História Casamento sob suspeita - Second Season - Descobrindo.

“Valentina Bieber” — Descobrindo.

Enfim meu querido outubro chegou, não que eu tenha um mês favorito, mas eu gosto quando está chegando o final do ano, as festas tradicionalmente familiares, famílias reunidas, bem, agora essa época é apenas felicidade. Sentei-me na cama vendo o Justin terminar de colocar seu blazer para ir trabalhar, mas não antes de vir na minha direção dando-me um beijo esplêndido de bom dia.

Ir trabalhar, eu estou sentindo falta de usar essa frase se referindo a mim, não que eu reclame da vida de dondoca que meu marido me dá, porém a independência que um trabalho trás – financeiramente principalmente – é uma sensação maravilhosa, além de certa liberdade, apesar do Justin não ficar me rastreando o que eu gasto ou deixo de gastar. Ao abrir mão da herança do Jeorge eu fiquei... Sem nada, praticamente. Entretanto o Bieber disse que tudo que é dele é nosso.

Levantei indo para o banheiro, fiz a higiene matinal procurando algo para vestir em seguida. Tive algumas ideias e quero conversar sobre elas com alguém. Nada melhor do que uma boa amiga, já que a Miley novamente seguiu um rumo desconhecido, restou-me apenas a senhora Bieber dois (como eu brinco com ela).

***

Com a Kyra já na escola, segui o rumo até a casa da Quenzy, digo casa e não apartamento porque finalmente ela tomou vergonha na cara e se entendeu com o Derek, eles ficavam fingindo que não estavam juntos sendo que todos já sabiam que eles se faziam “visitinhas” por assim dizer.

Toquei o interfone, informando que meu nome.

Logo estava dentro da residência dos Bieber-Flinstons, estacionei o carro entrando no interior da enorme mansão, não sei para que essas casas enormes, certo que no caso da Maquenzy, é ela mais três pessoas, fora o bebê que está vindo aí, no total de cinco. Precisa de espaço, porém não dez quartos. Suspirei lembrando-se de como a casa que o Justin escolheu para nós é perfeita, nosso verdadeiro lar.

— Olá, mocinha. – Fiquei entusiasmada ao ver a Charlotte ali, com um pijama cheio de pequenos desenhos de pizza e um enorme urso rosa em mãos. Ela cocou os olhinhos vindo na minha direção.

— Oi, tia. – Sussurrou bocejando, praticamente me sentei no chão ficando da altura dela.

— Porque a mocinha não está na escola hoje? – Perguntei passando as mãos levemente pelos seus cabelos loiros.

— ‘Tô dodói. – Disse me encarando, em seguida correu em alguma direção sumindo da minha vista.

— Ela está meio gripada e muito enjoada, chorando por tudo. – ouvi a voz da Quenzy, acabei me assustando e caindo de bunda no chão, rimos da situação.

***

Sentadas em uma mesa na área perto da piscina, com um belo café da manhã/lanche servido a nós. Conversando sobre assuntos diversos chegamos ao que eu queria, trabalho.

— Mas então o Derek é que assumiu a presidência da sua rede de hotéis? – Perguntei, me referindo exatamente a herança que o pai dela a deixou, ela sorriu assentindo.

— Sim, pensei que já tivesse te dito. Ele até trabalhou com o Justin, mas quando meu pai morreu e tudo aconteceu tão rápido, o Derek não demorou em conseguir a confiança dos principais acionistas da empresa, além de que, eu não nasci para ser empresária, nunca me imaginei dizendo isso, mas prefiro ser mãe em período integral. – Sentenciou.

— E a empresa do pai deles? Do Derek e do Justin? Eu particularmente não gosto de falar ou perguntar nada sobre o Jeremy ao Justin, foi uma relação tão complicada dos dois. – Murmurei tomando um gole a mais de suco, ela assentiu.

— Eu compreendo. Bem, a empresa acabou ficando para os outros acionistas, o Justin já tinha a abandonado antes de você sumir, dos filhos apenas o Derek ainda trabalha lá, ele saiu pouco antes de pai morrer, e como eu acabei de dizer, ficou trabalhando com o Justin, mas tudo está do jeito que deve ser.

— É que você sabe, eu trabalhei muito durante esse período que estive fora, acabei fazendo cursos relacionados a área de informática, eu sinto falta de trabalhar... De ter algo construtivo para fazer. – Sussurrei deixando o copo de suco de lado, me sentindo um pouco frustrada.

— Ué, fala com o Justin. Ele poderia ter algum emprego para você na empresa dele. Bem, se você quiser posso falar com o Derek para ver se tem algo em que você se encaixe na nossa, não haveria problema nenhum em...

— Eu gostaria de não trabalhar para vocês, todos iriam pensar que só estou ali porque somos parentes e não porque tenho competência. – Cortei-a.

— Bem, sim, no início. Mas é apenas você mostrar a sua competência, ganhar experiência trabalhando mais, vamos combinar amiga que você é relativamente nova, têm apenas vinte e um anos, então qualquer pessoa que já trabalhe na empresa pode pensar sobre isso.

— Ér...

— Eu acho que você deveria falar com o Justin, ele pode orientar você melhor.

— Talvez... – Falei pensativa.

A conversa migrou para outros assuntos, quarto de bebê, chá de bebê, tudo em volta de “bebê”. Mas meus pensamentos não foram outros, não seria em nenhum momento querendo ser ingrata, mas trabalhar para o Justin geraria tantos falatórios entre os funcionários, não quero problemas para mim e nem para ele.

Conversei muito com a Quenzy, acabamos almoçando juntas. Quando o Jaxon chegou da escola eu fui embora para casa, dirigia pelas ruas de Manhattan, completamente pensativa, até chegar à minha residência. Avistei o Augustus de longe, é o nosso motorista, bem, na verdade ele é apenas meu e da Kyra, já que o Justin não gosta muito de me ter dirigindo por aí. Ele está realmente um tanto protetor excessivo.

— Boa tarde, August. – Falei com um sorriso no rosto, ele estava contratado a pouco mais de três meses, mas demonstrou ser um bom amigo, além de não ser tão velho – apenas vinte e seis anos –, eu converso bastante com o mesmo.

— Boa tarde, Senhora Valentina.

— Acho tão estranho me chamarem de Senhora. – Sussurrei seguindo meu caminho, apesar de estar casada e por isso ter o “Senhora”, não me sentia muito bem sendo chamada assim, também a pouca idade me faz pensar assim.

Entrei em casa, vendo a Kyra toda jogada no sofá jogando algum joguinho qualquer no seu iPad, sorri vendo-a.

— Como foi na escola hoje? – Perguntei assustando-a, que sorriu em seguida vindo me abraçar e salpicar beijos na minha bochecha.

— Foi legal, o Johnny me deu uma flor. – Ela falou corando, enruguei a testa sem saber quem era Johnny.

— Esse Johnny é um amiguinho de turma? – Perguntei fazendo-a corar ainda mais.

— Ele é meu namorado. – A sua resposta me surpreendeu, porém apenas sorri.

— Como assim a senhorita está namorando e não havia falado nada? – Perguntei, então começamos a falar sobre.

Como ela acha ele engraçado, por seus cabelos ruivos, além das sarnas no rosto serem feias, só que a Kyra disse que nunca o dirá a ele, mas elas ficam bonitinhas quando ele sorri, palavras dela.

Ao subir para o meu quarto, notei o quanto o tempo está passando. Kyra já tem um namoradinho na escola, e umas amigas também, daqui a pouco ela será uma adolescente trazendo o namorado que eles trocam amassos no carro dele, para conhecer Justin e eu. Certo! Isso ainda demorará um pouco.

Peguei o celular ligando para o meu pai, precisava de uma segunda opinião, no final da conversa foi basicamente a mesma coisa que a Quenzy falou, fiquei encarando o celular em minhas mãos tão concentrada que nem ouvi a porta do quarto sendo aberta e fechada.

— Então minha esposa está atrás de emprego e eu não fui informado? – Perguntou uma voz profundamente pessoal para mim, sorri levantando a cabeça. Justin estava retirando a gravata e o blazer, arregaçando as mangas da blusa azul clara, fiquei observando seus movimentos sem ainda não falar nada. — Quando eu seria informado sobre? – Ele quebrou o encanto de observá-lo, sentando-se ao meu lado na cama.

— Eu não queria trabalhar com você.

— Porque não?

— Basicamente os funcionários irão dizer que só estou ali por que sou a esposa do dono. – Sussurrei, encostando a minha cabeça no ombro dele. Senti seus dedos passearem pelos meus fios, fazendo uma caricia incrível.

— Você poderia atuar na equipe principal de marketing, estamos precisando de um segundo designer gráfico, que saiba o que faz no computador, você fez algum curso relacionado a essa área? – Perguntou ainda com o quase cafuné.

— Uhum. – Consegui murmurar.

— Muito bem, então a senhorita irá comparecer amanhã na empresa, para uma entrevista com o outro designer, assim poderemos deixar tudo em pratos limpos, amor. – Sua voz sussurrada no meu ouvido, levantei brevemente os olhos, encarando os dele, aquelas duas esferas que me fazem cair de paixão.

— Você sabe ser persuasivo. – Murmurei sentando no colo dele, que sorriu roucamente me fazendo também esboçar um riso.

— Eu aprendi com você. – Suas mãos estavam na minha cintura, subindo e descendo.

Poucos minutos depois estávamos nus, contemplando um o corpo do outro, sentindo-o completamente dentro de mim, que não parava sua boca em apenas um lugar, fazendo eu me sentir a mulher mais desejada do mundo com suas palavras carinhosas sussurradas como que, para ninguém além de nós saber os meus “atributos”.

Depois do amor maravilhoso que fizemos, nos banhamos – um depois do outro –, então descemos para ficarmos um pouco com a Kyra, posso dizer que ver o Justin recebendo a noticia que a pequena estava com um namoradinho na escola foi uma cena extremamente engraçada. Ele querendo saber até o número dos documentos do menino, bem, parece que ele será o tipo de pai bem ciumento.

Peguei-me imaginando tendo mais filhos, ainda é um pouco cedo talvez. Quem sabe?!