História Carpe Diem - Hora de agir! E rápido!

Percy –

É, tudo bem. Foi bem divertido ter que jogar água gelada no rosto de Jason, mas Percy queria mais. Thalia tinha insistido em almoçar primeiro – sua mente reclamava e sua barriga comemorava – E foi uma das melhores comidas que ele já tinha posto na boca. E aqueles camarões... Hm! Simplesmente delicioso.

Quando Percy acabou de comer, fitou Annabeth, que estava sentada na cadeira ao seu lado esquerdo. A garota mantinha uma das mãos apoiando a cabeça. Todos seus amigos estavam ali, então eles não poderiam mostrar afeição em público. Pelo menos, não ainda. Percy sabia muito bem que eles ficariam lhe encarnando. Aliás, eles ainda não estavam namorando de verdade. O garoto escorregou sua mão para debaixo da mesa. A outra mão de Annabeth estava sobre a coxa. E ele a pegou lentamente. A menina virou a cabeça para ele discretamente e sorriu, entrelaçando seus dedos aos dele. Percy acariciava sua mão com o polegar.

- E ENTÃO? – Thalia colocou a cabeça no meio dos dois, com o pior sorriso maquiavélico de todos os tempos – Quem gostou da comida?

A essa hora, Annabeth e Percy já estavam a metros um do outro, com as mãos bem separadas, tomados pelo susto. De repente, um homem que continha um uniforme do hotel,  chegou com algo que parecia ser um palito cheio de fogo. Ele encostou-se à cadeira de Leo, com um sorriso enorme.

- Olá senhoras e senhores! Será que alguém desta mesa tem coragem e capacidade para ser O ENGOLIDOR DE FOGO? Quem conseguir irá ganhar um coquetel de frutas maravilhoso!

Leo sorriu de volta.

- Eu quero tentar!

Em poucos segundos, o garoto tinha engolido o fogo. Todos ficaram boquiabertos. Algumas pessoas que estavam em outras mesas aplaudiram, e o homem lhe deu um ticket para o coquetel, enquanto o parabenizava.

- Como você fez isso?  - interrogou Calipso, com os olhos arregalados.

- Habilidade natural – riu o garoto.

Mais tarde, finalmente os amigos foram para praia (ASSIM SEJA!) , para surfar assim como Percy queria. Ele observou enquanto Annabeth abrir uma cadeira de praia na areia, ao mesmo tempo em que tirava roupa para ficar de biquíni, provavelmente para pegar um sol. Percy nunca se cansaria daquela visão. Porque era... Uau.

As outras garotas fizeram a mesma coisa, mas quem ligava? Ele só conseguia olhar para Annabeth.  Finalmente, despregou os olhos dali e foi pegar uma prancha. Ficou somente com seu short de praia, que era estampado para parecerem ondas do mar.

O sol ainda brilhava lá em cima, potente. Surfistas riam e se divertiam, turistas e crianças corriam pela praia. Ele se dirigiu para a água, nem vendo para onde nadava. Tudo estava perfeito. Pelo menos... Quase tudo.

Faltava uma coisa... Uma onda gigante veio. O menino caiu da prancha em que estava, por pura falta de atenção.  Em situações normais, aquilo nunca aconteceria. Felizmente, para ele, se afogar era praticamente impossível. Tinha capacidade de ficar debaixo d’água por longos minutos.

Para a coisa ficar perfeita de verdade, Annabeth tinha que ser sua namorada. Oficial. Mas nenhum deles tinha admitido que gostariam disso, ainda. A garota poderia simplesmente não querer. Isso era uma opção. Percy estremeceu só de pensar. Ficou submerso por uns instantes, pois isso o ajudava a refletir. A água parecia acariciar seu rosto. Sentia-se em casa.

...

Já pisando na areia quente novamente, ele voltou-se para Annabeth, que parecia ter um olhar distante. Sentou-se ao seu lado.

- Oi. No que você está pensando?

- Em muitas coisas – respondeu ,devagar.

- Hm... Como o quê? – perguntou ele novamente.

Ela virou-se para ele. Um pequeno sorriso apareceu em sua face.

- Preciso melhorar.

- Melhorar? Como assim? Você não está falando de estudos está? Ah, por favor, Annabeth! Você já é tão estudiosa... – replicou

- Não, não – interrompeu a garota rapidamente – É... É, eu preciso estudar, naturalmente. E me esforçar também. Mas... Preciso relaxar um pouco.

Percy não poderia acreditar que aquelas palavras estavam saindo daquela boca.

- Se não nos aventurarmos um pouco a vida não tem graça...não é? – ela perguntou, parecendo mais afirmar isso para si mesma, com um tom meio indeterminado.

O garoto concordou com a cabeça rapidamente.

- É claro!

- Vou tentar mudar – confirmou ela, agora com mais veemência.

Percy sentia que gostaria de falar com ela sobre um certo assunto. Quer dizer, queria gritar para o mundo que Annabeth Chase era sua namorada. Que ele era o seu parceiro! Mas não poderia, ainda. Ficou imaginando como ela reagiria se ele a pedisse em namoro. Começou rápido demais... mas aquilo não importava, certo? Talvez importasse. Mas Percy não poderia resistir. Eles não tinham se conhecido agora. Só tinham se reencontrado agora. E fora aparência – ela ficara mais bonita - , Annabeth não tinha mudado praticamente nada. Obviamente havia amadurecido, e tudo mais... Entretanto, isso não influenciava sobre o quê Percy sentia por ela. Certo? Certo... não é?

Sentia que a garota também tinha um afeto por ele que não deixava transparecer. Annabeth era tão formosa e delicada, nunca iria ficar com aquelas expressões pasmas, quando o visse arrumado, bonito e entre outras coisas. Parecia estar um pouquinho enganado. A loira estava encarando seu abdômen nu. 

Ela desviou rapidamente o olhar quando percebeu que ele notara, ficando um pouco corada. Percy sentiu o rosto esquentar também. Annabeth se ajeitou, cruzando as pernas, enquanto colocava um óculos de sol que se adequava muito bem ao seu rosto. De repente, um rapaz loiro, com cabelos arrepiados, malhado e alto se aproximou da garota, ajoelhando-se ao lado de sua cadeira, com um sorriso de dentes brancos perfeitamente alinhados na boca. Os olhos como duas safiras reluzentes.

- A senhorita gostaria de pedir alguma coisa? – ele segurava uma bandeja com alguns cocos.

Annabeth concertou um pouco sua postura.

- Não, muito obrigada.

- Tenho outras coisas que gostaria, além do cardápio – o garçom da praia piscou, mal prestando atenção em Percy, que estava boquiaberto.

Você só pode estar brincando – pensou o garoto, indignado. Tudo bem que Annabeth olhava para o rapaz com uma cara desagradável, mas as palavras ofensivas vieram na ponta da língua e voltaram. Teria que engolir essa – e várias outras que ainda estavam por vir – por ser um covarde. Observou o grandalhão se afastando. Era naquela semana. Percy fechou os olhos por um segundo, virando-se para a garota não perceber. Naquela semana, ele iria agir. Poderia dar errado, mas também poderia dar certo. O que ele poderia perder? Quero dizer, além de tudo?