História Cartas para você - Oitavo Capítulo

Mirai Natsume - Japão, Tóquio, dia 15 de Fevereiro de 2017.

Após aquela visão estranha, acordei rapidamente, completamente desesperada. Aquilo foi muito real, e eu previ quando aquela conversa aconteceria também. Será amanhã...

- AYATO! - Gritei, levantando rapidamente. Notei o ruivo me encarando com um olhar preocupado, e quando acordei, ele automaticamente me abraçou.- Ah... Você está bem...- Eu estava aliviada. Me permiti abraça-lo por um momento e senti meus olhos encherem de lágrimas. Me controlei e lembrei do acontecimento de antes. Ele havia me mordido. Sei que foi algo extremamente estranho, mas eu já sabia o que isso significava.

- O que aconteceu? Eu acho que passei dos limites...- Ele me abraçou forte. Eu me sentia confortável assim. Fiz com que não com a cabeça, tentando mostrar que a culpa não fora dele.

- Quando  você... você sabe, eu tive uma visão.- Eu forçava, mas algo me dizia que eu não deveria contar pra ele.- Você morria nela...- Menti. Bem, não era beeem mentira, mas enfim.

- Tsc. Duvido que isso vá acontecer.- Respondeu, com seu típico sorriso debochado. Eu bufei e abracei ele por cima de seus ombros.- H-Hey... Seus peitos enormes estão na minha cara.

- Hein?! SEU PERVERTIDO!- Gritei, batendo na cabeça dele com força. Ele começou a rir de uma forma que eu nunca vi ele rindo. Eu apenas sorri.

- Já é 1h, devemos ir embora.- Comentou, olhando para a tela de seu celular.

Ele agarrou minha mão e me pegou no colo, e em um piscar de olhos estávamos em frente a minha casa. Mas que porra foi essa? Parece que esse cara é um poço de mistério.

- Você brilha também?- Perguntei, olhando curiosamente para Ayato.

- Hein?

- Deixa.

Após essa pergunta idiota, arrastei Ayato para dentro de casa e o levei até meu quarto. Abri a porta com tudo e joguei ele na cadeira.

- Você é suja.- Falou com um tom pervertido. Arregalei os olhos.

- Não é o que você está pensando!- Respondi rapidamente, corando.- Só quero que fique aí até eu dormir... Não quero ter sonhos estranhos novamente.- Concluí, fazendo bico. Ele apenas respondeu com um sorriso.

Deitei em minha cama e me cobri, tentando dormir. Rolei na cama por uns minutos, mas não conseguia dormir. De repente, Ayato aparece na beirada da cama, me olhando com aqueles olhos verdes intensos, completamente apaixonantes. Ele segura minha mão, senta no chão e encosta a cabeça na beirada da cama. Após aquilo, pude dormir sem ter nenhum sonhos, visão ou qualquer coisa do tipo; era apenas eu e ele.

***

Acordei com algo pesado sobre meu corpo. Abri os olhos vagarosamente, e pude perceber que era o braço de Ayato. O que raios ele estava fazendo na minha cama?! Olhei para seu rosto, que parecia descansar profundamente. Suponho que ele não dorme faz um bom tempo, dadas as circunstâncias... Sorri e tirei seu braço de cima de meu corpo.
Coloquei meus pés no chão gelado, sentindo o choque percorrer meu corpo. Ignorando o frio, corri para o banheiro e tomei banho, colocando uma roupa aleatória. Quando cheguei ao quarto, fui logo penteando o cabelo, até que a porta se abre. Droga, droga, droga... Se for a vagabunda da empregada fofoqueira, ela provavelmente contará pra vizinhança inteira que eu estou com um cara em casa...

- SEEENPAI!- Ouvi a voz fina da garota me chamar. Quando ela viu Ayato na cama, arregalou os olhos e corou muito. Eu fiquei completamente sem reação.

- Ahn... Asuna-chan, não é isso que está pensando!- Eu tentei me explicar, mas gaguejei muito.

- Tu...Tudo bem. Não precisa explicar nada! Eu que invadi seu quarto sem bater...- Respondeu a pequena, balançando as mãos freneticamente. Eu sorri.

- Eu não estava conseguindo dormir por conta de algo que aconteceu comigo depois da festa, então pedi pra Ayato ficar no quarto vigiando. Mas ele acabou cansando e foi dormir na minha cama...- Expliquei. Não era inteiramente verdade, por isso me senti mal. Mentir pra alguém tão inocente me pareceu muito errado.

- E-Então, o que é isso no seu pescoço?- Perguntou Asuna, corando novamente.

Ayato, eu vou te matar. Se considere um homem morto.