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História Caminhos do Amor (Romance Lésbico) - Hora da verdade


Escrita por: bcosta03

Notas do Autor


Hey Amybetes,

Preparem que esse cap é tombo!

Boa leitura :)

Capítulo 43 - Hora da verdade


                POV AMY

                Minha vida havia mudado tanto em dois meses que era praticamente inacreditável que todos esses acontecimentos estavam me levando a desfazer a única coisa da qual eu tinha certeza nos dois últimos anos de minha vida, amorosamente falando. Eu estava indo terminar meu noivado, que até dois meses atrás, era algo que certamente não passaria pela minha cabeça.

                Dirigir sempre me fez pensar e nunca foi um problema porque eu conseguia viajar em minha própria mente e prestar atenção no transito ao mesmo tempo. Costumava até falar sozinha as vezes. Meio insano, talvez, mas me permitia clarear as ideias sempre que as falava em voz alta. E aqui estava eu, pensando em como um par de olhos verdes literalmente havia virado meu mundo do avesso.

                Isso era insano não era? Quer dizer, terminar um relacionamento de dois anos por algo que aconteceu em dois meses? Deus! Quem sou eu agora? Onde está minha extrema racionalidade que nunca me deixaria cometer uma “loucura” como essa? E o mais engraçado disso tudo é que a coisa mais interessante que já fiz na vida foi justamente fazer o que eu jamais consideraria fazer. Pular do abismo e me apaixonar. E, por uma mulher. Sorri balançando a cabeça em negativa quando o sinal vermelho piscou. A rua estava relativamente deserta para uma segunda-feira à noite. Alguns pedestres atravessavam a faixa descontraídos enquanto eu continuava fitando o sinal perdida nos meus conflitos sentimentais.

                Era inacreditável pensar que eu estava voltando de um motel e que havia gozado incontáveis vezes com uma mulher perfeita de uma forma que eu nunca tinha feito antes. Pensar que eu queria dar uma pirueta com o carro e voltar na contramão se fosse preciso até o apartamento dela, invadir aquela sala e jogá-la na cama outra vez. Isabel era como um vício. Como água no meio do deserto. Ela era uma perdição, um demônio, um anjo. Ela era tudo que eu queria. E por causa dela eu estava indo encontrar meu futuro ex-noivo para jogar na cara dele que eu não queria mais casar.

                Provavelmente eu era louca porque enquanto me dava conta disso, minha mente me questionava com uma pergunta simples “E você quis se casar algum dia?”.

Eu quis?

Uma pergunta simples, com uma resposta difícil. Talvez eu tivesse realmente desejado casar com Tomas, mais então porque nunca senti por ele toda essa avalanche de sentimentos que eu sentia por ela? Porque nunca tive um orgasmo como os que tive hoje e porque nunca me importei com isso? Ele era meu amigo afinal e eu nunca me dei conta? O amor que eu sentia por ele era fraternal? Ou simplesmente era algo brando ao qual eu estava acostumada? Eu poderia ser feliz se Isabel não cruzasse meu caminho ou simplesmente passaria a vida inteira imaginando que casamento é algo que você deveria fazer, mas que não podia melhorar sua vida integralmente?

Minha mente era uma confusão porque tudo que eu tinha como conceito não me atendia mais. Isabel mudou até a forma como eu via o mundo e a mim mesma. Estacionei o carro na garagem do prédio e segurando o volante com ambas as mãos respirei fundo. Passei o caminho todo tentando entender meus sentimentos e agora que estava em casa nem sabia que desculpa daria a Tomas para justificar nosso término inesperado.

“Droga, Amy! Pense! Pense!”

“Merda, pense!”

Bati as mãos irritadas contra o volante, frustrada contra minha nada reconfortante ausência de raciocínio. O que eu ia dizer para ele afinal? Seria muito mais fácil contar a verdade, mas eu sabia que Tomas ia acabar dizendo tudo a Sônia, porque ela iria arrancar a verdade dele facilmente, como ela sempre fazia. Por mim, estava pouco me lixando sobre o que aquela mulher pensaria, mas Isabel sofreria em suas mãos. Isso não podia acontecer. Não ia acontecer. Não deixaria ninguém arruinar a carreira de Isabel. Muito menos sendo esse alguém a bruxa da minha quase-ex-sogra. Sorri com o pensamento de que daqui um tempo – sim porque ele ainda iria me infernizar assim que soubesse do término – não precisaria aturar mais ela.

Meu telefone tocou tirando-me do transe e só então percebi que o porteiro me olhava com curiosidade, certamente estranhando meus socos contra o volante. Também percebi que o carro de Tomas estava estacionado bem à minha frente. Havia chegado a hora. Quase me esqueci, nesse processo de lucidez, que meu celular tocava. Atendi sorrindo. Era ela.

- Hey, você! Disse com a voz totalmente calma e melosa.

- Hey, você! Isabel disse rindo e imaginei seu rostinho lindo corando.

- Se você não parar de corar eu juro que atravesso esse telefone e te agarro!

- Você quer mesmo que eu pare falando isso? Ela riu.

- Ah.... Não! Ri.

- Já chegou? Ela falou com a voz mais baixa e preocupada.

- Sim, tem uns dois minutos na verdade. Ainda estou dentro do carro.

Isabel ficou em silêncio e eu sabia que ela pensava tentando decifrar porque eu ainda estava no carro, quando deveria estar lá em cima terminando meu noivado.

- Ele já chegou?

- Já...

Isabel suspirou do outro lado da linha e fiquei em silêncio. Meu coração acelerado pensava se ela estava magoada com minha aparente fraqueza. Eu queria dizer a ela que não estava adiando minha subida até meu apartamento porque tinha desistido de nós, eu apenas não queria fazer besteira e coloca-la em risco no processo. Abri a boca para me explicar, mas fui interrompida antes que a primeira palavra fosse formulada.

- Amy, olha eu só liguei porque queria que você soubesse que independente do que aconteça entre vocês dois hoje eu não me arrependo do que aconteceu entre nós. Só, por favor, não faça nada apenas porque quer me alegrar. Faça o que for certo para você e me diga sua decisão assim que souber qual é.

Ela respirou pesadamente, provavelmente tentando recuperar o fôlego depois de falar tudo apressadamente e eu fechei os olhos, encostando minha cabeça no encosto do banco. A voz de Isabel era doce e calma. Me concentrei nela e acabei esquecendo de responder.

- Amy?

- Oi... eu... Desculpe! – Disse voltando a si - Isa eu...

- Não diz nada ok? Não precisa dizer! Eu só queria que soubesse disso. Até mais, Am...

- Isa, não, espera...

- Está tudo bem Amy. Se cuida ok? A gente se fala assim que você tiver resolvido o que quer que vá resolver. Beijo.

E sem me deixar falar ela desligou a ligação.

“Mas que merda Amy Collins, porque você não abriu a porra da boca e falou pra ela que não tinha desistido de nada?”

Gritei comigo mesma socando outra vez o volante e dando de cara com o porteiro, que ainda estava parado a frente do meu carro, com os olhos arregalados e assustados. Fiquei vermelha como um pimentão. E isso claro, me fez sorrir, porque me lembrou ela. Mas diferente de Isabel meu rosto ardia não de vergonha, mas sim de raiva. Simplesmente me irritava ao extremo quando alguém me bisbilhotava. Por Cristo, ele não tem mais o que fazer do que ficar me olhando? O porteiro inclinou a cabeça pensando no mínimo que eu estava sob efeito de drogas pesadas e decidi não descontar toda minha ebulição emocional nele, mandando ele ir caçar o que fazer ou coisa pior. Ao invés disso, abri o carro e passei por ele, apenas dando um “Boa noite Anderson” como se nada tivesse acontecido, para ouvi-lo dizer “Boa noite Senhorita Collins” em um tom de voz totalmente assustado.

Apertei o elevador para o último andar.

Havia chegado a hora.

***

 

Respirei fundo quando entrei no apartamento. Ana e Tomas conversavam distraidamente sobre uma série de TV que eles amavam e sorri vendo minha irmãzinha sendo gentil com ele. Ana nunca achou que Tomas fosse o grande amor da minha vida e ela não morria de amores por ele, mas eu sabia que se eles estavam próximos agora era porque ela se importava comigo. Nós éramos a família uma da outra.

Ana sorriu ao me ver e correu pela sala, como senão me visse há anos. Me abraçou enterrando a cabeça em meu peito e fiz um cafuné em sua cabeça. Tomas observou a cena rindo e piscou para mim. Meu coração doeu por um instante ao pensar que ele não estaria feliz em alguns instantes. Por mais que eu quisesse isso não podia ignorar que eu o amei, mesmo não sendo como era com Isabel. Nós tínhamos uma história que tinha sido importante para mim e eu realmente desejava que em algum ponto da vida pudéssemos conservar uma amizade.

- O que você aprontou hein pirralha? Arqueei minha sobrancelha pra Ana que me deu uma tapa no ombro.

- Não aprontei nada sua chata! Pois agora quando você chegar só vou te dar um misero aceno de cabeça ok? 

Ela se afastou irritada e a puxei pelo braço agarrando-a e fazendo cocegas em sua cintura, só porque eu sabia que ela detestava isso. Ela gargalhou em meio a gritos de “Para Amy” e Tomas apenas ria da cena. Depois de um tempo, e mais alguns tapas deferidos contra mim, percebi que havia pizza na mesa à minha espera.

Tomas se aproximou e me deu um selinho, que me doeu o coração. Movi meus lábios tão devagar que praticamente ele me beijou sozinho. Suspirei, sabendo que teria que esperar o jantar para falar com ele. Não seria nada educado mandar Ana subir. Então comemos, na maioria do tempo Tomas e Ana conversaram enquanto eu apenas fingia uma interação e pedia aos céus que me ajudassem. O tempo passou e quando Ana veio me ajudar com a louça resolvi pedir que ela se retirasse.

- Mana, preciso falar a sós com o Tomas. Você pode subir por favor? Tomas estava sentado no sofá e cochichei para Ana com medo de que ele ouvisse. Ela arqueou uma sobrancelha tentando me decifrar.

- Porque não leva ele ao seu quarto?

- Ana por favor! Sem perguntas agora, só me ajuda ok?

Ela engoliu em seco, percebendo pela minha expressão que no mínimo era algo grandioso. Assentiu e beijou minha bochecha.

- Tô no meu quarto se precisar de mim ok?

Eu sorri e ela se despediu do cunhado dizendo que precisava estudar.

Definitivamente havia chegado a hora.

Suspirei fundo e andei até a sala.

- Tomas?

O chamei e ele se virou imediatamente para mim com um sorriso de orelha a orelha. Sem que eu pudesse antecipar seu movimento ele me puxou violentamente pelo braço e eu cai em seu colo. Me irritei com isso. Seus lábios vieram ao meu pescoço e nenhum arrepio percorreu minha pele. Comecei a empurrá-lo de leve.

- Tomas, para! Ele continuou a me beijar sem se importar com meu empurrão e forcei minha perna a tocar no chão para me ajudar a levantar – Porra para Tomas! Gritei mais alto e ele se afastou arregalando os olhos.

- Que droga Amy! Não posso nem ser carinhoso? O que há com você afinal?

Levantei e caminhei nervosamente pela sala, andando sem parar de um lado para o outro, e ele me olhava com a expressão tensa.

- Quer parar de andar e me dizer que merda você tem? Ele disse ainda irritado e no fundo ele não estava errado. Tudo que eu tinha feito nos últimos dias era ignorá-lo e ele não tinha a menor ideia do por que.

- Precisamos conversar! Eu disse finalmente parando e encarnando seus olhos negros brilhantes.

- Olha se é sobre a cena da minha mãe mais cedo eu já falei com ela ok? Eu sei que ela exagera, mas você a conhece...

- Tomas! Não é sobre isso que eu quero falar...

- Por falar nisso, onde você foi essa tarde e porque me deu um bolo? Sua sobrancelha arqueou e engoli em seco.

- Precisei ficar sozinha para pensar! Falei, mentindo, mentalmente me sentindo horrível.

- Pensar? Em que? O que está acontecendo?

Sentei no sofá de frente para Tomas. Seus olhos me fitavam perdidos e ele sabia que não ouviria algo agradável em seguida. Suspirei fundo, tentando ganhar coragem e a imagem de Isabel me veio a memória. Seus olhos verdes e seu sorriso. Seus beijos. Seu cheiro. Então percebi que não tinha mais volta. Precisava ser feito e seria.

- Em nós. Disse num sussurro e Tomas se aproximou de mim no sofá. Vi quando ele engoliu em seco e seu rosto suavizou.

- O que você precisava pensar? Amy o que está acontecendo? Sua voz saiu ligeiramente embargada e eu apenas queria dizer que sentia muito.

- Tomas, eu sinto muito. Eu sinto muito, mas não podemos nos casar.

- O que?!

Ele levantou do sofá em um salto, como se tivesse tomado um soco no rosto. Passou a mão nos cabelos lisos e me olhou com os olhos cheios de lágrimas. Tomas já estava sofrendo. Eu sabia que ele me amava e me partia o coração ter que fazer isso, mas não era como se eu tivesse escolha. Era a minha felicidade e a dele também, já que não poderia fazê-lo feliz estando apaixonada por outra pessoa.

- O que você está dizendo Amy? Não estou entendendo nada! Tomas sentou novamente e pegou minhas mãos como se suplicasse uma resposta.

- Tomas, me perdoa por falar isso agora, mas eu me dei conta que nosso casamento é um erro.

- Um erro?! Há dois meses atrás você tinha certeza que não era um erro! Porra, Amy, o que está acontecendo?

- Eu não amo mais você! Disse irritada com a forma com ele havia me sacudido pedindo respostas!

Tomas congelou segurando meus braços e me olhando imóvel. Vi quando duas lágrimas caíram de seus olhos, uma de cada lado, e mesmo não sendo emotiva, tive vontade de chorar. Era ruim ter que dizer aquilo e eu não queria ter usado isso como justificativa, mesmo sabendo que era verdade. Porém, não havia nenhuma outra coisa que eu pudesse dizer além de “estou apaixonada por Isabel” o que seria bem pior de ouvir, pelo menos eu achava que seria.

- Você não me ama mais?

- Desculpa Tom. Eu sinto muito.

- E só me diz isso agora? Que brincadeira é essa? Nós fizemos um noivado público pelo amor de Deus! Ele falou exaltado e levantou andando pela sala.

- Está preocupado com os outros? Como sua mãe? Disse irritada com o fato de que a sociedade importava mais para sua família do que o que sentíamos.

- Claro você não liga para isso! Está terminando comigo depois de eu pedir na frente de todo mundo a sua mão! Você me amava a dias atrás e agora não ama mais! Merda Amy!

Tomas gritou e vi quando Ana parou no meio da escada e nos viu. Olhei para ela acenando que estava tudo bem e ela subiu, mesmo receosa.

- Eu só percebi que não quero me casar! Percebi que o que temos é mais um costume do que amor. E não vou me casar por costume Tomas.

- Fale por você não por mim! Eu amo você!

Abaixei a cabeça quando vi que ele chorava. Nunca pensei que seria tão difícil fazer isso.

- Nós podemos consertar as coisas. Nós adiamos o casamento e viajamos. Não temos tempo um para o outro ultimamente eu reconheço. Porque não fazemos isso?

A essa altura Tomas já estava do meu lado segurando minhas mãos e suplicando para que eu aceitasse. Repousei minha mão em seu rosto, me desculpando silenciosamente outra vez.

- Não Tom! Isso não vai resolver! Por favor, não torne mais difícil do que já é! Eu estou terminando com você!

- Quem é ele? Ele disse exaltado e segurou meus braços com firmeza!

- Não tem ninguém, está louco? Me solta!

- Mais é claro que tem, você não terminaria comigo do nada.... ME DIZ QUEM É ELE! Gritou apertando meus braços.

- Me solta Tomas! - Disse com raiva – Me solta agora! Por favor vá embora, eu já disse o que eu tinha para dizer!

- Não pense que vou me contentar com isso! Tem mais coisa nessa história e eu vou descobrir quem ele é!

- EU JÁ DISSE QUE NÃO TEM NINGUÉM PORRA! Falei exaltada e puxei meus braços, mas ele não me largou!

Ana desceu as escadas nervosa e percebi que ela devia ter ficado escutando a conversa.

- Solta minha irmã Tomas! - Ela disse nervosa – Solta agora!

- ME DIZ QUEM ELE É! Ele gritou contra mim e Ana o puxou quando viu que fiz uma careta de dor diante do seu aperto em meus braços.

Ele a empurrou quando ela tentou tirá-lo de cima de mim. Seus olhos estavam acesos de fúria. Parecia outra pessoa a minha frente e então percebi que talvez eu não o conhecesse de fato. No fundo, ele era uma cópia de Sonia. Ana se apoiou na parede. Seus olhos arregalados e ao mesmo tempo raivosos.

- Se você tocar na minha irmã de novo eu acabo com você ouviu bem? Rangi entre dentes e tirando forças não sei de onde, empurrei ele no sofá – SAI DAQUI AGORA! ACABOU!

- ISSO NÃO ACABOU AINDA AMY! EU VOU DESCOBRIR QUEM ELE É! Tomas gritou com o dedo em riste para mim.

- Boa sorte com isso! AGORA SAI DAQUI AGORA! VAI!

Tomas pegou um vaso em cima da mesa de centro e atirou na parede com raiva. Depois bateu a porta do apartamento com tanta força que tudo tremeu ao nosso redor. Fechei os olhos com o som oco que a batida vez e em seguida meu corpo caiu no chão. Comecei a chorar compulsivamente. Um misto de dor e decepção no meu peito. Uma sensação esmagadora e sufocante. Ana ajoelhou ao meu lado e me agarrei a ela, não controlando o choro. Ela chorava comigo e balançava o corpo pedindo para que eu me acalmasse.

- Shii! Calma mana, vai ficar tudo bem!

- Foi horrível Ana... Foi...

- Eu sei! Eu sei! Ela enterrou sua mão nos meus cabelos fazendo cafuné e aos poucos fui me acalmando.

Ficamos ali incontáveis minutos, talvez até uma hora ou mais. Em silêncio. Ana não me perguntou porque terminei com Tomas e eu queria dizer, mas ainda tinha um bolo na minha garganta que me impedia de falar qualquer coisa.

A campainha tocou e meu corpo enrijeceu. Só faltava ser Sônia e Tomas. Olhei para Ana assustada.

- Se for eles, não abra! Não abra!

- Ok, calma! Ela me largou e foi até a porta. Vi quando ela sorriu e voltou-se para mim.

- Respira! Você vai gostar de ver quem é....

Ana sorriu piscando para mim e abriu a porta. Meus olhos piscaram algumas vezes, totalmente incrédulos vendo Isabel abraçar Ana e vir até mim em seguida. Ela estava de calça de moletom cinza, chinelo nos pés, uma blusa baby look branca e os cabelos presos em um coque desengonçado como se ela tivesse saído de casa às pressas. Ainda assim estava incrivelmente linda! Levantei, cambaleante, apenas para encontrá-la no meio do caminho.

Me joguei em seus braços. Nossos corpos se chocaram e Isabel me abraçou com força, como se o mundo fosse acabar ali. Seu cheiro doce invadiu minhas narinas e suas mãos abraçavam minhas costas enquanto minha cabeça repousava em seu ombro. Meu coração estava acelerado e eu podia sentir o dela batendo forte contra mim. Era tão bom estar em seus braços, que esqueci toda angústia naquele momento.

- Como você sab.... Eu disse encarando-a com lágrimas escorrendo pelos olhos.

- Ana me ligou quando a briga começou. Ela estava assustada e pediu que eu viesse! Sai do jeito que eu estava de casa, me desculpa se eu demorei amor, eu vim o mais rápido que...

Então, não pensei. Isabel havia me chamado de “amor” e eu sei que ela fez isso sem perceber, mas foi o bastante para que eu sorrisse. Puxei sua nuca para mim e a beijei sem deixar que ela terminasse a frase. Foi um estalinho carinhoso e delicado, mas foi tão intenso e cheio de sentimentos, que eu sabia que tinha feito a coisa certa.

- Obrigada por estar aqui! Sussurrei encostando minha testa na dela.

- Não por isso! Ela sorriu e me deu um novo selinho.

- AH-RAN! Ana pigarreou, despretensiosamente, e só então me lembrei que a caçula estava ali parada à porta, olhando nossa demonstração de afeto com um largo sorriso no rosto.

Dessa vez eu corei, de vergonha, junto com Isabel que me abraçou de lado olhando minha irmã, totalmente acanhada.

Estendi minha mão para Ana, que veio ao nosso encontro e nos envolveu num abraço coletivo. Minha pequena caçula deu um beijo em minha testa e outro na testa de Isabel.

- Talvez não seja uma boa hora para dizer isso, mas eu sempre quis ter uma cunhada gostosa assim!

- Ana!!! Repreendi a caçula que explodiu numa risada junto de Isabel, que apesar de rir, estava vermelha como um pimentão.

Meu adorável pimentão vermelho.

- O que posso fazer? Mulheres são a sétima maravilha do mundo meu bem! Fico feliz que tenha finalmente caído na real maninha!

- Some daqui Ana! Só não te pego porque você chamou Isabel!

Ela me deu outro beijo e sorriu para Isabel, piscando para minha loira divertida.

- Fica bem ok? Estou no meu quarto se precisar! Nos abraçamos e Ana subiu as escadas.

Isabel entrelaçou sua mão a minha e antes que fosse com ela para o sofá me virei para Ana que parou no meio das escadas ao me ouvir chama-la.

- Porque você chamou Isabel e não Dani pirralha? Arqueei a sobrancelha, realmente intrigada com sua atitude e ela me olhou convencida antes de responder.

- Ora, meu bem, eu tenho gaydar né? Mandou-me um beijo debochado e saiu correndo quando taquei uma almofada nela. Isabel apenas gargalhou, aquele riso lindo que eu amava e puxou-me para um novo abraço.

Estava feito.

E apesar dos inúmeros desafios que certamente viriam pela frente, ali no abraço dela, eu estava em casa.

 


Notas Finais


E aí como estamos depois desse cap?

Pra quem lê SF atualizei hj o cap 26! É eu sei to boazinha, aproveitem hehehehe

Obrigada pelo carinho e ajudem a divulgar a fic. Já passamos dos 100 favoritos e só tenho a agradecer a vocês, de verdade!

Meu user no twitter mudou é @writerbru agora. Sigam-me lá.

Beijos de Amy e Isabel pra vcs :)


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