História Carpe Diem ♧ - Capítulo Um

Era seu terceiro dia na escola nova. E sua primeira semana na nova cidade. Não podia negar que estava se adaptando melhor do que esperava. 

A cidade era animada com muitos lugares agradáveis para passear e conhecer, apesar de não ter tido oportunidade de passear por tudo. Sua mãe mal chegou e já estava pegando plantões no hospital, e ela já tinha alguns trabalhos escolares que perdeu da primeira semana. Nada realmente preocupante, mas não podia negar que estava sonhando com o final de semana para, agora que a casa estava toda arrumada, pudesse passear. 

- Olá rosada! - sentiu um leve comichão com o chamado, outro motivo pelo qual aguardava anciosa o final de semana era não ter que lidar com os playboys do time de futebol e as patricinhas da equipe de torcida. 

Desde que chegará a pegaram pra Cristo, então apenas os ignorava na maior parte do tempo. Não tinha feito nenhuma amizade significativa e também não estava preocupada com isso ainda, pouco deu atenção as pessoas ao redor, estava de fato focada em não ficar atrasada na escola e não pode deixar de lembrar de certa amiga que com certeza a estaria xingando por entrar em tão estado de preocupação apenas por ter perdido uma semana de aula.

Acho que vou mandar uma mensagem pra ela falando nisso, faz algum tempo que não conversamos...

Perdida em seus próprios pensamentos, obviamente passou reto pelo grupo que a provocava, e seguiu seu caminho pra biblioteca enquanto pegava o celular e digitava uma mensagem rápida. 

~°~

Mal chegará em casa e viu sua mãe brigando por telefone (o que lhe arrancou um riso fácil). Era sempre assim quando um dos tios - um dos muitos tios - aprontava algo e sua mãe simplesmente surtava com um deles. Aliás a casa (mansão) pra qual mudaram era de um deles que estava em viagem de negócios. Não duvidava nada que até o final do ano estariam todos juntos. De novo.

Para tristeza da sua mãe, obviamente. Não que ela não gostasse deles. Ela realmente os amava. E era grata por cada um deles terem sido babás por tanto tempo. Mas seus tios tinham um dom natural pra confusão. Dom esse que aparentemente tinha herdado e conseguia deixar sua mãe ainda mais maluca.

Mebuki ouvindo o riso da filha virou-se pra porta onde a garota estava escorada e simplesmente a estendeu o celular.

- Hidan.... - passou pela filha xingando o dito cujo - ... Fale com ele antes que eu resolva pegar o próximo voo até a Escandinávia apenas arrancar aquilo que ele chama de cabelo da cabeça.

- O que você aprontou que a irritou tanto? - riu por telefone enquanto se jogava no sofá e escutava a risada do tio.

- Você sabe como sua mãe é melhor que ninguém baby, apenas surtando sem notícias e ameaçando cabeças alheias. - riu novamente - Se não damos notícias sabemos que estamos ferrados, se damos notícias estamos ferrados dobrado. Nada novo. Mas conte-me, como está a nova escola? Gostando da cidade? - ainda achava incrível a capacidade dos tios de mudar a forma que falavam com ela. Sabia que grande parte era culpa da avó e da mãe que sempre ficavam no pé deles para que não fossem uma má influência, o que não adiantou muito, mas não podia tirar o mérito deles por tentarem.

Passou a próxima meia hora conversando com o tio e buscando informações sobre o país onde estava e onde seus outros tios podiam estar, eles tinham um 'que' por aventuras e ficar viajando, o  que justificava e muito, o porquê sua mãe sempre pirava. Que aliás, após se acalmar voltou a sala e pediu pra Hidan lugar do Skype por onde seria melhor pra conversarem. Era engraçado quando seu tio perdia o filtro e falava tantos palavrões que deixaria qualquer um perdido e sua mãe o ameaça, era impressionante como todos com seus quase dois metros morriam de medo - mesmo estando do outro lado do mundo - da sua pequena mãe, de fato ela era uma mulher assustadora quando queria. Mas também era uma mãe e irmã amorosa e que sempre se preocupava com todos. Ficava em dúvida se era pelo sentido de proteção para com todos que amava ou seu lado médico vindo a tona. No fundo achava que era uma mescla de ambos. E isso, na sua opinião, a tornava a melhor mãe de todas. 

~°~

Suspirou enquanto se aconchegava mais a mãe durante o filme de comedia que assistiam. Esperava do fundo do coração que essa mudança trouxesse finalmente a paz de espírito que sua mãe merecia. Ela já havia passado por tanta coisa que realmente esperava que a calmaria a alcançasse e fosse plenamente feliz. Tinha a sensação que aquela cidade iria trazer muitas surpresas e alegrias a elas.