1. Spirit Fanfics >
  2. Carnalismo >
  3. Capítulo I

História Carnalismo - Capítulo I


Escrita por: LittleStar15

Notas do Autor


Olá para todos, essa é a minha primeira história do gênero no site e devo admitir que me empolguei bastante enquanto a escrevia, ao ouvir músicas que marcaram tanto a minha infância e me fizeram sentir algo especial ao relembrá-las.
Por enquanto alguns avisos:
*Os personagens NÃO me pertencem, assim como tudo relacionado ao universo de Inuyasha;
*As músicas e seus respectivos compositores NÃO me pertencem;
*Somente alguns eventuais poemas e a história me pertencem, assim como personagens que criarei ao longo do enredo;
*Críticas/comentários são extremamente bem-vindos para a melhoria da qualidade da minha escrita;
*Atualizarei duas vezes por semana de acordo com a disponibilidade de capítulos que já possuo, provavelmente no começo e fim da semana;
*SesshyxKag meu povo, só para lembrá-los.
*As músicas que tocarão no cap são essas:
* O Amor é Feio - Tribalistas;
* É Você - Tribalistas;
* Carnalismo - Tribalistas XD

Enfim, acho que é isso aqui em cima :D
Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo I


Estava nevando naquela época do ano, e eu me sentia quase como num daqueles filmes antigos, mas sem todas aquelas câmeras e roupas luxuosas. Ri levemente. Eu estava aprendendo a aproveitar cada momento como se fosse o meu único,  e esse aprendizado mexia com as minhas capacidades de concentração mais do que o esperado.

Miroku estava quieto, eu suspeitava que estivesse meditando quando entramos na cabana que nos acolheram nessa vila. Shippo e Kirara ficaram com a Vovó Kaede em casa e um silêncio estranho pairava sobre nós.

A vizinhança até que era agradável, com pessoa atendendo ao nossos pedidos gentilmente, mas não iríamos ficar aqui por muito tempo. Estávamos viajando há mais ou menos duas semanas e eu já implorava por um banho descente, com direito a xampú e perfume. Claro que tomava banho em riachos ou coisa parecia quando podia, mas, em geral, sempre sentia falta do conforto da minha Era.

Duvidava bastante que Inuyasha conseguisse partir esta noite, mas ele estava irredutível. Como se sair no inverno fosse tão fácil quanto em qualquer outra estação.

- Mas nem todos são como você, idiota. - Ele, que estava do outro lado da sala, me olhou de soslaio como se realmente houvesse escutado o que eu falara. Torci os lábios em uma expressão contrariada.

- Kah… eu preciso te contar uma coisa. - Quase me esqueci da presença de Sango naquele ambiente. Ela estava tão quieta quanto o resto de nós, e eu suspeitava que seus motivos fossem mais reais que os meus. Fiquei preocupada, e segurei suas mãos enviando um olhar de conforto.

Depois. Quando acamparmos hoje à noite em algum lugar. Eles irão ouvir. - Sussurrei a última parte e voltei meu olhar para os dois homens (embora um deles fosse um hanyou de pavio curto) que haviam se levantado e estavam discutindo sobre qualquer motivo bobo.

Vendo que aquilo iria durar mais tempo do que o esperado e depois do hanyou repetir mais uma vez sua ideia de sair dali o mais rápido possível, eu massageei as têmporas e finalmente concordei com seu pedido. A criatura era resistente, então eu arrumei logo nossa pequena bagunça e depois de alguns minutos nós partimos.

☆☆☆

Meu coração não se aquietava. Era como uma música suicida a cada passo. Mas eu iria até o fim. Toda aquela neve que derretia debaixo de nossos pés dificultava a caminhada e eu necessitava do dobro de esforço que estava acostumada, além de todo aquele vento.

Não vou dizer que não me sentia nostálgica, muito pelo contrário; a cada passo que dava me lembrava o clima agradável que era estar com meus amigos buscando pela Jóia de Quatro Almas durante todo aquele tempo. Eu sentia falta disso, em algum lugar do meu ser.

Na verdade, para início de conversa, estávamos aqui só por um propósito: procurando uma erva curativa que só crescia em certos terrenos do Japão. Os habitantes da Vila estavam doentes por conta de alguma praga alimentícia  e contavam com nossa ajuda. É claro que o motivo não era só esse. Havia um rumor de que um exército bem treinado havia subido à essas regiões e supostamente tentado “resgatar” a Jóia de Quatro Almas de onde quer que ela estivesse, passado, presente ou até mesmo futuro. Os boatos não diziam muito, mas o que surpreendia era eles saberem que ela fora destruída e mesmo assim tentavam recuperá-la. A raiva que Inuyasha sentiu ao constatar essa informação nos rendeu alguns dias de adiantamento. Isso tudo aliado ao fato de que sua amada Kikyou não estava mais entre nós para compartilhar dessa aflição, o que, de certa maneira, não me surpreenderia se fosse realmente um motivo para seu comportamento mais recente.

Sinceramente, pra mim não importava mais. Eu havia desenvolvido minha vida na outra Era e estava mais do que realizada com minha recente aprovação na Universidade de Tóquio e não sentia mais aquele sentimento por Inuyasha. Não. E não sei como não o é mais. Só não é. Acontece que as pessoas mudam e amadurecem, porém mais do que isso: meu amor por ele agora era como a um amigo íntimo e que eu sempre poderia contar com. Mesmo assim insubstituível.

Antes que pudesse me perder em pensamentos novamente, senti uma presença um tanto quanto conhecida. Os outros também se mantiveram alertas. Minhas bochechas estavam geladas. Será que…?

- Sesshoumaru! - O mais novo gritou e todos nos viramos para onde ele olhava.

Por um instante, toda a neve que caía ao meu redor congelou estaticamente. Não era quem eu conheci há quatro anos que estava bem aqui?! E por quê parecia tão mais imponente…? Eu nunca realmente tinha me permitido reparar em alguém tão inalcançável quanto ele, mas meu olhar simplesmente fora atraído por sua figura. Com meu amadurecimento, só pude ceder aos meus instintos sem medo. Eu não era mais aquela garota que só via o que queria ver.

Seus olhos vidravam os meus como ouro líquido perdido na madrugada e as liras prateadas balançavam enquanto o vento os levava. Senti minhas bochechas esquentarem ao perceber seu olhar indecifrável sobre mim tão intenso. Ou será que foi o meu? Não desviei minhas orbes ciano das suas e quase que de repente eu acordei.

Os outros estavam ali o encarando quase como a um inimigo (que não sabiam se ele o era, realmente).  Ele era imprevisível e apresentava mais cores do que um camaleão quando se permitia.

- Risólia da Neve. - Ele pronunciou numa voz rouca e eu me preocupei. Também a procurávamos. Era a erva medicinal. Me curvei para pegar algumas e suas mãos frias me pararam. O hanyou exasperou-se.

- Solte-a. Precisamos dela também. Há uma- - Seu tom ficou disfarçadamente calmo, mas impaciente, e foi logo cortado pelo mais velho.

- Praga nos alimentos humanos. - Ele continuou a me fitar e eu liguei ligeiramente os pontos a partir de suas expressão ligeiramente preocupada.

- Rin-chan… ela também? - Foi mais uma conclusão do que pergunta e logo ele respondeu como estivesse fazendo um esforço enorme, não fora acostumado a pedir ajuda.

- Meus empregados não sabem tratar de doenças humanas. - Se olhar se vagou sobre nós, analisando-nos friamente, como a insetos. Eu me arrepiei. -  Venham.

Antes que meus companheiros pudessem protestar pelo atraso, eu me recusei a contrariá-lo. Rin era como uma irmã para mim e eu faria de tudo por ela, principalmente numa situação como essa. Depressa, eu e Sango colocamos a maior quantidade da erva em cestas e guardamos em segurança da tempestade que caía gelada junto com a neve. Umedecê-las era o mesmo que estragá-las nesse tempo.  

Eu sei que estava agindo meio estranha todo o caminho, e isso me corroía por dentro. Estava realmente impressionada com a figura do Lorde ao meu lado ou era só mais um jogo? Não que ele houvesse sugerido tal coisa pelo olhar, suspeito que não. Prezava demais a própria reputação para isso. E eram mais olhadelas de soslaio, e muitas vezes me perguntei se eram somente minha imaginação.

Nós andamos pela clareira durante pouco mais de uma hora. Eu não sabia exatamente para onde estávamos indo, mas desconfiava que fosse para a casa dele. O Dai-youkai seguia na frente, como se aquele vento gelado como lâminas realmente não o incomodasse. Era claro também que seu meio-irmão parecia querer matá-lo a qualquer momento e me culpava secretamente por tudo, ficando a Tessaiga no chão com mais força que o usual para se apoiar. Mas o que eu poderia fazer?

☆☆☆

O Monge e Inuyasha haviam ficado para trás em seus quartos enquanto eu e Sango fazíamos o chá para a garotinha. Sesshoumaru havia desaparecido assim que colocou os pés na Mansão, nos deixando com os empregados e me deixando com diversas perguntas entaladas.

Eu resolvi não reclamar e me concentrar no trabalho de lavar a flor com cuidado e tirar pétala por pétala, colocando-as num recipiente para ferver. Eu e a exterminadora nos sentimos no direito de fazer um chá comum com algumas ervas que lá haviam para nós mesmas e isso não pareceu incomodar os serviçais que lá se encontravam além do fato do próprio Senhor a quem eram leais trazer humanos para sua residência. Concentrei-me em sentar e tomar minha bebida, analisando o espaço ricamente decorado que era a cozinha. Muito melhor do que muitas do meu tempo.

- Onde fica o quarto da Rin-chan? - Disse, me levantando com um bule na mão e Sango com a xícara.

- Por aqui, senhoritas. - A servente nos levou por um corredor escuro passando para o outro lado da casa. O quarto dela ficava depois da sala de visitas e o que mais havia por ali.- Chegamos.

- Rin? Posso abrir? - Ouvi uma tossida de dentro do quarto e me segurei para não abri-la com tudo. A menina levantou e assim que vi seu rosto a fiz deitar novamente na cama. Ela estava péssima, quase verde de enjoo e tossindo bastante. - Oh, minha querida.

- Mana Kagome? O senhor Sesshoumaru realmente te trouxe? - Um brilho pequeno despontou em seus olhos e eu assenti, um tanto quanto aliviada.

- Trouxemos o seu remédio. - Ela assentiu, e antes que eu pudesse dá-lo a ela, deixei que o houriki fluisse pelo seu pequeno corpo, para aliviar o mal-estar.  Ela relaxou no futon e Sango me ajudou a fazê-la beber o conteúdo.

- Obrigada. - Ela bocejou e virou-se para o lado. A exterminadora parecia numa tensão interna, então a perguntei.

- Olha… o que houve? Você passou a noite toda muito calada. Alguma coisa aconteceu né. - Ela apertava os dedos em claro sinal de nervosismo.

- Eu acho que estou apaixonada, Kah. De verdade. - Os seus olhos brilhavam com as lágrimas e percebi que era a primeira vez que colocava a emoção para fora. A expressão dela era a mais envergonhada possível e eu só pude me alegrar. Já sabia. - Pelo Miroku. E isso está me matando! E-eu o rejeitei tantas vezes e agora Kami-sama decide virar o jogo! Estou apavorada. - Ela mexia a cabeça ao pronunciar as palavras, os olhos castanhos vidrados em algum ponto na parede. - Não sei se devo confiar nele.

- Sango-chan, você vai ver que se apaixonar é uma das coisas mais bonitas da vida. Você-

Antes que pudesse continuar, senti um aperto em minha mão, que segurava a da pequena. Pedi à exterminadora que fizesse silêncio e escutei.

- Mana Kagome… - Rin parecia um pouco inquieta, com os olhos semi-abertos.  - Será que você poderia cantar pra mim? A minha mamãe… sempre cantava quando eu ficava doente.

Seu tom foi de cortar o coração, e eu olhei para a minha amiga, que parecia querer chorar por ambas as situações. Nunca a tinha visto tão vulnerável. A Sango sempre foi uma das pessoas mais fortes e com presença de espírito que eu conhecia. Nem mesmo na época do grande drama que foi Kohaku e Naraku ela parecia demonstrar tudo o que sentia. Rin-chan estava sonolenta, mas ao mesmo tempo apreensiva.

A menina apontou para debaixo da cama e eu dei um pulo de surpresa. Havia um violão de verdade ali. Um que não havia nessa Era…

- Quem o trouxe, Rin? - Ela parecia indecisa quanto à contar e eu só sorri. Não precisava dizer mais nada. - Venham aqui.

Sentamos as três numa roda de futon com a cabeça da criança em meu colo.

Comecei a afiná-lo da melhor maneira que pude e afastei as mangas da camisa que usava. Limpei a garganta e sorri para a mais velha.

O amor é feio
Tem cara de vício
Anda pela estrada
Não tem compromisso

O amor é isso
Tem cara de bicho
Por deixar meu bem
Jogado no lixo

O amor é sujo
Tem cheiro de mijo
Ele mete medo
Vou lhe tirar disso

O amor é lindo...

O amor é lindo
Faz o impossível
O amor é graça
Ele dá e passa

O amor é livre

Naquela hora não senti a presença de um certo youkai, que chegou para falar com a criança e se aquietou me ouvindo cantar. Ele se manteve estático enquanto se impressionava com a voz limpa e clara.

Logo comecei outra música mais reflexiva. Não notei as lágrimas caindo ao cantá-la.

É você
Só você
Que na vida vai comigo agora
Nós dois na floresta e no salão
Nada mais
Deita no meu peito e me devora
Na vida só resta seguir
Um risco, um passo, um gesto rio afora


É você
Só você
Que invadiu o centro do espelho
Nós dois na biblioteca e no saguão
Ninguém mais
Deita no meu leito e se demora
Na vida só resta seguir
Um risco, um passo, um gesto rio afora
Na vida só resta seguir
Um ritmo, um pacto e o resto rio afora

☆☆☆

O youkai segurava a abertura da porta com certo receio. Quem era ele agora? Estava desnorteado. Nunca se sentia assim. Por nenhuma pessoa. Os sons que ela projetava eram vivos e nítidos, e sua mente relaxou, quase como se o poder que ela possuía o tivesse anestesiado momentaneamente. Se recompôs, era só uma humana. Não era digna de sua atenção e pensamentos.

Com a dose de realidade, entrou no espaço já escuro e localizou a menina deitada numa expressão bem melhor. Ele aliviou-se e percebeu que haviam usado por poder espiritual para acalmá-la. A outra humana estava deitada num futon ao lado da dela, mas não a notou. Pois Kagome estava na sacada, totalmente vulnerável, com os olhos estrelados vidrados na lua. A garota insignificante que já o aborrecera tantas vezes no passado agora era uma das mulheres mais belas em que já pusera os olhos. Seu corpo curvilíneo se destacava até no estranho sobretudo que usava mais cedo, os cabelos longos e negros contrastavam com a pele pálida e o rosto harmonioso com os belos olhos da cor do mar mais profundo em dia de sol. O instrumento em suas mãos era quase inaudível para um humano, assim como sua voz. Mas ele não o era. E se perdeu na visão que tinha dela como nunca se perdera. Mas nunca diria isso. Nunca.

O cabelo negro caia em cascatas pelas costas cobertas pela blusa clara. A franja quase cobria seu rosto inteiro e foi assim que tirou-a do rosto dela rudemente. Não o queria coberto.

- Sesshoumaru? - Seu tom era de surpresa, mas tinha algo de misterioso e até de medo nele. Ele apontou para o violão. - Oh, me desculpe. Rin pediu para que cantasse e quando vi já o havia tocado.

- Hm. - Não, aquilo não o incomodara. Nem um pouco. - Toque.

- O-o quê? Eu?  - Era para irritá-lo? Já não o ouvira? Pois não aguentava ser questionado.

Ao perceber a mudança de expressão dele, rendeu-se. E começou a cantar lentamente. Ele ficou incomodado, pois não sabia o porquê de ter pedido isso àquela pessoa.

No rastro do seu caminhar
No ar onde você passar
O seu perfume inebriante
Perdura num instante
A rua inteira a levitar


Me abraça e me faz calor
Segredos de liquidificador
Um ser humano é o meu amor
De músculos, de carne  e osso
Pele e cor

Abriu os olhos para a garota e se deixou encará-la por minutos inteiros. O olhar mais intenso que não sabia de onde vinha. Onde ela esteve este tempo inteiro? Por quê o desafiara tantas vezes? Qual o motivo de se comportar como uma humana comum e ordinária se tinha tanto a mostrar?

No rastro do seu caminhar
No ar onde você passar
O seu perfume inebriante
Perdura num instante
A rua inteira a levitar

 

Foi a hora dela abrir os seus e eles escurecerem prontamente. Por quê a olhava como se se importasse? Ou a visse de verdade?  Nunca o tinha reparado em uma situação tão íntima e duvidava que observasse outra vez. Ele estava perfeito ali, com a sombra da lua fazendo jus à sua beleza teatral, com os cabelos prateados semelhantes a raios lunares, o corpo musculoso embaixo do yukata sem armadura a fazia corar e o maxilar bem desenhado junto ao olhar de duas pedras douradas numa expressão quase feroz.


Me abraça e me faz calor
Segredos
Um ser humano é o meu amor
De músculos, de carne  e osso
Pele e cor

Terminada, ele a atacou, abraçando-a sem carinho, quase num impulso. Literalmente. E ela deixou-se levar. Não precisava de explicação. Eram só eles dois ali, um para o outro como nunca foram e nunca seriam. Sentimentos misturados unidos em perfeita sincronia, assim como suas bocas coladas e ávidas. Atração mixada em uma sensação carnal mútua numa dança de dois condutores.

Sesshoumaru se surpreendeu com a ousadia da sacerdotisa, que tinha uma imposição de gênio quase tão forte quanto a dele próprio, o fazendo enterrar uma das mãos em sua cintura de forma possessiva e ela tocar em seus cabelos graciosamente.

Em algum momento ele a levou para um quarto, certamente com o objetivo de serem despercebidos pelo resto das pessoas da casa. O colchão era macio, Kagome notou.

- Um ser humano? Prefiro… - O seu hálito quente encostou na pele de seu rosto e eles se encararam assim que ele disse isso. Ela enrusbeceu mais ainda. Estava falando da música. - Quero que diga youkai. Nunca mais humano. - Seu tom foi uma ordem e ela derreteu-se nele. Não poderia se apaixonar.

- Está bem. - Ela passou os dedos pelo seu rosto e foi depositando beijos tímidos.

Ele se retesou ao primeiro toque mais carinhoso. Nunca recebera carinho daquela  forma, ou nunca se deixara levar por esse agrado que a garota de pele pálida como as estrelas o fazia sem pedir nada em troca. Muitas mal ousavam erguer os olhos para a sua figura lendária que ele mesmo fazia questão de zelar. É claro que todo temor imposto tinha um preço em troca, esse era o dilema do Lorde, mais vale ser temido do que amado. E ela sabia que isso bastava, pois ele não a retribuiria.

Para a miko, não era primeira vez que dormia com um homem, o que acontecera antes com seu ex-namorado. Ainda sim, o corpo dele a fez arfar. Ele era definido quase como se escupido à mão, um verdadeiro deus grego. Ele era perfeito dessa maneira tão única.

E ali eram só músculos, carne, osso, pele e cor. Dois mundos em êxtase naquele momento se tiveram.

- No rastro do seu caminhar, No ar onde você passar O seu perfume inebriante… - Ela foi cantarolou enquanto deitavam após o ato. Ele a desejava tanto quando ela cantava. Mais do que simples momentos, ela estava ali inteira. E era linda e delicada como um lírio. -  Ninguém mais
Deita no meu leito e se demora
Na vida só resta seguir… o amor é lindo…

Ele a acomodou junto a si enquanto ela dormia. O que havia sido aquilo? Ele jurou não seguir o exemplo de seu pai e humilhava-o por misturar-se à uma raça tão impura quanto a deles. E agora acabara de passar a melhor noite de sua vida com uma humana. Parecia tão errado. Ele era um Lorde, afinal. Tinha uma reputação a zelar. Mas não pudera evitá-la, como ela a si. O prudente seria esquecer, mas se sentia inclinado a pensar que era muito mais do que aquilo.

☆☆☆

Na manhã seguinte, Kagome levantou-se calmamente do leito e beijou o rosto do youkai adormecido. Era muito cedo e duvidava que acordassem antes de duas horas do combinado. Mas ela tinha que ir embora. Sua matrícula na universidade era hoje até as duas da tarde no máximo. Tinha de chegar ao poço de qualquer maneira. E preferia fazer isso sozinha para não ter que enfrentar ninguém.

Deixou um bilhete para ele junto com uma pequena lembrança e chegou ao quarto da pequena Rin. Deixou uma carta para cada e partiu. Não poderia ficar nem mais um minuto ali, senão seu futuro iria derreter como toda a neve no jardim do Palácio.

☆☆☆

Ela se encontrava exausta. Eram uma e cinquenta da tarde e já havia acabado de matricular-se nas escola de seus sonhos e não se aguentava de felicidade. Medicina era o que queria e lutara tanto e assim o faria. A sua mãe não demorou-se muito para chegar em casa, que deu um beijo na filha e a mandou descansar. Era seu orgulho aquela menina tão linda.

☆☆☆

Passaram-se quatro meses.

Ela se encontrava mais atarefada do que pretendia e mais apaixonada pelo curso.  Seu sonho agora estava a preenchendo tanto que quase esquecia de que havia um outro mundo para si. Mas não podia se dar ao luxo de abandonar a vida que construira e não faria isso. Por ninguém.

Mas aquela noite era diferente. Ela não tinha trabalho para fazer e semana que vem era feriado. Ela iria para a Era Feudal enfrentar o seu destino.


Notas Finais


É isso por hoje pessoas, espero que escutem as músicas que passam nesse capítulo enquanto leem, elas são essas aqui no caso de vocês esquecerem
* O Amor é Feio - Tribalistas;
* É Você - Tribalistas;
* Carnalismo - Tribalistas XD

E pra quem gostou do meu jeito de escrever, aqui vão algumas fanfics disponíveis atualmente;
*Remember When, Shugo Chara/Amuto;
*Mas Amá-lo Foi Vermelho..., Avatar the last airbender/Zutara;
*Style, NANA, HachixTakumi;
*Immortal, Zankyou no Terror (Terror in Ressonance)/LisaxTwelve;
*Baby and Me. Percy Jackson e os Olimpianos, Percabeth.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...