História BTS: Camera Prive - BÔNUS: Parte Um

“Seu coração estava acelerado. Olhava para aqueles belos lábios vermelhos, tão perigosamente perto de si, e sentia algo queimar-lhe por dentro. Não pensou duas vezes e…”.

— Taemin! Taemin! Acorda!

O garoto abriu os olhos enfezado e encarou seu pai Taehyung. Em seguida cobriu a cabeça com seu grosso cobertor azul.

Taehyung encarou aquele montinho e o sacudiu, divertindo-se com as resmungadas do filho. Este, no entanto, era teimoso e pelo jeito não iria levantar tão facilmente.

— Ah, é? — disse Taehyung, puxando uma poltrona para perto da cama e se sentando. — Vamos ver até quando você fica aí. — pigarreou. — Um elefante incomoda muita gente… — começou a cantar. — Dois elefantes incomodam, incomodam muito mais.

Taemin, embaixo das cobertas, tapou os ouvidos. Taehyung, por sua vez, não estava com pressa.

— Três elefantes incomodam muita gente… Quatro elefantes incomodam, incomodam, incomodam, incomodam muito mais.

Jimin estava na cozinha preparando torradas gourmet, um dos pratos preferidos do filho, quando notou a demora de Taehyung em acordá-lo. Decidiu subir as escadas pra ver o que tava rolando.

— Quarenta e cinco elefantes incomodam… — subitamente Taehyung parou e arregalou os olhos ao ver que Jimin estava na porta do quarto com as mãos na cintura e uma carranca no rosto. Deu um sorriso sem graça, mas o marido continuou repreendendo-o com o olhar.

Jimin caminhou com determinação até a cama de Taemin, que permanecia imóvel, e puxou sem cerimônia toda a coberta.

— Taemin, já pro banho! — disse rispidamente.

O garoto bufou e se levantou depressa, indo para o banheiro.

— Às vezes acho que você é muito duro com ele. — disse Taehyung, aproximando-se do marido, que deu de ombros.

— Ele já tem 14 anos, não é mais um bebê. — caminhou para fora do quarto, acompanhado do marido. — Até porque quando ele era bebê nem gostava de dormir tanto assim.

Ambos riram enquanto desciam as escadas, se lembrando das várias noites em claro que passaram cuidando de Taemin. Ao chegarem na cozinha começaram a se beijar e, sem perceber, Taehyung passou a mão pelo bumbum de Jimin e começou a apertar enquanto mordia seus lábios, fazendo-o arfar.

— Eu tô vendo, hein… — disse Taemin, vindo do banheiro vestindo seu roupão do Mickey e com os cabelos castanhos pingando água, rindo com o susto que deu nos pais enquanto se sentava à mesa.

Jimin e Taehyung, um tanto envergonhados, sentaram-se junto ao filho.

— Espero que tenham uma ótima razão pra me acordar cedo em pleno sábado. — Taemin resmungou enquanto se servia de torradas.

— A razão é mais que ótima. — disse Taehyung. — Hoje vamos pra cachoeira com a Hyuna. — bagunçou o cabelo do filho, que fez cara feia.

— Vocês nem perguntaram se eu quero ir.

— Perdão, a gente esqueceu. — respondeu Taehyung. — Mas e aí, Taemin, quer ir?

O garoto fuzilou-o com o olhar.

— Ah, agora que já tô acordado...

— Taemin, o que é isso?! — Jimin de repente deu um chilique. — Você lavou o cabelo na água quente de novo?!

Taemin deu de ombros.

— Tava frio ué, queria que eu tomasse banho na água gelada?

Jimin nada disse, apenas passou a mão pelos cabelos, como sempre fazia quando se estressava.

— Seu cabelo já tá bastante arrebentado. — disse por fim.

— Mas continua lindo. — Taehyung piscou para o filho.

Jimin riu.

— Claro que você vai dizer isso né, ele é a sua cópia. — colocou língua para o marido.

— Você tá é com ciúme porque ele se parece muito mais comigo do que com você. — colocou língua de volta.

— Se você ao menos tivesse carregado ele na barriga por 9…

Ouviram Taemin pigarrear.

— Então, que horas mesmo a gente vai?

Taehyung olhou seu celular.

— Agora já são 7:38, a Hyuna deve estar chegando.

— Aquela doida… — Jimin deu uma risadinha.

Taemin estava resmungando algo em torno de ainda ser madrugada e ele dever estar dormindo quando Taehyung exclamou com seu conhecido sorriso quadrado:

— Ah, olha o que achei no youtube!

Rodeou a mesa e mostrou um vídeo a Taemin.

— É sério isso?! — o garoto encarou-o insatisfeito.

O título era “Kim Taehyung e Kim-Park Taemin Look Alike” e falava sobre a semelhança entre os dois, fazendo análise de suas fotos. Taemin, no entanto, detestava ser comparado ao pai.

— Culpe meus genes dominantes, baby. — piscou e saiu rindo da cara ruim do filho.

O garoto revirou os olhos e ao ouvir um barulho de carro se levantou .

— É a Hyuna. — disse Jimin.

Taemin então correu para o quarto enquanto os pais foram receber a amiga.

Hyuna, o marido Jay e a filha Hwasa  estavam divertidos com seus óculos escuros e roupas coloridas, típicas de um ensolarado dia de praia ou clube. Tirando o fato de que o dia estava nublado, não poderia haver look melhor, aliás, isso era apenas um pequeno detalhe, nada que fosse obstáculo para Hyuna e seus programas doidos. Ao ver que Jimin já estava arrumado deu uma boa risada.

— Pensei que ficaria duas horas esperando você.

— Minha fase já passou, agora é a vez do Taemin. — Jimin riu.

— E cadê ele? — perguntou Hwasa, vasculhando a sala com os olhos.

Ela era pouco menor que Taemin, tinha os cabelos longos e naturalmente pretos e um olhar sapeca, além de sempre usar tons vermelhos de batom, assim como sua mãe. Em suma, era uma menina encantadora.

— Ele correu pro quarto. — disse Taehyung, enfiando coisas em sua inseparável mochila mulambenta. — Quer ir lá?

Hwasa ia dizer que sim e dar um susto no amigo quando este começou a descer divamente as escadas. Usava uma camiseta branca com detalhes pretos sendo esta também a cor de sua bermuda. Seu cabelo estava seco e penteado (bendito seja o inventor do secador), seus olhos estavam carregados de lápis preto e havia batom cor de boca em seus lábios, nada muito exagerado. Aliás, o garoto divo que descia altivamente as escadas em nada lembrava o resmungão de outrora. Sorriu para Hwasa, que retribuiu o sorriso e então correu para abraçá-lo, fazendo-o corar.

Como estavam todos prontos, não se demoraram ali e ao saírem Taemin, disfarçadamente, pegou uma rosa do vaso de Jimin e entregou-a a Hwasa, que lhe deu um beijo na bochecha, fazendo-o corar ainda mais. Ninguém viu isso, com exceção de Taehyung, que escondeu o sorriso e deixou passar batido.

A cachoeira para onde estavam indo era muito antiga e tradicional, sendo este, talvez, o motivo de a terem preservado tão bem. Ao chegarem estava deserta e os olhos de Hyuna brilharam.

— Tá vendo a vantagem do dia nublado? A gente não tem que ver um monte de gente feia com pouca roupa.

Jimin concordou, rindo.

Montaram então suas barracas e vestiram seus sungas, menos Hyuna e Hwasa que, como eram mulheres, vestiram biquínis. Taemin, por sua vez, se lembrou de que não havia trazido mochila nenhuma.

— Ah, foda-se, tá frio mesmo…

Mas não, não estava frio, só não estava quente também. Dava pra vestir sunga sim. E foi nesse momento que Hwasa saiu da barraca usando um biquíni de oncinha, enquanto sua mãe usava um preto. Taemin olhou-a por um momento, porém logo desviou o olhar e a chamou para andarem na água juntos, na parte rasa, a qual mal cobria seus pés. Reclamaram que mais parecia um iceberg derretido e, como estava escorregadio, deram as mãos.

Isso, porém, não foi uma boa ideia, visto que Taemin se distraiu olhando para alguma coisa e escorregou, puxando Hwasa e fazendo-a cair em cima de si. Bons pais teriam ido socorrer seus filhos, mas não os pais destas crianças, estes só ficaram rindo. O garoto nem sentiu a temperatura da água em seu corpo, pois corou tanto que sentiu-se em meio à chamas. Não porque tivesse caído, pois como Taehyung ele também não ligava de pagar micão, mas porque os lábios de Hwasa quase se colaram aos seus enquanto seus olhos se encaravam fixamente. Desviou-os. Levantou-se tímido, se desculpou com a amiga, que tinha era achado graça da situação, e foi pegar seu celular dentro da barraca.

Surpreendeu-se ao ver que a internet pegava lá, mas já deveria ter suposto isso, uma vez que não fica assim tão longe da cidade. Viu então as mensagens de seu amigo americano.

Nic: Bom dia Min

Nic: Min, bom dia…

Nic: Taemin...

Olhou as horas, eram quase 10 da manhã.

Taemin: Tô na cachoeirinha, meus pais me acordaram de madrugada pra vir pra cá :s

Nic: Nuss, que programa de índio hein

Taemin: Kkkkk, o pior é que esqueci minha sunga e acabei caindo na água, agr tô molhadasso nesse frio e não tem nada pra vestir

Nic: Que vacilo Taemin kkk me manda foto

Taemin: Nem

Nic: Manda vai, quero ver a cor da água

Nic: Mas vc tem q tá na foto tbm kkk

O garoto riu.

Taemin: tá, seu chato

Nic: Eba o/

Caminhou de volta para a água escorregadia, com cuidado, e tirou uma selca, enviando-a em seguida para o amigo.

Taemin: “Imagem”

Nic: Olha a carranca hein

Taemin: É o tanto que tô me divertindo aqui

Nic: Kkkk bobo, não deve tá tão ruim assim

Taemin pensou um pouco e olhou ao redor, vendo Hwasa na parte funda jogando água para cima.

Taemin: É, não tá de todo chato não

Taemin: Falo com vc dps, até

Bloqueou o celular antes mesmo de esperar uma resposta e voltou à barraca para guardá-lo, pois da última vez que estragou um celular, há duas semanas, Jimin disse que não lhe compraria um novo em menos de um mês. Não deixou de pensar na mão de vaquice dos pais, afinal eles são ricos. Por pirraça o garoto havia decidido ficar um ano sem trocar de aparelho. Se ia conseguir já eram outros quinhentos...

Logo Hwasa o chamou para um piquenique e ele a ajudou a colocar um grande tapete fofo da gata Marie num lugar um pouco afastado das barracas.

— Já imaginei que você fosse esquecer, então eu trouxe pra nós dois. — a garota disse ao espalhar todos os chocolates, balas, marshmallows e salgadinhos pelo tapete.

— Valeu. — disse Taemin com os olhos brilhando, pois não podia comer muito dessas coisas em casa uma vez que Jimin ficava de olho em seu peso.

Hwasa encarou-o.

— Você continua com essa camisa molhada hein. — se aproximou dele e começou a puxá-la.

— O que tá fazendo?! — Taemin ficou corado e sentia pequenas descargas elétricas pelo corpo quando a pele dela tocava a sua.

— Quer pegar resfriado, é? — puxou-a de vez.

Taemin tapou os mamilos.

— Sou tímido.

Hwasa riu.

— Conta outra.

Comeram com gosto tudo que a garota havia trazido e nesse meio tempo se assustaram quando os pais de um deles, e Hwasa sabia serem os seus, colocaram músicas para balançar a raba. Estavam os quatro na parte mais funda da cachoeira jogando vôlei com aquelas bolas enormes de praia.

Ao final do dia voltaram para casa e Taemin mergulhou na banheira quentinha, ficando lá pelas próximas horas, relembrando o piquenique.

***

Na segunda foi igualmente difícil acordar Taemin para que ele fosse para a escola, com muito custo, porém, o garoto saiu da cama resmungando e foi para o banho. Resmungou também no café da manhã. Ao entrar no carro, porém, já estava todo divoso. Chegando na escola tentou se desviar do beijinho que sempre ganhava dos pais, pois não queria pagar mico, e desceu, encontrando Hwasa, que se despedia da mãe. Logo os dois já estavam caminhando divosos pelos corredores chiques do colégio.

Taemin mexia em seus anéis caros e Hwasa passava a mão de forma charmosa pelos cabelos enquanto a maioria dos alunos paravam o que estavam fazendo para admirar a famosa filha de Hyuna e Jay Park e o famoso filho de Jimin e Taehyung. Não que fossem os únicos famosos por ali, mas eram os que mais chamavam atenção.

— Eu ainda não me acostumei com isso… — Taemin cochichou para Hwasa, sorrindo timidamente.

— Finge que é uma passarela. — a garota cochichou de volta. — E desfila.

Assim ele fez.

Estavam no começo do primeiro ano do Ensino Médio, por isso estavam em um colégio novo onde todo mundo só os conhecia pela internet. Taemin preferia ter continuado na escola antiga, mas Jimin insistiu em mudá-lo alegando que era importante que estudasse em um colégio especializado em Ensino Médio, top de linha e não sei mais o quê. Ele disse que só iria se a Hwasa fosse e, bem, aqui estão os dois.

— Ah, aí estão vocês!

Um garoto magro, muito branco, de olhos azuis, cabelos pretos e curtos e óculos de grau veio ao encontro deles. Era o Dominic.

— Hi Nic! — disse Taemin, com seu cumprimento secreto de mãos.

— Hi Min! — o garoto retribuiu com um sorriso.

— Hi Nic! — disse Hwasa.

— Hi Sasa! — ele sorriu para ela. — Então gente, o que vocês acharam da tarefa de História?

Taemin e Hwasa se entreolharam.

— Que tarefa? — disseram por fim.

— Tsc tsc… — Dominic os repreendeu. — Vocês são muito irresponsáveis. Vem!

Como eram todos da mesma sala, Dominic os levou até lá e arrancou da mochila um caderno do Homem Aranha, abrindo-o e mostrando a eles.

— Copiem depressa.

E assIm os dois irresponsáveis fizeram.

Dominic havia nascido e crescido nos Estados Unidos, sendo toda a sua família americana. Mudou-se para cá no final do ano passado para morar com a tia, pois queria conhecer de perto a cultura do país que tanto amava. Já até sabia falar o idioma quase tão bem quanto um nativo. Assim que começaram as aulas ele foi um dos muitos que ficaram em volta de Taemin e Hwasa sendo um fanboy. Porém como eram da mesma sala acabou por fazer amizade com eles. Não deixando, contudo, de ser um fanboy dos dois, principalmente de Taemin, pois este era bastante ligado na cultura americana e sabia falar inglês perfeitamente. Poderia-se dizer que do trio era o que mais gostava de estudar, mas a verdade é que era o único.

— Só tô aqui porque meus pais me obrigam. — dizia Taemin, com Hwasa concordando ao lado.

As aulas, apesar de chatas, foram tranquilas. Como de costume os professores chamaram a atenção da dupla famosa e diva por ficarem conversando demais, Dominic, diferentemente deles, só ganhava elogios.

No recreio os três estavam sentados juntos quando um garoto bonito e corpulento, de cabelos pretos bagunçados, algumas tatuagens, roupas estilo bad boy e olhos carregados de delineador chegou perto.

— E ae?

Era o Ryan, o filho de Gayoon o qual muitas vezes Taehyung fora babá. Era pouco mais de um ano mais velho que Taemin e Hwasa, sendo esta a maknae do grupo. Estava uma série a frente deles.

— Oi. — os olhos da garota brilharam. Taemin não viu isso.

— Opa, bora fazer a parada lá? — Taemin piscou para o quase irmão, que piscou de volta e sorriu exibindo covinhas.

Hwasa suspirou.

Taemin então se levantou e se despediu do amigo.

— Pegue as nossas mochilas no fim da aula, tá. — disse com um sorriso quadrado que em muito lembrava o do pai.

Os três então saíram de lá deixando um garoto americano confuso.

— E então, já sabem pra onde ir? — quis saber Ryan, enquanto andavam despreocupados pelos corredores do colégio em direção à quadra.

— Vamos pra minha casa, a gente pode jogar videogame lá. — disse Taemin, sorridente.

— Só se for Tomb Raider. — disse Hwasa.

— Cara, Mortal Kombat é muito mais legal. — disse Taemin.

— Tomb Raider que é. — Teimou Hwasa.

— Mortal Kombat que é. — teimou Taemin.

Ryan riu dos dois, afinal estavam matando aula, algo bem arriscado num colégio daquele, ainda mais sendo os dois famosos assim, só pra jogar videogame em casa.

— Gente. — disse, por fim. — Joguem os dois ué.

Ambos os teimosos concordaram.

— Mas Taemin. — prosseguiu Ryan, chegando numa parte ao ar livre onde havia um grande muro cheio de árvores por perto. — Seus pais não vão estar em casa, né?

— Não. — respondeu Taemin, olhando de si para o muro e do muro para si. — Eles sempre vão pra Byeol de manhã. Mas Ryan, como é que a gente vai pular se não temos escada?

O garoto riu.

— Pra quê escada se temos árvores?

Era exatamente a resposta que Taemin não queria ouvir. Imagina ele, um divo, subindo em árvore pra pular muro de colégio.

Pois bem, foi o que aconteceu.

Hwasa, esperta, logo já estava no topo do muro, Taemin, porém, precisou da ajuda dela e do Ryan para conseguir. Ao chegar onde a amiga estava quase infartou ao ver o outro lado, pois o chão parecia estar a muitos metros distantes de si.

— Eu vou pular e pego vocês. — disse Ryan.

E assim ele fez. Pulou sem dificuldade, pois era alto e tinha destreza, além de já ter feito isso mais vezes do que podia se lembrar, e logo Hwasa se jogou, sendo segurada por ele. O problema foi na vez de Taemin.

— Já vou, já vou. — disse o garoto agarrado a um grosso galho de árvore quando Ryan o chamou pela décima vez.

Hwasa observava com um certo divertimento.

— Cara, acho que a gente vai ter que chamar os bombeiros. — disse a Ryan, que riu.

— Não, não, já indo, calma.

Bem, era agora ou nunca. A vida de Taemin passou diante de seus olhos, pensou em tudo que ainda não tinha feito, mas queria muito fazer, além de imaginar seus pais chorando e dizendo “me leve junto” em seu velório. Isso tudo em menos de 3 segundos, que foi o tempo que ele levou para ser segurado por Ryan, que rapidamente o colocou no chão.

— Bora então. — o garoto tatuado disse, indo na frente, seguido por Hwasa e Taemin, que passava a mão em si próprio para se certificar de que estava mesmo vivo.

Ao se afastarem um pouco do colégio, chamaram um táxi e seguiram para a casa de Taemin. Chegaram e o garoto destrancou as portas, chamando-os para ir até seu quarto, quando, ao subirem as escadas, se depararam com um barulho estranho.

— Oh… Oh…

Entreolharam-se.

— Você disse que ia estar sozinho… — Ralhou Ryan em cochicho.

— Ué… — Taemin cochichou de volta, sem saber o que dizer.

Hwasa estava curiosa. Pé por pé os três caminharam na direção dos barulhos e ele os levou até o quarto dos pais de Taemin, que estava com a porta fechada. Ouviam os gemidos altos de Jimin a cada vez que a cama pulava, além das arfadas profundas de Taehyung. Os três permaneceram imóveis e silenciosos sem saber o que fazer. A verdade é que tanto Taemin quanto Hwasa estavam curiosos sobre isso. Ryan, entretanto, não podia estar mais constrangido.

— Cara, por que eles não fazem isso a noite?! — sussurrou.

— Eles fazem também. — Taemin sussurrou de volta.

— Nuss… — Ryan não se conteve.

Hwasa estava maravilhada.

— Isso parece bom. — sussurrou.

Logo os barulhos ficaram mais intensos.

— Ahm… — era Jimin gritando e gemendo enquanto a cama sacudia forte. — Faz aquilo em mim, faz… — gemeu com uma voz manhosa.

— O quê?! — ouviram Taehyung exclamar em um tom perplexo. — Não! — deu uma risadinha sacana.

Os três colaram-se à porta.

Dentro do quarto Jimin estava embaixo de Taehyung, com as pernas atravessadas em seus ombros enquanto ele estocava forte. Queria que o marido lhe aplicasse uma asfixiofilia e já estava lhe enchendo o saco por causa disso há um bom tempo, pois o marido se recusava a fazer.

— Vai, eu tô quase lá, vai… hum…

— Jimin, não… — a voz de Taehyung se misturava a seus gemidos.

— Finge que você ainda é o prostituto que eu conheci, só agora, vai… — Jimin implorou.

Taehyung então mordeu os lábios e, ao sentir que o momento havia chegado, passou as duas mãos pelo pescoço de Jimin e apertou, fazendo-o se contorcer feito peixe fora d’água. Segurou por uns 5 segundos e soltou, exausto, pois ambos haviam tido um intenso clímax e haviam se desfeito com sonoros gritos de prazer.

Foi bem nesse momento que Taemin olhou no buraco da fechadura, mas logo voltou-se a seus amigos com olhos arregalados e semblante pasmo.

— Seu pai era prostituto? — sussurrou Hwasa, curiosa.

— Não! —  Taemin negou veementemente. — Bom, acho que não, sei lá. Vamos dar o fora daqui. — sussurrou.

Novamente pé por pé os três saíram silenciosamente dali e resolveram ir para uma lanchonete. Taemin parecia perplexo.

— Calma cara. — disse Ryan, rindo do garoto.

— Calma? — Taemin estava sentado com a mão na testa na típica pose da incredulidade. — Diz isso porque não foi você que topou seus pais fodendo.

— E o que tem demais nisso? — disse Hwasa, tranquila, saboreando seu milk shake.

— Sem falar que a culpa foi nossa. — disse Ryan, bebendo o milk shake de Hwasa depois dela insistir para que ele experimentasse. — Mas acho que vocês reagiram assim porque são virgens.

Taemin o encarou curioso, enquanto experimentava o milk shake de Hwasa mesmo sem ela ter oferecido.

— Ué, e você não é?

Hwasa também o encarou. Ryan, porém, deu de ombros.

— Sou, não sou, quem sabe…

Ficaram mais um tempo lá, logo começaram a falar de coisas descontraídas e a rirem. Divertiram-se e por fim chamaram um táxi para os levar de volta ao colégio. Ao chegarem na porta Ryan se despediu e desapareceu na multidão que saía, pois o sinal já havia batido. Não demorou para que Taemin e Hwasa avistassem um americano de óculos com cara de poucos amigos segurando três mochilas. Foram até lá e foi preciso que Taemin desse uns cinco sorrisos para acalmar a fera.

Tanto os pais de Hwasa quanto os de Taemin não tardaram a chegar. Ao avistá-los, o garoto se virou de costas e começou a rir.

— Como que eu vou olhar pra eles agora e fingir que não vi o que vi, Hwasa?

— Vai na fé, cara, vai na fé… — a garota o consolou, segurando o riso e dando-lhe um beijinho na bochecha. — Fui.

Taemin continuou estático com uma das mãos em cima de onde Hwasa havia beijado. Em seguida entrou no banco de trás do carro e irrompeu em risos quando os pais lhe perguntaram como foi a aula.

E continuou rindo por um bom tempo.

— Acho que nosso filho tem problema. — disse Jimin, olhando-o pelo retrovisor.

— Tem nada. — Taehyung respondeu alegremente ao volante. — Eu era assim na idade dele.

— E quem disse que você não tinha? — Jimin provocou.

Taehyung fez careta pro marido.