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História Candy Lips - Cancer


Escrita por: killer-kitty

Notas do Autor


Sim, eu so loca de ta acordada até essa hr.
Mais um ou dois caps e ja era, vão se despedindo.
Preparem os <3, preparem os lenços (eu acho)
Boa leitura

Capítulo 20 - Cancer


Normalmente os parentes tentam se aproximar e socorrer o doente quando a maquina apita, dizendo que há algo errado. Elas gritam, choram e brigam com os médicos. Eu não. Luke estava na minha casa, eu quis “dormir” no hospital.

Quando tudo começou a fazer barulho, afastei-me do lado da cama de meu pai. Médicos e enfermeiros entraram correndo, eu fiz o aposto. Sai provavelmente mais rápido do que eles adentraram o maldito quarto.

Minha família se chocava contra a janela, tentando saber se ele sobreviveria, mas todos sabiam que não. Quando virei para assistir, meu irmão mais novo se encostava à parede, deslizando até o chão. Ele sabia o mesmo que eu. Shade estava no quarto, junto comigo. Jogávamos memórias as vento, na esperança que ele pudesse acordar e, com uma voz quase inaudível, ajudar-nos a lembrar.

Isso não aconteceu.

Já fazia cinco dias da morte do meu pai.

Seis que Luke não me achava.

Eu só usava tons de azul, cada um tinha o seu tipo de luto. Era a cor favorita dele. Meu pai odiava ver-me sempre de preto. Por sua memória, estava usando sua cor. Sempre seria sua.

Não fui ao seu velório. Provavelmente só iria quando descobrisse que herdei sua tendência a câncer e estivesse em estagio final. Estava trancada no meu quarto há quatro dias. Sai para pegar comida, uma ou duas vezes. A cocaína se tornou uma aliada.

Meu estoque de drogas se esvaia, eu o faria com ou sem a morte de meu pai. Bem, se ele não tivesse morrido talvez houvessem corpos nus na cama além do meu. O cigarro de maconha dançava entre meus dedos e lábios. A fumaça saia de meus pulmões e se misturava ao cheiro de nicotina e álcool. Uma das fileiras do pó branco ainda estava no meu bidê.

Luke desistiu de tentar falar comigo. Tenho pena dele, nunca sentiria metade do que ele sente por mim. Sou boa com drogas, músicas, letras malucas e lamentar sentimentos. Mas nunca fui boa em senti-los.

Assim como sempre argumentei que eu nasci para agradar apenas eu mesma, devo ter nascido para quebrar pessoas e depois minha própria mente, com uma parcela de culpa.

Estava frio no meu quarto. Os raios de sol de verão batiam contra a cortina, mas meu ar permanecia no mínimo. Talvez assim eu sentisse a necessidade de ter alguém.

Ou eu tentava me convencer disso.

Eu nunca fui boa nisso, precisar de alguém. Depois que comecei a ganhar o meu próprio dinheiro, revendendo bebidas escondida para menores aos catorze, meus pais apenas entravam na minha vida quando havia problemas com a escola. Depois, aos quase dezessete, comecei a trabalhar num posto de gasolina e depois como atendente de um barzinho. Foi lá que comecei a dar certo.

Tem gente que depende de mim, como sua fonte de renda. Bem, eu preciso dos fãs. Meus remédios para a cabeça não estavam regulados, eu não ajudava simplesmente parando de toma-los.

Frases dariam músicas perfeitas, mas eu me recusava a escrevê-las. Recusava-me a fazer algo significante em minha vida. Recusava-me de tudo, até dos toques de Hemmings que foram oferecidos no sétimo dia após a morte de meu pai.

O loirinho bateu suavemente contra a porta, perguntando-me se eu estava lá. Eu comecei a chorar, por algum motivo desconhecido. O moletom que eu usava era dele, azul-marinho, ainda tinha seu cheiro. Ele começou a perguntar se eu estava bem. Se ele poderia entrar. Se eu precisava de alguma coisa.

Eu não respondia, ou miava um não.

Não queria acreditar que ele realmente se importava. Eu não queria deixar meu orgulho de lado e admitir que quisesse seu abraço. Não queria admitir que eu estava afundando em minha própria mente. Não, não e não.

Depois de um tempo, ele suspirou. Lento e profundo. A porta foi levemente pressionada, Luke sentou no chão contra ela. Sentei na cama, com as postas dos pés vacilantes roçando no piso. Mordi o lábio fortemente quando ele chamou meu nome.

- Lili. – Murmurou e acho que desde a fama, ninguém me chamou tão leve e delicadamente. Ele tentava me acalmar, mesmo sem saber se funcionava ou não. Mas acredite, funcionava. – Teus irmãos estão preocupados contigo.

Afirmou no mesmo tom. Shade veio e me informou do velório e do enterro, mas ele é meu irmão, sabe que isso não mudaria minha mente e veio apenas para demonstrar que se importa. Brian não viria por causa de seus filhos, isso não quer dizer que ele estava cagando e andando para mim. Esse é o jeito do meu irmão mais velho, ele dá espaço, sempre soube disso.

- Sua mãe está – Continuou. Tenho certeza que ela tentou me ligar, seria ela na minha porta se ela não estivesse na Europa com minha dinda, fazendo seu tão sonhado tour no continente. – Eu estou. – Sua voz vacilou enquanto falava. Lágrimas voltaram aos meus olhos.

Eu já havia o quebrado. Do que adiantaria? Sem me dar conta, fui até a porta e encostei minha testa e mãos nela, tomando cuidado para não força-la e mostrar que eu estava tão próxima a ele.

- Eu não faço a mínima ideia do que você sente por mim. – Lamentou e, se eu não estivesse colada à madeira, não escutaria. – Eu não sei se gosta ou não de mim. Mas eu sei que precisa de alguém. – Continuou, um tanto mais alto. A voz ainda suave e doce. – E eu posso ser esse alguém, não me importo.

Senti sua cabeça bater no que nos separava e eu engoli em seco, sem saber o que fazer. Uma de minhas mãos já estava na chave, com meus dedos ao redor.

- Sei que não vou substituir ninguém, nem quero tentar. Mas posso tentar te fazer esquecer um pouco. – Murmurou e eu girei a chave, sem fazer barulho. – Ou posso te consolar. – Quando a volta chegou ao final, a maçaneta deu um leve roído.

Click.

O suficiente para que ele soubesse que eu estava deixando-o entrar. Desescorei-me da porta, passando meu peso para a parede cinza. Nunca achei que ele poderia ser tão delicado, mas foi. Analisou primeiro o meu quarto, torcendo o nariz. E depois me viu. Seus ombros relaxaram ao ver que eu estava intacta, ou quase.

Não tive vergonha de minhas sardas. Nem do meu cabelo não penteado e do fato dele estar sujo. Não tive vergonha do fato de eu não estar com roupas bonitas e maquiagem em dia. Nem meus banhos estavam.

Luke fechou a porta e em seguida passou os braços por cima de meus ombros e eu passei os meus pelas suas costelas, era bom sentir seu cheiro. Apoiei minha testa na sua clavícula e ele apoiou seu queixo na minha cabeça. Eu sorri. Não porque estava feliz, mas porque foi a primeira vez em muito tempo que eu realmente estava me sentindo bem.

Não parcialmente. Não com cautela para não falar ou fazer algo. Nada me apertava e nada pesava em mim, apesar do rombo psicológico no meu peito.

O Loirinho me apertou em seus braços e em seguida me dirigiu para cama. Sentou-me na beira dela e se ajoelhou entre as minhas pernas. Seus dedos passaram pelo meu rosto e ele colocou mexas atrás das orelhas. Deslizou a mão pela lateral do meu rosto e eu apoiei minha face nela, passando meus braços pelos ombros dele.

Logo sua outra mão acompanhou as caricias em meu rosto. Ele provavelmente nem sabia o que fazer, mas eu gostava dos toques. Eram quentes, ao contrário do meu quarto.

Hemmo se aproximou e beijou minha testa, abaixando a boca para sussurrar em meu ouvido.

- Se importa se eu abrir um pouco a janela? – Neguei e ele me deu um selinho antes de ir fazer o que sugeriu.

Fui para o meio da cama, apoiando as costas nos travesseiros.

- Quer assistir televisão? – Sugeriu, tirando os seus tênis. Balancei os ombros, não tinha voz. Ele se deitou ao meu lado e me puxou para usa-lo de travesseiro. Dei um meio sorriso e me ajeitei.

Luke fez cafuné no meu cabelo enosado enquanto eu adormecia, dessa vez não por causa das drogas.


Notas Finais


E ai? O q vcs acham q vai acontecer? O q esperam do final?
Obg pelos comentários, embora tenham diminuido
Pelos favs e por tudo
Até <3


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