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História By your side. - Capítulo único.


Escrita por: StardustWink

Notas do Autor


Queria vir aqui dizer que KIRIGIRI KYOUKO ESTÁ VIVA, É VERDADE, E EU TENHO PROVAS BEM AQUI- ok, na verdade é só uma teoria, mas não tem como ela ter morrido daquele jeito, ok? Ok.

Essa fic foi uma liberação de frustrações com dr3 (que tá conseguindo ser muito desesperador recentemente, haha) em forma de uma fic fluffy em que tudo dá certo p/ meus bebês. :') Se o fim vai ser mesmo assim? Eu não sei. Mas eu posso sonhar.

Enquanto isso, tá aí a fic. Espero que vocês gostem! ♥

Capítulo 1 - Capítulo único.


Ele custou a perceber que a visão a alguns poucos metros de si mesmo não era uma ilusão. Parecia um desejo seu virando realidade, de ver Kirigiri aparecendo de trás de uma porta, suja de poeira e viva quando ele a vira no chão há apenas algumas horas antes, imóvel, as palavras em seu bracelete caçoando de si mesmo enquanto piscavam vermelho.

Mas não era um sonho - porque ela estava ali, ele podia ouvir sua voz, e por mais que Naegi devesse realmente prestar atenção no que ela estava dizendo, ele não conseguia.

Um, dois, três passos. Ele podia vê-la respirando. Quatro, cinco, seis. Asahina correra até ela, a abraçando, e ela não desapareceu. Sete, oito, nove. Os olhos de Kirigiri se desviaram do rosto da amiga, levemente ternos, para se dirigir a ele.

Dez.

Ela falou seu nome.

— Kirigiri...san... - Naegi brevemente notou os filetes de lágrimas que desciam pelo seu rosto, o passo que Asahina deu para o lado quando ele se aproximou o suficiente. Seus braços se estenderam, buscando, a segurando pelos ombros e a trazendo para o mais perto possível em seguida.

— Naegi-kun... - A voz dela soou com surpresa atrelada a o que ele sabia ser afeto, e o garoto afundou seu rosto na dobra de seu pescoço, o cheiro de lavanda que sempre impregnava os cabelos dela o atingindo em cheio.

Todas as emoções que ele estava se controlando para manter começaram a transbordar. Ele tinha noção que ambos estavam sendo observados naquele momento, que ainda tinham um trabalho a fazer antes de escapar daquele prédio de uma vez por todas, mas Naegi sentia que não conseguiria se mover dali até se certificar que ela era mesmo real. Ele podia ser egoísta, pelo menos uma vez.

— Me desculpe. - Uma das mãos de Kirigiri foi até seu cabelo, levemente incertas, um contraste grande com a absoluta determinação que ela tivera ao tirar suas luvas para segurar a mão dele antes. - Meu plano deu certo, mas a cura teve um efeito mais lento que o esperado…

Ele não conseguia achar sua voz para dizer que estava tudo bem, que bastava ela estar ali, então pressionou um beijo em seu pescoço em resposta. Quando ouviu a arfada de surpresa que ela deixou escapar com isso, só conseguiu se sentir um pouco envergonhado.

Tinha quase certeza que acabara de ouvir uma risada leve vindo de onde Asahina estava.

— Uma cura...? - A voz de Munakata, ao longe, ainda suspeitosa, pôde ser ouvida depois. A mão de Kirigiri desceu do cabelo dele para movê-lo um pouco para o lado e deixar seu rosto à vista, mas ela não o afastou de si mesma.

— Sim, a que estava junto do corpo da Seiko. - Naegi, que começava lentamente a se acalmar, ouviu silenciosamente a conversa enquanto mantinha-se junto a ela. As mãos de Kirigiri, que repousavam em suas costas, começaram a fazer círculos pequenos contra o tecido.

Ele devia ter pensado melhor sobre o que ela dissera, e devia não ter perdido a esperança - não só para o jogo, mas para ela também. Kirigiri daria sua vida para ele, e quase o fizera, mas ela também nunca se deixaria ser morta se pudesse evitar.

E ela cumprira suas palavras. Esse era o ponto mais importante.

Quando ouviu uma tossida nem um pouco discreta vinda de Asahina, o garoto finalmente percebeu que a conversa parara novamente. Mesmo sentindo que não estava pronto para se afastar de Kirigiri, ele deu um passo resignado para trás, suas mãos caindo dos ombros dela.

— ... Desculpa. - Naegi subiu um braço para limpar as lágrimas, um sorriso sem graça abrindo em seus lábios, mas ele caiu logo em seguida quando a garota à sua frente se aproximou, uma mão subindo para tocar seu rosto.

A sobrancelha de Kirigiri estava franzida, seus lábios levemente comprimidos denotando sua preocupação. Ele estremeceu quando o tecido da luva dela tocou a pele pouco abaixo de suas pálpebras, olhos sempre atentos.

— Como eu disse antes, sou eu que deveria me desculpar. - Ela suspirou levemente, seu dedo acariciando o rosto dele como se a garota não percebesse o que estava fazendo. - Mas vocês conseguiram solucionar tudo no fim, não? Bom trabalho, Naegi-kun.

O sorriso que ela deu ao dizer essas palavras, aberto e aliviado, o fez querer trazê-la para perto mais uma vez. Ele só não fez isso porque, antes que pudesse a puxar pelos braços de novo, uma mão se alojou em seus ombros.

— Naegi, Kyouko-chan, não queria incomodar vocês, mas nós temos que ir agora! - Ela tinha uma expressão alegre no rosto, senão um pouco divertida, e o garoto só corou mais ao perceber a posição íntima em que ambos deviam estar a momentos atrás.

— A-ah, sim, claro. - Ele deu um passo para trás, levando uma mão para coçar a cabeça, avistando um Munakata desconfortável e um Mitarai sorridente a alguns passos de distância. Seu rosto esquentou mais ao pensar que eles também tinham visto.

—... É melhor nos apressarmos mesmo. - Kirigiri tossiu levemente, sua mão não escondendo o tom leve de rosa que coloriu suas bochechas. Ao seu lado, Aoi riu, a abraçando outra vez enquanto seus olhos ainda cintilavam.

— Estou muito feliz que você esteja bem, Kyouko-chan... - A garota falou numa voz frágil, limpando os traços de lágrimas de seu rosto. Depois, ela sorriu outra vez antes de se virar, jogando um braço para cima com animação. - Ok, o grupo está pronto para avançar! Próximo passo, sair desse prédio!

Ao sinal, todos recomeçaram a andar, ainda lentos, na direção que iam antes. Naegi manteve-se ao lado de Kirigiri, seus olhos voltando-se para ela em um temor bobo de que ela fosse sumir caso ele a perdesse de vista.

Uma mão de repente envolveu a sua, entrelaçando seus dedos e o fazendo olhar surpreso para o lado. Kirigiri tinha os olhos focados no trajeto à frente de ambos, resoluta.

Ele abriu um sorriso largo, olhando na mesma direção que ela, a esperança atrelando-se à felicidade e trazendo em dobro sua determinação de volta.

Com ela de novo ao seu lado, nada poderia pará-los agora.

 

+ omake.

 

As mãos de Naegi puxaram as suas levemente algumas horas após o fim daquele pesadelo, quando todos já estavam de volta à um lugar mais seguro que aquela ilha e passavam relatórios por entre a confusão burocrática de arrumar a bagunça após o caos.

Kirigiri, que normalmente teria ficado para auxiliar os outros, deixou ser levada sem dizer uma palavra. Sua ‘morte’ havia o afetado tanto o quanto previra, e, por mais que o garoto tivera continuado firme em sua determinação como ela o dissera para ser, a mão dele não parara de tremer contra a sua até depois que tinham escapado.

Ela se sentira culpada de ter feito algo tão descuidado sem nem ao menos contá-lo, mas não havia outra escolha. Seu plano não tinha 100% de chance de ser efetivo; e Kirigiri sabia que ele sacrificaria qualquer coisa para manter seus amigos seguros.

Se tivesse que passar pelo desespero de não poder fazer nada enquanto o via à caminho de sua execução outra vez, não saberia se conseguiria suportar. Naegi era a esperança para o novo mundo, para ela; perdê-lo estava fora de questão.

No fim, porém, ambos conseguiram ficar sãos e salvos. A adrenalina em seu sangue já havia praticamente se dissipado, deixando para trás apenas o cansaço, o alívio, como se tudo o que passaram naquele dia não tivera passado de um sonho.

Quando ambos chegaram finalmente a uma sala vazia ao final do corredor e ele a puxou pelas mãos para perto, ela não ofereceu nenhuma resistência.

— Você está bem… - Ele a abraçou pela cintura, sua voz tão baixa que ela só pôde ouvir por estarem muito próximos. -   Tem certeza que não devia ir para um hospital? Você ainda pode estar infectada...

— Aquela cura é provavelmente mais efetiva que qualquer coisa que um hospital possa ter. - Ela respondeu, sorrindo levemente pelo tom preocupado dele, optando por segurar o tecido de seu terno após um segundo de indecisão. - E quanto a você? Devíamos ir checar sua perna.

— Hm, eu vou ficar bem. - Ele respondeu, afundando o rosto no pescoço dela, e ela teria apontado sua mentira óbvia pelo jeito que Naegi mancara até ali se não fosse pela proximidade dos lábios dele de sua pele novamente.

Ela lembrou-se do beijo que ele pressionara naquele mesmo ponto, mais cedo, e isso já era o suficiente para tirar de sua boca qualquer outra palavra que poderia dizer. Naegi sempre conseguia a pegar de surpresa com suas ações, não importa o quão meticulosa ela era para prevê-las. Talvez Kirigiri já devesse esperar isso dele.

O silêncio manteve-se por um ou dois minutos, ambos desfrutando do momento de paz que finalmente haviam obtido depois de todo aquele caos, antes que a voz de Naegi a alcançasse outra vez.

— Kirigiri-san…

— Hm? - Ela manteve sua resposta breve, pausando o movimento de suas mãos - e quando elas haviam chegado lá? - nas costas do rapaz.

— Mais cedo, quando você tirou sua luva... Você não tinha dito que só mostrava suas mãos para sua família? - A voz dele estava curiosa, senão um pouco envergonhada.

— ...Você se lembra disso? - Ela piscou, agradecendo por ele não poder ver seu rosto quando sentiu suas bochechas aquecerem. Lembrava-se de sua leve insinuação para ele anos atrás, num dos únicos momentos calmos entre aquele jogo de mortes. Era apenas uma pequena brincadeira, e ela o dissera isso após ver seu rosto surpreso e corado, mas agora...

Ela tirara sua luva para mostrar sua completa e total confiança nele. Para que, se fosse para Kirigiri morrer mesmo naquele dia, que as mãos dele fossem uma das últimas coisas que ela pudesse sentir contra sua pele. Era o mínimo que podia fazer para recompensar a confiança exuberante que ele sempre dedicara a ela.

Ela estaria mentindo, no entanto, se dissesse que aquele pequeno comentário não havia passado por sua mente.

— Seria difícil esquecer. - Ele riu levemente, seu tom cálido a aquecendo por dentro e a fazendo sorrir também. Parecia que a mesma não era a única que guardava aqueles pequenos momentos de paz com carinho.

Uma pausa, antes que ele continuasse.

— ...Eu também quero que você… - Ela percebeu a mudança no ambiente entre ambos, detectando o nervosismo do garoto, as mãos que paralisaram em sua cintura. - Q-quer dizer, para mim, você é…

Kirigiri tentou afastar seu rosto, dizer que aquilo não era preciso, mas ele a impediu de se mover, ainda a segurando. Ela sentiu-o respirar fundo, rosto ainda perto de si, antes que o mesmo continuasse.

— ...Quando nós achamos que você tinha morrido… Eu não conseguia pensar no que iria acontecer depois que saíssemos de lá. Saber que você não estaria lá de novo, eu não… - Ele pausou, sua voz falhando, as mãos que a seguravam a pressionando mais contra o mesmo. - Eu não quero ter que imaginar viver num mundo em que você não exista, Kirigiri-san.

Sua respiração parou por um momento, as palavras de Naegi a atingindo em cheio. Fazia muito tempo desde que ela se sentira tão importante para alguém. Kirigiri apoiou a testa num dos ombros dele, tentando se localizar.

— Eu ainda estou aqui. Não vou a lugar nenhum. - Ela o afastou levemente para trás, não conseguindo evitar a afeição que transpareceu pelo seu rosto ao ver a aflição que ainda brilhava nos olhos dele. - ...Quer que eu te prometa outra vez?

O garoto permaneceu em silêncio enquanto observava o mindinho que ela estendera em sua direção, a curva leve de implicância de seus lábios. Por fim, Naegi sorriu de volta, levando uma mão para cima para abaixar a dela.

— Eu pensei em outro método, na verdade. - Kirigiri arqueou uma sobrancelha, curiosa com o que ele poderia estar se referindo, até que o rosto dele se aproximou de repente e pôs um fim na distância entre os dois.

Seus olhos se arregalaram, pega de surpresa mais uma vez pelas ações do jovem à sua frente. Naegi apertou a mão que ainda segurava, deixando que seus lábios permanecessem contra os dela por mais alguns segundos antes de se afastar lentamente.

O rosto dele estava vermelho, sem graça, e ela podia perceber que não estava em melhor estado. Era engraçado como um gesto que durara apenas alguns segundos fora o suficiente para deixá-la sem fôlego.

— Desculpa. Já queria ter feito isso a algum tempo, na verdade… - Ele comentou, rindo levemente, soltando a mão dela para coçar sua nuca. Kirigiri levou-a para seus lábios, limpando a garganta para ver se conseguia recobrar suas palavras, mas tudo que pôde fazer foi assentir.

Se fosse ser honesta, ela também esperava que ele fizesse isso a algum tempo.

— Bom, uh… Eu disse que estava bem, mas acho que seria melhor refazer o curativo na minha perna… Talvez numa enfermaria de verdade dessa vez. - Ele comentou então, dando um passo para trás e afastando a mão que a segurava. Kirigiri previra que ele fosse finalmente ceder à sua sugestão alguma hora, mas não esperava que ele fosse estender sua mão para ela em seguida.

— Então… Vamos?

Ela encarou a mão de Naegi, seu sorriso que se mantinha em seu rosto mesmo com os ferimentos que ambos tinham, com as dificuldades que certamente os aguardavam, e não pôde deixar de sorrir de volta ao segurá-la.

Kirigiri caminha com ele de volta, suas mãos mais uma vez entrelaçadas, e ela não poderia estar mais contente em estar viva.


Notas Finais


....Ignorem o fato que o omake está do mesmo tamanho ou até maior que a história. Talvez quando eu estiver mais calma eu volte pra dar uma editada melhor nisso :v

Enfim, vou ficar torcendo aqui até segunda feira. Muito obrigada por ler até aqui, e espero que tenha gostado! Podemos ficar felizes porque nosso ship é canon pelo menos, certo? ♥

Até mais~


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