História BTS: Camera Prive - SHINee

“Buáááááááááá…”

— O Minzinho tá chorando, vai lá. — disse Taehyung, sonolento.

— Vai você. — respondeu Jimin, igualmente sonolento.

— Eu já fui nas últimas 40 noites…

— Eu levei quinhentos pontos na barriga.

Taehyung suspirou e foi até o quarto do bebê, pegando-o e levando-o até a cozinha. Preparou a mamadeira e deu-lhe. Ninou-o pelo que pareceu a madrugada inteira e então o deitou em seu berço, finalmente voltando pra cama.

“Tríííííííííííííím”

Hora de ir pro trabalho. Taehyung se arrastou para a empresa levando o pequeno Taemin para que Jimin pudesse dormir tranquilo. O ruivo havia insistido em contratar uma babá, mas o namorado recusou, dizendo que eles mesmos iriam cuidar do bebê. Bom, no caso ele mesmo, visto que o Jimin, bem, o Jimin continuava sendo o Jimin, apesar de amar muito o filho.

Um quartinho havia sido preparado na empresa para o bebê e algumas cuidadoras foram designadas para ficar com ele enquanto Taehyung gravava. Ser pai era tão trabalhoso que o garoto não tinha energia para tentar desvendar o grande mistério que havia ali.

Lee Hae corria sempre que se deparava com ele, o que o fazia rir, visto que não manteria relações sexuais com aquele homem nem mesmo se ele o pagasse, afinal não era mais prostituto. E não era somente por sua fidelidade a Jimin, pois mesmo deixando seus colegas apertarem seu bumbum era fiel, mas também porque detestava aquele homem em particular.

E mais uma vez Taehyung estava parecendo um zumbi figurante do The Walking Dead. As gravações já estavam na reta final e em pouco tempo o dorama iria estrear, mas nesse dia o garoto aceitou que não conseguiria cuidar do bebê sozinho e que teriam mesmo de contratar uma babá.

Ao fim do dia colocou o bebê na cadeirinha do carro e seguiu pra casa sem perceber que estava sendo observado. Isso se repetiu todos os dias e nada dele perceber.

***

Jimin escolheu uma tal de Sunny para ser a babá de Taemin. Taehyung não a conhecia, mas a garota era muito simpática e tinha uma boa aura, por isso gostou dela e instintivamente sabia que o filho estaria em boas mãos. O problema é que ela não ficava lá à noite…

“Buáááááááááá…”

— Jimin… — Taehyung cutucou o namorado sem saber se era realidade ou sonho.

O garoto chegou a acordar, mas fingiu continuar dormindo.

— Jimin… — Taehyung cutucou-o com menos força dessa vez e logo pegou no sono de novo..

O chororô do bebê continuou e, ao perceber que o namorado estava quieto, Jimin sacudiu-o, chutou-o, puxou-lhe o cabelo, mas nada adiantou, o garoto estava tão cansado que continuou dormindo feito pedra. Não teve jeito…

Após bufar um grande aff Jimin levantou-se resmungando e foi até o quarto do filho, que com certeza ao crescer seria cantor, mas não um cantor comum e sim o rei do high note.

“Será que eu era chato assim também?”, pensou. E sim, era. Tal pai, tal filho.

Pegou então Taemin no colo e levou-o até a cozinha para lhe preparar uma mamadeira. Colocou o bebê, que não parava de chorar, na cadeirinha e seguiu para o armário na busca da lata de leite em pó própria para bebês. Encontrou-a e, embora fosse bem intuitivo, leu no rótulo a forma de preparo: deve-se colocar uma colher rasa para cada 30 ml de água. Jimin não levava jeito com crianças, mais era certo que queria tudo perfeito para seu filho e não se permitiria errar com ele. Preparou então o leite em pó e esquentou a mamadeira no microondas.

Enquanto não se passava o minuto do aparelho, Jimin sentou-se perto do filho e começou a conversar com ele.

— Calma, você já vai comer. — acariciou-lhe o rosto. — Ou beber, no caso…

Pronto, a mamadeira já estava quente. Pegou-a e a apalpou, constatando estar na temperatura certa.

— O Taehyung te acostumou muito mal, sabia? — cochichou para o filho em tom carinhoso, pegando-o no colo.

Colocou a mamadeira na boca de Taemin e o bebê sugou um pouco, mas logo não quis mais e continuou chorando.

— Ué… — Jimin não entendeu e colocou uma gota de leite nas costas da mão. A temperatura estava ok.

Colocou a mamadeira novamente na boca do filho, mas este a empurrou para o lado e começou a esgoelar ainda mais, fazendo Jimin encará-lo com certa irritação.

— Será que eu coloquei o pó errado? — pensou consigo mesmo. — Não é possível…

Levantou-se e olhou novamente a embalagem do pó que tinha usado. Era esse mesmo. Se sentiu aliviado por ter acertado, mas bufou pelo chororô do filho, além de se sentir frustrado por não conseguir entender o que o bebê queria.

— Aposto que se fosse o Taehyung você já teria mamado tudo! — resmungou enquanto ninava Taemin. — Tá na cara que você gosta mais dele! — o bebê continuava chorando. — Se você soubesse o perrengue que eu passei pra te parir!

O bebê não queria saber de nada disso, continuou chorando, fazendo Jimin bufar. Nunca pensou que um dia iria cantar essa musiquinha ridícula, mas...

— Nana nenem…

Porém, não adiantou.

— Taemin… — o garoto começou a chorar também. — O que você quer? — fungou. — Eu não entendo… — fungou de novo.

Andou de um lado para o outro desesperado com o bebê nos braços até que resolveu pegar seu notebook, iniciando uma live em plena madrugada em sua cozinha.

E o pior é que tinha gente pra assistir, pois muitas pessoas ficavam lendo fanfics de madrugada, outras escrevendo, enfim, o que não faltava eram coisas pra esses vampirinhos do amor fazerem de madrugada. E uma delas era assistir a live do Jimin, pois ele era muito querido.

— Eu não sei o que eu tô fazendo da minha vida… — assim começou a live do garoto, que segurava um bebê choroso nos braços. — O Taemin não quer mamar, eu já ninei ele, fiz de tudo… — fungou. — Mas ele não para de chorar…

Os comentários já estavam fervorosos, quase todos perguntando onde estava o Taehyung. E era disso mesmo que Jimin queria falar.

— Ele tá dormindo… — fungou. — Vocês que não têm filhos, por favor, não tenham. — era perceptível o sono na voz do garoto. — Não é como naquelas propagandas de produtos para bebês… Eles não são fofos. — olhou para o filho. — Eu nem queria ser pai! —  chorou. — Ainda mais pra cuidar do filho sozinho…

Perguntaram se o Taehyung não o ajudava.

— Ele gosta de dormir… — Jimin respondeu em sua melhor voz de vítima. — Sabe… — começou. — Não é que eu não ame meu filho, eu amo sim. — acariciou o bebê, que esperneou. — Ele é que não gosta de mim! —  fungou. — Não nasci pra ser pai!

Perguntaram se Jimin pensava em colocar o filho para adoção, mas antes que o garoto respondesse Taehyung apareceu.

— Você tá louco?! — gritou. — Tá louco, Jimin?!

O povo só observava quando Taehyung tomou o bebê dos braços do namorado. Jimin corou.

— O Taemin tá com cólica, criatura! — Taehyung estava realmente bravo.

— Como é que eu vou saber o que ele quer?! — vociferou Jimin.

— É simples! — Taehyung pegou a mamadeira e a chacoalhou. — Se ele não quer leite é porque tá com cólica!

Jimin nada disse por um instante, apenas observou o namorado pegar algumas folhas na geladeira e colocar para ferver com água.

E nisso a live estava a todo vapor.

— Como é que eu ia adivinhar que ele tá com cólica?! — Jimin se defendeu.  

Taehyung nem o olhou, continuou concentrado no que estava fazendo.

— Saberia se passasse mais tempo com o seu filho...

Isso fez a galerinha questionar a veracidade das informações dadas por Jimin, até porque o conheciam bem. Mas sempre têm aqueles advogados chatos...

O garoto se sentou e mexeu melancolicamente no cabelo.

— O que é que você tá fazendo? — perguntou.

— Chá de camomila. O Taemin adora e é bom pra cólica. — Taehyung estava colocando o líquido na chuquinha do garoto.

— Não é mais fácil comprar aqueles saquinhos…

— Não. — Taehyung o cortou. — Nada supera os chás frescos.

Jimin deu de ombros e lágrimas começaram a lhe cair dos olhos, mas dessa vez ele queria esconder o fato de estar decepcionado consigo mesmo. Estava triste também pelo namorado estar bravo com ele.

— Amor… — Taehyung sentou-se a seu lado com o bebê no colo, acariciando-lhe o cabelo. — Olha, não fica assim. — Jimin olhou-o nos olhos, derretendo o coração do garoto.

Taehyung odiava ver Jimin chorar.

E Jimin sabia disso…

— Você não é obrigado a saber tudo sobre bebês. — continuou. — Nem eu mesmo sei, a gente vai aprendendo aos poucos… — pausa. — Mas cara, você iniciou uma live que pode nos custar a guarda do Taemin.

— C-como assim? — Jimin olhava para o bebê que agora estava calmo no colo do pai.

Taehyung riu com a ingenuidade do namorado.

— Cara, você praticamente gritou que queria se livrar do nosso filho, e olha que eu nem ouvi a live do começo. Você se mostrou super irresponsável, parecendo um adolescente de 12 anos que do nada tem um filho. A Justiça pode entender que não somos capazes de cuidar do Taemin, já pensou nisso? — a voz de Taehyung era doce, não estava brigando mas sim mostrando o erro de Jimin.

— Não vão fazer isso, somos ricos.

Taehyung revirou os olhos e sorriu.

— É nítido que você tá fora de si. Volta pra cama, vai.

O garoto assentiu, mas antes de subir para o quarto ambos olharam para a tela do notebook e perceberam que ainda estavam no ar. Taehyung não conteve um olhar de irritação direcionado ao garoto responsável por aquilo.

Jimin deu um sorriso amarelo e se despediu dos fãs, pedindo desculpas. Desligou, então o notebook e subiu.

Taehyung, no entanto, continuou na cozinha dando chá e ninando Taemin. Não parava de pensar se havia escolhido bem o pai de seu filho.

Mas seu coração dizia que sim, e ele sorriu.

Ao subir, Jimin permanecia acordado. Deitou-se e logo foi agarrado pelo garoto, que o beijou fervorosamente.

— A gente não transa desde que o Taemin nasceu... — Jimin acusou, agarrando com força o namorado.

Taehyung estava incrédulo. Jimin mal conseguia manter os olhos abertos e queria transar?!

Pois sim, ele queria sim. E você sabe, ele sempre consegue o que quer.

***

As gravações do dorama haviam se encerrado no dia anterior e hoje todo o elenco faria uma festa para comemorar. Taehyung acordou animado e logo foi preparar o café da manhã para ele, o namorado e o filho. Jimin o ajudou, pois desde o incidente da live ele havia mudado um pouco o jeito seco de ser. Claro que tiveram que pedir muitas desculpas em público e esclarecer que tudo aquilo não passou de mais um dos chiliques de Jimin. Porém mais uma vez as advogadas do garoto crucificaram Taehyung alegando que ele deixava os cuidados do filho todos nas costas dele, mas logo tudo foi esclarecido e virou passado.

”Ainda bem”, ambos se aliviaram.

Jimin vestiu o filho de forma elegante e entrou no carro. Iria passar o dia com Hyuna, que havia tido seu bebê, uma menina chamada Hwasa, há poucas semanas. Estava levando um presentinho, uma linda bonequinha de porcelana exclusiva, item de colecionador. Logo Taehyung entrou e começou a dirigir rumo à casa da melhor amiga de Jimin, pois deixaria o namorado lá e seguiria para a festa na Byeol Entertainment.

Jimin alegava estar fraco para dirigir.

“Mas não está para transar…”, Taehyung pensou.

Chegaram. Hyuna estava sentada na poltrona em seu quintal, próximo à piscina, lendo uma revista de moda infantil e seu namorado Jay estava dançando Rumor, do Kard, com a Hwasa no colo. A música, claro, estava baixa e os movimentos do rapaz eram lentos, mas a bebê parecia estar curtindo a vibe.

Hyuna, ao contrário de Jimin, não estava fazendo muito drama e logo foi abraçar os amigos. Caminhava devagar, é verdade, mas Jimin ficou de cama um mês…

Após trocarem elogios a seus bebês, Hyuna e Jimin começaram a reclamar de terem engordado mais do que imaginavam e de como era sinistro o parto. Logo Taehyung se despediu e foi para a empresa, mas não sem antes trocar umas palavras com Jay sobre o quanto era cansativo acordar 10 vezes todas as madrugadas…

***

Os meninos do dorama festejaram muito, Go Ara acabou bebendo assim como sua personagem e deu a louca. Minho disse a Taehyung que Taemin (o do Shinee) estava doido pra conhecer seu xará (o filho de Tae), deixando-o bastante animado. Postaram muitas fotos na internet e antes mesmo de ser lançado, Hwarang já era sucesso. A festa não terminou antes que Taehyung tivesse pegado na bunda de cada um dos garotos, até do Park Hyung-Sik, e deixado-os fazer o mesmo. Ele era muito querido entre eles e a amizade já era a nível pessoal.

Enfim, Taehyung buscou Jimin na casa de Hyuna, ficaram por lá mais um pouco e então voltaram pra casa.

Ao chegar, Jimin foi pra sua banheira mágica e Taehyung sentou Taemin na cadeirinha para preparar seu chá, pois o menino estava com cólica. Pegou as folhas de camomila e colocou na panela com água, ligando o fogo em seguida. Ouviu o barulho de Jimin entrando na cozinha.

— Ué, pensei que você tava na banheira… — disse sem se virar.

E sim, Jimin estava na banheira.

Taehyung se virou de uma vez e suas pernas bambearam ao ver um rapaz meio gordinho apontar uma arma para Taemin. Seu coração congelou e não conseguiu formular nenhuma palavra por um momento.

— Seu problema é comigo, atire em mim. — disse Taehyung apontando para o peito no rumo de seu coração.

O rapaz balançou negativamente a cabeça e riu.

— Você tirou algo de mim e agora é minha vez de tirar algo de você.

Subitamente Taehyung soube do que ele estava falando. Era filho do homem gordo que havia matado recentemente.

— Meu filho não tem nada a ver com isso, mate a mim! — bateu no peito.

O rapaz mais uma vez negou com a cabeça e riu, com a arma ainda apontada para Taemin, que chorava cada vez mais alto.

Não demorou muito para que Jimin descesse as escadas enrolado em uma toalha púrpura horrorosa, a primeira que havia encontrado. E teria descido pelado mesmo caso não tivesse encontrado nada com que se tampar, pois sentiu que algo não estava certo.

— O que é isso?! — sentou-se brutalmente no degrau pois suas pernas lhe falharam.

— Não se mexa! — o rapaz gritou.

Jimin assim fez, virou estátua e tentava engolir o choro, pensando em uma maneira de salvar tanto o bebê quanto o namorado.

Taehyung começou a chorar e se ajoelhou, implorando para que o rapaz lhe matasse e poupasse a vida do filho. Jimin nunca o havia visto dessa maneira, o desespero que já era grande aumentou de forma assustadora.

O rapaz riu. Apontou a arma para Taehyung e, sem cerimônia...

Atirou!

— Nããããããããããããããããão! — o grito de Jimin foi ouvido por toda a vizinhança.