História BTS: Camera Prive - Na na na na

Jimin tocou a campainha da casa do noivo, que fez um belo din don sinfônico. Logo Chaerin, a irmã mais velha de Yoongi, apareceu.

— E aí Chimchim?

Jimin odiava esse apelido e ela sabia disso.

— E aí, Chaerin? O Yoongi está?

Mas é claro que estava, tinha que estar, se não estivesse o garoto que rodar a baiana. Claro, quando estivessem a sós, Jimin odiava escândalos em público.

— Na verdade ele saiu há uns 15 minutos, disse que estava indo pro motel com você...

Jimin fechou a cara na hora.

— Quê?!

A garota começou a rir.

— Tô zuando, ele tá lá dentro tocando piano.

Jimin suspirou aliviado.

— Já vou indo. — disse Chaerin, se despedindo dos garotos.

— Piolho de festa... — Jimin cochichou aos risos.

Entraram e foram direto para a sala de música, de onde vinha belos sons. Yoongi estava sentado ao piano, uma mão apertando as teclas do órgão e outra escrevendo em um caderno de partituras. Provavelmente não percebeu que tinha visita.

Jimin colocou o dedo indicador na boca, pedindo silêncio a Hoseok e então, a passos lentos e silenciosos, foi até o noivo e tapou-lhe os olhos com ambas as mãos, fazendo-o levar um leve susto. Jimin não disse nada, mas tateando suas mãos macias e pequenas, Yoongi soube de quem se tratava.

— Jimin, eu sei que é você.

O garoto começou a rir e Yoongi se levantou, abraçando-o e dando-lhe um beijo na testa.

— Que bom que vocês vieram.

— A gente tava na casa da Hyuna. Você não vai acreditar no que aquela louca aprontou dessa vez.

Sentaram-se e Jimin se pôs a relatar tintim por tintim do que acontecera. Vez ou outra Yoongi olhava para Hoseok, que devolvia o olhar. Jimin nada percebia. Quando finalmente parou de falar, vendo que Yoongi parecia entediado, chamou Hoseok para irem embora pois tinha que fazer hidratação profunda na pele.

— Calma, ainda são 8:04. Eu quero mostrar algo pra vocês. — disse Yoongi, sentando-se novamente em frente ao piano.

Jimin revirou os olhos, mas não disse nada.

— Hoseok, — chamou Yoongi, — eu vou tocar umas notas no piano e — entregou um bloco de notas com um poema escrito em sua usual caligrafia pequena e arrastada — vê se você consegue acompanhar cantando esse poema no mesmo tom.

— Ok. — disse Hoseok, animado.

Jimin só observava.

Yoongi começou a tocar e Hoseok fez sons de beatbox, hip hopzando o som. Logo o empregado começou a cantar em rap o poema do garoto de cabelos brancos em tom harmônico com a melodia do piano.

Jimin estava editando algumas selfies que tirou com Hyuna quando percebeu que Yoongi o chamava.

— Jimin!

— Oi! — assustou-se.

— O que achou da música?

— Boa! — foi a primeira palavra que lhe veio à mente.

Tanto Yoongi quanto Hoseok sabiam que o moreno não tinha prestado atenção, mas ignoraram esse fato. Aliás, mais Hoseok do que Yoongi, pois este não apresentava um semblante muito contente com o noivo.

Jimin começou a bocejar quando tocaram novamente. Estavam tão animados que nem viram quando o garoto saiu à francesa e foi para o jardim do fundo. No centro havia um chafariz com uma estátua de anjo. Jimin sentou-se na borda e ficou olhando para o céu, que estava totalmente negro e estrelado. Passou a mão na água, que estava fria e levantou-se, indo em direção às rosas vermelhas ali perto. Sentiu o aroma e tocou-as suavemente. Ficou olhando para uma rosa em particular, a que era a mais bonita dali e tentava manter os pensamentos longe. Mas involuntariamente começou a sentir-se perdido, não sabia bem o por que ou de onde vinha esse sentimento.

Estava concentrado acariciando sua nova amiga vermelha quando ouviu:

— Ele tá ali.

Era Hoseok, e com ele estava Yoongi.

— Nem vimos você sair. — o noivo disse.

— É... — Jimin suspirou. — Eu sei.

Hoseok percebeu que fizeram algo errado quando viu no rosto de Jimin que havia ali uma ponta de tristeza. Tristeza genuína, não mais um dos melodramas do garoto.

— Bom, já tá tarde, vamos pra casa Hoseok?

— Vamos.

— Antes de irem tem algo que quero lhe dar. — disse Yoongi, acariciando o rosto de Jimin, que o olhou nos olhos e sorriu.

— O quê? — animara-se.

Entraram novamente e Yoongi buscou um embrulho em seu quarto, entregando-o a Jimin, que prontamente o abriu. O embrulho continha uma foto emoldurada dos dois. O garoto encarou-a por algum tempo, admirando a beleza tanto da foto quanto da moldura.

— Você é um fofo. — abraçou o noivo apertado, o qual deu-lhe um selinho.

Hoseok estava encantado observando o romantismo da cena. Estava feliz porque sabia o quanto isso significava para Jimin. O garoto podia ser um chato, esnobe e egocêntrico, mas Hoseok sabia que no fundo era só um garotinho sensível precisando de mais amor e atenção de quem amava.

Os noivos se despediram e Jimin, todo contente, voltou para casa com seu empregado/amigo.

— Tá vendo Hoseok, o quanto ele me ama? — disse sorridente enquanto dirigia.

— É como eu sempre te digo, ele tem um jeito meio estranho, mas ele te ama sim.

— Acho que isso foi pra compensar a mancada que ele deu lá no motel. — Jimin riu, Hoseok também.

Chegaram em casa e, enquanto Jimin relaxava em sua banheira, Hoseok preparava o jantar. Sempre que Jimin estava em casa os dois faziam as refeições juntos. Depois do banho e com a pele profundamente hidratada, vestindo seu pijama de cetim com listras preto e brancas horizontais, sentou-se à mesa para jantar.

— Hoseok, — começou, engolindo com dificuldade a enorme porção de purê de batata com frango que pusera na boca, sua nova meta era ficar gostosão. — acredita que a professora de inglês quase impediu que eu e a Hyuna fizéssemos o trabalho do vídeo juntos?

— Ué, que trabalho do vídeo? — perguntou Hoseok, saboreando seu vinho.

— Ah, esqueci de te contar. — riu. — Ela passou um trabalho pra gente fazer um curta metragem falando em inglês e usando bons figurinos. E você sabe né, como a Hyuna não foi hoje ela não queria deixar a gente fazer juntos.

— Mas como você é Park Jimin acabou conseguindo o que queria né... — Hoseok brincou.

Jimin riu orgulhoso de si mesmo.

— Oxi, claro. — fez biquinho. — Ninguém resiste a essa fofura aqui.

— Mas então você ia ter que fazer sozinho?

Jimin fez uma expressão contrariada.

— Na verdade não. Lembra que a gente faz a matéria junto com o povo do teatro? — Hoseok assentiu. — Então, tem que ser uma dupla com um membro de cada curso. Aí acabei tendo que fazer com um garoto brega que faz teatro.

— E vão fazer vocês três?

— Sim. — Jimin riu. — Acho que somos o único trio da sala. Porque, você sabe né... — passou a mão pelos cabelos de forma charmosa. — Eu sou demais.

— Você nem falou sobre esse trabalho pra Hyuna.

— Não. — riu. — Acabei esquecendo. Amanhã eu falo. Mas cara, eu tô tendo cada ideia fantástica pra esse curta metragem que, nossa, pode acabar virando sucesso de bilheteria em Hollywood.

Hoseok riu, do jeito que conhecia o garoto, era bem possível que não estivesse brincando. Claro, obviamente não seria nenhum sucesso de bilheteria, mas que Jimin estava realmente pensando alto, ah isso estava...

— Já tem alguma história em mente? — perguntou curioso.

Jimin parou, pensou um pouco e respondeu:

— Bom, na verdade eu até agora pensei mais no meu visual e na minha vida pós fama, mas sabe, eu quero algo que seja diferente, algo em que a gente possa usar diversos looks e que o povo sequer imagine que se trate de um mero trabalho de faculdade. — seus olhos brilhavam enquanto dizia isso.

Hoseok percebeu que a última coisa em que Jimin estava pensando era no inglês, mas nem tirava a razão dele já que achara o trabalho super legal.

Ficaram o resto do jantar falando sobre ideias para o vídeo, umas com noção, outras sem... Mas não chegaram a um consenso, o que era meio óbvio visto que precisavam da opinião da Hyuna.

Ah, e do outro garoto também. Não que fosse valer muito, mas...

Jimin resolveu ir se deitar mais cedo e deixou Hoseok assistindo Shadowhunters sozinho. Sentou-se em sua cama e ficou admirando o presente do Yoongi. Ambos sorriam na imagem e Jimin sempre se derretia ao ver o sorriso fofo do noivo. Ele se lembrava de quando a foto foi tirada, há 3 anos. Era seu último dia de aula e Yoongi, que já havia terminado, foi encontrá-lo na hora do recreio, levando para ele as rosquinhas de queijo que ele tanto gostava. Na época eram apenas namorados, mas se divertiam pra caramba. Nunca foram daqueles casais ardentes e cheios de paixão, mas tinham transas românticas e viajavam juntos para conhecer novos lugares.

Isso foi há algum tempo, claro. Mas Jimin não se aprofundou nesse pensamento.

Deitou-se e ficou pensando em Yoongi. Aquela boquinha sexy, aqueles olhinhos pequenos, aquela pose tão frágil e swag ao mesmo tempo... Quando se deu conta viu que sua mão passeava por seu membro. Imaginou-se mordendo aqueles lábios e...

Estava ardendo de desejo. Olhou as horas, eram 11:27. Abriu seus contatos no Iphone, selecionou o “Mozão” e ligou.

— Oi Jimin. — atendeu no terceiro toque, com a voz sonolenta.

— Amor, vem dormir comigo... — Jimin tentava seduzi-lo.

— Já está tarde, pode ser outro dia?

— Não! — o tom de voz do moreno deixou claro que o noivo não tinha escolha.

— ... — Yoongi suspirou. — Tô indo.

— Te espero.

Desligaram e em 15 minutos Yoongi estava entrando naquele quarto. Nem acendeu a luz, nem disse nada, foi direto para a cama e se deitou. Jimin, por sua vez, começou a beijar seus lábios enquanto o agarrava e esfregava-se nele. Yoongi, no entanto, não respondia aos seus toques e tentava afastá-lo.

— Jimin, nós não vamos transar.

— Mas eu quero.

Continuava agarrando com força o corpo do rapaz e mordendo seus lábios.

— Jimin, eu tô cansado.

Porém o moreno ignorou-o e continuou sua atividade libidinosa. Subiu nele e começou a esfregar-lhe a pélvis e, com os movimentos, começou a dar pequenos gemidos.

— Jimin!

Yoongi empurrou-o para o lado.

— Nós não vamos transar! — continuou. — Você parece um ninfomaníaco!

Jimin irritou-se.

— Que saco Yoongi, parece até que você não tem mais vontade de fazer!

— A gente já transou ontem, mas você quer fazer todo dia. Assim não dá!

— Não há nada de errado nisso.

— Eu não sou seu brinquedo sexual.

Yoongi virou-se para o lado oposto ao de Jimin.

— Não é mesmo!

Jimin virou-se também.

— Se fosse eu estaria te usando agora. — completou, baixinho.

Ambos dormiram zangados um com o outro. Porém além de zangado Jimin também estava frustrado. Queria tocar aquele corpo, depositar nele toda sua paixão, mas não podia fazer isso simplesmente porque o noivo não queria. Era péssimo isso, muito péssimo.

Por fim pegou no sono.