Leiam as notas finais de hoje!
ANNABETH –
Annabeth estava explodindo em fúria e tristeza por dentro. Já não saberia mais dizer o que achava de Rachel como pessoa. Realmente elas nunca foram muito amigas, por conta da loira notar um resquício de atração da amiga por Percy.
Nunca chegou a admitir, mas em seus quatorze ou quinze anos, ela já tinha uma queda por ele, e tinha certeza que Rachel desconfiava disto. Mesmo estando tão longe, comunicara-se com o rapaz por mensagens, mas aos poucos, foi se afastando, e quanto mais envelhecia, mais conseguia esquecê-lo. Porém todos aqueles anos ainda não haviam sido o suficiente.
Annabeth ainda sentia muitas coisas quando olhava para Jackson, ou até mesmo chegando perto dele. Só sua presença já a fazia sentir-se diferente. Talvez o que o menino fizera, de a evitar por medo, deixou-a brava não só pela situação, mas pelo fato de algo que Annabeth tanto queria – mesmo não sabendo ao certo - , estava acontecendo. Ou seja: Namorar Percy Jackson. Então ele não deu atenção para ela, e isso acabou tecnicamente. O título de namorados ainda estava lá, só que faltava a interação de verdade.
E agora, estava ali, vendo aquilo. Ainda estava encarando a foto impressa com mil pensamentos rondando a cabeça. Foi quando sentiu uma movimentação suave atrás dela. Rachel estava parada na porta com a boca levemente aberta, branca como papel, e seus olhos expressavam culpa.
- Eu simplesmente não acredito... – Annabeth riu de nervoso, apertando o papel com mais força ainda, querendo amassá-lo em um bolinho e depois pisa em cima
- Annabeth eu...
A ruiva estendeu a mão para tocar em seu braço, mas a outra se esquivou rapidamente, com desgosto.
- NÃO TOQUE EM MIM! – gritou, brava – Como conseguiu conviver comigo todos esses anos e não dar uma palavra sobre isto?! – ergueu a impressão – Ainda mais AGORA?! Quando eu e Percy estávamos...
- Não queria...
- E ainda imprimiu para ter de lembrança?! – interrogou, cada palavra sua proferida com ironia e rancor – Você é mesmo uma GRANDE amiga!
Rachel parecia estar em um conflito com seus pensamentos. Conseguiu abrir a boca e falar antes que Annabeth a interrompesse novamente:
- Não era o que eu queria! Eu era imatura! Minha vida estava difícil nessa época! Não fui eu quem fiz essa impressão. Algumas pessoas da escola me deram, os que nunca esqueceram o que aconteceu e só queriam tirar sarro de Percy. Eu não sabia meus sentimentos por ele! Eu nunca deveria...
- Ótimas justificativas – ironizou mais uma vez, alfinetando-a
- Annabeth, por favor, deixe-me explicar... – suplicou Rachel
Porém a loira não queria ouvir mais nada. Se sentiu como uma grande palhaça, e Rachel e Percy eram a platéia, rindo de sua inocência e falta de juízo. Passou pela ruiva, percebendo a presença de sua amigas em frente a porta. Não parou, mas viu rapidamente a expressão de Thalia, que aparentava estar chocada e indignada.
Annabeth não ouviu nem observou mais nada. Seus olhos estavam ardendo, as lágrimas querendo sair. Quando abriu a porta, lá estava Perseu. Lindo, arrumado, segurando o que parecia ser uma bebida em sua mão, com um sorriso radiante e confiante. Ela odiava tudo isso. Por que ele tinha que ser tão lindo? Lhe dava um frio na barriga e uma momentânea falta de ar. Tinha olhos lindos, profundos... E aqueles lábios rosados, mais ainda naquele dia, com a baixa temperatura que os termômetros marcavam lá fora. Porém, ele não a afetou desta vez. Só via um garoto, que nada mais dele sabia, que guardava histórias e segredos jamais revelados.
- Annabeth! – exclamou ele sorrindo, mas este sorriso logo se desmanchou, assim que viu a expressão da garota, abaixando a bebida – Você...
- Desculpe. Eu realmente não quero falar agora. – respondeu, com a voz embargada, querendo sumir dali.
Passou por ele também, deixando todos naquela casa sem palavra alguma. Não queria falar com mais ninguém. Ouvia os chamados de Rachel ao longe, e não importava. Saiu do prédio, à noite, sozinha, andando, pelas ruas movimentadas de Nova York.
Caminhou até o outro lado da rua descuidadamente e quase foi atropelada. Foi até um lugar que considerava ideal para ficar. Até que percebeu: Aquela era a cafeteria onde tudo havia acontecido... Annabeth olhou para direita. Exatamente naquele banco... Como uma coisa que acontecera havia tanto tempo poderia a estar afetando agora?
Cobriu a metade do rosto com a manga do casaco fino, sentindo as lágrimas finalmente chegarem, não podendo-as suportar mais, e partindo na direção oposta, sentindo o vento frio da noite... sozinha.
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