por: knamjaworld

Capítulo 33 - Nae Majimak Chumeul


Fanfic / Fanfiction BTS: Camera Prive - Nae Majimak Chumeul

As lágrimas começaram a cair-lhe intensamente. Seu olhar estava vidrado.

— O Junghyung...

A dor em sua voz era grande. Deu uma pausa.

— O Jungkook estava grávido de 4 meses quando aconteceu o...  — o choro dificultava sua fala. — O acidente. Isso foi em 4 de maio de 2013, você deve saber já que mexeu nas minhas coisas.

Sim, Jimin sabia sim, mas não era por ter mexido nas coisas de Taehyung, que não falavam sobre morte alguma, e sim por ter visto o túmulo de Jungkook.

— Ele engravidou em janeiro. Não descobrimos de imediato porque... — sorriu triste. — Porque não esperávamos por isso. Ele só começou a ter sintomas no começo de fevereiro, nem sei por que a gente não cogitou logo a hipótese de gravidez, era meio óbvio que aconteceria, não nos preveníamos sempre. — pensou um pouco. — Enfim, ele começou a ter tonturas, enjoos e desejos, então sugeri que fizesse o teste. Ele não quis de primeira, mas como os sintomas não paravam, ele acabou concordando. A gente fez uma aposta sobre o resultado, ele disse que como era azarado com certeza ia dar positivo e eu disse que como também era azarado com certeza daria negativo. Eu queria aquela gravidez, sabe? Seríamos uma família completa, ainda que um pouco fora de hora. Então descobrimos que o Jungkook era mais azarado que eu. — sorriu. — Deu positivo e eu fiquei muito feliz, senti algo incrível em saber que nós dois daríamos origem a um novo ser. Eu iria ser pai, cara, você não tem noção do que é isso!

— Nem quero ter, não nasci pra ser pai. — disse Jimin, desdenhoso.

— Abortaria se ficasse grávido?

Jimin pensou um pouco.

— Acho que eu não teria coragem de abortar, por isso evito ao máximo uma gravidez.

— O Jungkook quis abortar, acredita? Tivemos nossa primeira discussão por conta disso, ele não queria o bebê e eu queria. Ele estava com um mês de gravidez e disse que o que estava dentro dele nem era uma vida ainda, era só um minúsculo aglomerado de células. Eu disse que não interessava, daqui a poucos meses seria um bebê. Ele ficou três dias emburrado e sem falar comigo. O Jungkook era meio difícil às vezes. Mas veja bem, eu não sou contra o aborto, acho que cada um faz o que quer e quem sou eu pra julgar, porém aquele era o meu filho e eu o queria muito. Entendo o lado do Jungkook também, ele tinha apenas 15 anos, era muita responsabilidade pra ele. Mas eu estava preparado pra cuidar dos dois. — sorriu. — Comprei várias roupinhas para o nosso bebê, todas brancas.

— É por que você não sabia o sexo?

— Não, é porque o branco simboliza a paz e isso é o que eu mais queria que ele tivesse. Por fim o Jungkook parou com a ideia maluca do aborto e aceitou que teríamos um filho. Nessa mesma época ele começou a ficar diferente comigo e, como eu te disse, essa mudança tinha nome e sobrenome: Kim Yugyeom. Esse filho da puta era da sala do Jungkook no curso de desenho, e era bonito. Ele era o mais bonito de lá, depois do Jungkook. Eu, claro, comecei a ficar de olho depois que vi que eles estavam se falando no kakao.

— Kakao, sempre ele... — observou Jimin.

— Pois é. A gente mexia livremente no celular um do outro. Depois dele saber que eu era prostituto e aceitar isso, o que eu teria pra esconder? E ele, mesma coisa, não escondia nada. Mas depois desse Yugyeom aparecer, percebi que o Jungkook meio que se incomodava de eu mexer no celular dele, apesar de que eu não encontrava nada suspeito lá. E olha que eu fuçava em tudo. — encarou Jimin, deixando claro que era um bom stalker. — Por fim ele mudou a senha. Brigamos. A senha, porém, continuou mudada e ele não me dizia de jeito nenhum qual era. Tive que aceitar né, fazer o que? Mas comecei a levá-lo e a buscá-lo no curso. Ele ficava puto com isso. O Yugyeom ficava nos olhando até a gente desaparecer de vista, aquele canalha. Cara, como ele podia querer me tomar o Jungkook? O garoto tava esperando um filho meu, mas nem isso aquele mau caráter respeitava! Diminuí consideravelmente o número de programas, ficando só com os mais caros, pra poder ficar colado no Jungkook.

— Você não confiava nele?

— O Yoongi deveria confiar em você?

— Isso são outros quinhentos.

— Não, são os mesmos quinhentos.

— Então nesse caso você é tão filho da puta quanto esse tal Yugyeom.

— Você não está esperando um bebê do Yoongi.

— E o Jungkook não era seu noivo.

— Era até mais que isso, morávamos juntos como se fôssemos casados.

— E o seu pai aceitava?

— Ele não tinha que aceitar nada, eu que sustentava a casa. Inclusive passei pro quarto dele e ele ficou com esse. O Jungkook veio morar comigo porque os pais dele não eram idiotas e logo perceberam que ele estava grávido. Deram pra ele duas opções: largar de mim e ter o bebê longe ou vir morar comigo e não ter o apoio deles. Ele me amava e escolheu ficar comigo. Mas ainda que os pais dele me odiassem, eu fiquei grato por eles não terem feito a mesma coisa que os pais da minha mãe fizeram, sabe, exigir que ele abortasse. Eles aceitaram a gravidez. Mas era o meu filho, eu não ficaria longe dele. Isso foi no começo de março. Pensei que o fato de estarmos morando juntos iria nos aproximar, mas o Jungkook foi ficando cada vez mais distante de mim. Os pais dele ligavam todo dia implorando pra ele voltar e ele dizia não, mas nos últimos dias ele hesitava um pouco antes de responder. — seu olhar se tornou profundamente triste. — E tinha o Yugyeom também, que ficava dando em cima dele. Às vezes a gente discutia por causa desse desgraçado. Mas o que mais me incomodava no Jungkook nem era isso, era o jeito que ele tratava a gravidez. Eu tava tão animado e ele agia como se em vez de grávido estivesse com alguma doença terminal. Sequer olhava as coisas que eu comprava pro nosso filho, não tava nem aí em saber se seríamos pais de um menino ou de uma menina, não queria fazer o pré-natal... Comecei a desconfiar que ele tivesse de novo pensando em abortar e perguntei isso a ele, mas ele afirmou que não. Por volta do meio do mês ele começou a me evitar, não falava muito comigo, não ligava quando eu saía ou se eu demorava a chegar. Percebi que ele tava falando muito com o Yugyeom. Um dia ele brigou comigo na frente de todo mundo lá do curso dele, dizendo que achava um saco o tanto que eu pegava no pé dele. Desde então eu comecei a dar um pouco mais de espaço pra ele. Isso me magoava sim, mas eu tentava entender, dizem que os hormônios das pessoas grávidas ficam meio loucos, imaginei que fosse isso então. No começo de abril ele já estava com três meses de gravidez e a barriga já estava meio grande. — sorriu, nostálgico. — Ele estava lindo. Nessa época a gente parou de transar, porque ele quis, e eu observava bastante o corpo dele pra ver se encontrava marcas de traição, mas eu nunca encontrei. Continuava de olho nele com o Yugyeom, mas disfarçava pra ele não brigar comigo. No começo de maio, ele já estava com 4 meses, o médico disse na ultrassom que o bebê estava perfeito, que era um menino e que nasceria por volta do dia 18 de outubro. Eu marquei bem essa data, estava ansioso pra ela chegar logo. — pensou um pouco. — Isso foi no dia 2, uma quinta feira. No dia seguinte eu arrastei o Jungkook pra fazer compras pro nosso bebê. Ele vestia roupas largas pra esconder a barriga, meio que tinha vergonha da gravidez, já eu queria que todo mundo soubesse, estava orgulhoso, poxa. Como sempre o Jungkook não estava nem aí, então eu escolhi tudo sozinho. Passamos a noite pensando em qual seria o nome do nosso filho e, dentre todas as opções, selecionamos duas: Junghyung e Taeguk. Eu queria Junghyung porque Taeguk tinha mais cara de nome de caçula, então seria o nome do nosso próximo filho, que o Jungkook disse que não viria tão cedo.

“Então o Junghyung era o filho do Taehyung...”, pensou Jimin, boquiaberto. Mas até que fazia sentido: JUNGkook + TaeHYUNG = JUNGHYUNG.

Taehyung começou a chorar muito e a soluçar.

— Eu nunca poderia imaginar que no dia seguinte aconteceria a pior coisa da minha vida...

***

Jungkook estava sentado no sofá conversando com Yugyeom em seu celular. Já era noite e Taehyung devia estar quase chegando. Levantou-se e foi até a janela olhar para o céu, tinha o hábito de olhar para as estrelas desde que era um menino. Ouviu a porta se abrir.

— Cheguei, amor. — disse Taehyung.

— Percebi. — respondeu.

O garoto, como sempre, abraçou-o por trás e apalpou sua barriga, que já estava grande.

— Como ele está?

— Bem.

Apalpou mais. Jungkook detestava isso.

— Ele mexeu! — exclamou Taehyung, animado.

— Não mexeu.

— Mexeu sim, eu senti!

— Você tá sentindo coisas que não são reais.

Taehyung riu, seu namorado sabia ser chato.

— Foi real pra mim. — disse, virando o garoto e o beijando na boca. — Faltam cinco meses...

Jungkook bufou.

— É.

— Olha o que eu trouxe pra você. — entregou-lhe uma rosa vermelha.

Jungkook pegou a flor e riu.

— Daqui a pouco vamos ser soterrados por rosas vermelhas e sapatinhos brancos.

Taehyung se ajoelhou e beijou sua barriga.

— Tenho certeza que o Kim Junghyung vai amar os sapatinhos dele.

— Aham, claro que vai. Agora me solta, vou tomar banho.

Taehyung o soltou.

— Eu vou ficar lá com você.

— Não precisa.

— Mas e se você sentir tontura ou...

— Você quer é ver se eu tenho chupões no corpo, não é? — disse irritado e tirou a roupa ali mesmo, na sala. — Olha bem!

Taehyung sorriu e olhou-o de forma apaixonada.

— Você fica lindo grávido.

— Claro, com uns 20 quilos a mais né. — disse Jungkook, indo para o banheiro.

— Qualquer coisa me chama! — gritou Taehyung, sentando-se no sofá.

Viu que o celular do namorado estava ali. Pegou-o e digitou a senha que o tinha visto digitar mais cedo: “Kyungsoo”. Na mosca! A senha que antes era a bebida favorita dele agora era seu bias do Exo. O bias de Taehyung era o Baekhyun e os dois já haviam discutido sobre qual deles era o melhor vocal do grupo. Acabaram se convencendo de que nunca chegariam a um consenso sobre isso.

Abriu então o kakao e viu que Yugyeom havia acabado de mandar uma mensagem. Foi ver a conversa:

Yugyeom: Cara, você tem que contar logo pra ele.
Jungkook: Eu vou contar.
Yugyeom: Você sabe que ele não é idiota e logo vai sacar.
Jungkook: Eu sei, mas você quer que eu faça o quê? Simplesmente chegue nele e diga?
Yugyeom: É bem capaz dele descobrir e tentar impedir a gente.
Jungkook: Ele não vai poder me amarrar aqui dentro.
Yugyeom: Acho que você tem que abrir o jogo com ele, ele tem que entender o seu lado.

O coração de Taehyung disparou ao ler isso e ele ficou tão puto que nem quis ver o resto. Logo Jungkook voltou do banho e foi surpreendido pelo tom acusador na voz do namorado.

— Pode me explicar isso aqui?! — mostrou o celular.

Jungkook, que estava enxugando o cabelo com uma toalha, deixou-a cair ao arregalar os olhos. Tomou com bruteza o aparelho das mãos de Taehyung.

— Você mexeu no meu celular?! — seu tom também era acusador.

Taehyung estava irredutível.

— O que é que você tem que me contar?

— Não é da sua conta!

— É claro que é da minha conta, e você vai falar!

Jungkook foi até a janela e ficou olhando o céu, ignorando o namorado. Taehyung, por sua vez, chegou perto e disse:

— Você tá de rolo com aquele verme do Yugyeom, não é? Vai me deixar por causa dele?

Ao ouvir isso Jungkook explodiu e empurrou o garoto.

— Olha só, eu não quero mais você nem essa gravidez estúpida! Você acha que isso aqui é lugar pra uma criança?! — gritou.

— É claro... — Taehyung gritou de volta, mas em seguida abaixou o tom. — É claro que não, Jungkook. Eu tava até pensando que a gente podia se mudar daqui antes do Junghyung nascer e...

— Eu não quero saber dos seus planos idiotas! Eu cansei! Eu só tenho 15 anos, não quero passar a minha vida toda preso a você!

Os olhos de Taehyung se encheram de lágrimas.

— Nós dois temos bons planos juntos, Jungkook. Vai dar tudo certo, eu prometo.

— Eu não quero, Tae, eu não quero! — gritava — Você me sufoca! Não é essa a vida que eu sonhei pra mim!

— Foi o idiota do Yugyeom que colocou essas coisas na sua cabeça, não foi?

— Não! Para de culpar ele por tudo! Eu percebi que não queria isso assim que engravidei e vim morar com você, as coisas aqui são difíceis e eu sinto falta dos meus pais! Não tô pronto pra lidar com isso tudo! — começou a chorar. — Você se apoia demais em mim!

— Claro, você é a minha razão de viver. — Taehyung o abraçou.

— Me larga! — Jungkook o empurrou. — Eu não quero ser a sua razão de viver! — saiu correndo.

— Jungkook, fica calmo! — Taehyung correu atrás dele. — Jungkook!

O garoto saiu para a rua e Taehyung chegou a tempo de ver o que aconteceu em seguida.

Seu coração quis saltar do peito. Seus olhos mergulharam-se em lágrimas.

Ele gritou pelo amor de sua vida.

E correu para tentar salvá-lo.

Mas foi tarde demais.

Jungkook se virou para ele e então aquele maldito carro preto o pegou, fugindo em seguida.

Já caído, sangue jorrava de seu nariz e boca e uma grande poça se formava rapidamente.

Taehyung correu até ele e o pegou no colo.

— Jungkook... — disse com a voz fraca enquanto tremia e soluçava.

O garoto olhou-o nos olhos e então o brilho da vida se foi.

— Jungkook! — Taehyung gritou e o sacudiu. — Jungkook, acorda! — começou a perder o ar em seu pânico, chorava e tremia ainda mais. — Jungkook!

Logo um monte de gente se juntou em volta dos dois e Taehyung ouviu o barulho da ambulância. Tiraram-no de perto do cadáver apesar de seus gritos, chutes e murros. Ele gritava pelo garoto que jamais acordaria outra vez.

Os sons foram ficando cada vez mais longes e tudo que ele viu antes de desmaiar foi Jungkook sendo colocado na maca da ambulância. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...