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História Candy Lips - Vapor


Escrita por: killer-kitty

Notas do Autor


Segurem seus corações, serio.
Eu acabei de escrever e to qse chorando.
Boa sorte <3

Capítulo 19 - Vapor


Conseguia ouvir a água cair contra o chão, no box do banheiro. Apoiei-me na pia depois de fechar a torneira, observando a maquiagem borrada no meu rosto. Tinha que aprender a dar um tempo para minha pele às vezes. Ela nem mesmo saia.

Meus lábios estavam rachados e a olheira era profunda, mais que o normal. Observei a tatuagem no meu ombro, lamentando por alguns instantes seu significado. Mas não me arrependia de tê-la feito. Toquei-a levemente com a ponta dos dedos e encostei-a na minha clavícula.

Respirei fundo e abri a torneira, jogando agua gelada no rosto. O vapor tomava conta do cômodo, mas eu não dava a mínima. Soltei meu cabelo e joguei o rabicó no chão. Dei passos rumo ao chuveiro, me enfiando de baixo dele. Prendi a respiração e mexi nos meus fios, já estavam completamente descoloridos, sem cor, sem vida. Peguei a esponja e comecei a me ensaboar depois de algum tempo.

Passos de botina foi ouvido vindo do meu quarto. Sabia que Luke estava a caminho, Cal me avisou. Acho que ele fora o único amigo do loiro que ficou feliz por ele finalmente ter ficado comigo. Até avisei a segurança para que o deixasse entrar.

A porta estava aberta e eu consegui ouvi meu celular tocar e ele atender. Então me meti na água novamente, para que eu não conseguisse ouvir nada. Gotas salgadas molhavam escorriam pelo meu rosto e eu tentava me convencer que não eram lágrimas. As pontas de meus dedos estavam ficando enrugadas, mas eu não liguei.

Luke calmamente entrou no banheiro, sem o celular e sapatos. Nem mesmo meia ele usava. Observei-o sentar no vaso, com a tampa abaixada, com o canto dos olhos e peguei meu xampu.

Ele me assistia terminar meu banho, via dó em seus olhos. Esfreguei meu cabelo contra a cabeça e respirei fundo. O vidro escurecido do box estava embaçado, mas não me deixava não nota-lo. Enquanto mexia no meu cabelo para que a espuma se esvaísse, murmurei.

- O que era? – Referi-me à ligação. Ele se mexeu, inconfortável e apoiou aos braços nos joelhos, sem me olhar mais.

- Por que não me contou? – Respondeu quase minuto depois, a voz feito um miado. Dei de ombros, pegando o condicionador e o espalhando nas mãos.

Nenhum dos nós dois continuamos a conversa. Quando tirei o excesso do produto do cabelo, deixei a agua quente encostar-se a tudo que estava começando a ficar gelado, quem dera pudesse esfriar meu coração. Desliguei o chuveiro e puxei a toalha, enrolando-me nela. Depois de tirar o grosso da agua, sai do box. Luke ainda me olhava, mas ele nem mesmo estava excitado.

- Entendo porque fugiu aquela noite. – Referiu-se há quase uma semana e olhei em seus olhos. Ele estava prestes a chorar. Por que caralhos fui continuar com a porra do meu plano com tudo o que estava acontecendo?

- Sei que deveria ter avisado. – Murmurei, não queria que o silencio nos envolvesse novamente. Passei a mão pelo espelho, quase não havia mais maquiagem em meus olhos. Peguei o demaquilante e comecei a tirar o que havia restado. Hemmo levantou e caminhou na minha direção, parando atrás de mim. Sentia seu calor em volta de mim. Era verão mas eu quase tremia. Seus olhos azuis miravam os meus pelo espelho e eu desisti de tirar a maquiagem.

Joguei o lenço na pia mesmo, sentindo lagrimas escorrendo novamente. Luke deu um passou a frente e me abraçou, virando-me para si. Eu estava começando a me culpar por iludi-lo também. Aquela merda que estava acontecendo despertou algo humano em meu peito.

Ele me sentou na pia, deixando-me levemente mais alta. Segurei com força sua camisa e ele espalmou suas mãos em minhas costas. Nenhum de nós sabia como reagir aquilo.

Depois de um tempo soluçando, o vapor já tinha ido. Afastei-me para poder ver seu rosto e coloquei minhas mãos em seu pescoço. Elas eram tão frias perto de seu corpo. De repente, eu sentia necessidade de desculpar-me. Por sujar seu nome. Por odiá-lo no passado. Por brincar com sua mente. Por fazer de seus sentimentos poeira e joga-los no vento. Por não ama-lo.  Por tudo.

- Ei. – Um meio sorriso brincou em seus lábios, mas não durou mais que segundos. – Não se preocupa. Não é sua culpa. – Olhou em meus olhos. Ele nem mesmo sabia o que estava acontecendo direito.

Ri anasalada e me desvencilhei dele, pulando da pia. Fui até o closet, talvez rápido demais. Ele me seguiu, encostando-se na porta, tal como eu fiz em sua casa. Coloquei o primeiro lingerie que vi, nem mesmo combinava. Uma calça confortável e um moletom qualquer, fazia tempo que eu não me vestia de qualquer jeito. Enfiei meu tênis de couro e escovei, praticamente arrebentando meu cabelo.

- Vou junto. – Afirmou e eu olhei pra ele, séria. Hemmo sabia que eu não iria aguentar sozinha. Entreguei-o a chave do meu carro e silenciei meu celular, deixando-o lá. Antes de sair pela porta, Luke me puxou e me encostou delicadamente da parede, com seu corpo rente ao meu e uma mão na minha bochecha. – Já foi lá?

Olhou nos meus olhos e eu neguei, sem conseguir desviar os meus dos seus. Frangiu o canto da boca e encostou os lábios nos meus, sem aprofundar nem nada. Gostava daquela delicadeza e do carinho repentino.

Então ele puxou-me pela mão, fazendo-me caminhar calmamente. Ele já estava suas botinas novamente, nem mesmo o vi coloca-las. Saímos da casa e entramos no carro, ele fez o favor de até fechar a porta pra mim. Estava com medo do que aquilo poderia vir a dar.

O nome do hospital foi posto no gps e Luke dirigiu com calma até lá. Nunca desejei que o trânsito de LA fosse mais lento, fora a primeira vez.

O rádio estava ligado, apenas para fazer barulho. Observava a cidade pela janela e sentia seus olhos em mim de ver em quando. Ele estacionou o carro um pouco longe e eu quase pulei pra fora dele. Luke trancou-o e deu passos rápidos até mim segurando minha mão. Dobramos a esquina e eu vi o hospital. Era um dos mais caros da cidade, mas eu pagava o preço. Tinha um tratamento bom, pelo o que foi dito.

Entrei lá e olhei em volta. Havia famílias chorando. Pessoas esperando. Famílias recebendo noticias. E, na direita, estava a minha. Olhei para Luke, que soltou minha mão. Caminhei devagar pra lá, meu irmão mais novo chorava e o mais velho tentava não o fazer também, consolando seus filhos com ajuda da esposa.

A primeira pessoa a me ver foi minha tia mais nova, Jenny. Ela se soltou do namorado e se levantou, vindo em minha direção. Ela tinha um pouco mais que a idade de Brian.

- Eu sinto muito, Lil. – Chamou-me do trocadilho que meu pai inventara quando eu era criança. Um apelido do meu nome com o substantivo “pequeno”, em inglês. Apenas minha família paterna chamava-me deste jeito. Assenti e a abracei de volta. Seus olhos logo foram para Luke, que assistia à tudo atrás de mim. Jenny foi falar com ele e eu me sentei ao lado de Shade.

Ele me olhou com o canto dos olhos e passou um braço pelos meus ombros, não conseguiria dizer nada. Beijei seu rosto e me levantei, indo para meus outros familiares. Hemmo se sentou a duas cadeiras de Jenny, que estava mais na ponta, sem tirar seus olhos de mim em momento algum.

A namorada de meu pai apareceu, com a maquiagem borrada. Não duvido nada que seja tudo fingido, nunca gostei dela.

Ela se sentou ao lado de Shade e fui avisada que poderia ir ver meu pai. Luke me acompanhou pelos corredores brancos, eu odiava tudo aquilo. Hospitais nunca fizeram meu gosto e não tinha boas memorias dele, resultado de drogas, da adolescência até “a vida adulta”.

- Tem certeza? – Murmurou no meu ouvido, na frente da porta e eu assenti, segurando o choro. Ele me deu espaço e eu entrei no quarto branco.

Tudo o que eu segurava desmoronou ao ver meu pai quase desacordado, careca, ligado a muitos fios naquela cama branca.


Notas Finais


E ai?
N me matem, comentem
Obg pelos coments, favs
Estamos na reta final
Até o prox <3


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